Cinco substituições… cera… atendimento ao goleiro, duas paradas para o VAR, (6 MINUTOS DE PARALISAÇÃO – só na expulsão do Gum foram 4:20 minutos…  Tudo certinho com o tempo, que poderia até ter sido maior.

 

O que matou os haters mesmo foi o gol do Palmeiras ter sido britanicamente pontual… 😉😍

 

 

“O essencial é invisível aos olhos” – Antoine de Saint-Exupéry

Era uma vez uma mãe e seu filho… e o amor dos dois pelo seu clube de futebol…

Assim, com “era uma vez”, começam algumas maravilhosas histórias que encantam e emocionam corações… assim começou a história que encantou e emocionou um profissional de imprensa, que estava trabalhando no Allianz Parque, em 2018… ele, lá do campo, olhou para as cadeiras, viu uma mãe e seu filho. A mãe narrava o jogo para o filho, que é deficiente visual e tem um pequeno grau de autismo. Seu coração logo percebeu a beleza do que ele via… Então, ele “contou” a história para outras pessoas, e a coisa foi crescendo… a torcida do Palmeiras se encantou e se emocionou com ela, os brasileiros todos se encantaram e se emocionaram com ela…

Hoje, quando essa mãe ganhou o prêmio “Fifa Fan Award”, de Melhor Torcedora, na premiação “The Best Fifa”, o mundo todo se encantou e se emocionou com a história também…

Silvia Grecco, a guerreira da nossa história, certamente não pediu para que isso acontecesse, não planejou, não desejou… Estava lá no Allianz Parque, como tantas outras vezes já estivera, sem ter sido notada, sentada ao lado de Nickollas, seu filho, narrando o jogo pra ele…

O profissional da Globo,  Marco Aurélio Souza,  flagrou a mãe narrando o jogo para o filho, seu coração percebeu a beleza daquele momento…  as imagens foram mostradas na TV e uma história linda, de amor de mãe e filho, de amor de torcedores por seu clube, uma história de respeito e inclusão passou a nos ser contada… 

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Mas essa história começou bem antes, em 2006… Silvia, desejando ser mãe novamente (ela já tinha uma filha), querendo cuidar de uma criança, dar amor, tomou a decisão de entrar na filial da Vara de Infância de Mauá para adotar uma criança. Meses depois,  já em 2007, ela foi chamada para conhecer um bebê. Um bebê que, por causa de um aborto provocado, havia nascido aos cinco meses de gestação, com um pouco mais de 500 gramas… e que por ser tão prematuro teve um problema na formação de suas retinas… um bebê, que havia passado seis meses em uma UTI, um bebê, que teve parada cardíaca, entre outras complicações, e que, segundo o médico, muito provavelmente teria outras sequelas… um bebê, que já havia sido rejeitado por outros 14 casais…

Reza a lenda das histórias maravilhosas, que guerreiros reconhecem um ao outro à primeira vista… E foi o que aconteceu. Assim que Silvia viu o bebê, ela se apaixonou por ele… “No instante em que o médico o colocou no meu colo, senti que era meu filho, não tive dúvidas”, diria ela depois.

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E Nickollas ganhava um presente de Deus, ganhava uma mãe para lhe dar um amor imenso e lutar com ele as suas batalhas… uma mãezona, que cuidando dele com amor, com respeito, procurava fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para que ele, deficiente visual, entendesse o mundo e se sentisse integrado a ele. E ela, palmeirense,  começou a levá-lo aos jogos do Palmeiras no Allianz… com rádio e fones de ouvido. Até o dia em que ela notou que faltava algo para que ele sentisse mesmo o jogo, o clima, para que a experiencia do filho no estádio fosse plena… então, ela teve a ideia de narrar pra ele o que acontecia no campo –   ela narra de um jeito diferente, descrevendo o ambiente, dizendo para que lado os jogadores estão, onde tem bigode, manga comprida, narra os gols também, as faltas, os passes, descreve os técnicos, os jogadores, seus uniformes… e Nickollas se sente bem no Allianz, fica feliz quando sabe que vai ao jogo… lá, junto do seu time, ouvindo o som da sua outra “família” ele se sente livre, integrado…

E foi assim, num derby,  em 2018, com a Silvia escondidinha lá no meio de milhares de parmeras, narrando o jogo para o seu filho,  que ela e Nickollas foram vistos pelo profissional da TV… um close os mostrou para todo o Brasil… um close e estava confirmado que é muito mais do que futebol, que o Allianz é onde o Nickollas gosta de estar, que o Palmeiras dá a ele uma felicidade enorme e que o futebol pode sim transformar a vida das pessoas… um close, e a Silvia personificou o amor maior… um close, e não precisávamos de mais nada… nos apaixonamos por eles e pela história de amor, doação, escolha e respeito que eles protagonizavam… Lindo demais! Num mundo onde parece que o amor vai perdendo espaço a cada dia, a Silvia e o Nickollas nos encheram de  esperança… 

A história ganhou o mundo… e o mundo se encantou com ela. O Palmeiras os levou à Academia, mãe e filho conheceram os jogadores do Verdão, conheceram Felipão, que se emocionou também… No Natal, o Palmeiras deu ao Nickollas um óculos que transforma a imagem em aúdio… A Fifa os indicou para concorrer ao Fifa Fan Award… Eles foram na concentração da seleção brasileira, Nickollas conheceu Neymar, de quem ele tanto gosta…

E hoje (23/09), lá no Teatro Scala de Milão,  na solene premiação Fifa para os melhores do futebol, a Sylvia, merecidamente, ganhou o Fifa Fan Award. Mãe e filho subiram ao palco, e ela descrevia pra ele tudo o que via… na plateia estavam Messi, Alisson, Van Dijk, Martha, Mbappé, Rapinoe, Modric, Marcelo, Mourinho, Jürgen Klopp… os(as) melhores jogadores(as) do mundo, os melhores técnicos… a nata do futebol ali reunida, de olhos úmidos ouvindo o agradecimento daquela mãe, da melhor torcedora… o mundo do futebol aplaudindo Silvia Grecco e Nickollas…

Me emocionei muito acompanhando a premiação, ouvindo a Silvia falar… Que história linda e emocionante… Que orgulho da Silvia e do Nickollas. Que alegria por eles terem vencido. Quanto respeito e admiração eu sinto por essa mulher, essa supermãe, esse ser humano maravilhoso, que não pensou duas vezes para adotar a criança que tantas outras pessoas haviam rejeitado – e por todas as outras, espalhadas pelo mundo, que, assim como ela, são guerreiras, cheias de amor incondicional, e que se doam totalmente para tornar melhor e mais leve a  difícil vida de seus filhos.

Parabéns, Silvia e Nickollas, vocês fazem o mundo ser muito melhor! Obrigada por nos mostrar que nada supera o amor! Vocês são realmente THE BEST! E parabéns, Palmeiras, por ter torcedores como esses! #FamíliaPalmeiras

 

Quem tem história, tem que contá-la, tem que transmiti-la às gerações futuras…

E se tem um clube que tem história, e uma história linda, pra ser contada, esse clube é a Sociedade Esportiva Palmeiras.

1942… A Segunda Guerra Mundial acontecia… o Brasil declarara guerra aos países do Eixo (a Itália era um deles) e, por causa disso, as colônias desses países no Brasil passaram a ser perseguidas…

Palestra Italia, de origens italianas… e italianos (japoneses e alemães também) passaram a ser mal vistos e perseguidos por brasileiros, passaram a ser vítimas do preconceito.

Pra se ter uma ideia, o presidente Getúlio Vargas decretara que os bens de italianos, japoneses e alemães, tanto de pessoas físicas quanto jurídicas (que moravam e trabalhavam no Brasil e nada tinham a ver com o que se fazia na guerra) poderiam ser confiscados para compensar os prejuízos causados ao Brasil pelos países do Eixo – Decreto 4.166, de 11/Março/1942.

E mais, italianos, japoneses e alemães eram proibidos de falar os seus idiomas em público. Cartazes como esse, eram obrigatoriamente colocados em repartições públicas, comércios, clubes… e todo o rigor da lei estava destinado a quem desobedecesse.

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Nem as criancinhas, pobrezinhas, escapavam… No sul do país, as crianças de origem alemã, por exemplo (a maioria delas nascidas no Brasil), eram proibidas de se expressar em alemão, sob pena de serem colocadas de castigo.

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Tempos difíceis, de perseguição,  xenofobia, de ódio insuflado… imagina a vida dos imigrantes aqui? Imagina se no futebol, onde já existe/existia grande rivalidade normalmente, a loucura da guerra não encontraria solo fértil?

Palestra Italia perseguido, caluniado (algumas coisas não mudaram, não é mesmo?) sofrendo todo o tipo de preconceito… E, em meio à perseguição que a guerra ocasionava, havia o “extra” de alguns que queriam se aproveitar da situação. Era o que queriam fazer com o Palestra, e com o seu estádio. Sim, queriam se apropriar do seu patrimônio.

O campeonato Paulista de 1942 estava em curso, em meio à gigantesca tensão que a guerra ocasionava… O Palestra era líder, mas, em Março de 1942, temendo as consequências da perseguição sofrida, resolveu alterar o seu nome para Palestra de São Paulo (muitas outras instituições fizeram o mesmo, como, por exemplo, o Palestra Italia de Minas Gerais, que virou Cruzeiro), seu escudo, naquela ocasião, perdeu a cor vermelha e passou basicamente a ser verde e amarelo.

