Sábado à noite… quase 30 mil pessoas no Pacaembu… Palmeiras x Grêmio  – o time grande, do técnico “isso” “aquilo” (ultrapassado?); do mimimi “Barcos vendido” pra lá, mimimi “Barcos vendido” pra cá… um time do G4…

Uma festa linda, em verde-e-branco… Uma balada de sábado à noite só para palestrinos…

Fiquei pasma ao ouvir a torcida gritar: “Não é mole não, o Felipão afundou a Seleção”. Gritei também; virou adversário é assim mesmo.

O jogo mal tinha começado, e vimos João Pedro descer pela direita e cruzar pra área, o Mago fazer um corta-luz sensacional (nem a Eletropaulo corta luz tão bem quanto ele), e Cristaldo, na cara do gol, chutar por cima. Deus do céu! levantou a bancada toda! Era Dia de Palmeiras mesmo!

Na TV (eu vi depois), o comentarista (Mr. Magoo, é você?) nem viu que foi Cristaldo quem chutou, e meteu o pau no Henrique – ele só se daria conta do engano 15 minutos depois.

E então, a nossa festiva e alegre torcida começou a ver a partida tomar uns rumos estranhos… Felipão, com a sua tática ultrapassada, colocara o time em campo para quebrar os palmeirenses, Valdivia principalmente. E a arbitragem lhe concedia alvará.

E se tivesse dependido da arbitragem, o Grêmio teria vencido – isso é muito sério, e tem acontecido muitas vezes com o Palmeiras ao longo deste campeonato.

Sandro Meira Ricci deixou o Grêmio abusar da violência. Demorou para expulsar Barcos, deixou de expulsar o violento Fellipe Bastos, deixou de expulsar (por que não?) Pará, que agrediu Cristaldo, deixou de assinalar o braço na bola, dentro da área, de Geromel… e, no comecinho da segunda etapa inventou uma penalidade para o Grêmio. Jogou pouco o juiz, né? E ao final da partida, pasme, os jogadores do Grêmio e até a imprensinha, sairiam falando que o Palmeiras tinha sido beneficiado… só se foi pelos gols de Mouche e João Pedro.

Vejamos…

Com 8′, Fellipe Bastos atingiu Valdivia, por trás, na cara do juiz, e nada de cartão. E já era a segunda pegada desleal que ele dava no Mago. O juiz só advertiu o jogador (imagina se fosse o contrário?). Trinta segundos depois, o mesmo Fellipe Bastos faria uma outra falta, dura, dessa vez, em Victor Luís. E só então o juiz lhe deu amarelo. Graças a Sandro Meira Ricci, o jogador do Grêmio já estava no lucro, assim como o seu time. O narrador ria e dizia: “ele não perde a viagem”, “já gastou todas as fichas com o Sandro Meira Ricci”; o comentarista, de pronto, disse que “o cartão foi merecido”. E não tinha como não ser, né? Duas faltas desleais, no intervalo de 30 segundos…

A torcida via o Palmeiras buscar o gol, jogar melhor no meio campo, mas o Grêmio queria bater, e o juiz deixava. Jogada do Palmeiras  na entrada da área, Henrique foi obstruído por Pará, e Sandro Meira Ricci nada marcou; “Mr. Magoo”, o comentarista, disse que não foi nada. Vai vendo… e tínhamos só 10′ de jogo…

Lúcio e Barcos se estranham,  batem boca, e os dois levam cartão amarelo.

Jogo pegado, o Palmeiras melhor, a torcida fazendo um barulho danado, jogando com o time…

Cristaldo foi agredido por Pará, e o juizão… nada! Na TV diriam que foi enrosca-enrosca (toma vergonha, imprensinha!)… veja na imagem abaixo, como o Pará se esticou todo, pra “se enroscar” no Cristaldo. Poderia um palmeirense se “enroscar” assim com um adversário, sem ser expulso? No Pacaembu a torcida ia à loucura com a arbitragem tão favorável ao Grêmio.

Pará-agressão

Mas, se você ler as notícias, nem saberá que Pará agrediu Cristaldo.

