“Tropeçar faz parte do ‘caminhar’, é assim que ficaremos mais alertas, focando o objetivo sim, mas tomando mais cuidado com todas as pedras do caminho.”
O Palmeiras perdeu a sua invencibilidade no Paulistão ao sofrer a sua primeira derrota para o Botafogo, em Ribeirão Preto. Que pena… Estava tão boa a brincadeira de ‘invicto pra cá, invicto pra lá’. Mas a gente sabia que uma hora ou outra isso iria acontecer, não é mesmo? E, embora o Palmeiras tenha facilitado a vida do Botafogo, foi mais ou menos normal que tivesse sido ontem (só não foi normal porque vacilamos muito em campo), uma vez que o time entrou em campo cheio de desfalques.
Sem Kardec (expulso pela inventividade de Seneme na partida anterior), Leandro (sofreu um corte profundo na perna durante o treino), Wesley e Juninho (poupados por desgaste físico), Diogo (problemas no adutor da coxa direita), Wellington (posterior da coxa esquerda) e Mazinho (no banco), Gilson Kleina precisou promover um monte de mudanças.
E nos primeiros minutos, com o Palmeiras em cima do Botafogo, levando perigo ao dono da casa, a coisa até parecia que ia funcionar. Mas o adversário foi se acertando e o Palmeiras se desacertando…
Meu pai sempre me disse que time que ganha o meio de campo, ganha o jogo. E o Botafogo começou a ganhar o meio de campo. Ai, ai, ai… As mudanças não estavam dando certo. E eu tinha que assistir ao lado de uma visita que, embora não torça para time nenhum, só para ser cruel, se deliciava nas vezes em que o Botafogo atacava… que saco!
E numa descida do Botafogo, a bola foi cruzada na área e, Mike, de cabeça, abriu o placar. Achei que o jogador do Palmeiras, que o marcava, podia ter tirado a bola dele, mas se atrapalhou na jogada (nem olhei pra cara da visita). Teríamos que ir buscar…
E não demorou nada. William Matheus cruzou para Mendieta, ele deu um corte no marcador, mas chutou em cima do zagueiro. O rebote ficou com o Mago que, dentro da área, chutou direto pro gol, Henrique Mattos entrou na frente de Valdivia e, de braço meio aberto, ou longe do corpo para exemplificar melhor, acabou cortando a trajetória da bola (se o braço está aberto é pênalti sim).
Mão à frente do corpo, na altura do cotovelo, interceptando a trajetória da bola, o juiz tem que marcar:
O árbitro marcou a penalidade. Na cobrança, o Mago bateu no canto esquerdo e empatou a partida. Que maravilha!! Tchuuupa, visita! (Tenho pavor de pênaltis e quase morro do coração, pela importância que ele tinha naquele momento).
O Botafogo, em sua casa, querendo manter a liderança do seu grupo – onde os ‘itaquera’ são lanterna -, ia pra cima do Palmeiras. Aos 33′, William Matheus deu uma baita vacilada e perdeu a bola, de bobeira; o jogador que lhe bateu a carteira avançou e bateu colocado (de fora da área!!), e Prass nada pôde fazer. Cáspita! Atrás no placar outra vez… Teríamos que ir buscar de qualquer maneira, mas, três minutos depois, o juiz inventou um pênalti para o Botafogo (como os árbitros adoram inventar contra o Palmeiras). Daniel Borges tentou o cruzamento e a bola bateu no braço de William Matheus (ele estava num dia lastimável, mas essa culpa ele não tem). Braço colado ao corpo e nenhuma intenção de interceptar a trajetória da bola. E onde que isso é pênalti?
O Botafogo cobrou e marcou. A visita, sem consideração alguma à minha aflição, se divertia com a marcação; a minha paciência já estava na reserva.
Tomando o terceiro, o Palmeiras até tentou reagir, mas, o time que já estava num dia ruim (e isso acontece), que não se encontrava em campo, que não conseguia fazer as suas características jogadas de infiltração, ficou mais perdido ainda, e aí que as coisas não davam certo mesmo. Eu gostava do França, mas Eguren me parecia lento; eu tinha a impressão que as posições estavam todas trocadas. Valdivia (o mais lúcido do time) me parecia que jogava de centroavante, Marquinhos Gabriel de atacante (que desperdício, Kleina!) e como Mendieta não estava muito bem na partida (a maioria dos jogadores não estava) as bolas não chegavam nos “atacantes” lá na frente. No segundo tempo teríamos que consertar o que estava errado.
No segundo tempo, entraram Bruno César e Vinícius, no lugar de Marquinhos Gabriel e Miguel. Eu já tinha largado a visita e ido assistir no note, que travava um bocado. Estava pra lá de irritada.