O Palestra de São Paulo disputou seis partidas com essa denominação, venceu as seis, mas as autoridades que o perseguiam, alguns jornais que também o perseguiam (ainda existe isso nos dias de hoje, não é mesmo?) não se deram por satisfeitos.

Embora a palavra “Palestra” seja de origem grega, as autoridades do governo alegando que ela fazia alusão à Itália, determinaram que o nome do clube fosse novamente alterado.

Uma questão era observada atentamente pelos dirigentes palestrinos… Na troca de nome, o clube já havia cumprido com as suas obrigações perante a lei. E mesmo assim o obrigavam a mudar de nome mais uma vez. Isso deixava claro que havia realmente uma perseguição ao clube.

Imagina a situação? Faltavam duas partidas para o final do campeonato e bastava uma vitória ao Palmeiras para que ele fosse o campeão (seria o seu nono título paulista). No entanto, o clube corria um sério risco de perder seu patrimônio, e até mesmo, de ser fechado.

Graças a Deus nossos dirigentes eram iluminados… sabiam que poderiam perder seu patrimônio, seu estádio, para outros clubes; sabiam que havia um clube, o São Paulo, que estava de olho no Parque Antarctica, e poderia se aproveitar dessa hostilidade e perseguição ao clube de origens italianas,  – alguns jornais tentavam contaminar os brasileiros pintando o Palestra como traidor da pátria. Os dirigentes, sagazes, imbuídos da necessidade de defender e proteger o clube, perceberam que algo mais precisava ser feito…

Graças a Deus também, que o Capitão Adalberto Mendes fora designado pelo Exército para servir em São Paulo e, nas coincidências da vida e do “acaso” (a ajuda sempre vem de algum lugar) acabou conhecendo e se identificando com o Palestra, criando laços de amizade com dirigentes, e acabou sendo nomeado 2º vice-presidente por Ítalo Adami, o presidente palestrino na época. O Capitão Adalberto poderia vir a ser também a figura patriota que amenizaria a hostilidade da qual o Palestra era vítima.

Uma importante reunião aconteceria em 14 de Setembro de 1942 (ela não deve ter sido nada fácil)… e nela, Mario Minervino, que era da diretoria, diria as palavras que não cansamos de orgulhosamente repetir até hoje… “Não nos querem Palestra, pois seremos Palmeiras e nascemos para ser campeões”.  E assim nascia a Sociedade Esportiva Palmeiras…

Décadas depois, Oberdan Cattani me contaria o que foi pra eles, jogadores, essa mudança. Diria que o time estava concentrado na chácara de um diretor quando eles receberam a notícia da mudança de nome… Diria que ele e os companheiros ficaram muito tristes… Me contaria que ele e alguns jogadores choraram, que não conseguiram nem dormir direito à noite… diria também que todos sabiam que era o São Paulo por trás daquela situação. Que o clube rival tinha um diretor que era do Exército… Já estávamos na primeira década do novo século, depois de tantos anos passados, e os olhos de Oberdan, ao falar do assunto, mostravam ainda a profunda tristeza que ele sentira… Foi impossível não sentir o mesmo também.

Por isso, imaginei com que  espírito e motivação foram eles para o jogo decisivo…

O Palestra vinha de 18 partidas, com 16 vitórias, 8 empates, 61 gols marcados e apenas 15 sofridos… e agora, como Palmeiras, teria o adversário/inimigo pela frente…  Boa parte da imprensa caprichava na “arte” de macular a imagem do Palmeiras na semana que antecedia o jogo, lhe “presenteando” com os piores adjetivos possíveis na tentativa de jogar a opinião pública contra ele (por outros motivos e intenções, boa parte dela continua agindo do mesmo jeito nos dias atuais). A pressão era muito grande em cima dos palestrinos/palmeirenses.

Mas não se faz o aço sem fogo, não é mesmo?

Milhares de pessoas lotavam o Pacaembu… A torcida palestrina, que já era uma das maiores da capital, era muito numerosa no estádio; no entanto, era grande o número de antipalmeirenses  também…

O cenário estava pronto para que o Palmeiras entrasse em campo intimidado… Certamente ele seria muito vaiado e teria que entrar cabisbaixo, ferido na alma, no orgulho… Um cenário muito favorável ao seu adversário. Havia muita tensão antes do jogo, antes da entrada do Palmeiras em campo.

Mas era o Palmeiras… e ele nascia pra superar as adversidades que encontrasse em seu caminho…  nascia pra mostrar que era brasileiro sim senhor… nascia, sim, pra ser campeão…

O Capitão Adalberto teve a ideia de o time entrar com a bandeira do Brasil; ele entraria, fardado, com o time também (Oberdan me diria, anos depois, que eles gostaram muito da ideia porque a bandeira significava que eles lutariam pelo Brasil se fosse preciso, e era assim que se sentiam)…

E, então, o Palmeiras entrou em campo… “Após alguns segundos de surpresa por parte de todos, fomos muito aplaudidos e nenhum ato hostil nos foi desferido” –  Capitão Adalberto em depoimento a Luiz Granieri em 1982.

Sim, ao contrário do que imaginara muita gente – seu adversário, inclusive –  o Palmeiras nascia aplaudido, altivo… brasileiro, respeitado. E tinha pela frente a missão de vencer o jogo cuja vitória simbolizava toda a luta que o Palestra teve que enfrentar pra defender seu patrimônio, para defender o direito de existir como clube de futebol.

Oberdan, inspiradíssimo (imagina se não?),  e usando o azul no uniforme pela primeira vez (a partir dali os uniformes dos goleiros palmeirenses seriam azuis), fazia boas defesas e colocava por terra algumas tentativas iniciais do adversário. E, aos 20 minutos, o ponta Claudio Pinho abriu o placar no Pacaembu, marcando o primeiro gol da Sociedade Esportiva Palmeiras.

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Poucos minutos depois, aos 23′, Waldemar de Brito empatou o jogo. Aos 43′, Del Nero fez o segundo para o Palmeiras. A partida era nervosa, muito disputada… havia muito mais do que um campeonato em jogo…

Jogo nervoso, equilibrado… Para os adversários só a vitória interessava…  eles bem que tentaram, mas o time do Palmeiras, que parecia estar mais bem preparado, ter mais disposição, força em campo (por que será, né?) defendia tudo.

Aos 14 minutos, Echevarrieta ampliou a vantagem do Palmeiras… 3 x 1.  Três minutos depois, Og Moreira invadiu a área e sofreu uma entrada violenta do zagueiro são-paulino, Virgílio. O árbitro marcou o pênalti.

Os adversários, que não queriam perder o jogo de jeito nenhum, ficaram revoltados e não deixavam o Palmeiras cobrar a penalidade. E, então, aos 21 minutos, os são-paulinos abandonaram a partida. Sim, meu amigo,  muito provavelmente para não ter que ver o Palmeiras se sagrar campeão ali no Pacaembu, o São Paulo correu do jogo… Ter visto o Palmeiras ser aplaudido ao entrar em campo – quando esperavam que ele fosse humilhado -, já deve ter sido demais pra eles.

O árbitro aguardou o término do tempo regulamentar e apitou o final da partida… Palmeiras Campeão Paulista de 1942.

Não foi só mais um título, não é mesmo? Contra tudo (de ruim que quiseram lhe imputar), contra todos (os que quiseram lhe prejudicar), o Palmeiras escreveu uma página linda de sua história… a da Arrancada Heroica…

É por isso que 20 de Setembro está no calendário oficial do Município de São Paulo como o DIA DO PALMEIRAS (lei nº 14060)… e nós o comemoramos como o dia em que o Palestra morreu líder e o Palmeiras nasceu campeão!

Auguri, Palestra…Parabéns, Palmeiras!! 

Vida de torcedor não é fácil, mas a de parmera é mais difícil ainda.  É céu ou inferno… não existe meio termo para uma boa parte da torcida.

De nada adianta o Brasileirão conquistado há menos de um ano, o recorde de invencibilidade – que era da Academia – batido com sobras (33 jogos invicto)… nem a melhor defesa, o melhor ataque… bastaram alguns jogos ruins, e outros que a arbitragem fez ficar ruim, para chegar o “Aporcalipse”…

Ainnn, mas foi desclassificado na Copa do Brasil… Ainnn, mas foi desclassificado na Libertadores…

E eu fico aqui pensando…  Em 2018, todos os clubes brasileiros  foram desclassificados na Libertadores; todos os clubes, exceto o Cruzeiro, foram desclassificados na Copa do Brasil; todos os clubes, exceto o Palmeiras, foram desclassificados no Brasileirão…

Qual é o clube que ganha tudo o que disputa?

O rendimento do Palmeiras caiu sim, de alguns jogadores também, e isso acontece com muitos times, por mais que a gente não queira e fiquena bronca. Felipão também teve a sua parcela de culpa em algumas escalações equivocadas, algumas substituições desastrosas (ter colocado o Deyverson naquele jogo decisivo contra o Grêmio matou o nosso time)… Sem contar a parte administrativa do clube que parece andar bem bagunçada sob a batuta do “vice” MG (ele dá a impressão que adora ser vice, mesmo tendo sido eleito presidente).

