O time do Vaixco e do Eurico não deu nem pro gasto. O Palmeiras, eficiente, saiu do Rio de Janeiro com os três pontinhos “no bolso”. Sorte nossa, porque a cada partida o Verdão vai se encontrando e, o tão sonhado Penta, parece que é só uma questão de tempo. Afinal, quem  vai nos tirar esse caneco? Cruzeiro, Bambis, o time do Caio…? Nenhum dos times candidatos ao título, está lá essas coisas. O Cruzeiro, me parecia o mais forte e todo mundo viu o que aconteceu lá no Palestra, né? Créu na velocidade 5……hahahahah!!! Os Smurfs perderam o jogo, o rumo e estão até agora procurando a Máquina verde que os atropelou.

Creio que nada temos a temer em relação aos outros times, porque temos a esquadra do Santo, do Mago, Pierre, Henrique, Gustavo, Granja, Diego, Leandro,  Alex “Killer” Mineiro, Kleber (que golaço!!) e, agora em exibições prá lá de especiais…Martinez!! Aquele mesmo, que alguns cornetas pegaram prá “Cristo”, no ano passado, lembram? Ele está jogando o fino da bola! Inteligente, lúcido, marcador, bom de bola…fez até o Luxa se render ao seu talento e sentar o também talentoso Léo Lima.

Era por esse exato motivo, que nós tanto reclamávamos um time e um banco de qualidade. Jogador de time nenhum se apresenta bem em todas as partidas. Nem mesmo Cristiano Ronaldo….. Então, no dia em que o Mago não estiver lá muito inspirado, Diego Souza também não estiver; Alex é quem resolve, Kleber resolve, Granja (que passe pro Alex!), Martinez…..Se não é um é outro. Não precisamos nos preocupar e, sabemos que não dependemos de um único jogador ou de uma única jogada. Qual é o time que pode se dar ao luxo de ter craques na reserva? Ter no banco um Denilson,  Cavalieri, Léo Lima, Lenny, David, Wendell (por que ele não está sendo escalado???), Maurício…não é para qualquer um, não! E o que falar do comandante? Luxa sabe tudo de futebol; da parte técnica e tática de uma equipe. Mas o forte do Luxa é saber lidar com a parte “humana” da coisa. Ele sabe motivar os jogadores; sabe fazê-los entender a importância de vestir a camisa de um grande time; incute no jogador a idéia de que fazer da melhor maneira o que sabem, é o que abre  as portas na profissão. Não tem como não ser profissional, trabalhando com o Luxa. Por isso ele é tão  bom e vencedor e suas equipes também.

A impren$inha falou, publicou, alardeou o atraso dos salários de nossos craques, “vendendo” a idéia que eles não teriam motivação para buscar a vitória. Palhaços! AQUI É PALMEIRAS, PORRA! Nosso time é feito de homens, a diretoria é transparente, honesta. Nossos jogadores sabem que podem confiar nos homens que comandam o Verdão. Se hoje ainda temos problemas financeiros,sabemos bem a quem devemos tudo isso: à antiga, omissa, incompetente e decrépita diretoria. Aquela que nunca esteve “nem aí” para o futebol e que pensava  apenas em piscinas. E pensando só em  piscinas, nos afogou em  problemas e nos afundou nas     profundezas da Segunda Divisão. Os tempos agora são outros, goste a impren$inha, ou não. Gostem os aliados do Sapo, ou não.

O Palmeirense é um torcedor inteligente, diferenciado e há muito tempo não cai mais nessas “historinhas”. A mais nova, inventada pelas “focas amestradas” é a de que Valdívia, após cortar os cabelos, não consegue apresentar mais um bom futebol. E o torcedor não engole essas baboseiras. Então aquele cara que deitou e rolou contra o Cruzeiro, que fez um golaço, não era o Mago? Ou será que ele estava de peruca? Não adianta procurarem defeitos no Mago; não adianta querer arrumar motivos para nos colocar contra ele… ELE É O NOSSO ÍDOLO,  E PONTO FINAL!! Sabemos do valor que o Valdívia tem para o Palmeiras e para cada um de nós. E É COM ELE, COM SEU  JEITO MOLEQUE, SEU FUTEBOL MÁGICO, COM SEUS DRIBLES E GOLS QUE VAMOS GANHAR O CAMPEONATO BRASILEIRO DE 2008!!!  É apenas uma questão de tempo….Eu sei…..o vento já me disse…..já posso ler nas estrelas… O Penta vem aí…..

