Esperei tanto tempo para ver o Palmeiras em campo de novo – sim, um mês sem Palmeiras foi tempo demais -, esperei pra ver o trabalho de Gareca, o nosso técnico argentino, e , quando a Copa acabou e chegou a hora tão esperada, tudo que pude ver foi a bela homenagem a Oberdan Cattani, o uniforme azul, lindo, igual ao que nossa “Muralha Verde” usava, e vi também que Gareca é um bom técnico, e já deu uma mudada no sistema defensivo (e não tem medo de lançar a garotada), mas é um bom técnico que, infelizmente, vai sofrer pela falta de material no “almoxarifado palestrino”.
Eu sei que o Mouche não fez a sua estreia, que jogamos sem Lúcio, Henrique, sem o Mago – mandado lá para o deserto -, sem Marquinhos Gabriel, que também foi para o mundo árabe… mas o Santos era muito fraco e, ainda assim, conseguimos não fazer nada em campo e tomar dois gols.
A falta de qualidade no time, a sua inofensividade, deixou a gente preocupado. A falta de pontaria também, afinal, pelo que consegui ver, (no PC, a transmissão travava o tempo todo) perdemos 2 gols feitos, um com Diogo e outro com Leandro – tivemos também um gol mal anulado (isso não muda nunca). E foi só.
Mas o que me pareceu determinante foi a falta de criatividade… não havia um “cristo” para criar uma jogada. Bruno César não dava conta do recado; Wesley, de capitão (piada), não atava e nem desatava… Difícil… E olha que no começo do jogo, com o time compacto, o Palmeiras deu a impressão que faria um outro tipo de partida. Até conseguir tomar um gol bobo numa cobrança de falta.
O narrador e comentarista repetiam incessantemente que o Palmeiras não criava nada, que faltava alguém ali na função de armar o jogo – Maledetos. Quando esse “alguém” estava no time, eram os narradores e comentaristas os primeiros a dar pauladas nele e fazer comentários venenosos a seu respeito.
Mas que “ele” fazia falta, fazia… e muita.
POR QUE “FES ISO”, DIRETORIA? Eu sei que compra e venda de jogadores é coisa corriqueira nos clubes, mas já tínhamos deficiências em algumas posições para as quais ainda precisamos contratar, alguns titulares não têm suplentes, precisamos qualificar mais o elenco… aquelas coisas de sempre, e pra ontem, e vocês ainda resolvem vender o melhor jogador do time? E o que é pior, e totalmente incompreensível pra mim, pra ter que comprar outro pra posição? Não era mais fácil ficar com o que tínhamos? Só nós, torcedores, sabíamos que ele era importantíssimo pro time? Já era um mantra, repetido por todos, até mesmo alguns profissionais de imprensa, que o Palmeiras, sem Valdivia, era um time comum, previsível, e com ele, era um time com muita qualidade, perigoso. Não entendo muito de negociações, mas acho que o manager aí tá pisando na bola. Pra trazer outro do mesmo nível (talentoso, como ele, não vamos achar outro) vai ter que gastar muito, o cara tem que chegar, se entrosar… e já tínhamos isso no time…
Em campo o jogo era sofrível, perdíamos a partida, tínhamos tido um gol legítimo anulado (cuidado, Palmeiras! Não esqueça do que as arbitragens te fizeram em 2012) e não tínhamos ofensividade alguma, o Santos, se não tinha nada demais, se não apresentava um futebol brilhante, conseguia ser eficiente e se aproveitava da nulidade ofensiva do nosso time, que não conseguia criar jogadas de perigo e ainda dava alguma moleza pro ataque do Santos.
Narrador e comentarista continuavam repetindo que faltava alguém pra criar, pra pensar o jogo… e o nosso ‘alguém’ lá com os camelos… E a gente se perguntando: o que foi levado em consideração nessa negociação? Só o dinheiro? Perdemos o melhor meia em atividade no país, totalmente identificado com o clube, que fazia muita diferença em campo, e que, por acaso, era ídolo, por causa de alguns milhões, que serão gastos (serão mesmo?) para se repor o buraco – mais um – imenso que existe no time pós Copa.