Tínhamos feito um bom jogo no Sul, ganhamos por 1 x 0, Weverton mal teve que trabalhar… Sem Felipe Melo, que tinha recebido uma expulsão bem mandrake no primeiro jogo, vacilamos na segunda partida, depois de termos conseguido fazer um gol e aumentarmos a nossa vantagem no mata-mata. Sim, demos dois gols de presente para o adversário, em 7 minutos, ainda no primeiro tempo. Mesmo assim,  tínhamos condições de fazer um gol, e passarmos à outra fase. No entanto, a entrada de Deyverson no segundo tempo acabaria sendo desastrosa. A substituição matou o time e fomos eliminados. No entanto, não há um culpado, a responsabilidade é de todos.

O Grêmio mereceu a vaga, mas o que nos doeu mais foi sabermos que ele pouco fez pra isso… nós é que demos dois gols pra eles. O segundo, principalmente.

E, como é de praxe entre os verdes,  sempre que uma eliminação ocorre a histeria toma conta de muita gente e a ideia de mandar embora todo mundo aparece… pensar em acertar a rota outra vez, de corrigir os erros e voltar a jogar como jogava antes da parada para a Copa América, nem pensar. Todo mundo vira “lixo”, “podre”, “velho”, “mercenário”, “mimadinho”… aquelas bobagens de sempre…  aquelas pixações no Palestra de sempre.

Para “coroar” a fase negra do time, o Palmeiras foi ao RJ enfrentar o Flamengo, fez uma partida bem ruim, teve dois gols anulados pelo VAR – por impedimentos reais, mas de poucos centímetros que, muito provavelmente, não teriam servido, de jeito nenhum, para anular os gols se fosse o Palmeiras a sofrê-los -,  não jogou niente, tomou 2 gols, a arbitragem inventou um pênalti contra ele – e o VAR, que tinha sido tão prestativo na hora de anular os gols, dormiu e não avisou ao árbitro do erro claro e óbvio cometido (não que isso fosse alterar o placar, mas é bem significativo observar que, de acordo com a “cor das trancinhas”, o VAR se omite em certos lances) e a “terceira guerra” mundial chegou…

E, como queriam muitos, Felipão (que já tinha sido ameaçado por torcedores, alguns dias antes) foi demitido, a torcida organizada se voltou contra o diretor de futebol pedindo a sua cabeça (quem será que ela quer no lugar dele?) e o que já era bagunçado, virou uma zona. A ideia de MG de administrar o clube procurando agradar  todo mundo para ganhar aprovação (essa é a impressão que tenho) não deu certo. E dando também a impressão de que não pode se posicionar, não pode desagradar ninguém, o presidente ficou totalmente sumido e “sem voz” em meio ao “Aporcalipse”…

Mas o furacão apocalíptico se tornaria ainda mais devastador… a diretoria do Palmeiras substituiria Felipão por Mano Menezes. A maioria dos torcedores não queria a sua contratação (eu também não queria). Alguns por acharem que ele é tão retranqueiro quanto Felipão (meu caso), portanto, era preferível ter mantido o técnico com identificação com o clube, o técnico que é ídolo para a maioria; outros, não o queriam de jeito nenhum por ele ter comandado o Lava Jato e ter identificação com o rival. Fizeram um escarcéu antes do anúncio oficial, mas não teve jeito. O homem chegou.

Tem muita gente estrilando ainda, dizendo que não vai torcer até ele sair, torcendo para que seja desfeita  a contratação (como se o Palmeiras fosse contratar para descontratar em seguida), cancelando Avanti…

Vivemos uma época em que se suporta cada vez menos a dor, a frustração, as decepções, o ego ferido… a ideia de que tudo deve ser do jeito que imaginamos (a vida não é assim), do jeito que mamãe e papai fariam, acompanha muita gente  por aí…

É óbvio que cada um faz o que bem entende, reage como bem entende, mas, pra mim, se colocarmos condições para apoiarmos o Palmeiras, passaremos a ser “torcedores”… com a palavra entre aspas mesmo.

Já torci pelo Palmeiras administrado por Mustafá, por Tirone… com diretores de futebol estatutários que montavam times horrorosos… Já torci para o Palmeiras com Viola no time (isso foi a treva), com Müller… com Candinho comandando o clube, com Picerni… torci quando meu ídolo foi despachado…  porque não torceria agora? O Palmeiras vem primeiro… sempre.

Da minha parte, só posso desejar muita sorte e sucesso para o novo comandante. Se ele for bem sucedido, o Palmeiras, e os palmeirenses, só terão a ganhar com isso.  E hoje ele estreia, fora de casa, na partida diante do Goiás. Já chega de “Aporcalipse”, não é mesmo?

BOA SORTE, VERDÃO!! BOA SORTE, FRATELLO MENEZES (agora ele é Fratello)!!  🙏☘🍀☘ E VAMOS GANHAR, PORCOOO!!

Em um outro texto que estou escrevendo sobre o Palmeiras, para o Palmeiras (e palmeirenses), mas que não é sobre o aniversário, eu me refiro a alguns Agostos…

E não é que 105 Agostos se passaram desde 1914, Palmeiras?

105 “Agostos”… 105 anos de luta, de fibra, de dias bons, dias ruins, dias fáceis, cheios de “sol”, dias difíceis, de pouca “luz”… dias em que a guerra e suas consequências o perseguiram… dia de volta por cima… dias em que você se reinventou magistralmente… dias épicos, de glórias – eles têm sido tantos nesse caminho de “Agostos”… dias de lágrimas de alegria, de sorrisos escandalosos, dias absurdamente felizes, e, principalmente, dias de muito amor…. 105 “Agostos” que te transformaram no Ma10R do Brasil…

Que orgulho eu sinto por ser palmeirense, por ter nascido com um coração palestrino, com sangue verde, quente, correndo nas veias…

Eu sei que nós, torcedores, estamos sempre te pedindo algo… cobrando, falando em obrigação… mas quero que você saiba, Palmeiras, eu não tenho nada a te pedir, nada a cobrar. Você já me deu tudo. Você me dá tudo. Eu só preciso que você exista, que seja como sempre tem sido ao longo desses “Agostos” todos, escrevendo a sua história de maneira limpa, honrada,  como sempre foi, como sempre é… o que nos enche de orgulho.

O aniversário é seu, mas, como sempre,  sou eu/somos nós que ganhamos os presentes…

As minhas maiores e mais arrebatadoras alegrias tiveram as suas cores, o seu calor… Através de você, por causa de você, a minha vida foi colorida de maneira diferente, foi perfumada com os amigos queridos, com alegrias inenarráveis,  daquelas que a gente pensa que o coração vai explodir… alegrias protagonizadas por seres de outro mundo, fazendo coisas de outro mundo, seres que vi e que não vi jogar… Divino, São Marcos, Dudu, Leivinha, Heitor, Imparato, Djalma Santos, César, Evair, Bianco, Edu Bala,  Luís Pereira, Edmundo, Junqueira, Júlio Botelho, Nei, Og Moreira, Jair Rosa Pinto, Liminha, Waldemar Fiume, Jorge Mendonça, Mazinho, Alex, Jorginho Putinatti, Arce, Antonio Carlos, Valdivia, Clebão, Leão, Valdir de Moraes, Rivaldo, Fernando Prass, Duduzinho (impossível listar todos aqui)…

Tendo você como elo de ligação eu pude privar da amizade da lenda Oberdan Cattani, amizade de mais de 20 anos. Através dele eu  tive o privilégio de conhecer Fabio Crippa, Waldemar Fiume, Servílio, Dudu, Turcão (ele me contou, entre risos, a “história da geladeira”), pude ouvir as lindas e divertidas histórias que o goleiro “que pegava a bola com uma mão só” tinha pra contar sobre você…

Você, Palmeiras, me deu aquele tórrido “verão” de Junho de 93, que  aqueceu e incendiou a minha alma e a minha vida…  me trouxe as delícias todas que experimentei em 93, 94, 96, 98… lapidou a minha espiritualidade em 99 (só eu sei)… fez eu me sentir uma “criança ganhando a bicicleta tão esperada” em 2008… me fez sentir a benção daquela chuva mágica e redentora, que descia prateada e muito fria do céu de Barueri, em 2012… entorpeceu meu coração e todos os meus sentidos no arrebatamento do épico 2015… me encheu de orgulho em 2016… fez meu coração bater do lado de fora do peito na maravilha de 2018…

Me deu a história linda de 1951, quando foi ao Rio de Janeiro e trouxe pra casa, numa festa de um milhão de pessoas nas ruas, o  maior título que um clube poderia desejar conquistar… quando deu ao Brasil a maior alegria que um clube poderia dar…

Você também me deu a história de garra, fibra e muita luta de 1942, a história daquela gente palestrina, honrada, digna, que fez a diferença, dentro e fora de campo, para que você pudesse enfrentar e superar as adversidades e o preconceito, para se tornar maior, mais brasileiro, mais respeitado e vencedor ainda…

E muito mais do que títulos – e você conquistou tantos -,  você me deu um mundo em verde e branco… me deu as arquibancadas do Palestra, a Rua Turiaçu lotada, a Que Canta e Vibra… o Allianz Parque… me deu muita diversão, muitas risadas, muitos momentos com a respiração suspensa que explodiram em gritos de gol… me dá a esperança, a expectativa de todos os dias… me deu os olhos brilhantes do amigo que veio lá do Amapá só pra te ver… a emoção de ver o torcedor na bancada, com filho no colo, e chorando de felicidade na hora do gol tão desejado, como se a criança fosse ele… a ansiedade e expectativa do torcedor cego, que certa vez acompanhei da estação de metrô até o Canindé (ele estava indo sozinho ao jogo)… me deu o momento mágico de sentir – em nossa casa, depois de um drible animal de Edmundo – , o primeiro chute dentro da minha barriga de grávida… me dá o ponto de contato com a realidade, no mundo fantasioso em que minha mãe se encontra agora (de você ela não esquece)… me dá o nome com o qual muitas pessoas me chamam quando me veem na rua: Fala aí, Palmeiras… me deu momentos que nem nos meus melhores sonhos poderiam ser tão fantásticos quanto foram na realidade… me ensinou que é muito mais do que futebol sim…

E é como se eu tivesse estado ao seu lado em cada passo desses seus 105 “Agostos”. Meu pai, o pai dele, o pai do pai dele… o meu sangue conhece a história toda…

E como diz a frase do ano: “Maior do que a sua história, Palmeiras, só o seu futuro”… e o amor e respeito que sinto (sentimos) por você.