Pará-erra-o-drible

Valdivia, caçado em campo, apanhava de tudo quanto era jeito, Outros palmeirenses também sofriam faltas duras. Felipão ainda não aprendeu que isso não funciona mais…

O Verdão fazia boas jogadas… Valdivia com Cristaldo; Wesley arriscando de longe e a bola passando pertinho… João Pedro cruzando com perfeição e Cristaldo quase guardando de cabeça… A torcida, apesar de furiosa com Sandro Meira Ricci, que liberara as pancadas gremistas, gostava do Palmeiras que via, e não parava de cantar. Lindo demais!

Fellipe Bastos continuava batendo impunemente. Deu uma pegada criminosa em Valdivia (chutou a canela direita do Mago e deu uma joelhada na coxa esquerda, tirando o jogador do chão) e o juiz só marcou a falta. Já era a quarta dele  no Mago. “Mr. Magoo” diria que o juiz não expulsou Fellipe Bastos nesse lance, porque ele exagerara no amarelo dado anteriormente ao jogador do Grêmio. Como assim, Mr. Magoo, você não tinha dito que o cartão foi merecido? Exagero é um jogador tão violento ficar em campo. A imprensinha sendo condescendente com a pancadaria do Grêmio, aliviando pro brucutu Fellipe Bastos, e legitimando a péssima arbitragem de Sandro Meira Ricci, que deixava o Fellipe Bastos bater à vontade, mas já tinha amarelado Valdivia por reclamar das botinadas.

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Em meio à pancadaria, o Palmeiras jogava futebol. Victor Luís cobrou falta… e a bola tirou tinta da trave! O gol palestrino era questão de tempo…

Felipão, vendo que Fellipe Bastos exagerava na violência, e que talvez a cumplicidade do árbitro não durasse pra sempre, acabou tirando o “açougueiro” de campo aos 28’… do primeiro tempo!!! Até Felipão achava que ele estava merecendo ser expulso, menos a arbitragem, o narrador e o “Mr. Magoo”.

E se não tem tu, vai tu mesmo… Saiu o açougueiro, ficou o mecânico. Ramiro acertou Valdivia, por trás, pra estourar seu tornozelo (e o juizão vendo tudo e fazendo nada) – desse jeito, o Mago vai ter que trazer um fisioterapeuta de Júpiter, porque só o de Cuba não vai dar conta.

Ramiro-agride-Valdivia

É criminoso o que fazem com Valdivia em campo, e mais criminoso ainda é ter comentaristas que justificam às caçadas ao Mago, as agressões, dizendo que ele se joga, que provoca. Provoca como, com a beleza do seu futebol? Fosse hoje, diriam que Garrincha deveria entrar na porrada? Que era folgado, que provocava? Neymar merece ser quebrado em campo? O futebol arte de Valdivia, parado na botinada, e com o consentimento dos árbitros; o futebol arte indignando os “profissionais” de imprensa… Mas não é aqui o País do Futebol? E ter talento é crime agora? Se o talentoso jogar no Palmeiras, é crime sim. E inafiançável!

Barcos, que já tinha amarelo, fez uma falta feia em Tobio, e o juiz, que tinha que ter expulsado o milongueiro nesse lance, deixou passar – os árbitros nunca são “tolerantes ” assim com os palmeirenses. Por que será? Na transmissão da TV, sem criticar a deslealdade de Barcos, “Mr. Magoo” diria apenas que “era duelo de argentinos”. E, por isso, um dos argentinos pode quebrar o outro?

Barcos-entrada-desleal-em-Tobio

E a torcida, enfurecida, gritando “Ei, juiz, vai ….”, constatava que o “modus operandi” da arbitragem contribuía para o Palmeiras ser minado nas suas forças e para o adversário se encher de gás – essa dinâmica tem se repetido em quase todas as partidas do Verdão. A gente quase morria de raiva na bancada. Na TV, “Mr. Magoo”,  afirmou que Barcos deixou o pé, e depois disse que ele atingiu meio sem querer. Quem deixa o pé, deixa porque quer deixar, né?

