O Brasil, guiado pela impunidade, por um senso de moral seletivo, caminha para o desgoverno total, caminha para o favorecimento de alguns grupos em detrimento de outros. Nos dias de hoje, é mais fácil você surrar uma mulher e ser punido apenas com o pagamento de cestas básicas, do que surrar um homossexual e ir parar atrás das grades. Se você fizer uma manifestação na rua contra o governo, você vai parar na cadeia, mas se você for um político condenado por corrupção (há muitos corruptos e poucos condenados), aparece um monte de juízes (!?!?) “amiguinhos”, que dão um jeitinho para você ficar em regime semi-aberto, recebendo um considerável número de regalias (devolver o dinheiro adquirido com a corrupção, nem pensar)… Como se cidadãos pudessem ser diferenciados, em seus direitos de cidadãos, pelo sexo, cor, preferências sexuais, classe social…
No futebol é a mesma coisa. Cansei de ouvir no estádio, as coisas mais absurdas e horrorosas, proferidas por torcidas inteiras, para mulheres que atuavam como bandeirinhas, repórteres de campo, sem que jamais a imprensa dedicasse uma linha a isso, sem que alguém se revoltasse com isso, sem que direito humano algum quisesse enquadrar os agressores (xingamentos são agressões também), sem que alguém saísse em defesa do direito dessas mulheres serem mulheres, mas se você xingar um adversário de “bicha”, que escarcéu isso dá… é pejorativo. Chamar mulher de biscate, de cachorra, de gostosa, entre outras coisas bem mais ‘cabeludas’, é ‘bacaninha’, e não dá nada.
A sociedade vai se separando em grupos, e quando alguns desses grupos passam a ter mais direitos do que outros, nasce a hostilidade entre eles e eles começam a trilhar o caminho do ódio; sem contar o dano que a impunidade, concedida apenas para alguns, causa no âmago dessa sociedade, que, estimulada pelo que vê acontecer, passa a assimilar e repetir os comportamentos que deveriam ser punidos e nunca são.
A impunidade é uma doença em nosso país… E os interesses que estão por trás da impunidade são ainda piores.
No universo do futebol, estamos cansados de acompanhar o ‘dois-pesos-e-duas-medidas’ da Justiça Desportiva para punir clubes e atletas de clubes. O Palmeiras teve que jogar no interior porque a sua torcida brigou, enquanto que uma briga no Pacaembu, não deu em nada para o time de outros torcedores brigões. Punição para uns, impunidade para outros… clubes que caem e não vão para a série B, e clubes que não caem e têm a sua vaga tomada pelo que caiu… uma Justiça “prostituta” com dois tipos de moral.
Temos acompanhado os abusos de alguns integrantes de torcidas organizadas , de todos os times, e o dois-pesos-e-duas-medidas para se punir esses abusos e para punir os clubes aos quais elas pertencem. Já vimos recompensa em dinheiro(!!!), para um “di menor”, suposto assassino de um torcedor na Bolívia (eu nunca acreditei que ele fosse o responsável), já tivemos notícias de tantas brigas entre torcidas rivais, tantas mortes de torcedores; já acompanhamos as notícias de atletas que foram agredidos por torcedores, de outros que quase foram; de paredes pixadas, sala de troféus destruída, de apreensão de armas, de drogas, nas quadras de algumas torcidas… Violência que cresce a cada dia… e algumas torcidas são punidas – sem o rigor necessário, é verdade, mas são punidas -; outras, ficam totalmente impunes… Alguns clubes, são punidos por atos de suas torcidas; outros, nem são lembrados e relacionados aos atos de seus torcedores…
O caso mais recente:
As notícias são claras: Invasão, depredação das telas de proteção, perseguição aos jogadores – que precisaram ficar escondidos por horas -, furto de coletes e equipamentos de treino, furtos de celulares, agressões, veículos dos jogadores danificados, danos ao patrimônio do clube, terror (o médico do clube, de tão assustado, teve uma alteração arterial, caiu e se feriu), uma funcionária pega pelo pescoço, um jogador também (mas, depois, ele desmentiu a agressão)… e, na ocasião, mesmo a PM estando no local ninguém foi preso, nem mesmo “convidado” a se retirar. Só depois de alguns dias, e muita coisa que ficou mal explicada (várias câmeras de segurança do CT, por exemplo, que ‘estavam com defeito’ e não filmaram os invasores), é que algumas prisões foram feitas.
Dos cem invasores, três foram presos no Centro de Detenção Provisória (um deles, era um dos que haviam sido presos em Oruro, pelo envolvimento na morte de Kevin Espada), e um quarto torcedor, também denunciado, estava foragido.
E não é que a Justiça concedeu alvarás de soltura pra eles, nessa segunda-feira? O torcedor que estava foragido, teve o pedido de prisão revogado pelo juiz. Isso até poderia ter acontecido, caso tivesse ficado comprovado que eles não estavam envolvidos naquele episódio. Mas nunca poderia ter acontecido porque o juiz resolveu dar uma “canetada”.
Sabe por quê eles foram soltos? Porque o juiz, Gilberto Azevedo de Moraes Costa, pasme, proferiu a seguinte sentença:
“… queriam apenas chamar a atenção: fazer com que os jogadores honrassem os salários que ganham”.
A denúncia oferecida pela Promotoria, que vai recorrer da sentença, foi rejeitada pelo juiz, que considerou que não houve formação de quadrilha. “tudo não passou de um ato (nada abonador) de revolta dos torcedores”.