Tanti Auguri, Palmeiras, seu lindo! Que seus “Agostos” sejam sempre assim,  cheios de glória, honra, orgulho, luz… e amor! Obrigada por tanto!
#Palmeiras105Anos #OMa10rCampeãoDoBrasil #OMaiorAmorDoMundo

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Empatar como o Grêmio no Sul, ainda que os dois times estejam com times praticamente reservas, não é um resultado ruim, mas devido a algumas circunstâncias, acabou sendo ruim para o Palmeiras o 1 x 1 do último sábado, pelo Brasileirão.

Primeiro, porque o Palmeiras jogava mais e melhor, tinha o jogo nas mãos, quando Felipão resolveu recuar o time no segundo tempo, fez umas substituições equivocadas e a postura do  Palmeiras, depois disso, chamou o adversário pra cima.

Segundo, porque a arbitragem, mais uma vez (isso tem mandante, CBF?) prejudicou o Palmeiras.

O Palmeiras foi melhor desde o início do jogo, com a defesa  compactada, era mais perigoso nos contra-ataques rápidos, principalmente com Dudu. Logo aos 13′, Hyoran saiu em velocidade e tocou pra Dudu; o baixinho se livrou da marcação pela direita, levantou a cabeça, viu o canto esquerdo do gol aberto, bateu cruzado e guardou. 

Depois disso, com o Palmeiras à frente do placar, a dinâmica de jogo se mantinha a mesma: Grêmio com mais posse de bola, e Palmeiras muito mais perigoso, mais ofensivo e com muitas chances de gol. 

E, então, aos 36′, Hyoran marcou o que seria o segundo gol. A arbitragem marcou impedimento de Borja. O VAR não se manifestou, o árbitro não foi checar… Por quê? E, lembrando que braço não conta, ficou bem estranha a marcação desse impedimento, não é mesmo? Ainda mais com as imagens disponíveis no VAR…

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E não ter VAR num lance de gol –  é do protocolo que gols sejam revistos – é esquisito. O VAR não viu nada, o árbitro não foi checar…

O Palmeiras foi um dos únicos clubes, se não o único, a defender a utilização do VAR aqui no Brasil. E o recurso nunca entra em cena quando o Palmeiras precisa que ele entre em cena, no entanto, o mesmo VAR tem ajudado a mudar resultados de alguns “queridos” que eram contra o recurso. Dessa maneira, o campeonato é mais difícil para alguns e muito mais fácil para outros.

E assim foi o primeiro tempo. Palmeiras com muito mais volume de jogo, com a defesa bem ajustada, criando muitas chances levando perigo ao Grêmio. Só pecou em não ter matado o jogo, e a arbitragem ajudou o nosso adversário nisso.

No começo do segundo tempo, Mayke sentiu dores (saiu chorando) e deu lugar a  Marcos Rocha. Antes dos 20′, Felipão sacou Matheus Fernandes e chamou Bruno Henrique.

O Grêmio tentava pressionar mais o Palmeiras, mas a dinâmica de jogo  de gaúchos com mais posse de bola e Palmeiras com mais espaços para os contra-ataques se manteve até os 20/25 minutos. Tanto que Renato decidiu colocar Everton em campo no lugar de Luan.

E enquanto Renato decidia por tornar seu time mais ofensivo, Felipão, muito antes da hora de pensar em segurar resultado, sacou um atacante para colocar um volante. E não era um atacante qualquer não… ele sacou Dudu, aquele, que dá mais dor de cabeça para os adversários, que é marcado sempre de perto por mais de um jogador, e que é um dos nossos jogadores mais decisivos… Ramires entrou no lugar de Dudu.

O Palmeiras passou a sofrer mais com as investidas do Grêmio, mas estava dando conta do recado até os 42′. E então, Pepê (Gre) saiu com a bola pela lateral. A arbitragem, sabe-se lá porque (era lance bem fácil de ver),  deu lateral para o Grêmio, a cobrança foi feita rapidamente e, na sequência, David Braz acertou um chute de fora da área e marcou o gol de empate, que daria números finais à partida. 

Ok que o Grêmio nada tenha com isso, ok que David Braz nunca tinha acertado um chute daquele (muito provavelmente, não acertará outro), ok que lateral não é lance para VAR, mas a arbitragem, mais uma vez, prejudicava o Palmeiras. E isso não é ok. Um impedimento mandrake, um lateral invertido, e a arbitragem fazia mais um resultado.

Ficamos muito bravos. Pela parte que nos coube em recuarmos, chamarmos o adversário pro jogo, bravos porque Felipão tirou um atacante pra colocar um volante com 32 minutos de segundo tempo, bravos pelos gols perdidos… e revoltados pelo que nos causou a arbitragem. Não dá pra ignorarmos o que os árbitros andam fazendo… 

O Palmeiras, só nas duas últimas partidas, teve 4 pontos subtraídos por “erros” do apito e omissão do VAR (o presidente palestrino nem aparece pra reclamar).  A quem isso interessaria?

Não bastam as suspeitas/acusações de resultados manipulados e, no domingo, na partida entre Ceará e São Paulo, um pênalti escandaloso a favor do Ceará não foi marcado pela arbitragem e não foi visto pelo VAR – que está lá para corrigir erros claros e óbvios dos árbitros de campo, como manda o protocolo, mas que, em algumas vezes, se recusa a ver esses erros claros e óbvios. Precisa estar com muita vontade de não ver essa “faltinha” pra deixá-la passar batido, não é mesmo? O que seria um 0 x 0  virou uma vitória e 3 pontos na conta de um dos clubes. 

A sujeira está cada vez mais escancarada no futebol brasileiro, e boa parte da imprensa esportiva ajuda a arrumar as desculpas que enganam torcedores e legitimam os trambiques.

A CBF, por sua vez, parece estar satisfeita com os “erros” que ajeitam as posições na tabela, uma vez que ela não toma providência alguma a respeito. Por muito menos, um certo árbitro, que errou contra um certo time do “sistema”, passou um ano apitando jogos da série B.  E para esses outros árbitros que “erram” tanto, e tão escandalosamente, contra outros times… nada.

A coisa, que já era explícita, agora está sendo desenhada.

 

A doença que assola o Brasil é a desonestidade…

Ao contrário do que acontece na Europa, onde o VAR vem sendo bem utilizado, de maneira transparente, no Brasil, o VAR, muitas vezes, tem servido para o “mais do mesmo”: manipular resultados, beneficiar alguns clubes (sempre os mesmos) e prejudicar outros (o mesmo de sempre)… visando a tabela de classificação nos campeonatos (segurar uns e ajudar outros a subirem), claro! O VAR só vê os erros claros e óbvios da arbitragem quando quer ver…

Não fosse assim, como explicar a total falta de critério e atuação seletiva do VAR em lances semelhantes, mas com camisas diferentes?

– Copa do Brasil 2018 – Bahia x Palmeiras – Deyverson expulso, por cotovelada, após aviso do VAR e confirmação do árbitro na checagem do monitor.
– Semifinal – Paulistão 2019 – São Paulo x Palmeiras – Bruno Alves dá cotovelada em Deyverson, o árbitro nada assinala, o VAR faz de conta que não viu.
– Brasileirão 2019 – São Paulo x Flamengo – Thuller dá uma entrada desleal em Alexandre Pato (ele precisou usar até um colar cervical depois disso), por trás, uma cotovelada na nuca do jogador. O juiz não marcou falta, o VAR também fez de conta que não viu.
– Brasileirão 2019 –  Bahia x Flamengo – Rafinha dá uma tesoura em Moisés, deveria ter sido expulso, mas o árbitro deu apenas amarelo, e só depois de muita reclamação dos jogadores do Bahia. O VAR ficou quietinho.
– Brasileirão 2019 – Flamengo x Botafogo – Cuéllar faz falta feia, entra de sola no tornozelo de Marcinho, falta pra vermelho. Raphael Claus deu amarelo, não consultou o VAR, que, por sua vez, também fez de conta que não viu a falta pra vermelho.
– Brasileirão 2019 – Palmeiras x Bahia – Dudu leva cotovelada de Lucca e fica por isso mesmo
– Brasileirão 2019 – Palmeiras x Bahia – Felipe Melo expulso direto por cotovelada em Lucca (uns 15 minutos depois da cotovelada de Lucca em Dudu), após aviso do VAR, e sem que o árbitro checasse no monitor.

