Ainda bem que existem as noites, para desligarem momentaneamente a nossa angústia… Ainda bem que existem os dias seguintes, para nos fazerem acreditar de novo… Mas isso não muda a realidade…
Sábado, no Pacaembu, foi um desperdício… de torcida.
Time em situação muito ruim no campeonato, lá embaixo na tabela, sábado à noite… e 34 mil pessoas estavam no Pacaembu para jogar com o Palmeiras. Uma coisa linda!
A energia que emanava da nossa torcida era literalmente arrepiante!
Mas deu tudo errado… pra nós.
A começar pela escalação do time. Gareca errou, levou o Palmeiras a campo com uma formação que, como diria o capitão Lúcio depois, deixou o time exposto, e justo contra um time como o Inter. Nosso técnico sempre diz: “Eu jogo pra ganhar. O Palmeiras é um time grande, não tem que se defender” – quanto sonhamos com um técnico com essa filosofia. É verdade, Gareca, você tem razão, mas, no momento atual, é preciso se defender sim. Você não está vendo como o time se abate a cada vez que toma um gol?
Mal tinha começado a partida, aos dois minutos, Rafael Moura ajeitou a bola com a mão e o juiz, que viu e marcou a falta, esqueceu o cartão. Como assim, seu juiz? Uns minutinhos depois, Mouche foi atingido por Cláudio Winck. Um pontapé na cabeça, que derrubou o atacante do Palmeiras. Repare que ele está fora do chão, e, ainda assim, é atingido. E, normalmente, “pé alto” costuma ser punido, não é mesmo? O juiz nem amarelo deu… Imagine um palmeirense fazendo o mesmo…
Aos 9′, chutão lá para frente, Rafael Moura ajeitou com a mão para Jorge Henrique marcar (mão, de novo? É vôlei, meu filho?). O juiz anulou o gol e Rafael Moura foi advertido com um cartão amarelo, que já deveria ter sido o segundo.
Durante os primeiros vinte minutos, o Palmeiras até fazia jus à sua formação tática mais ofensiva, e estava em cima do Inter, no entanto, numa jogada idêntica à jogada do gol que havia sido anulado, e numa falha absurda de Fábio (o que acontece com ele, que faz ótimas defesas, mas dá umas entregadas bisonhas?), o Inter abriu o placar – de novo, três toques; chutão lá pra frente, e alguém ajeita para o atacante marcar.
E aí, já viu… desfalcado de vários titulares (suplentes também), desfalcado de confiança, de auto-estima, a bola começou a bater na canela, a não parar no pé… Não faltava vontade, não. Eles corriam, se esforçavam, mas produziam pouco, faltava inteligência, faltava pensar com clareza – vai ficando cada vez mais difícil pensar com clareza.
A torcida, linda, cantava, torcia, marcava o juiz em cima; uma mão gaúcha na bola, dentro da área do Inter, passou batido… A torcida chiou um bocado. Não é porque estamos numa situação difícil, porque o time não anda jogando bem, que um pênalti pode ficar na “conta do Abreu”. Numa hora dessa é que cada falta invertida, cada cartão deixado de dar para o adversário, cada penalidade ignorada, ou desmarcada, cada invasão de área que faz voltar um pênalti batido com sucesso (e não faz voltar todas as outras cobranças, invadidas, do país), faz uma falta monstra… Aquele pênalti em Henrique contra o Bahia, por exemplo, poderia ter significado mais dois pontos nessa luta que travamos.
Estava escrevendo essa postagem quando soube que Gareca havia sido demitido… que cacetada! Chorei… pela saída dele, ocasionada por essa derrota diante do Inter, e pela fatalidade de termos contratado um técnico como ele (com a mentalidade diferente da mentalidade dos retranqueiros daqui), com o qual tanto sonháramos, mas justo quando o time atravessa um período difícil e a sua filosofia de trabalho não consegue apresentar resultados. Que pena… Gareca não merecia essa má sorte, e nem nós.
Ele queria ver o Palmeiras jogando como Palmeiras, mas tinha que ter tido jogo de cintura para adiar isso um pouquinho e fazer o time jogar mais fechado agora. Se continuasse insistindo em jogar do mesmo jeito – o que, em outra situação, seria a maneira perfeita de se fazer um time jogar -, certamente iríamos colecionar mais derrotas.
Que difícil… sonhamos tanto com o sucesso dele, antevimos tantas vitórias… e aconteceu tudo ao contrário, e, por estarmos na metade do campeonato, a sua saída acabou sendo inevitável… mas era agora ou nunca… O Palmeiras precisa de uma chacoalhada, de um choque de 220V, já. Não dá para esperar mais algumas rodadas e depois tentar mudar tudo. Pode ser tarde demais…
Nosso tango com Gareca foi interrompido… mas, outras músicas virão, e o Palmeiras e nós – a sua torcida – sempre estaremos aqui.
Valeu, Gareca! E boa sorte, porque você merece! Quem sabe um dia não nos encontremos de novo…
E, seja lá quem for que vá substituir Gareca, que seja muito bem-vindo, que conquiste muitas vitórias, e tenha muita sorte e muita Luz em seu caminho!!
BOOOOORA REAGIR, VERDÃO!!