Os palmeirenses têm acompanhado mais uma disputa política na SEP. A campanha que antecede a votação para que, no dia 04/08, sejam feitas algumas alterações no Estatuto da Sociedade Esportiva Palmeiras. E, como é de praxe, a coisa se divide, naquele jeitinho Palmeiras de ser (que está de volta ao clube com tudo, infelizmente), entre o pessoal do “Vote SIM” e o do “Vote NÃO”.
Nem todos os torcedores e associados entendem realmente o que está sendo votado, ou não percebem o que está por trás do que está sendo votado.
Embora sejam várias as alterações para o Estatuto, pelo que podemos observar, a real e única intenção de se mudar o estatuto da SEP nesse momento é tornar propício e garantido que se aprove os 3 anos de mandato para presidente, para que a Sra. Leila Pereira seja a sucessora direta do presidente Maurício Galiotte, e sem riscos, uma vez que, caso não haja a mudança no estatuto, ao final do ano, quando se encerra o mandato do atual presidente, um sucessor precisará ser eleito, e a empresária/conselheira (que mistura tanto essas duas coisas) não poderá se candidatar ainda. E, além disso, esse sucessor teria direito à reeleição, o que seria um risco às pretensões da Conselheira/Patrocinadora/Sócia desde 2015. Portanto, essa modificação no estatuto pela qual ela e seus pares tanto se esforçam, tem como objetivo alterar a dinâmica do processo eleitoral palestrino para favorecer a Sra. Leila Pereira, e também ao atual presidente, uma vez que ele se utilizará de um benefício do estatuto anterior, que é o da reeleição, somado com o benefício da alteração que pretendem fazer, que é o mandato de 3 anos.
Não é a toa que a Conselheira/Patrocinadora/Sócia desde 2015 se empenha tanto na campanha pela alteração do estatuto, não é à toa que ela faça todo esse investimento financeiro nessa campanha com muitos “mimos” (recepção em hotéis de luxo, boca livre – muitas pizzas -, uso de camarotes, viagens de jato e, segundo alguns palestrinos andaram publicando, também empréstimos, a juros subsidiados, contratos de prestação de serviço com a Crefisa, com a FAM, promessas de compras de imóveis, aumento da frota de Uber…) para um monte de gente (diretores, conselheiros, associados).
De qualquer forma, é fácil de se perceber, mesmo de longe, que algo não está certo. Lembra daquelas figuras carimbadas que por perderem regalias, cargos, benefícios, ingressos, viagens… tantas presepadas fizeram durante a gestão Paulo Nobre? Lembra da perseguição ininterrupta ao ex-presidente enquanto ele levantava e reestruturava o Palmeiras, enquanto ele mantinha a Academia e o time blindados de confusões e fofocas – o que não vemos acontecer agora -, e levava a SEP de volta ao caminho dos títulos? Lembra de todos os que o atacavam diariamente, dos “caciques” que davam entrevistas para vários veículos de comunicação, sempre desmerecendo a sua pessoa e o seu trabalho, jogando a torcida contra a gestão e atrapalhando, muito, o Palmeiras? Lembra dos que ficaram a favor da construtora contra o Palmeiras na questão das cadeiras? Então… perceba como todos esses estão bem satisfeitos agora, e de que lado eles estão. Por que será, né?
Ah, mas votar NÃO para os 3 anos é RETROCESSO, dirão alguns. Nada disso. Retrocesso mesmo é voltar às “velhas práticas” lá nas alamedas. Votar NÃO para os 3 anos é votar contra o que é imoral, é votar CONTRA A MARACUTAIA… contra o conflito de interesses! É votar contra a desculpa esfarrapada e oportunista de que “os fins justificam os meios”. É votar contra aquela prática escusa de “vou dar mais X milhões ao clube se o resultado da votação for o que eu quero que seja” (não há ética alguma nisso. Não tem nada de “modernidade” nisso, pelo contrário). E o principal, não se pode alterar um estatuto apenas com o intuito de se favorecer algumas pessoas. O estatuto deve proteger o clube, porque “o Palmeiras precisa ser tratado e cuidado como um filho” – não era esse o seu discurso, naquela reunião, poucos dias antes de ser eleito, sr. presidente?
