“Não nos querem Palestra, pois seremos Palmeiras e nascemos para ser campeões” – Mario Minervino
Arrancada Heroica… 20 de Setembro de 1942…
Dia do Palmeiras em 2017 (lei 14.060)… Dia de Palmeiras em campo e campeão, pela primeira vez, em 1942…
Dia em que, há 75 anos, maldosamente pintado como “inimigo da pátria pelos que queriam se apossar de seu patrimônio e o queriam hostilizado pelos brasileiros, o Palmeiras, com origens italianas e coração brasileiro, e que por causa da perseguição aos italianos durante a Segunda Guerra teve que mudar de nome (o Brasil se alinhara aos EUA na Segunda Guerra contra os países do Eixo, portanto, contra a Itália), entrou em campo com Oberdan, Junqueira, Begliomini, Zezé Procópio, Og Moreira, Del Nero, Cláudio Pinho, Waldemar Fiume, Lima, Villadoniga, Echevarrietta e Del Debbio (técnico), ao lado do capitão do exército Adalberto Mendes, e por ideia dele, carregando uma bandeira do Brasil.
O jogo era contra o São Paulo (o clube que queria tomar o patrimônio do Palmeiras – o estádio, principalmente). Penúltima partida do Campeonato Paulista de 1942… e valendo o título. O título de um campeonato disputado quase todo pelo Palestra, líder da competição (18 jogos,16 vitórias, 2 empates, 61 gols marcados e 15 sofridos), e que faria a partida decisiva como Palmeiras, o seu novo nome…
O Palmeiras, que como a maioria imaginava, seria vaiado, seria hostilizado pelos anti palmeirenses, anti “inimigos da pátria” que estavam no Pacaembu, que seria muito pressionado – o que facilitaria a vida do adversário – tão logo entrou em campo, carregando a bandeira do Brasil, e depois de apenas alguns segundos de surpresa por parte do público no estádio, foi muito aplaudido por todos que lá estavam…
E em seu “batismo”, o Palmeiras sairia de campo imponente, honrado, admirado e campeão. Venceria o inimigo – e os seus ardis. Defenderia o seu patrimônio, o seu gol e cada centímetro de campo com o mesmo empenho, com a mesma fibra. E mostraria a todos que era tão brasileiro quanto qualquer um dos outros times brasileiros, mostraria que era digno, honrado… raça, fibra, sangue nas veias e um amor do tamanho do mundo pelo clube era(é) a receita do “ser Palestra/Palmeiras”…
Mas não foi um jogo qualquer, foi difícil, aguerrido (ao São Paulo só a vitória interessava), representava muito mais do que uma conquista de campeonato, e o Palmeiras foi melhor. E porque aquele Palmeiras, que acabava de nascer, era melhor, era maior em campo, o adversário abandonou a partida no começo da segunda etapa. Sim, o São Paulo saiu/fugiu de campo. Não teve competência e nem coragem para disputar a partida até o fim, não quis que o Palmeiras cobrasse um pênalti quando ele já vencia por 3 x 1 (Cláudio Pinho, Del Nero e Echevarrieta marcaram para o Palmeiras); não teve brio para suportar ser vencido e, quem sabe, goleado… não teve grandeza para ver o Palmeiras ser campeão ali no Pacaembu. Mas isso é história. Está nos livros e todo mundo sabe.
Eu tive o prazer e o privilégio imenso de colocar no peito a faixa de campeão de 1942 quando estive na casa de Oberdan Cattani, por ocasião de um aniversário dele, há muitos anos. Tive também a oportunidade de “viver” essa história, contada por ele, um dos personagens da Arrancada Heroica – quando entrávamos na década em que iríamos comemorar o centenário do clube…
E foi através do relato de Oberdan que eu conheci e senti o que a história não tinha me contado… Conheci as lembranças que só ele tinha… conheci o período, tão conturbado, que os palmeirenses viveram em 1942, as dúvidas, o receio… senti a mesma e imensa tristeza que eles sentiram quando o Palestra teve que mudar o seu nome … senti o nó na garganta e as lágrimas dos jogadores que choraram por causa disso… a insônia dos que não dormiram na véspera desse acontecimento… senti o amor que eles tinham pelo Palestra, e que os fizera aceitar até mesmo a mudança de nome que não queriam… senti a raiva, a revolta que eles sentiram pela injustiça que faziam com eles, cidadãos brasileiros, e faziam com o seu clube, os fazendo parecer inimigos da pátria, apenas para lhes tomarem o patrimônio, para tomar o Palestra Italia… senti a apreensão e também a coragem que eles sentiram antes de entrar em campo naquele dia 20 de Setembro de 1942, fiquei também com o coração suspenso aguardando as vaias, que nunca vieram…
Enquanto os olhos de Oberdan, ora tristes, pesarosos, ora inundados de júbilo e orgulho – algumas vezes, furiosos também – brilhavam revendo imagens que só ele podia ver, enquanto em sua cabeça rodava o filme que só ele poderia assistir, enquanto ele me contava sobre aquele período de 1942 (as lembranças vivas, frescas, em sua memória)… eu imaginava… e era tocada pela energia do “contador de história”, era tocada pela aura da Arrancada Heroica… Me sentia arrebatada pela mesma bravura com que o Palestra foi defendido pelos seus, pela energia dos que encontraram as saídas (a mudança de nome duas vezes) para não ter que entregar o que era seu… senti a força e a coragem com que eles foram para aquele jogo, senti como foi importante o apoio do Capitão Adalberto Mendes…
E ele me contou dos aplausos, do tempo que as pessoas levaram os aplaudindo… me contou dos seus corações , surpreendidos, que se encheram alegria, da troca de olhares entre os atletas do Palmeiras… os olhos do ídolo, protagonistas da nossa conversa, me davam a medida exata das emoções que ele experimentava, outra vez, ao lembrar…
E ele, naquele seu jeito franco, simples, verdadeiro, me contou alguns lances da partida, e eu, ‘assistia ao filme’ com ele … e, imaginando, ouvindo, prestando atenção às expressões de um dos heróis da Arrancada Heroica, podia quase sentir a energia com que tocavam a bola, com que driblavam e desarmavam naquela jogo… imaginava as defesas de Oberdan (ele fez uma grande partida)… e podia ‘ver’ os primeiros gols da história do Palmeiras que acabara de nascer, a comemoração… pude ‘ver’ o adversário se apequenando, discutindo e fugindo do jogo… pude me encher de orgulho com o Palmeiras, campeão pela primeira vez… senti a emoção dessa conquista tão especial…
Sim, o Palestra, de tantas conquistas e glórias, morreu líder e renasceu Palmeiras… renasceu campeão.