Vamos ter que cantar agora: EÔ EÔ O MILHÃO É UM TERROR? Ou, quem sabe, AU AU AU O MILHÃO É ANIMAL? Talvez, OLE LÊ LÊ, OLA LÁ LÁ, O MILHÃO VEM AÍ E O BICHO VAI PEGAR? E será que o “milhão” vai entrar em campo criar as jogadas?
Me sinto muito desapontada…
Quando venderam o Mago, eu, suspeitíssima para opinar, fiquei na minha e apenas disse: “O tempo vai dizer se foi uma boa para o Palmeiras, para o jogador, para a torcida…”. Para o Palmeiras, na primeira partida sem ele, a gente já viu que não foi, tampouco para a torcida, que teve que amargar vendo um time sem criatividade, sem imaginação…
A janela tinha acabado de abrir, podiam, pelo menos, ter esperado um pouco mais; se já era sem noção vendermos o craque do time, imagine vendê-lo antes de enfrentarmos Santos, Cruzeiro, o líder do campeonato, e Gambás, o mais ajudado pelas arbitragens? E um atrás do outro! Alguém acha que não nos importaremos de perder essas três partidas?
Eu até entendo o papo de que não temos a obrigação de ser campeões no centenário, entendo mesmo. No entanto, penso que temos a obrigação de querer ser campeões no centenário, e não entendo quando percebo que esse desejo não existe do outro lado; só a torcida quer isso, ou melhor, só a torcida quer poder querer um título, quer poder sonhar com ele. E perceber essas coisas me aborrece muito, afinal, a gente faz tudo o que pode pelo Palmeiras, e fazemos com o coração. Mas o clube sempre tem que deixar o coração de lado? Não acho certo. Existem ocasiões em que o coração é bem mais inteligente do que a razão, ele vê além, vê coisas que a razão ignora.
E se o torcedor é convocado a ajudar o time, a se associar ao Avanti, a comprar camisas e produtos oficiais, pelo coração, pelo amor que sente por ele, o Palmeiras precisa olhar para o seu torcedor com o coração também. É o ano do nosso centenário, caramba, queremos poder pelo menos sonhar! Estamos nos sentindo lesados. Tínhamos um time melhor na segundona, do que temos no Brasileirão! Como é que pode isso? Para cada dois que chegam saem quatro?
Se o clube é uma empresa, e não acho ruim que o pensem e conduzam assim, nós somos os clientes, os consumidores, certo? E o consumidor sempre tem razão, tem que estar satisfeito, não é mesmo? Sendo assim, vamos ter que reclamar no PORCON por não termos um time competitivo?
De que adianta trazer um bom técnico, se lhe tiram as peças com as quais trabalhar? Burrada Master!
Lá no banco, quando o Santos já tinha feito o segundo gol, quando o jogo caminhava para os minutos finais, olhando o que não acontecia em campo, olhando para o ataque, zerado, porque o time não tinha armação, Gareca parecia desolado. Senti pena dele.
Devia estar pensando no trabalhão que vai ter, devia se lembrar que, dias antes, o time treinava tão bem, mostrava um futebol tão diferente nos jogos treinos e amistosos… e, até ele, devia estar com saudade do cara que treinou fazendo mágica contra o Red-Bull…
Agora, é nós aqui, e ele lá… Parabéns aos envolvidos!
FORÇA, GARECA! O trabalho triplicou, mas vamos conseguir. Hoje, teremos Lúcio, e Henrique de volta, Mouche fará a sua estreia, e, hoje também, você vai conhecer a “famiglia”, no Pacaembu, e vai saber que ela entra em campo, sim, e que você pode contar ela, sempre!!
VAMOS GANHAR, PORCOOO!
Não ganhamos. Graças ao PN e Brunoro (marionetes de Mustafá) seguimos firmes à série B. De novo. Dá-le Porco.
concordo com tudo que você escreveu mas, por favor, melhore seu português..!se o Palmeiras não merece o que estão fazendo com ele, nem a Língua Portuguesa merece ser tão maltratada como foi em seu comentário…
Realmente, isso deveria incluir começar frases com letra maiúscula.