Não bastasse isso, no item 9 desse cardápio do “vote SIM”, está a reprovação das mudanças na composição do Conselho Deliberativo, ou seja, não querem que o número de conselheiros vitalícios seja reduzido, é mole? É a “cadeira cativa” no Conselho… uma vergonha não quererem que esse número seja reduzido. Fique esperto, associado.
Muita gente repete o clichê de que a Crefisa paga 40 milhões a mais pela publicidade… A mais ela não paga nada. A Crefisa paga pela PUBLICIDADE EXCLUSIVA no Palmeiras, paga o que essa exclusividade vale, e qualquer outro patrocinador teria que pagar mais para ser exclusivo – por isso o valor é maior, uma vez que o Palmeiras não pode ter mais nenhum outro patrocinador – e nessa exclusividade não está incluído se apropriar do clube, fazer o que ela bem entender no/com o Palmeiras, com os rumos do Palmeiras. A Crefisa é uma parceira. O Palmeiras tem também como seus parceiros a Globo, a WTorre e a Adidas (será a Puma a partir de 2019). Imagina a Globo participando da política do Palmeiras através da família Marinho? Elegendo um deles como presidente do clube? Você, torcedor/associado, gostaria disso? Gostaria que a WTORRE , por exemplo, que foi tão traíra com o Palmeiras, disputando com ele as cadeiras que, por direito, sempre foram do clube, assumisse o poder na SEP? Gostaria de ter o próprio Walter Torre como presidente do Palmeiras e da construtora? Gostaria que ele ou algum dos proprietários da Globo (do Esporte Interativo no ano que vem), ou alguém da Adidas (da Puma), pudesse mudar o estatuto do clube como bem entendesse?
Um dos argumentos usados para que os associados votem SIM é o que diz que alterar para 3 anos o estatuto permitirá que o Palmeiras possa usufruir da Lei do Incentivo ao Esporte. MENTIRA! O Palmeiras já pode usufruir da Lei de Incentivo, sem necessidade de alteração alguma do tempo de mandato do presidente. A Lei ainda tem o espírito de reduzir os tempos de mandatos e não de aumentá-los.
Ah, mas votar pelo NÃO é votar com o Mustafá, não é? Votar NÃO é votar por um Palmeiras ético. É votar contra o mais do mesmo que tanto atrasou o Palmeiras. E devemos observar… usam o nome Mustafá e a rejeição que a coletividade palestrina tem dele, de acordo com a conveniência. Hoje, a Sra. Leila Pereira tem como seu maior “inimigo” o Sr. Mustafá Contursi, o associando a tudo que vai contra seus próprios interesses (essa tática para se ganhar a simpatia dos palestrinos é velha) – e pensar que até outro dia, ela dava centenas de ingressos para o “inimigo”; e pensar que outro dia mesmo, ela emprestou, sem contrato escrito, R$ 400 mil para a entidade(sindicato) que o “inimigo” preside (segundo ele, foi doação)…
Mas basta puxarmos um pouquinho pela memória… Não faz tanto tempo assim, em 17 de março de 2017, a empresária/Conselheira/Sócia desde 2015, em entrevista para o Jornal Lance, disse: “O Mustafá Contursi é a alma do Palmeiras. Ele pensa 48 horas no Palmeiras. Eu sou muito grata por concorrer na chapa dele, muito honrada. É um presidente que trouxe momentos de glórias que nenhum presidente trouxe para o Palmeiras. É um dos que mais trouxeram títulos. Ele sempre me apoiou”.
Agora, ela mudou radicalmente de ideia, não? A “alma do Palmeiraxxx”, que pensa 48 horas no Palmeiraxxx, da chapa por onde ela se elegeu, que trouxe tantos momentos de glória para o clube (bem se vê que da nossa história ela não manja muito) e que sempre a apoiou… virou “inimigo”. Essa tática, tão manjada no clube, é usada há tanto tempo. Para ganhar simpatia instantânea basta se declarar do lado oposto ao de Mustafá, em qualquer coisa… mesmo que isso possa ser só um ‘tapeation’ nos mais incautos. Suponhamos que Mustafá, “alma do Palmeiras”, também quisesse 3 anos, quisesse facilitar as coisas para a amiga que ele ajudou a virar candidata… sabendo da rejeição dos palestrinos a ele, bastaria se posicionar a favor da outra opção para conseguir o que queria, não é?
