‘…Tão faminta da alegria
Hoje é porto de partida.
Ah, vira, virou, meu coração navegador…”
O pesadelo está chegando ao fim…
Eu tinha tido um aborrecimento, daqueles bem aborrecidos, quando me preparava para assistir à partida do Palmeiras diante do Avaí. Pra piorar, meu PC tinha dado os seus últimos suspiros. De tão contrariada e fora do ar minutos antes, eu agora parecia estar anestesiada, petrificada, e achei que não iria conseguir prestar atenção em nada, mas, mesmo assim, fui assistir ao jogo. E como não ir?
Com todas as emoções em stand by me sentei diante da TV quase sem enxergá-la, enquanto conversava com um amigo, via Whatsapp. Aos poucos, fui percebendo que não havia como ficar blindada do que acontecia na TV… não havia como ficar imune aos sons do jogo.
O Avaí, por estar em casa, começou a partida indo pra cima do Palmeiras; eu vi os seus jogadores levar algum perigo ao nosso gol, algumas vezes, e vi depois o gol do Avaí… Ainda em estado “pétreo” eu só consegui pensar: Que saco!
Mas aquele “bichinho” que mora no nosso sangue, e que basta o Palmeiras estar em desvantagem, ou sendo prejudicado, já se manifesta, acordando todos os nossos sentidos, começou a me trazer de volta. Lentamente…
Vinícius chutou no canto do goleiro e, mesmo com dificuldades ele pegou. Filho-da-mãe! Meu botão torcedora começava a ser acionado… Minutos depois, Valdivia fez fila na entrada da área, tabelou com Mendieta e recebeu a bola na cara do gol. Livrinho! A bandeirinha, Edina Alves Batista, que já tinha deixado de marcar um escanteio inquestionável pro Palmeiras (eu só vi quando assisti o replay do jogo), levantou o garfo e garfou o nosso empate, apontando impedimento, inexistente, de Valdivia. V$%@ca!! As emoções pareciam continuar em stand by, engavetadas. Mas as gavetas começavam a se abrir…
Mendieta cobrou falta, e eu nem vi que Vilson quase conseguiu desviar; só quando passaram o replay é que percebi. O ‘bichinho’ no sangue dava sinais de vida, revoltado com aquele impedimento mandrake, inventado, querendo um gol do Palmeiras. E então, Leandro foi derrubado na área, e o juiz, Felipe Gomes da Silva (a arbitragem era toda do PR) não marcou o pênalti – e já são inúmeros sem marcar nesse campeonato, no campeonato passado também. Leandro e o zagueiro se desentenderam, e o Eduardo Costa, do Avaí, agrediu o Leandro pelas costas (cadê o Gambazek pra ligar pro tribunal?). O juiz viu e deu… AMARELO!!! (E aí, “seo Ximit”? Vai pegar a imagem da agressão e punir o jogador? D-U-V-I-D-O). A sacanagem habitual, que já tinha sido absurda diante do América-MG, e nesse jogo tomara corpo na marcação do impedimento mandrake do Mago, crescia descaradamente… um pênalti a favor do Palmeiras e uma agressão sofrida por um palmeirense passavam batido…
Não é interessante que só as agressões que os jogadores do Palmeiras sofrem não têm suas imagens caçadas, nem jogadores denunciados e punidos, não têm torcedor profissional de imprensa telefonando pro STJD. O sangue começava a esquentar nas veias da “pedra”…
O primeiro tempo se encaminhava para o final quando Juninho recebeu pela esquerda e cruzou para Valdivia. O Mago, com uma categoria enorme, mesmo tendo um zagueiro colado à ele, e também por isso, só deu um toquinho, meio em diagonal, e ela foi morrer no cantinho do goleiro. Que gol lindo!!! O gol e a comemoração do Mago romperam a blindagem das minhas emoções e as lágrimas escorreram pelo meu rosto. O Palmeiras tinha empatado. Não tem como ficar em estado letárgico diante da grandeza de um gol do Palmeiras, diante de um gol do meu ídolo. Não há pedra alguma que resista à essa alegria. Eu sabia que o Verdão iria buscar a vitória.
Estava acabando o primeiro tempo, Leandro tabelou com Mendieta e chutou forte. O goleiro defendeu, à queima roupa, e o rebote foi para Wesley dentro da área. Ele finalizou e eu pensei que seria o segundo, a virada, mas o maledeto do goleiro, sei lá como, defendeu. Antes do apito final, Prass fez uma bela defesa, de carrinho.
No segundo tempo, Kleina deve ter acertado algumas coisas, orientado os jogadores, porque o Palmeiras voltou mais acertadinho, com fome de gol. E quase fez, logo de cara. Wesley enfiou uma bola linda pro Wendel, que cruzou lá na cabeça do Leandro, e ele cabeceou por cima da trave. Quase!
