Dizem que o sol nasce no Oriente… ou seria em Oriente?

36.000 minutos…
3.600.000 batimentos cardíacos… 648.000 respirações… 540.000 abrir e fechar de pálpebras… dores… treinos… broncas… risos… mais dores… lesões… recuperações… fisioterapia… decepções…  muita garra… amor… cirurgias… paciência… caráter… honra… lágrimas… brincadeiras… dedicação total… derrotas… vitórias…  fé… milagres…

Tudo isso, amigos, nós recebemos durante os 9 anos ou 400 jogos em que o Marcão, majestosamente, vestiu a nossa camisa. Temos uma história grandiosa de goleiros fantásticos, mas nenhum como Marcos Roberto da Silveira Reis. Essa lenda viva da história do Palmeiras que, permita o bom Deus, ficará embaixo das traves palestrinas ainda por muitos anos. Uma estrela de quinta grandeza que tem a alma tão grande quanto o seu talento e caráter.

Todos dizem que o Brasil sempre teve os melhores goleiros. Pode até ser. Mas igual ao Marcão não há no mundo inteiro. Você conhece algum craque que é querido e respeitado por torcedores de todos os times? Conhece, sim… Marcooos! Só ele! E isso nos enche tanto de orgulho, que o coração às vezes nem cabe no peito. E quando somos presenteados com suas defesas? Seus milagres? Só quem é palmeirense para saber o que se sente nessa hora.

Quem há de se esquecer da Libertadores de 99? Ele, reserva, entrou no time… pra nunca mais sair. E com as suas inacreditáveis defesas, que passaram a se chamar “milagres”, nos deu a inédita conquista da América. Encantou a Nação Palestrina e o Brasil… e virou Santo. São Marcos de Palestra Itália…

Quem não se lembra, em 2000, de novo na Libertadores, quando a falsidade e a hipocrisia sucumbiram nas mãos de São Marcos? Ele lavou a alma de milhões de torcedores, apenas com um penalti defendido.

Qual brasileiro se esquecerá da Copa do Mundo de 2002? Da conquista do Pentacampeonato? Do goleiro perfeito que parou os melhores atacantes europeus e encantou o mundo? Qual palmeirense não ficou maravilhado ao vê-lo chegar em carro aberto vestindo orgulhosamente a camisa do Palmeiras? E o que dizer de suas entrevistas e declarações sempre cheias de humor e simpatia, que vão direto ao coração de quem as ouve?  Esse é o Marcão…

O mesmo Marcos, que em 2002, após a glória do Penta, viu seu time de coração viver seu período mais obscuro, mais triste. E com que amor e garra ele passou por tão atribulados momentos. E com que grandeza de alma, recusou uma oferta do Arsenal (e não inventou a proposta, viu?), para ficar e levar o seu tão amado Palmeiras ao lugar de onde nunca deveria ter saído. Que outro atleta trata o seu torcedor com tamanho respeito? Só mesmo o nostro Santo.

A vida sempre tão generosa com o craque, cobrou bem caro tudo que lhe deu. Nosso Santo sofreu… contusão após contusão. Tratamentos, remédios, fisioterapias, volta antecipada, nova contusão, cirurgias, dores, medos… Pobre Marcos! Se fosse um simples mortal teria desistido, mas ele é “blindado” pelo amor que lhe dedicamos e nada o faz desistir, esmorecer…

Alguns disseram que ele deveria se aposentar; outros, com a inteligência etílicamente comprometida, se atreveram a dizer que ele estava “podre”… que grandes imbecis, não entendem nada de futebol. O Marcão está aí, do jeito que a gente gosta, pegando tudo como só ele sabe fazer. E cada vez melhor, se é que é possível melhorar a perfeição. Quem não chorou ao ouvi-lo antes de entrar em campo na final do Paulistão?

Quem não vibrou, ao vê-lo como um menino, dar a volta olímpica, logo depois? Ele é o grande comandante desse time. Sozinho já garante 50% do nosso tão sonhado Penta. Foi por isso que Luxa bancou o Marcão no gol, porque ele tem o espírito de campeão. E não importa se a camisa é nº 1 ou nº 12. Se é o Marcão quem está com ela, a gente confia.

Parabéns, Marcos! Estamos comemorando 400 jogos e ainda vamos comemorar 500, 600… Agradecemos do fundo do nosso coração por você vestir a camisa do Palmeiras. O nosso amor por você é infinito e nunca poderemos lhe retribuir tanta dedicação e carinho. E desde já saiba, passe o tempo que passar, nunca iremos ver aquele gol sem você. Porque cada vez que olharmos aquelas traves, mesmo que tenhamos cem anos, iremos ver o nosso Santo, de camisa azul, braços abertos, olhos fechados, apontando para o céu… essa é a imagem que estará impressa em nossos corações pra sempre…