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E as desculpas (esfarrapadas) são muitas e usadas à conveniência de cada situação… “Ainnn, mas não é do protocolo”… “Ainnn, mas é lance interpretativo”…

Palmeiras e Bahia, no último domingo, foi a vergonha das vergonhas em termos de arbitragem e VAR. Difícil de digerir/aceitar o que aconteceu no jogo…

Em relação ao futebol, o Palmeiras batia um bolão, Dudu fazia uma partidaça…  mas o árbitro de campo, Igor Junio Benevenutto, e o árbitro do VAR, Ricardo Marques, resolveram mudar o resultado do jogo.

Felipão escalara Scarpa,  Zé Rafael, Vitor Hugo (de volta ao Palmeiras) substituindo Gustavo Gomez que estava suspenso,  e promovera a estreia de Luiz Adriano. E o futebol do verde fluía que era uma maravilha… domínio de bola, do jogo, boa troca de passes… cada toque de letra, de calcanhar… Luiz Adriano ia nos mostrando habilidade, bom posicionamento, velocidade… e com 10 min de bola rolando quase fez o que seria um belo gol de cabeça.

Aos 12′, Dudu, on fire – que já tinha dado um drible maravilhoso em Giovanni antes – roubou a bola de Moisés no meio campo e abriu para Scarpa na esquerda; ele cruzou,  Moisés desviou contra o seu próprio goleiro, que deu rebote, e Dudu pegou a sobra para guardar o seu sétimo gol na temporada. O VAR, que já tinha analisado outro lance antes, sem que nada errado tivesse acontecido (estava só caçando algo errado, e não é para isso que existe o VAR) foi checar o gol de Dudu, dessa vez como manda o protocolo. Gol legal… 1 x 0 Palmeiras.

Palmeiras forte contra o Bahia… a torcida estava adorando. Dois minutos  após a confirmação da legalidade do gol de Dudu, quase que o Palmeiras faz mais um, numa cabeçada de Felipe Melo após escanteio cobrado por Scarpa.

Só dava Palmeiras, que jogava muito bem… o Bahia sentira o gol tomado.

Dudu sofreu falta de Lucca, levou uma cotovelada, e o juiz não marcou nada.

O Bahia teve uma chance de contra ataque lá pelos 30′, ou quase, Bruno Henrique perdeu a bola para Élber que tocou pra Gilberto, mas Weverton saiu tentando defender e conseguiu dar uma atrapalhada em Gilberto a tempo de Luan chegar e cortar para evitar que o Palmeiras tomasse gol.

E, então, a coisa começou… Luiz Adriano sofreu falta de Wanderson na área, pediu pênalti, o árbitro mandou seguir… e o VAR não se manifestou, nem para checar. A imprensinha não falou desse lance, não mostrou imagens (nem depois), fez de conta que ele não existiu… e não teríamos visto nada se não fosse o fotógrafo do Palmeiras, Cesar Greco, publicar, após a partida, as fotos que tinha feito…

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Luiz Adriano, de costas para Wanderson, salta para dominar a bola, sofre a “cama de gato”, e é puxado pela cintura, pela perna também. Pênalti sim. Que o árbitro não tivesse visto, vá lá… mas o VAR não ver, não analisar? Oi??

Aos 31′, Luiz Adriano quase faz um golaço. Dudu tocou para Marcos Rocha, ele arrancou pela direita, tocou para Luiz Adriano, que bateu lindamente da entrada da grande área. O goleiro Douglas fez uma grande defesa e evitou o segundo do Verdão. Antes do final do primeiro tempo, ele teve que salvar o Bahia de uma batida de Scarpa, de fora da área.

E, então, Felipe Melo foi expulso. Vermelho direto, por cotovelada em Lucca (aquele mesmo que tinha acertado o Dudu sem que o árbitro fizesse nada). Achei que Felipe Melo foi imprudente, no entanto, ele fez a falta, não posso reclamar da expulsão. Mas posso reclamar de não ter tido cartão vermelho nenhum para várias outras cotoveladas, em vários outros jogos, cujos donos dos cotovelos vestiam camisas diferentes da que veste Felipe Melo – nesse mesmo jogo  teve uma em Dudu.

Lucca, para fazer parecer mais sério do que foi o lance, caiu “desacordado”, mas levantou a cabeça rapidinho pra dar uma espiada e ver qual cartão o juiz mostraria para o Felipe Melo (no vídeo é bem evidente isso)…

No segundo tempo, com um a menos – Felipão sacou Zé Rafael e colocou Thiago Santos -, a dinâmica do jogo seria outra. E, pra piorar, logo no início, num ataque do Bahia, a bola bateu no braço, aberto, de Diogo Barbosa. Jogador do Bahia reclamou e o árbitro foi checar (mas não checou o lance do Luiz Adriano). Ainda que arbitragens e VAR deixem de marcar vários outros toques em braços abertos, servindo como extensão do corpo – como aconteceu, por exemplo, em prejuízo do CSA diante do Flamengo -, com intenção de Diogo ou sem,  agora é pênalti sim. E o Bahia empatou.

O Palmeiras tratou de se fechar mais, claro, mas foi pra cima.  Aos 12′, cinco minutos depois de sofrer o empate, e da torcida ferver ainda mais para empurrar o Verdão, Marcos Rocha cobrou lateral na área, Dudu, que fazia uma partidaça e viria a ser o melhor do jogo, apareceu livre e cabeceou de dentro da pequena área, o goleiro deu rebate e o Baixola aproveitou e guardou o seu segundo e virou o jogo, incendiando os mais de 34 mil torcedores no Allianz.

Mas a arbitragem, o VAR, principalmente, tinha outros planos…

O jogo teria muitos “senões” do apito… Zé Rafael levaria amarelo mandrake, por uma falta mandrake – levaria uma joelhada e ganharia um cartão -, Scarpa chutaria a bola, depois de fazer falta e levaria cartão, Dudu levaria cartão por reclamação, um jogador do Bahia faria o mesmo… e nada de cartão pra ele. Moisés faria 5 faltas sem tomar cartão algum… Num contra ataque perigoso do Palmeiras, um pênalti seria cometido, mas não seria marcado por conta de um impedimento que não existiu (a TV mostraria na hora, mas as imagens sumiriam depois)… Ataque do Palmeiras seria interrompido por um “toque” de Dudu em que a bola bateria no peito e só no peito…

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No entanto, um dos “senões”, para o qual nenhuma justificativa pode ser encontrada a não ser a ma fé, e que revoltou muito a torcida e o time palmeirense, acabaria fazendo o resultado da partida.

Por volta dos 35′ – o Palmeiras ia  garantindo a vitória mesmo com um a menos -, depois de um ataque do Bahia em que Caíque foi chutar, errou a bola e chutou Luan,  o árbitro recebeu comunicação do VAR o avisando de algo e foi checar no monitor. Após a checagem, ele marcou pênalti de Luan em Caíke. Depois de vários minutos de espera, Gilberto cobrou e igualou.

Uma apitada vergonhosa! O tal Ricardo Marques que estava no VAR, inventou uma falta de Luan e o árbitro o ajudou na coisa assinalando a penalidade.

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Não havia a menor possibilidade de marcar uma falta de Luan para quem quer que fosse que analisasse essas imagens, e o VAR tem as imagens de vários ângulos…

Uma VARgonha… um empate fabricado… dois pontos tirados, cirurgicamente, do Palmeiras… um cheirinho estranho de coisa errada, podre… e ninguém é tão bobo assim para acreditar que a intenção seja beneficiar o Bahia, né?

Amigo leitor, nos últimos meses, uns probleminhas de saúde alteraram a minha rotina e, por isso, durante esse período, o blog acabou ficando praticamente inativo.  Me desculpe. Agora que já sarei (ou quase rsrs), vou tentar colocar as coisas em dia. A começar pelas postagens sobre o primeiro Mundial de Clubes, que haviam sido interrompidas. Coincidentemente, essa maravilhosa conquista da Sociedade Esportiva Palmeiras completa 68 anos exatamente nesse 22 de Julho de 2019. Um abraço. Tânia Clorofila Dainesi

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IX – CARIMBANDO A VAGA NA FINAL   

“O amor deixa uma memória que ninguém pode roubar” – Khalil Gibran


O Brasil e a Europa acompanhavam avidamente as notícias do Torneio Mundial de Clubes Campeões. Dois times brasileiros em um dos “mata-mata” e dois europeus no outro. Duas escolas diferentes que se enfrentariam depois para decidir o título… e quem será que passaria à tão cobiçada final?

A ferida da Copa do Mundo ainda doía… no entanto, os torcedores brasileiros, sem se darem conta, voltavam a se empolgar, e muito, com o futebol, com uma decisão mundial, e apostavam todas as suas fichas no título para o Brasil. E assim como antes da primeira partida semifinal muitos achavam que o Vasco ganharia do Palmeiras sem problemas, achavam eles agora que o Vasco venceria a segunda semifinal e seria o finalista.

Segundo  o Jornal dos Sports,  de 12/07/51, a  vitória do Palmeiras  sobre o Vasco contribuíra para colorir mais a segunda partida da  semifinal. Todo o favoritismo do bi-campeão carioca desaparecera. Tudo era equilíbrio. E a situação pendia para o campeão paulista. E o ‘match’ ganhava ainda mais importância porque, segundo o  regulamento do torneio, para o Palmeiras, que já tinha uma vitória, bastaria um empate para chegar à final. E, nessas condições,  somente a vitória interessava para o Vasco.