“Fiéis que são e disso a própria equipe se vangloria -, queriam apenas chamar a atenção: fazer com que os jogadores honrassem os salários que ganham; mostrando um futebol verdadeiramente brasileiro.”
Para o magistrado, a denúncia não individualizou a conduta do trio. “Na espécie, a inicial também não descreve no que consistiu a participação dos réus. Lá se vê que eles teriam comandado, mas não se especificou no que consistiu esse comando. Aliás, não ficou claro se se tratava de instigação ou induzimento.”
Seja com torcedor do time que for, tem cabimento uma sentença como essa? Conheço torcedores corintianos que disseram se sentir envergonhados com isso.
Uma sentença como essa é mais do que um alvará de soltura, é um deboche, é um passaporte para a impunidade, um alvará de permissão para o uso da violência; violência que a Justiça tem a obrigação de punir; um incentivo para torcedores de todos os clubes, organizados ou não (ou será que o raciocínio do juiz vale só para essa torcida?), invadirem CTs, agredirem pessoas, fazerem jogadores reféns, danificarem carros, furtarem equipamentos e celulares, a cada vez que eles se sentirem “revoltados”, ou cismarem que o time tem que mostrar um “futebol bem brasileiro”.
Que vergonha!! Como pode um representante da Justiça ter coragem de proferir uma sentença como essa? Como pode alguém se aproveitar do posto ocupado para fazer uma Justiça particular e proferir uma sentença tão subjetiva assim?
Seguindo a linha de raciocínio do juiz, podemos então, invadir o Planalto para chamarmos atenção, para exigirmos que eles honrem os polpudos salários que recebem por lá? É isso? Podemos fazê-lo por que estamos revoltados com o que está acontecendo no país? Porque o povo está abandonado, sem Educação e Saúde decentes? É o que tal sentença nos faz entender, não é mesmo?
Não sei o que você pensa, meu amigo, mas eu me reservo o direito de imaginar (pensar eu posso) que esse juiz ou não está em condições de fazer pleno uso de suas faculdades mentais, ou então, que ele é torcedor do time em questão e agiu apenas como tal. Se não for nenhuma dessas possibilidades, vou imaginar que ele não pode fazer com que a Justiça seja cumprida… e vou ficar aqui tentando imaginar por qual, ou quais, motivos ele não poderia fazê-lo…
O último que sair, por favor, apague a luz. Mas só isso, pois já não há mais portas para serem fechadas…
Taninha eu li isso ontem e nao me conformei, eles soh registraram queixa por causa da pressao, mas jah sabiam qual seria o resultado. Nem quando matam sao punidos, os rabos estao muitos presos com essa organizada.
Isso é apenas o começo!!! Andrés Sanches era o candidato para o cargo da CBF, e iria ganhar, mas foi convencido por Lula a se candidatar para o cargo de deputado federal pelo PT, onde ele sera mais útil, já que ele é como um pastor para a grande e manipulada torcida do Corinthians…. Com certeza sera eleito!!!
É obvio que o sentimento que existe em todos nós que clamamos por justiça é de revolta. O problema é que a reação a tudo isso é diferente em cada cidadão, segundo o seu caráter. No pior caso, alguns usam esses fatos como justificativa para cometer outros crimes, alegando que, uma vez que a justiça é inexistente, se julgam livres para cometerem todo o tipo de barbaridade.
O exemplo de nossa Justiça é que faz com que cresça, cada vez mais, essa onda de impunidade. Quando o que deveria ser o exemplo de Moral é imoral, o que devemos mais esperar? Que o árbitro não marque penalty escandaloso contra o seu time?
Tá na cara que o “juiz” em questão é torcedor. Ele mais elogia a torcida do que critica. Faz uma menção do nome da torcida/quadrilha justificando o porquê de tal comportamento, como se só eles fossem torcedores fiéis. Isto é um tapa na cara dos brasileiros mesmo, é uma piada. O cara dizer que, fiéis que são, só queriam chamar a atenção. Isto não é nada profissional.
Mas é assim que a banda toca, infelizmente. É muito parecido com a punição do Valdívia por ter forçado o cartão amarelo, e depois, quando o Elias fez a mesma coisa, sendo réu confesso, tivemos que ouvir do Schimtd que primeiro era preciso ver qual a intenção do Elias ao dizer aquilo, ou ver se ele estava rindo, porque o Valdívia estava rindo e isto é fim do mundo.
Ou ainda fazer valer a ética e bom senso para o STJDminense ser campeão e, 2 anos depois, esquecer estes princípios e fazer valer o regulamento para o mesmo timeco não ser rebaixado.
É de revoltar mesmo, sua analogia com a invasão ao Planalto foi perfeita. Parabéns, Tania!
O Estádio ganho com os benefícios públicos, por atender ao Padrão FIFA não terá alambrados. Neste caso coloco a seguinte questão: Como será a segurança para as equipes adversárias, para as torcidas adversárias e, principalmente, para os profissionais de arbitragem que tiverem que trabalhar lá?
Qual a condição emocional de um apitador ou de um auxiliar para aplicar corretamente as regras do futebol naquele estádio, se nessa condição a decisão tiver que ser contrária ao time da casa?
Qual a garantia de segurança pessoal terão os profissionais que trabalharem por lá e forem obrigados, por exemplo, pelas regras do futebol a marcar uma penalidade contrária a eles ou marcar um impedimento em lance de gol contra o time da casa?