Infelizmente, dentro de um assunto tão significativo para o Palmeiras o destaque é para a forma de redação do texto e não o seu conteúdo.
Flavio, obrigada pela sugestão.
Nem me passa pela cabeça que eu tenha 100% de correção ao escrever, que eu não cometa erros, mas eu sei que não maltrato a Língua Portuguesa – consegui até aprender que toda frase se inicia com letra maiúscula.
Espero que vc saiba que algumas palavras, escritas propositalmente de maneira incorreta, estão entre aspas exatamente por isso, para identificar que essa foi a intenção de quem as escreveu. Algumas pessoas desconhecem esse “truque”.
Como sempre defendi, o maior problema do Palmeiras é cultural e não de uma ou outra diretoria.
A venda de Valdívia e a sua não renovação de contrato foi um erro estratégico, principalmente pela atual condição da equipe e pelo ano do centenário.
Não temos jogadores brasileiros para essa função e a nossa seleção foi prova disso. Os melhores meias de criação que atuam no nosso futebol são estrangeiros e o melhor deles era Chileno e jogava pelo Palmeiras.
O clube não conseguiu enxergar esse diferencial e cedeu às pressões do investidor que queria recuperar seu dinheiro e de boa parte da torcida que se tornou formadora de opinião devido às facilidades da internet.
Em outro blog da “Mídia Palestrina” 82% dos votantes apoiaram a venda do Valdívia o que reforça minha avaliação de que nos transformamos em uma legião de ignorantes.
A mesma torcida que censura na internet qualquer tipo de denuncia contra os erros que nos prejudicam para parecer “politicamente correta”, o que classifico como “politicamente otária”, se manifestou a favor e fez campanha constante para que o Palmeiras se “livrasse” do seu melhor jogador.
Fazer campanha para o seu clube se desfazer do principal jogador é atitude de gente com problema mental ou então de quem não é torcedor do time.
Há um ano Valdívia não se afastava de jogos por problemas musculares e mesmo assim o argumento de que ele não jogava era utilizado pelos seus desafetos. Foi quebrado pelos jogadores do Bragantino na fase final do Paulistão e nada aconteceu a time contrário, ao árbitro e muito menos se registrou o fato. Existia uma clara situação de rejeição ao jogador, estimulando sua saída do Palmeiras. A imprensa rival trabalhava essa realidade e nossos idiotas da torcida ajudavam.
Pela história do clube, pela mística das nossas cores e da nossa camisa acredito que o Palmeiras vai superar mais essa fase. Um time que passou sobre a tentativa de aniquilação do seu patrimônio em 1942 vai novamente fazer a sua reorganização, mas hoje precisa começar a lidar com um fator muito mais perigoso do que os inimigos externos de 42, precisa aprender a lidar com a ala de inimigos internos, um exército de ignorantes, massa de manobra de jornalistas e rivais e que se julga a última bolacha do pacote.
Por melhor que seja um jogador, sua saída não representa o final de um clube. Até Ademir da Guia parou de jogar no Palmeiras e o time chegou a Campeão do Século. Entretanto, o perigo maior está no pensamento medíocre, no ódio interno e na ignorância esportiva que precisam ser combatidos dentro da instituição Sociedade Esportiva Palmeiras, onde há vários anos apenas o interesse individual de muita gente passou a prevalecer.
Não vou perder meu tempo fazendo comentários em outros blogs, ficar arrumando discussões e inimigos. Hoje, sinto vergonha de muita gente que se diz “torcedor do Palmeiras”. Valdívia foi apenas a bola da vez de um problema muito maior que nos afeta. Vamos aguardar agora quem será o próximo jogador diferenciado escolhido como alvo para ser mandado embora do clube pela indução da imprensa com a ajuda plena dos acéfalos da nossa torcida, por essa ala, indiscutivelmente a mais ignorante do Brasil.
Longe de ser jogador problema era solução no meio de campo do nosso verdão e futebol brasileiro, deixará saudades por suas jogadas e passes muitas vezes inesperados. Como disse o nosso amigo Marco em seu texto perdemos um craque que dificilmente será reposto, muitos dizem ainda do custo/benefício do Mago, agora eu pergunto e sobre o Pato, Ganso, Damião, Jadson entre tantos outros o porque não são comentados? Não tem interesse ou simplesmente se omitem os formadores de opnião?