O regulamento previa que, em caso de uma vitória para cada equipe, seria critério de desempate o saldo de gols. No entanto, se, por exemplo, o Vasco ganhasse por  diferença de um gol, igualando a diferença que o Palmeiras obtivera na primeira partida, seria levado em conta, então, o saldo de gols da primeira fase, e o Vasco tinha um saldo melhor.

Antes da decisão entre os dois representantes brasileiros, os que vaticinavam que, dessa vez, o Vasco ia superar o Palmeiras, esqueciam, ou não queriam notar, que o  Vasco da Gama não jogara tudo o que podia na primeira partida porque o Palmeiras não permitira; achavam que bastaria ao Vasco jogar metade do que sabia na semifinal decisiva e a vaga estaria assegurada. Como pensava José Lins do Rego,  por exemplo, que deixou isso claro em sua coluna: (…)Só queremos a vitória, a tal vitória com “V”… Queremos o Vasco jogando metade do que sabe. Porque se entrar com essa disposição, em campo, não há periquito que se aguente”. (Jornal dos Sports, 14/07/51 – REGO, José Lins do – Esporte e Vida – O Vasco). Ele não sabia do que eram capazes os periquitos… e iria ficar com eles atravessados na garganta…

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E não era só ele… Em outra coluna do jornal, dizia-se que o Vasco que perdera para o Palmeiras não era o Vasco mesmo, parecia o Vasco, mas não era o Vasco. (…) “aquele team não era o do Vasco. Numa época em que tudo se falsifica, inclusive o dinheiro, falsificaram o team do Vasco.” Dizia-se também que como o Vasco não esteve no Maracanã, palavras não eram ditas, fechou-se o café da Marocas. O Palmeiras viu-se à vontade… Foi um chuá…”, “os vascaínos deixaram o Maracanã a cantar a ‘Jardineira’…”

“Oh, jardineira, por que estás tão triste? 
O que foi que te aconteceu?
Foi o Vasquinho que caiu do galho,
Deu dois suspiros e depois perdeu.
Vem, Palmeirinhas,
Vem meu amor, 
Não fiques prosa,
Que esse mundo é mesmo assim,
Tu ganhaste quarta-feira
Mas no domingo está pra mim” – (Jornal Dos Sports, 13/07/51, pág.4 – Zé de São Januário – Uma pedrinha na Shooteira)

Isso mesmo. A torcida do Vasco, mesmo vendo o seu time ser derrotado, saíra cantando da primeira semifinal… e provocando o Palmeiras. Tudo isso fazia – e faz – parte do universo futebol, e fazia parte da disputa do primeiro Mundial de Clubes. Aquela semifinal era o maior Rio-São Paulo (o maior campeonato do Brasil, na época) de todos os tempos… e levaria um clube brasileiro à final do primeiro, e maior, campeonato do mundo entre clubes campeões da Europa e América.

Em terras bandeirantes, claro, a torcida toda era pelo Palmeiras. O fato é que Palmeiras e Vasco eram os dois melhores times do país e, dentre os quatro concorrentes à vaga na final, o Palmeiras saíra na frente. A situação do Palmeiras se tornara excelente e, para o Vasco, só havia uma alternativa: vencer o Palmeiras na segunda partida.

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Mas, antes disso, no sábado, Juventus e Áustria, que tinham ficado no 0 x 0 no primeiro jogo, decidiriam no Maracanã a primeira vaga à final, e os torcedores todos, encantados com o bom futebol das duas equipes no torneio, principalmente com o do representante da Itália – dentre os times estrangeiros, o Juventus, pelo futebol apresentado,  era a sensação da Copa Rio (Ottorino Barassi sabia das coisas)  -, certamente iriam em grande número acompanhar a partida entre os dois. Meu pai, muito provavelmente, já planejando com os amigos a viagem para assistir à final, acompanharia atentamente esse jogo para saber quem seria o adversário do Palmeiras – mesmo sem nunca ter perguntado isso a ele, posso garantir (meu sangue me diz isso) que ele tinha certeza que o Palmeiras estaria na final.

Era chegada a hora.. o primeiro finalista sairia da partida entre austríacos e italianos. Os torcedores cariocas estavam bem empolgados com a possibilidade de ver novamente o Juventus, a sensação do mundial entre os participantes estrangeiros.

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No entanto, assim como para Palmeiras e Vasco, as chances de classificação tanto para o Austria como para o Juventus estavam abertas. E a imprensa dizia: “A bola é redonda para os dois… Poderá vencer o Austria como o Juventus”.

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Os austríacos voltavam ao Rio transbordando alegria. Aurednick, satisfeito com o 3 x 3 na primeira partida semifinal, em São Paulo, elogiara bastante o time do Juventus, seu adversário, dizendo, entre outras coisas, que o quadro italiano “era team para as finais, era team, inclusive, para ser campeão”.

Juventus x Austria foi a partida entre quadros estrangeiros que mais interesse despertou nos torcedores. E o Juventus teve uma vitória espetacular no Maracanã – 3 x 1. Depois de um 0 x 0 no primeiro tempo, La Vecchia Signora (como “a” Juve era/é chamada na Itália) em quinze minutos da segunda etapa, com dois gols de Mucinelli e um de Boniperti, decidiu a partida e se classificou à final.

Os jornais diziam que, enquanto o Juventus fizera um jogo mais positivo, o Austria se preocupara mais com o virtuosismo, esquecendo-se de que, para vencer, é preciso marcar gols (e pensar que, hoje em dia, tem jornalista esportivo que acha que posse de bola vale mais do que gols marcados e vitórias). Final de jogo: Juventus 3 x 1.

.Juventus: Viola; Bertuccelli e Manente; Mari, Ferrari e Piccinini, Muccinelli, Karl Hansen (Scaramuchi), Boniperti, Yan Hansen e Karl Praest (Pasquale Vivolo). Técnico: Jesse Carver
Áustria: Schweda; Melchior II e Josck; Fischer, Orcwick e Schleger; Ernst Melchior, Koeller, Hubber, Ernst Stojaspal e Aurednick. Técnico: Heinrich “Wudi” Müller
Estádio Municipal do RJ – Maracanã 
Renda: CR$ 776.140,00
Árbitro: Edward Craigh (Inglaterra)
Gols: Muccinelli 8′, 2ºT, Muccinelli 10′, 2ºT, Boniperti 14′, 2º T , Stojaspal

O Juventus, que tinha agora a companhia, e a torcida, do Comendadore Agnelli – o jovem multimilionário, presidente das fábricas de automóveis FIAT, de Turim, as maiores da Europa, e também presidente e torcedor número 1 do Juventus -,  só esperava pelo seu adversário na final… E qual seria ele? Palmeiras ou Vasco da Gama?

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Ademir tirara o gesso, mas ainda não poderia jogar pelo Vasco… Barbosa era dúvida no gol cruzmaltino… Aquiles, de perna quebrada, levaria meses para voltar aos gramados pelo Palmeiras… Valdemar Fiume talvez pudesse jogar – o técnico palmeirense ia esperar a avaliação médica que seria feita na manhã de domingo… Sarno, a pedido do Palmeiras para a organização do torneio, tinha sido chamado ao Rio de Janeiro e integrado à equipe. O jogo valeria vaga na final… e seria um duelo de campeões.

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E o domingo, ansiosamente aguardado, chegou… corações a mil… Palmeiras e Vasco da Gama iam buscar a vaga na final do Torneio Mundial de Clubes… a alma inquieta, o friozinho na barriga, o coração batendo descompassadamente… eram as sensações que acompanhavam os torcedores.

Será que meu pai dormiu bem naquela noite? Será que, fanático como era, ficou nervoso, ansioso, pensando no jogo antes de dormir? Não preciso nem tentar adivinhar… é claro que ficou! Sabemos bem como é isso. Ficaram insones todos os palmeirenses, os vascaínos, todos os torcedores brasileiros que sonhavam com a conquista de um mundial para o Brasil. Palmeiras a um passo, a um empate, da final do primeiro Torneio Mundial de Clubes Campeões… Santo Dio!

Com a possibilidade de prorrogação, o aviso era feito no jornal: o jogo começaria pontualmente às 15 horas…

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As conversas eram muitas, os prognósticos também. Cada qual com seu palpite, com a sua escalação… Como já foi dito anteriormente, com exceção dos palestrinos, claro, e dos demais torcedores paulistas, boa parte dos brasileiros ainda apostava no Vasco. Isso se devia ao fato de que ele era a base da seleção brasileira, jogava em sua casa, diante da sua torcida, e com a responsabilidade de ter que vencer de qualquer jeito… No entanto, esses mesmos, que apostavam suas fichas no Vasco, temiam a equipe paulista, que já saíra na frente na primeira partida, e com todos os méritos.