“Ele sempre me apoiou”, disse a patrocinadora/conselheira/sócia desde 2015… Verdade, ele deu a maior ajuda para que ela, mesmo sem ter o tempo exigido para se candidatar ao Conselho, ou a qualquer outro cargo eletivo, pudesse sair candidata na SEP. E teve coisa ‘esquisita’ nesse apoio, não é mesmo? A candidatura e a eleição da dona da Crefisa foram muito questionáveis. E, para mim, de todas as ações não muito éticas que rondam a vontade imensa que ela tem de ser presidente do clube (ações que acompanhamos pelas notícias – algumas com uma grande cara de matéria paga por ela mesma), o “jeitinho” dado para que ela saísse candidata foi a pior de todas. Pra mim, foi a “assinatura do recibo”.
Não gostaria que uma pessoa que aceita esse tipo de coisa para se favorecer venha a ser presidente do meu clube de coração. Fico pensando… o que mais ela poderia aceitar pra se dar bem? Ela mesma havia afirmado em uma entrevista que era associada desde 2015. Com esse tempo de associada não poderia concorrer ao Conselho. Mas conseguiu fazê-lo por causa de uma carta de Mustafá, a “alma do Palmeiraxxx”, o agora “inimigo”, atestando que , em 1996, enquanto era presidente do clube, teria dado à ela um título de associada (de benemérita)… mas sem que se tivesse qualquer documento que comprovasse isso. Nem mesmo a matrícula de associada existia até JUL/2015, quando a Sra. Leila adquiriu um título remido, segundo ela, para ajudar o clube. Antes disso, ela nunca teve carteirinha de associada do clube, nunca pagou taxa de manutenção nem tampouco esteve apta a votar em qualquer eleição na SEP. Só pôde fazê-lo agora graças à ajuda de Mustafá.
Então, né? O Mustafá é tão isso e tão aquilo (também acho que é)… mas acreditar na palavra dele, sem nada que comprovasse que era verdadeiro o que tinha na tal carta, foi bastante conveniente pra muita gente. E aí não teve o se você está do lado do Mustafá, você está contra o Palmeiras…
Muito cuidado, palestrino! Os associados que não são palmeirenses – e eles existem -, certamente não estão preocupados com nada além do clube social, com piscinas e quadras… não estão nem aí para o futebol. No entanto, o torcedor/associado, que é maioria, graças a Deus, tem que ficar esperto. Se ele se descuidar agora, será só uma questão de tempo para sair de dentro da máquina do tempo… e dar de cara com o passado, tenebroso, que todos nós gostaríamos que nem houvesse existido.
Pelo SIM, pelo NÃO… VOTE PELO PALMEIRAS!
Pois é, Tânia, tai uma coisa que. pra mim, não é muito clara. Tirando o fato dos interesses pessoais da patrocinadora, eu concordo com o mandato de 3 anos, desde que passe a vigorar a partir da candidatura seguinte a da reeleição ou não do atual presidente. Essa observação em si anularia qualquer factoide. Uma modificação também na proposta com relação aos vitalícios e sua redução também é benéfica ao clube. Agora se o SIM ou o NÃO representa uma votação a todo o ESTATUTO da forma como está , aí realmente a opção é pelo NÃO, uma vez que, nesse caso, passa a ser uma armadilha contra o clube. Ai a gente entende porque o PAULO NOBRE (O melhor presidente, SEM DÚVIDA ALGUMA, que o clube teve) está tão afastado dessa política imunda.
Gaetano, o problema é se aprovar os 3 anos a partir de agora, beneficiando Maurício Galiotte (e por tabela, e muito especialmente, a candidatura da vascaína, na sequência). Esse é o pulo do gato nas mudanças estatutárias. E o muito empenho e muitos “agrados” para diretores, conselheiros e associados votarem pelo SIM deixa bem claro isso, não é mesmo?
Sem contar que querer a manutenção do número de vitalícios é um atraso sem tamanho, né?
Isso não tem absolutamente nada de modernidade.
Perfeito, perfeito e perfeito sem palavras está tudo aí 👏👏👏