Para que nosso futebol saia desta pobreza temos que exigir transparência em todos os sentidos a começar pela imprensa escrita, falada e televisiva, chega de oportunistas e torcedores levianos que estão longe de respeitarem seus clubes. “Verdão sempre”!!!
Fernando, pra você ver, Luís Fabiano, quando chegou ao SP, ficou quase um ano parado antes de estrear, depois disso, teve vários episódios de lesões, expulsões… está lesionado de novo, sem data prevista para voltar e nunca alguém lembrou de tocar no assunto custo x benefício em relação a ele.
Pato, quando chegou aos gambás, vinha de uma temporada horrível na Europa. Juntando todas as vezes que entrou em campo, tinha conseguido jogar segundo notícias que li, apenas 90 minutos em um ano. E custou 40 milhões! Ninguém questionou um clube pagar 40 milhões num jogador que passou um ano praticamente sem jogar. Tampouco questionaram ele ficar no banco aqui, por longos períodos (ganhando 800 mil reais ao mês, segundo as informações da própria imprensa), entrando no final das partidas e não fazendo nada de útil para o time.
Foi negociado numa troca (trocar um jogador que custou 40 mi é sinal claro de prejuízo, de que o negócio feito foi uma furada), para que os dois clubes pagassem o seu salário (50% para cada), com a Globo tendo que garantir com as cotas de TV a parte que cabia ao Corinthians, e ninguém questionou o jogador, sua utilidade e o prejuízo que ele tem dado.
Os exemplos são muitos. E o fato de ignorarem todos os outros, menos o jogador do Palmeiras – que é ídolo no clube -, é muito significativo, e comprova que esses “profissionais especializados em custo x benefício” são uns pilantras de carteirinha.
Infelizmente, não são todos os torcedores que percebem a jogada da “Brown Press” de cair de pau em um, e aliviar e blindar outros; de fazer parecer que um é negativo, é prejuízo para o seu clube, e fazer os demais parecerem craques, essenciais aos seus times. A imprensa faz isso o tempo todo. E, embora seja muito evidente e descarada a coisa, boa parte da nossa torcida compra do jeito que a imprensa vende e a ajuda a fazer esse joguinho sujo com o Palmeiras.
Existem bons profissionais, eu sei, mas sei também que tem muito torcedor fanático travestido de profissional de imprensa, que usa o seu espaço, a sua visibilidade, a sua “caneta” e o seu microfone apenas para fazer loby para o seu time de coração e para denegrir e diminuir o time rival ao dele. Penso que isso tem a ver com o caráter de cada um. A falta de ética e profissionalismo é absurda. Tivemos um exemplo claro quando torcedores jornalistas do SporTV arranjaram uma punição inédita para Valdivia, por forçar um terceiro cartão, e nunca, antes ou depois disso, tiveram a mesma atitude com os muitos jogadores que fizeram o mesmo, inclusive, um jogador do time de coração deles.
E essa parte reles e escrota da imprensa, a qual chamamos de imprensinha, nem percebe o quanto ajuda o futebol brasileiro a parecer sujo, e a perder a credibilidade e o respeito.
Um abraço.
Tânia, meus parabéns pelo texto publicado, realmente precisamos de pessoas transparentes e que digam a realidade do nosso complicado e cada vez mais desacreditado futebol, que atendem a tão somente interesses de grupos corporativos. Quem sofre somos nós que amanos o belo futebol, verdadeiros torcedores de carteirinha, com o preço dos ingressos hoje deixamos de presenciar aqueles que levam alegria ao estádio, pessoas mais humildes, futebol hoje só de elite que são ao meu modo de ver os primeiros que viram as costas ao clube, longe de ter a verdadeira paixão por seu time como aquele que veste a camisa de seu time diariamente que está impedido de assistir seu clube pelo valor do ingresso. Não sei até onde isto será levado.
Tânia, meus parabéns novamente por seu esclarecimento.
Abraço.