Aproximadamente 80 mil torcedores (muitos palmeirenses também) estavam no estádio (63.668 pagantes)… a renda foi espetacular: Cr$ 1.914.325,00, e o jogo entre os dois não foi fácil… foi uma luta. O Vasco, que só poderia ganhar ou ganhar para se classificar à final, foi mais positivo no primeiro tempo, mas sem muita organização e eficiência, digamos assim. “Notava-se grande diferença entre os avantes e o sexteto defensivo carioca. Este, jogava com segurança, enquanto a ofensiva, algo embaralhada, mostrava-se impotente para vencer o cerco palmeirense” – Jornal de Notícias, 17/07/51

O dono da casa, como não poderia deixar de ser pelas circunstâncias, foi pra cima do Verdão no primeiro tempo. O Palmeiras, com a vantagem pela vitória no outro jogo, e sabendo que o adversário vinha “mordido”, querendo descontar o prejuízo de qualquer maneira, tratou de conter o ímpeto do Vasco da Gama na nessa primeira etapa. “Tão logo firmou-se o Palmeiras na defesa, os atacantes prendiam a bola, tocavam, sem grande preocupação de entrar na área. A luta, renhida, era entre o ataque do Vasco e a defesa do Palmeiras, que se favorecia com o empate”.  E, para desespero dos vascaínos, o primeiro tempo tempo terminou sem alteração no marcador.

……….

Na segundo tempo, a coisa mudou de figura, o Palmeiras, que, inteligentemente, conseguira minar as pretensões do Vasco na primeira etapa –  isso certamente mexera com a confiança e nervos do time adversário -, foi para o ataque também… “Não obstante, e fosse a marcação a sua principal preocupação, a intermediária da equipe visitante achava tempo para lançar os avantes, os quais, em rápidos contra-ataques, ganhavam o campo adversário”.

“Aos 19 minutos, houve o lance mais discutido do prélio. Chico recebendo a bola em posição ilegal, venceu o arqueiro Fábio. Todavia, o impedimento foi acertadamente assinalado pelo juiz, que não validou o tento, a despeito das reclamações dos guanabarinos…”

Nos minutinhos finais, o Palmeiras se postaria na defesa para agarrar e carimbar a vaga na final do mundial

“Aos poucos, a produção do Vasco foi caindo. Não aguentaram aquele ritmo ligeiro que vinham imprimindo desde o início, o que proporcionou aos palmeirenses exigir empenho do arqueiro Ernani, em lances de perigo. Bem armada e decidida, a equipe palmeirense forçou a conquista do tento da vitória. Poucos minutos antes do término, o Palmeiras recuou visando garantir o resultado” – Jornal de Notícias, 17/07/51 – Empatando com o Vasco da Gama classificou-se o Palmeiras para as finais do Torneio Mundial.

E foi assim…  Jogando de maneira inteligente, sabendo quando segurar e quando atacar, esbanjando categoria na defesa, e tendo o maestro Jair lá na frente – seu futebol fazia a diferença e chamava a atenção na competição -, que o Palmeiras, para delírio inenarrável dos seus torcedores, deu o maior passo da sua história até então, classificando-se para a final do primeiro Mundial de Clubes Campeões.

VASCO 0 X 0 PALMEIRAS
Vasco
: Ernani; Augusto e Clarel; Eli, Danilo e Alfredo; Tesourinha, Friaça, Amorim, Maneca e Djair. Técnico: Oto Glória.
Palmeiras: Fabio; Salvador e Juvenal; Túlio, Luiz Villa e Dema; Liminha, Ponce de Leon, Richard, Jair e Rodrigues. Técnico: Ventura Cambon.
Estádio Municipal do Rio de Janeiro – Maracanã
Renda: Cr$ 1.914.325,00

Árbitro: Grill (Áustria)
Assistente 1: Popovic (Iugoslávia)
Assistente 2: Craig (Inglaterra)

Um resultado que muitos não esperavam, e que o coração palestrino já sabia, desde sempre, que aconteceria.

“O Palmeiras, após aqueles desastrosos 4 x 0 que sofreu na peleja contra o Juventus, da Itália, ferido em seu brio, reagiu de forma espetacular e conseguiu eliminar um dos mais sérios concorrentes à conquista da Copa Rio, o Vasco da Gama… Atuaria ele (o Vasco) em seus domínios e, incentivado pela sua enorme torcida, não lhe seria difícil impor-se ao Alviverde. Mas o campeão paulista tinha outros planos… venceu por 2 x 1 e sua vitória não deixou margem à dúvida. Foi líquida e serviu para mostrar que aquele revés contra o Juventus havia sido obra do excesso de confiança… o campeão paulista confirmou a sua exibição. Enfrentou um adversário que não escondia o desejo de ampla desforra. Estavam os cruzmaltinos, na verdade, dispostos a tudo para conseguir a vitória e, por conseguinte, o direito de disputar as finais. A fibra alviverde, porém, mais uma vez venceu. Bateram-se os companheiros de Jair com vontade e denodo, não permitindo a concretização das pretensões cariocas” – Jornal de Notícias, 17/07/51 – Madeira, Jaime – Ponto de Vista – A Quinta Coroa.

A torcida alviverde, que estava no Maracanã também, orgulhosa do feito do Palmeiras, enlouqueceu de alegria,  os paulistas não cabiam em si de felicidade, os jogadores vibravam no gramado, eram aplaudidos – pelos outros torcedores também… Sarno correu abraçar Liminha, que acenava para a torcida, comemorando a façanha de eliminar o forte concorrente e estar com o Palmeiras na final…

…………………………

O Palmeiras, que era o melhor “team” do Brasil naquele ano de 1951, que  conquistara quatro torneios na temporada, ia agora, merecidamente, em busca da sua quinta coroa… a mais brilhante delas… a mais desejada… Ia em busca do título de campeão do mundo. Quanta responsabilidade.

A sorte estava lançada… Os brasileiros tinham o seu representante na final. O Palmeiras agora era o Brasil.

………

Que viessem os italianos… com o Palmeiras, o Brasil estava pronto para enfrentá-los.

“A honestidade é elogiada por todos, mas morre de frio” – Juvenal

De nada adianta termos o VAR – PARA CORRIGIR OS ERROS MAIS GRAVES QUE, PORVENTURA, AS ARBITRAGENS TENHAM DEIXADO PASSAR – se as pessoas envolvidas nisso, as que são responsáveis pela utilização do recurso, não estiverem interessadas mesmo em corrigir os erros.

Oficialmente (e no Brasil adoram o não oficial), o VAR  é para ser utilizado em quatro situações:

……………

Mas não é o que temos visto acontecer… Tem toque de mão que o VAR vê, e avisa ao árbitro, tem toque de mão (claro) que o VAR não vê (por que será?)… Tem lance em que o comentarista da TV, que não pode comentar antes que o VAR veja as imagens, comenta antes e macula a decisão… Tem lance que é interpretativo, e o VAR não pode atuar, mas ele atua e até convence o árbitro a mudar de ideia, como aconteceu no pênalti, claro, sofrido por Dudu na semifinal do Paulistão, quando o VAR “pesou” a carga sofrida pelo jogador e fez o árbitro mudar de ideia…  Alguns gols legítimos, por exemplo, que o árbitro de campo invalida, não têm a interferência do VAR… Tipo o de Dudu, do Palmeiras, contra o Botafogo, quando foi marcado um impedimento, que não existiu, mas o VAR não foi usado…

No Brasil, tem sempre uma interpretação distorcida (conveniente para as mutretas de alguns), das regras da Fifa. Como se não tivéssemos assistido à Copa do Mundo e não tivéssemos visto as situações todas de uso do VAR, como se não acompanhássemos os jogos na Europa… É preciso ser muito tapado para aceitar/engolir as picaretagens que fazem por aqui.

No jogo do Palmeiras contra o Botafogo, pela 6ª rodada do Brasileirão – quando um gol legítimo do Palmeiras foi anulado -, num outro lance, de ataque do Palmeiras, Deyverson, tentando disputar uma bola com o goleiro, caiu na área, saiu reclamando de ter sido pisado no tornozelo, mas o árbitro, como não tinha visto a pisada, não assinalou a falta e ainda deu amarelo para o palmeirense. No entanto, Deyverson tinha tido o seu tornozelo deslealmente pisado por Gabriel sim. O VAR avisou o árbitro, ele consultou as imagens, retirou o cartão dado para o jogador palmeirense e marcou a penalidade máxima, corrigindo um grande erro que ia passar batido. O Palmeiras cobrou, guardou, e ganhou o jogo por 1 x 0.

O Botafogo, pequeno como ele só,  e sabe-se lá por quais outros interesses, entrou como uma ação no STJD para anular o jogo (mesmo correndo o risco de apanhar de mais se tiver que jogar de novo)… e o STJD, fazendo de conta que não sabe que partidas não são anuladas pelos motivos alegados pelo Botafogo (a quem que o clube carioca serve nesse caso, hein?), não só vai julgar, como ficou enrolando para fazê-lo, adiou e, agora, amanhã (18/06), assim, em meio à Copa América  e Copa do Mundo de Futebol Feminino, sem ser muito notado, sem que a imprensa dê grande relevo à coisa, julgará o caso… lá na Bahia. Um time de São Paulo, outro do Rio, e o julgamento foi levado para a Bahia. Parece que a intenção dessa presepada toda é só querer  tirar 3 pontos do líder Palmeiras, que está folgado na tabela.