A mudança deu mostras que surtiria efeito; o Palmeiras, impaciente, pela incômoda e inédita situação de estar perdendo por dois gols de diferença, foi pra cima. Bruno César, França, Valdivia… quase! O ‘quase’ deixava os jogadores mais impacientes ainda, os jogadores começavam a se irritar e o futebol do Palmeiras sofria, a torcida também…
Os jogadores do arrumadinho Botafogo tentavam atrapalhar as nossas cobranças de falta, e eu me lembrava do Kardec (que não fez nada) ter sido expulso na partida anterior, sob a alegação que tentara retardar uma cobrança… Acho que a regra vale só para expulsar ‘parmeras’, quando eles são importantes para o time.
E por falar nisso, aos 29′, Bruno César fez uma falta e tomou amarelo. Reclamou com o árbitro e imediatamente foi expulso (como os juízes são severos com o Palmeiras, o segundo jogador expulso em duas partidas seguidas.). Na transmissão, o venenoso Milton Leite dizia: “… é… para quem está chegando agora, ser expulso em sua segunda partida, não é uma boa coisa…”. Acho que ele não viu, ou esqueceu, que no clássico entre São Paulo e Santos – que terminou momentos antes do jogo do Palmeiras começar – Luís Fabiano se cansou de reclamar, acintosamente, com o árbitro; esqueceu que a Borboleta-Mor também reclamou um bocado, e que nenhum dos dois foi expulso. Isso sim, não é uma coisa boa. E o nervosismo de Bruno César, que saiu do banco, para entrar pela segunda vez no time, com a missão de ajudar a reverter um placar adverso, embora pudesse ter se controlado mais, pelo bem do time, era bastante compreensível.
O fato é que com a expulsão de Bruno César – em pouco tempo no jogo deu mostras de que vai se dar bem com Valdivia -, o Palmeiras, irritado, impaciente, num dia muito ruim, ficou impossibilitado de reagir e conheceu a sua única derrota em dez jogos.
Eu não queria que o Palmeiras perdesse, de jeito nenhum e, nos primeiros momentos, fiquei bastante irritada (quando lembrei que os “itaquera” se prejudicavam com o resultado, a minha irritação diminuiu). Mas, manja aquela história de contar as suas dádivas? Já que perdeu, melhor que tenha sido agora, quando não nos complica, quando a derrota pode apenas servir de alerta, quando o maior prejudicado foi o grande rival, que está no outro grupo.
Pra mim, não há nada de cruz, pregos e martelos; não há motivo para crucificar ninguém. Não há crise na Turiaçu. Foi mesmo um tropeço, indigesto, de um dia atípico, em que o time esteve apático, em que as mudanças não surtiram efeito; dia em que algumas atuações foram muito ruins, em que a arbitragem nos prejudicou, dia em que Juninho fez falta, sim, dia em que o futebol ficou muito aquém do que o Palmeiras pode jogar, dia em que o “Seo Girso” não se(nos) ajudou também.
Mas esse dia já ficou pra trás, e nós vamos seguir em frente, porque temos uma classificação a conquistar e um campeonato também!!
Na quinta-feira tem mais… ÔÔÔ, VAMOS GANHAR, PORCOOO!
Infelizmente temos que admitir que é chover no molhado relatar as más intenções de arbitragens e imprensa contras as nossas cores. Não há mais o que contestar nesses fatos. Outra coisa que não aparece para quem vê o jogo é o comportamento dos árbitros com os nossos atletas (http://www.gazetaesportiva.net/noticia/2014/02/palmeiras/apos-expulsao-de-bruno-cesar-palmeiras-pede-respeito-dos-arbitros.html). No passado, o famoso e “esquecido” Edilson Pereira de Carvalho já havia dito que existem várias maneiras de prejudicar um clube e isso vai além do que vemos. Provocações, marcações de faltas inexistentes, truncamento dos jogos, “vistas grossas” a provocações e faltas dos adversários são exemplos que ele citou. O fato é que testemunhamos situações vergonhosas contra o nosso clube de coração. O único, creio eu, caminho para o combate a tudo é fazermos o que você vem fazendo: escancarar nas redes sociais e blogs. Quem sabe um dia, contando também com grandes espetáculos que faremos, amenizemos tudo isso. Acabar? Um clube de origem italiana? Duvido!
Exatamente, Gaetano.
Essas provocações, marcações de faltas inexistentes para adversários, o “fingir não ver” as faltas que nossos jogadores sofrem, o amarrar o jogo, são coisas que acontecem em todas as partidas do Palmeiras.
E nossos jogadores têm que se comportar como robôs, sem sangue correndo nas veias. Não podem reclamar, não podem contestar marcações… nada. Qualquer coisa é motivo para que tomem amarelos, e tenham que jogar contidos, por medo do vermelho, ou qualquer coisa é motivo para expulsão mesmo.