Falaram tanto da altitude. Avisaram tanto sobre os perigos de se jogar em Potosí, onde o ar é rarefeito, a respiração fica curta, o nariz sangra, o jogador tem náuseas, vômitos, dores de cabeça.. A imprensinha tanto alardeou, que o Real Potosí não perdia lá, que tinha goleado “fulano”, batido “sicrano” e, quem sentiu mesmo, foram os donos da casa. O Palmeiras se preparou para enfrentar a altitude, mas os bolivianos não se prepararam para enfrentar a ATITUDE. Essa sim, a grande responsável pela vitória palestrina na cidade mais alta do mundo.
A gente sabe que a 4000 mts é muito mais difícil; que fica por volta de 40% menor, a quantidade de oxigênio no ar e que até mesmo o trabalho dos goleiros é prejudicado. A pressão atmosférica é menor, a bola enfrenta menos resistência e preserva sua velocidade por mais tempo. Mas, existem formas de minorar esses efeitos e, além disso, existe algo chamado “superação”. O Palmeiras precavido, cuidou direitinho da preparação do elenco e o que vimos em campo foi um time tranquilo, focado, inteligente, que soube dosar as forças para administrar a partida, correr na hora certa, superar as dificuldades e buscar a classificação.
E, afinal, já entramos em campo vencendo por 5 x 1, não é mesmo? Não éramos nós quem tínhamos que correr. Isso era trabalho do Potosí, que até tentou, nos minutos iniciais. Mas, qual condor que sobrevoa as altas montanhas, à espreita de sua presa, o Palmeiras, focado na marcação, passeava pelo gramado à espera do momento oportuno. E ele veio, aos 29′, numa bola trabalhada por Armero, K9 e depois Xavi. O camisa 10 esmeraldino, só fuzilou pro gol. Knock Down! O Potosí, presa fácil, incapaz de reagir, ficou com medo de acabar levando uma goleada em seus tão decantados domínios. Preocupado em se defender, em evitar contra-ataques, ficou perdido em campo. Sorte nossa!! Não tinha bola aéra que nos preocupasse, afinal lá estava Edmilson, comandando a eficiente zaga palestrina. No meio tinha Pierre que, qual um cão-de-guarda, roubava todas as bolas que passavam por ele. O perigoso Armero pela lateral e, mais à frente o Quarteto Fantástico Versão 2009: Xavi, Willians, Diego e Keirrison. Qual é o time adversário que dá bobeira com esses quatro juntos? E, mesmo quando sai um e entra Lenny, por exemplo, nada muda. O ataque continua insinuante, perigoso… mortal.
E ontem não foi diferente,Lenny entrou e a movimentação ficou até melhor. Tocamos bem a bola até que, aos 29′ (de novo!) da etapa final, num vacilo da zaga atordoada com a eficiência do Verdão, K9 roubou a bola, driblou o goleiro e fechou a conta. O pobre comentarista do Sportv, que já tinha chamado a nossa zaga de frouxa, que criticara Armero; agora voltava a sua bateria contra o time do Potosí que, segundo ele, é amador, o pior da competição… uhauhauhuahuah Mas, no começo da transmissão, eles não eram perigosos??
Esse é o Palmeiras! Que coloca adversários e comentaristas tendenciosos em seus devidos lugares. Que joga nos Andes, sem doses extras de oxigênio e como se fosse em casa! Que me fez sentir um orgulho desgraçado de ver com que competência foram buscar essa vaga. E que saiu inteiro,mostrando que tem muito mais coisas nesse time, além do talento. Agora é o Santos quem sobe a serra prá bater de frente com o Expresso das Perdizes. O Palestra vai ferver!
OLÊ LÊ, OLÁ LÁ, KEIRRISON VEM AÍ E O BICHO VAI PEGAR!!!
Tânia
Você publicou a fotografia escrita do jogo. Parabéns.
Agora é esperar pela Libertadores, cientes e conscientes de que temos o melhor grupo, o melhor time mas que não teremos vida fácil contra os próximos tres adversários.
Domingo teremos um teste importante contra o Santos, time contra o qual sempre temos dificuldades, mas, via de regra, sempre conseguimos levar vantagem.
Saudações clorofiláticas!