Em seguida, duas jogadas de perigo com Valdivia e Mendieta. Na primeira, o Mago, de olho roxo pela violência, IMPUNE, do jogo anterior, e apanhando um bocado nesse também, achou o Mendieta lá na área – com que facilidade ele faz isso -, mas Mendieta demorou pra chutar e deu tempo do adversário desarmá-lo; na segunda, Valdivia tocou pelo meio, para Mendieta chutar e ela passar pertinho do gol. A bola e o Mago estavam querendo um gol paraguaio… A “pedra” também…
Uns dez minutos depois, foi a vez de Prass fazer uma defesa no canto; nem demorou muito, nossa zaga vacilou e o Avaí conseguiu fazer o segundo. Por essa a gente não esperava. As últimas camadas da minha blindagem se dissolviam de vez… O Palmeiras perdendo, arbitragem roubando… A pedra ia ganhando calor, voltava a ser de carne… Vamos ganhar dos adversários de “preto” também, Verdão!
Graças a Deus, não levou muito tempo. Valdivia arrancou pela direita, viu Mendieta na área e rolou pra ele, que só teve o trabalho e a competência de guardar. O gol paraguaio tava na rede!! E a parmerada em festa! Emoção em stand by o escambau! O coração da “pedra”, batendo mais forte, quase morria de alegria pelo empate. Vamos virar! Força, Palmeiras!
O Palmeiras queria vencer! Vinícius chutou, mas o goleiro desviou… Valdivia deu um passe lindo pro Juninho (esse Mago joga muito) e ele foi derrubado dentro da área. Mais um pênalti que a arbitragem “não viu”. Malditos árbitros, que nos roubam desde 1914!
Deve ter alguma ordem superior para que pênaltis a favor do Palmeiras não sejam marcados, porque não dá para acreditar que vários árbitros, habilitados a apitar partidas de futebol, achem normais as faltas escabrosas que nossos jogadores têm sofrido dentro da área, em quase todos os jogos, e as deixem sem marcação, ou que sejam tão incompetentes. E que as achem infrações quando elas são a favor de outros times… Depois, as imagens somem e fica tudo “certo”. Tá bem estranho isso aí, viu Dona CBF e Dona Comissão de Arbitragem? Será que aqueles telefonemas, denunciados pelo Gutemberg, que pressionam árbitros a favorecerem o time do governo, têm a sua versão Apito Inimigo, pressionando árbitros a desfavorecerem o Palmeiras? Hummmm…
Mas o Vinícius, que, assim como seus companheiros, devia estar de saco cheio com a roubalheira da arbitragem, com pênaltis não marcados, agressões impunes, faltas invertidas, outras não assinaladas, resolveu que o Palmeiras tinha que ganhar dos 14 adversários que estavam em campo. Perto dos 40′, ele carregou a bola pelo meio, se livrou dos marcadores e meteu a bomba lá da intermediária. A bola até tentou nos enganar, batendo na trave, mas, seduzida pelo belo chute de Vinícius, pela vontade de vencer do time do Verdão, ela se entregou e foi morrer no fundo da rede. Coisa linda! Era a virada do Palmeiras. Tchuuupa, juiz! A “pedra” não conseguia parar de sorrir…
E para completar a deliciosa virada pra cima da arbitragem e do Avaí, aos 43′, Wesley cobrou falta na trave e, no rebote, Eguren, que havia entrado três minutinhos antes, no lugar do aplaudido Valdivia, (que coisa, viu Kleina? Eguren tem que jogar mais tempo), guardou o quarto gol do time que a arbitragem prejudicara a partida inteira.
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Virada espetacular do Verdão, com goleada gringa. Pela primeira vez, o Palmeiras tinha 4 gols de atletas de nacionalidades diferentes; pela primeira vez, três estrangeiros, de nacionalidades diferentes, marcavam gols numa partida (pela primeira vez, uma “pedra” pulava de alegria e chorava de emoção).
Os gols de Valdivia (Chile), Mendieta (Paraguai), Vinícius (Brasil) e Eguren (Uruguai) guardados como fato inédito na nossa história. Tchuuupa, Tamoxunto!
O Palmeiras, decidido, caminha a passos largos pela estrada de retorno à Série A. E a torcida, feliz, caminha com ele.
A arbitragem é que deve ter ficado “xatiada”…
Essa publicação precisou ser editada, para que pudesse ficar registrado aqui, que o juiz de Avaí x Palmeiras, Felipe Gomes da Silva, que foi um desastre na partida, na rodada seguinte, foi ‘premiado’ e ‘promovido’ (passou no teste?) para apitar um clássico da série A entre Cruzeiro e Corinthians. E deixou de dar um pênalti escandaloso a favor do Cruzeiro, que briga pelo título, beneficiando o time do governo, que está em crise, que não briga por coisa alguma, a não ser pelo dinheiro dos cofres públicos.
Parece que o Gutemberg tinha mesmo razão…