Logo em seguida, num ataque do Palmeiras, Geromel deu um carrinho em Victor Luís, na linha de fundo, e a bola foi interceptada pelo seu braço. O juiz não marcou nada. O “poste” de linha de fundo nada viu (quando é para desmarcar penalidades do Palmeiras eles veem até o que não viram); O comentarista disse que não foi nada, que para dar carrinho o jogador tem que por a mão no chão mesmo (Mas parou a bola, né?).

Geromel-para-a-bola-no-braço1

No último minuto, Henrique, de cabeça achou o ângulo, mas o goleiro conseguiu espalmar.

No futebol, o Grêmio, do G4, não dava nem pro cheiro mas a arbitragem o ajudava demais. Nosso coração jogava com o Verdão e tentava ficar imune à raiva que o árbitro nos fazia sentir.

No começo da segunda etapa, o Palmeiras veio pra cima, e o Grêmio tratava de se defender . Mas, aos 8′, o juiz, o mesmo que nada vira no toque de Geromel, achou uma bola no braço de Valdivia e marcou pênalti.

mão-na-bola-Grêmio

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O comentarista disse que era pênalti claro, que “Valdivia foi imprudente”, “subiu com braços abertos, o que ele vai fazer com braços abertos?” (Será que o comentarista consegue saltar, pegar impulsão para sair do chão sem abrir os braços, sem usá-los para impulso e equilíbrio? Percebe a diferença do comentário que inocentou Geromel, e do que incrimina Valdivia?) Comentário venenosinho… Barcos, que nem deveria estar mais em campo, desde quando atingira Tobio, cobrou a penalidade e abriu o placar, e acho que só não foi comemorar com o juiz porque ficaria chato.

Em desvantagem, o Palmeiras, mesmo jogando mais que o Grêmio, teria que superar a violência do time do sul e a arbitragem, pra lá de tendenciosa, se não quisesse sair derrotado.

Juninho mandou a bola na área, mas o zagueiro mandou pela linha de fundo; escanteio cobrado por Victor Luís, e Valdivia quase faz de cabeça…

Barcos deu uma pegada desleal em Cristaldo (Cristaldo anda apanhando bastante também), na lateral do campo, e foi tardia e merecidamente expulso. O melhor de tudo foi vê-lo saindo de campo, sendo devidamente “homenageado” pela parmerada toda: Ei, Barcos, vai …..!!! Tchuuuuupa, Tamoxunto!

Barcos-pegada-Cristaldo

Barcos-expulso

 

Aos 20′, Dorival sacou Juninho para a entrada de Mouche…

Aos 22′, Mouche incendiava o Pacaembu… Na cobrança de falta, o Mago (que partida fazia El Capitán) levantou a bola na área, Henrique tocou, e o predestinado Mouche, encobrindo todo mundo, guardou!! Tchuuupa, juiz!

Que emoção, meu Deus! A torcida, enlouquecida de alegria, via o Mouche, mais enlouquecido ainda, sumir no abraço dos seus companheiros. Na bancada. todo mundo se abraçava também. Poucas coisas na vida são tão redentoras quanto gritar um gol do seu time. Eu não conseguia conter a emoção, as lágrimas, deliciosas, vinham comemorar o gol também.

O Pacaembu inteiro – até o Grêmio – sabia que o Palmeiras ia buscar a vitória, o Pacaembu inteiro sentia que, comandado por Valdivia, protegido por Prass, e no empenho do time todo, o Palmeiras que víamos ali, tinha a alma daquele nosso Palmeiras, tão amado e conhecido, e com o qual tanto sonhamos nesses tempos difíceis.

Seis minutos depois do gol, um passe “daqueles” do Mago, encontrou Mouche na área, e ele quase fez o segundo…

E se o Pacaembu ‘ardia em chamas’ desde os 22′, o garoto João Pedro faria o estádio explodir aos 29’… nossa criança, de 17 aninhos, e futebol de 27, pegou uma sobra fora da área, dominou, avançou com a bola, driblou o adversário e, ainda de fora da área, meteu a bola na rede do Grêmio, no cantinho do goleiro, e decidiu a partida. GOD BLESS THE CHILDREN!!

Pode acabar juiz, pode roubar (mais) também se quiser, hoje, ninguém tira esses três pontos do meu time!