QUEM VIVER, VERÁ…

Hoje, 16 de Junho de 2008, está fazendo nove anos que o Palmeiras conquistou a América e a Libertadores. O texto que segue, foi escrito por mim (quando eu ainda não era a Clorofila), exatamente na tarde daquele dia, e é a maneira que eu agora encontro de comemorar e relembrar…

Acordei sem vontade de sair de dentro de mim mesma. Mas a vida me chamava para o lado de fora. Tomei café, fucei um pouco no computador e fui cuidar da vida…

Dar leite à filha, arrumar a desordem da sala. Uns poucos minutos e eu já me adequara à vida do dia 16 de Junho de 1999.

Um aperto insistente no coração me fazia lembrar a todo momento que, finalmente o dia da Decisão da Libertadores havia chegado. O Palmeiras precisava vencer.

Rezei, pedi a Deus que me abençoasse com essa imensa alegria.

Infelizmente não vou poder estar lá à noite. Não consegui ingressos e na porta do Palestra Itália, ontem à noite, um cambista me pediu 80 reais por um ingresso que custa 15, pode? Sem falar na grande quantidade  de ingressos falsos –  esse é o problema – que aparecem em grandes jogos.

Eu não vou estar lá…mas o meu coração, a minha alma, minha energia vital, com certeza lá estarão.

Fecho os olhos e, de repente, estou chegando ao estádio…

A multidão de pessoas nas ruas, a dificuldade de estacionar os carros. O trajeto até o portão, as conversas paralelas, a esperança, forte, densa, impregnando o ar. As ruas em verde-e-branco, rostos pintados de verde-e-branco, bandeiras, camisas, crianças, chapéus… Tudo é verde-e-branco, com um grande “P” junto ao coração!!

Sinto o cheiro das barracas de comida, da cerveja vendida nas ruas. Nos portões, os costumeiros empurra-empurra. Revista das bolsas, dos corpos dos homens. Algumas pessoas costumam levar armas para os jogos, onde a única atividade é a diversão. Passo pelas catracas eletrônicas, dou a bolsa para a policial revistar e…..pronto!! Agora é só me apressar para conseguir sentar no lugar de sempre: arquibancada lateral, quase no meio do campo, um pouco mais próximo das piscinas. Caminho apressada, segurando as mãos do meu companheiro de jogos e de vida.As pernas querem correr e vou puxando o meu companheiro.

Os torcedores gritam nas janelas dos vestiários do Palmeiras: É CAMPEÃO!!!

As pessoas não podem ver os jogadores, mas, como é de praxe, gritam mesmo assim, pois sabem que eles estão ali:

– PEGA TUDO, MARCÃO!!
– SEGURA ELES, CLÉBER!!
– EÔ, EÔ… EVAIR É UM TERROR!!
– ARREBENTA, PAULO NUNES!!
– VAI PRO GOL, OSÉAS!!

Eu também grito: “Força, gente! No peito e na raça! Vamos lá, Zinho!”.

Com um nó na garganta e olhos úmidos corremos para a arquibancada. Sentamos, ufa! Agora é só esperar. Faltam duas horas e meia para o início da partida. Os refletores estão acesos. O Palestra Itália brilha em verde-e-branco, com o Palmeiras no coração.

Que coisa linda! Os torcedores fazem a “ola”, se dão as mãos, se abraçam, se beijam e dançam cantando o hino do clube. É de arrepiar!! A emoção sai pelos poros. O coração bate diferente, no ritmo das arquibancadas. Meus olhos marejam e minhas mãos tremem…

O jogo vai começar… Todos os olhos se voltam para a boca do túnel… De repente, uma pequena criança com o uniforme do Palmeiras aparece seguida por outras, e logo depois todo o time chega.

O Palestra explode, estremece! Fogos, gritos, palmas, assobios, fumaça, lágrimas de emoção… São tantos os fogos que as pessoas quase ensurdecem. A fumaça verde cobre o gramado e os torcedores.

Os jogadores se dão as mãos e se apresentam à torcida. Ela os saúda com um grito que ecoa pelos ares: É CAMPEÃO!! Os nomes de todos os jogadores são gritados um a um, à exaustão. Estes, respondem aos torcedores com acenos, gestos de garra, de confiança, batem no peito… a  mágica conexão time e torcida é estabelecida…

A partida tem seu início e todos se calam, aguardando… Todas as pessoas nervosas, respiração pesada, coração aos saltos, olhos quase pulando pra dentro do campo. O Palmeiras joga fácil, mas os jogadores estão nervosos, também. Querem decidir de qualquer maneira e se atrapalham um pouco. Mas eis que numa jogada pela ponta, a bola é cruzada na área e quem aparece? Oséas, claro!  Tinha que ser! E ele manda pro fundo do gol.

GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL!!!!!

O Palestra Itália explode em verde-e-branco!! O mundo é verde-e-branco!! O maior amor do mundo é verde-e-branco!!

De repente, alguém me pergunta:
– Já chegou “O resgate do soldado Ryan”?

Só então me dou conta que estou na minha loja de locação de filmes e não num estádio de futebol. Não estou no Palestra…

Estava sonhando acordada e, como em todo sonho, acordei na melhor parte. Não! Peraí! A melhor parte será com certeza à noite, quando Oséas fizer o seu gol, de verdade, real. Quando os anjos do céu, reunidos,(tomando o seu leitinho Parmalat), fizerem coro com a torcida, pedindo:

– FICA, FELIPÃO!! E VAMOS JUNTOS GANHAR TAÇA NO JAPÃO!!!”

Parabéns, Palmeiras! Que muitas outras Taças, importantes, legítimas, venham fazer parte de sua maravilhosa Sala de Troféus.

A Nação Palestrina agradece, mais uma vez.

12 de Junho de 2008…

Verdão vai jogar no Palestra. Eu não vou poder ir, nem ouvir no rádio. Vou comemorar os 89 anos de vida de Oberdan Cattani, uma lenda viva da Sociedade Esportiva Palmeiras. Uma honra estar lá, envolvida  pela aura mágica de  Palmeiras, de sua  história e suas glórias. Saio de casa e vou ouvindo o jogo no rádio do carro. Os Smurfs marcam primeiro, com gol de pênalti, mal marcado, pra variar. O Palmeiras logo empata, também de pênalti, convertido por  Alex “Killer” Mineiro. Já  posso ver as luzes do Palestra (a festa é bem pertinho) e claro, meu coração está lá, com Valdívia e Cia. Sei que o Palmeiras vai ganhar esse jogo. Uma sensação feliz me acompanha…

12 de Junho de 1993…

O Morumbi está lotado. A massa verde canta a plenos pulmões. A ansiedade é tanta que o peito chega a doer. Parei de fumar, mas hoje é o teste final. Se aguentar hoje, posso aguentar pelo resto da vida. Em campo o Palmeiras sobra… na arquibancada também. A nossa torcida é a que mais canta, a que tem mais certeza… Uma imagem me acompanha há duas semanas. Evair correndo pra galera e comemorando diante de onde estou. Devo estar ficando maluca de tanta paixão pelo Palmeiras. Tenho tanta certeza de que vamos ganhar, mas não  aguento esperar pelo  primeiro gol. E ele vem nos pés de Zinho!!! Obrigada, meu Deus!!! Grito tanto que perco completamente a voz. Esse gol era o “sinal” que faltava para  Evair, Edmundo e Cia, começarem a triturar o adversário.

12 de Junho de 2008…

Chego na festa e nada sei do andamento do jogo. Encontro o aniversariante bem disposto, rodeado de amigos (o Sapo estava lá, também…Aff!). O clima é maravilhoso! Se respira Palmeiras por todos os cantos, afinal, Oberdan Cattani e Palmeiras se misturam e não dá para contar a história de um sem falar do outro. Encontro Dudu, o Grande Dudu! Simpático, gentil, que ainda nos agradece pelas demonstrações de carinho que recebe. Mas somos nós quem temos que te agradecer, Dudu! Turcão também está lá e é inevitável que nos lembremos, rindo, da história do gol marcado em Oberdan, que valia uma geladeira. Turcão marcou contra e ganhou a geladeira… hahahahaha! Oberdan garante que Turcão a vendeu no dia seguinte e a brincadeira continua…  desde aquele tempo, até hoje. Mas como será que estão as coisas lá no Palestra? Não consigo deixar de pensar. Meu coração parece que bate no ritmo da torcida que não consigo ver, nem ouvir…

12 de Junho de 1993…

O volume de jogo do Palmeiras é tanto que os gambás já estão perdidinhos em campo. Também, quem é que segura o Animal? Edmundo faz o que quer em campo e nos enlouquece nas arquibancadas. Antonio Carlos e Tonhão estão impecáveis, nada passa ali. E ainda temos Sérgio, Mazinho, Cleber, César Sampaio, Zinho… só craques! A raça do time é espantosa. Os adversários abusam das faltas. Mas, eis que “ele”, Evair o “Matador”, que povoa os nossos sonhos (e o pesadelo dos adversários) até hoje, manda pras redes e faz o segundo gol do Palmeiras. Não consigo parar de chorar ao ver se materializar diante de mim a imagem que me acompanhava por dias e dias. Ele corre pra galera, exatamente onde estou. As lágrimas correm pelo meu rosto ainda hoje, ao lembrar.