Foi mais do que um jogo, foi mais do que história, foi mais que superar o adversário e a tramóia que ele preparara ao Palmeiras… foi alma, raça, fibra, muita luta e sangue nas veias dessa gente que se veste de verde com um ‘P’ no coração…
E aquele time de “italianinhos”, para o qual alguns quiseram negar o direito de ser Brasil, conquistou o respeito de todos, conquistou uma legião de corações brasileiros e de todas as nacionalidades, corações apaixonados, conquistou uma infinidade de amor, de títulos, glórias, e se tornou o maior campeão do Brasil!
PARABÉNS, PALMEIRAS!! Que o amor, o respeito e o espírito de luta da sua gente sejam sempre as suas maiores riquezas. E que todas as pedras em seu caminho sejam, assim, transformadas em novas e maravilhosas páginas da sua história!
💚 Palmeiras meu amor… que texto lindo … que orgulho de ser palestrino…
Não é o tema deste tópico, mas acaba não fugindo dele: O Palmeiras tendo que vencer mais que os adversários para conseguir seus resultados.
Os “erros” crassos de arbitragem que estão acontecendo neste campeonato não podem ser explicado como falhas técnicas. Árbitros, auxiliares de lado e de fundo muito bem colocados e “não enxergando” infrações que até o Geraldo Magela enxergaria. O gol de mão do domingo anterior e a penalidade não marcada sobre o Dudu foram erros grosseiros, absurdos, ridículos. Foram erros que deveriam causar a suspensão imediata de todos os árbitros e auxiliares envolvidos. Esses erros só não são mais absurdos do que o comportamento da imprensa que faz de tudo para minimizar a situação e arrumar desculpas. A imprensa fazendo o papel de cúmplice. Engraçado é que para o lado oposto, quando ocorreu por ser disputa entre os dois times oficiais, foi suspensão do árbitro e auxiliar no dia seguinte.
Marco, ainda estou escrevendo sobre isso (não tive tempo antes) e devo publicar mais tarde. Não foi só o pênalti no Dudu, teve um em Dracena também, mas, como é de praxe, a imagem some dos vídeos de melhores momentos e o vídeo com o jogo completo também não está disponível. Até na análise do Sálvio Spinola sobre os lances polêmicos do jogo, essa imagem não pode ser encontrada, e o lance sequer foi comentado por ele. No entanto, em alguns programas da TV essa imagem do pênalti em Dracena foi mostrada. Consegui encontrar uma imagem que dá pra justificar e comprovar a penalidade.
Uma coisa interessante a se observar nesse jogo contra o Flu é que o Daronco, que não costuma nos garfar (tanto), meteu a mão no Palmeiras. Por que?? “Difícil” imaginarmos, não? Se observarmos que, por um lado, não tem nenhum carioca no G4, e deve ter gente querendo que tenha, por outro, o líder do campeonato está caindo de rendimento na competição (mesmo com a ajuda já descarada da arbitragem), e o Palmeiras está encorpando (nas últimas 5 partidas, teve o melhor aproveitamento dentre os 4 times nas primeiras posições)… chegaremos à duas boas motivações para esses “erros” que têm acontecido conosco.
Quanto à imprensa (a maior parte dela) é apenas prestadora de serviços. Faz parecer correta uma arbitragem picareta com o Palmeiras, enfia na cabeça dos torcedores que foram “erros”, e faz um escândalo quando o prejudicado é um dos dois times oficiais da maioria dos jornaleiros. Ou seja, a imprensa e tão picareta quanto são muitos desses árbitros.
E como vc mesmo disse, quando árbitros erram para um dos times oficiais da maioria dos jornaleiros, cartões dados são anulados no mesmo dia, árbitros e auxiliares são suspensos no dia seguinte, recurso de vídeo é utilizado… e por que não fazem o mesmo quando os erros são contra o Palmeiras? Ou quando são a favor dos times “oficiais” da mutreta? Certamente porque ESSES “ERROS” SÃO DO INTERESSE DE ALGUÉM. E esse alguém não é o árbitro, não é nenhum dos árbitros. A impressão que dá é que eles também estão apenas prestando serviço.
Sálvio Spinola, pela ESPN, não só escondeu, ignorou a penalidade sobre o Dracena, como ironizou a reclamação dos palmeirenses. Conseguiu ao mesmo tempo ser incompetente e mal intencionado. Foi seguido pelos seus “colegas de bancada” no programa.