O clube carioca argumenta que a regra 5 da Fifa não permite a alteração da decisão do árbitro após o reinício de jogo. Mas, se o árbitro não viu nada errado na hora, por qual motivo o jogo não continuaria? É pra isso que existe o VAR agora, para que ele veja o que o árbitro não viu, para que corrija os erros importantes cometidos pelas arbitragens, ainda que sem querer, na partida. E o juiz só vai saber disso depois que o VAR o avisar. Mesmo porque o usual na comunicação é que o VAR acione o árbitro, o contrário não é usual, e só acontece quando o árbitro tem uma dúvida.

Esse “não pode usar o VAR depois que o jogo continuou, que o goleiro cobrou tiro de meta… blá blá blá” é uma variação distorcida tupiniquim. Afinal, como é que vimos isso acontecer várias vezes sem que partidas fossem anuladas?

E, bem mais recentemente…

E nenhuma dessas partidas foram anuladas…

O objetivo do uso do VAR é corrigir os erros cometidos em lances importantes, e não há sentido em ficar caçando desculpas, querendo achar outros caminhos, para que os erros sejam mantidos. Se Deyverson foi pisado, sofreu pênalti, e o árbitro não viu, nada é maior e nem mais importante do que a correção (marcação do pênalti) feita pelo VAR. Querer anular essa correção, anulando uma partida… é trambique.

Vamos ver o que fará o STJD. Se for agir corretamente mesmo, não só vai manter o que foi estabelecido na partida, como também vai checar o outro gol palmeirense, cujo impedimento foi mandrake e ficou por isso mesmo.

Vai ser uma vergonha, uma grande picaretagem, se o tribunal se prestar à esse tipo de coisa. Vamos observar…

De qualquer maneira, com mutreta ou não do tribunal… #SegueMeuPAL

Sábado foi dia de Palmeiras x Inter, no Allianz, pela 3ª rodada do Brasileirão 2019. E jogos entre essas duas equipes nunca são muito fáceis. Na maioria das vezes, os placares são apertados, sem muita vantagem para um ou outro. Em Brasileirões, no confronto entre os dois, o time gaúcho tem maior número de vitórias. No entanto, de 2015 pra cá, foram 4 vitórias do Palmeiras, todas por 1 x 0, 2 empates (0 x 0 e 1 x 1) e uma vitória do Inter por 1 x 0, que aconteceu em 2015. 

Para o Palmeiras, além de seguir brigando nas duas primeiras posições na tabela, o jogo valia um algo mais… Sem perder no Brasileirão desde julho de 2018, há 25 jogos, o Palmeiras de Felipão, com mais uma vitória, igualaria um recorde do próprio Palmeiras na história do campeonato brasileiro: 26 jogos de invencibilidade. Marca conseguida pela Segunda Academia, entre as edições de 1972 e 1973, anos em que o timaço palmeirense, onde jogavam Ademir da Guia, Dudu e Leivinha, foi campeão.

E lá fui eu, lá fomos nós para o Allianz Parque (de coração e alma, todos os palestrinos vão ao Allianz, em todos os jogos)…

O jogo entre os dois é sempre pegado, cheio de faltas, tenso… e não foi diferente dessa vez. 

Felipão tinha armado o time com Zé Rafael na esquerda, Dudu na direita, Scarpa pelo meio e Deyverson como referência. E o Verdão foi pra cima desde o apito inicial. 

Scarpa cobrou falta, a bola bateu na barreira e saiu em escanteio… Dudu cobrou o escanteio, a zaga colocou pra fora. Outro escanteio… Dudu cobrou na primeira trave, de novo, Deyverson deu uma casquinha e o jogador do Inter tirou em cima da linha… Marcos Rocha cobrou lateral lá na área e quase Dudu marcou de cabeça. A bola foi pra fora… Blitz palmeirense pra cima do Inter.

Guerrero tava todo nervosinho… muito bem marcado pelo Pitbull, quis tirar satisfação com ele depois de uma disputa de bola pelo alto. Alta tensão em campo, desde o início…

Aos 13′, Dudu cobrou um escanteio no primeiro pau,  Deyverson subiu sozinho, deu uma casquinha e guardou no fundo da rede do Inter. Jogo tenso, difícil, que costuma ter placar apertado e o Palmeiras já saía na frente? M-A-R-A-V-I-L-H-A! O Allianz explodiu de alegria  no grito de quase 32 mil pessoas (cientes de que o time, desde a chegada de Felipão, ainda não tinha tomado nenhuma virada de placar)!

Depois disso, estava na cara, o Palmeiras, em vantagem, ia “deixar” o Inter jogar, ou melhor, ia deixar o Inter achar que estava jogando.

Guerrero, o nervosinho (não se sentia muito confortável no bolso do Pitbull), deu um safanão em Dudu, que o marcava, e partiu pra cima do Baixinho quando ele estava caído, o Pitbull foi lá, outros jogadores do Inter e do Palmeiras também foram, teve um princípio de confusão e sobrou amarelo para Guerrero (ficou barato pra ele) e Felipe Melo.

Resultado de imagem para Palmeiras 1 x 0 Internacional Brasileirão 2019

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O tempo estava quente no gramado… empurrões, discussões, entradas duras. O Inter ficava mais com a bola, mas não levava perigo algum, ao contrário do Palmeiras que era bem mais perigoso. Weverton estava tranquilo. As bolas aéreas do Inter eram todas interceptadas pelo Palmeiras. Felipe Melo jogava um bolão… sem deixar Guerrero sair do seu bolso. 

O Palmeiras já tinha tido mais três chances quando o Inter, (só) aos 30′, fez o Weverton trabalhar. Um chute forte de Nico López, que acabou desviando e obrigou nosso goleiro a fazer uma grande defesa. O primeiro sustinho do jogo para os palmeirenses. E só levaríamos mais um susto no primeiro tempo, aos 40′. Uma bola alçada na nossa área, Weverton não conseguiu dar um soco nela (achei que ele sofreu falta que o juiz não marcou) e Diogo Barbosa afastou.

O Inter não queria ir para  intervalo no prejuízo e tentava apertar o Palmeiras no final, mas os defensores palmeirenses estavam ligadíssimos e não passava nada ali. 

Veio a segunda etapa e a dinâmica de jogo era a mesma, o Inter, que tinha sacado Nico López e colocado Parede no jogo, tinha mais posse de bola, mas não levava perigo ao Palmeiras – porque o Palmeiras não deixava, claro -, já o fono da casa, jogando no contra-ataque era bem mais perigoso.

A cada vez que Guerrero, sumido no jogo, se aventurava a dar uma escapadinha do bolso do Pitbull, aparecia um Luan para estragar a festa dele… aparecia um Gustavo Gómez…  O Inter, que já tinha colocado D’Alessandro no lugar de Sarrafiore – e deu uma melhorada depois disso -, parecia empenhadíssimo em não deixar o Palmeiras trocar muitos passes e, mesmo assim, por pouco não tomou o segundo. Dudu  cruzou na medida, Bruno Henrique, vindo de trás, apareceu no meio da área e cabeceou forte pro gol, pra baixo… e o goleiro, maledeto, salvou no susto (eu quase gritei gol na hora). 

Hyoran veio para o lugar de Zé Rafael. O Inter fazia muitas faltas, tentava atacar, aproveitar a qualidade de D’Alessandro, mas a bola não passava. Felipão chamou Moisés  para o lugar de Scarpa… Dudu tocou para Bruno Henrique, ele encheu o pé, mas o goleiro ficou com ela… Moisés fez bela jogada, tocou para Dudu na direita, ele avançou, mas cruzou errado e o goleiro pegou… 

A torcida cantava forte, jogava com o time…

Ataque do Palmeiras, Deyverson chuta, fica com o rebote, toca para Hyoran e fica caído porque o jogador do Inter, levantou demais o pé e o acertou. O juiz nada marcou…

O Inter tirou um volante e colocou Sóbis, um atacante em campo,  Felipão sacou o atacante Dudu e chamou o meia Raphael Veiga… O Inter tentava colocar pressão, mas não levava perigo mesmo; o Palmeiras, forte, consciente, focado, se fechava na defesa e não deixava o Inter fazer nada…

Podíamos ter feito o segundo… Veiga recebeu uma bola linda de Hyoran, esperou os companheiros chegarem e cruzou… Hyoran chegou tentando finalizar, mas a bola escapou dele…. um minutinho depois, aos 42′, Deyverson roubou uma bola, ela sobrou livre para Hyoran, com gol sem goleiro e só dois zagueiros embaixo da trave, mas ele chutou pra fora…

Apesar da posse de bola maior do Inter, quem mais levou perigo ao adversário foi o Verdão. O Inter, de verdade, não conseguiu assustar o Palmeiras. Felipe Melo, aos 40 e tantos minutos do segundo tempo, desarmava loucamente (com o Guerrero no bolso), como se fosse na primeira etapa…

O jogo foi até os 49′,  e terminou 1 x 0 para o Verdão. Apesar da choradeira de Guerrero depois, reclamando de arbitragem, e do técnico ‘cholorado’ achando que ter mais posse de bola (e não levar perigo ao adversário)  vale três pontos… os números do jogo não mentem: Finalizações Palmeiras 13 x 8 Inter  /  Chances reais de gol: Palmeiras 7 x 1 Inter. Nem precisa falar mais nada… Imagina se o Palmeiras tivesse tido mais posse de bola?

Verdão segue bem no Brasileiro… e agora é Libertadores, Palmeiras x San Lorenzo brigando pela liderança do grupo.

Booooora pro Allianz, parmerada! Se o Palmeiras vai jogar, nós vamos!!