E Evair quer mais, faz a jogada e quase marca o terceiro, e a bola sobra para Edilson – que saiu da história e do coração da torcida, por conta própria – guardar. Delírio!! O Morumbi é verde!! O mundo é verde!! O sangue que corre em minhas veias é verde!! Nunca vi tantos homens e mulheres chorando ao mesmo tempo. E que sabor têm as nossas lágrimas. É felicidade, palpável, explícita, correndo pelas nossas faces… E a torcida canta: “Boi, boi, boi. boi do Evair, Palmeiras Campeão, vai cair o Morumbi”!!!

12 de Junho de 2008…

Oberdan recebe uma homenagem, na forma de um filme que conta a história de sua vida. Todos cantamos o Hino do Palmeiras. Quantas imagens maravilhosas são mostradas. Quantos craques que vestiram a nossa camisa, aparecem  na tela, diante de nossos olhos. Que emoção! Oberdan está bem próximo a mim e posso perceber a sua felicidade ao rever tantos momentos felizes; suas defesas, que valeram títulos; os saudosos companheiros de tempos idos… mas ele se mantém sob controle. Eu não. Choro ao ouvir o hino, as imagens e ao imaginar o que se passa lá no meu Palestra. Minha cabeça não para de pensar, meu coração quer saber. Será que o Palmeiras virou? Será que o Mago marcou? E Diego Souza, estará jogando bem, para calar de vez esses cornetas? Alguém se aproxima e diz: “O Palmeiras está ganhando de 5 x 2”. Alívio! A alegria é geral. Já posso relaxar. A festa palestrina fica ainda melhor. Ao chegar em casa, vou procurar as notícias na internet. Fico então sabendo que o Palmeiras deu SHOW; que o Mago deitou e rolou; que Diego Souza  fez gol, deu passe para outro e jogou bem; que Alex “Killer” Mineiro fez dois gols; que Henrique também fez o seu; que Pierre foi um gigante; que o time todo foi bem; que Luxa não ficou sentado no banco, mas em pé, gritando e motivando o time; que a torcida cantou e vibrou; os craques de 93 foram lembrados; o espírito de 93 se fez presente; Rivaldo, das tribunas, ficou comovido, com saudades e quer voltar… Em pleno Dia dos Namorados, time e torcida explodem de amor e renovam uma relação que nunca vai ter fim.

12 de Junho de 1993…

Vai começar a prorrogação. Mesmo tendo massacrado o adversário, mesmo tendo feito mais gols, a regra determina que a igualdade de vitórias (uma para cada) nos faça jogar a prorrogação. Agora  é que o bicho vai pegar. Apenas trinta minutos nos separam de um sonho… Trinta minutos para acabar com um jejum de  16 anos… Trinta minutos para desbancar o “protegido” rival.  Está todo mundo com o “coração-na-boca”.  Vai Palmeiras!!! A torcida não tem nenhuma dúvida. Apenas espera… feliz, confiante, ansiosa, sorrindo… Mas time que tem Edmundo e Evair, não deixa a torcida esperando. O Animal, genial, numa jogada de craque é derrubado na área… Pode comemorar torcida, pois quem vai bater é “ELE”… EVAIR, O CRAQUE DA CAMISA NÚMERO 9! Ninguém ousa respirar, quando ele corre para a bola e o mundo explode em verde-e-branco… GOOOOOOOOOOOOOOOL!!

Albert Einstein saberia explicar, eu não, mas o mundo parou naquele momento. Naquele exato momento entre a bola tocar as redes e o grito sair de nossas gargantas. E então se fez a luz!! O técnico Luxa, num ritual que se repetiria inúmeras vezes, desce para os vestiários, antes mesmo do jogo acabar. Ele já sabe…  O Palmeiras é o Campeão!! A Nação comemora, ri e chora ao mesmo tempo, as pessoas se abraçam, se beijam, pulam e gritam…

Evair, louco de alegria, de braços abertos, correndo para a torcida e se ajoelhando no gramado, é a imagem que é impressa em nossos corações… pra sempre.

Hoje, Evair, de braços abertos, é a imagem que está impressa na saída dos vestiários do Palestra Itália. E é a imagem do nosso eterno “Matador”, que Valdívia e seus companheiros vêem agora, cada vez que entram em campo. E hoje, 12 de Junho, remontando ao passado, mais uma vez eles nos entorpeceram… de alegria e amor…

OBRIGADA, PALMEIRAS…