O Palmeiras comandava a partida, tocava a bola…

Valdivia desceu pela esquerda, cruzou fechado, e o goleiro precisou de dois tempos pra defender… Valdivia dominou a bola na linha de fundo, parecia segurar o jogo, mas  entrou na área e encheu o pé, a bola desviou no zagueiro e quase sai o terceiro. Dá-lhe, Mago!!

O tal Ramiro (o cara-de-pau sairia reclamando do juiz ao final do jogo), que já tinha dado uma pegada desleal em Valdivia, levou um chute no vácuo e desceu o sarrafo nele, e só então, quando deveria estar recebendo o segundo amarelo, foi que levou o primeiro. O estádio (quase) inteiro gritava: Eô, Eô, o Valdivia é um terror!! E o Mago foi ovacionado, de novo, quando deu lugar à Bernardo.

E então, o juiz (desistiu) encerrou a partida. Uma partidaça do Palmeiras. Uma partida (mais uma) em que ele teve que vencer o time adversário e o time do apito e das bandeiras…

A torcida, com sorrisos enormes, aplaudia o Palmeiras, comemorava feliz, saía cantando. E o Imortal… ah, esse estava mortinho da Silva…

VALEU, PALMEIRAS!

Eu sempre me questionei se os motivos da perseguição da imprensa esportiva a Valdivia – desde 2007 – eram apenas ranço dos jornaleiros gambás e bambis pelos desgostos que ele já havia lhes proporcionado, balançando, ou ajudando a balançar as redes dos seus times; se era ranço por ele ter devolvido as provocações que lhe foram feitas, por ter sempre uma resposta pronta para as levianas perguntas que muitas vezes lhe são feitas; se era fruto da costumeira perseguição ao Palmeiras… ou se tinha algo mais…

Ultimamente, a impressão que tenho é que como ele é o jogador que faz o Palmeiras ter mais qualidade em campo – e isso é indiscutível -, como ele pode ser o diferencial para o Palmeiras sair dessa situação  (jogar num time cheio de craques é fácil, benhê, ser o único craque do time é outra história), os “torcedores adversários profissionais de imprensa”, desejosos de ver o Palmeiras mais fraco, não economizam nas “tintas” com que pintam o jogador de bandido…  e por qualquer motivo.

Isso, sem contar os interesses dos politiqueiros – e tem muita gente da imprensa que ajuda nisso – pois se o Palmeiras escapar, vai atrapalhar os planos de eleição de alguns… e se Valdivia pode ajudar o Palmeiras a escapar… pau nele!

Seja qual for o motivo oculto nisso (deve ser tudo junto e misturado),  tudo o que se faz contra um jogador do Palmeiras, seja ele quem for,  se faz contra o Palmeiras, não é mesmo? E deve ser por isso que, jogar a torcida palestrina contra o cara que pode ajudar o time a escapar, passou a ser o passatempo principal de alguns (a torcida cai como um patinho na artimanha dos “imprenseiros” torcedores de times rivais do Palmeiras)…

E a “press”, do alto dos seus “benjaminianos” e “norieguenses” comentários, com seus “jucas” todos, está tão ávida por ver o Palmeiras queimar a sua única esperançazinha, ávida por execrar e “demonizar” o craque do Palmeiras (sim, ele é o craque do time, o único), que esquece o que lhe é pertinente como imprensa esportiva, e passa a atacar o caráter do jogador (será que a imprensinha não tem vontade de questionar o caráter de alguns dos seus “profissionais”?), jogando definitivamente a ética e o profissionalismo no lixo – nem falo dos diplomas de Jornalismo, uma vez que nem todos os “jucas” os possuem.

E seja para elogios ou para críticas, há que se ter o mínimo de coerência. Senão, fica parecendo vigarice, como aqueles paspalhos torcedores, que se dizem promotores do STJD, andam fazendo parecer. Parabenizam um jogador que xinga a CBF na TV, em horário nobre, mas puniram Deola um dia, por ele, nas entrelinhas de um tweet, fazer uma crítica à FPF; punem o gandula do Palmeiras, mas a gandula, que chamaram de gostosa, e que fez o mesmo que o gandula do Palmeiras fez, não recebeu punição alguma; absolvem pisões de uns, punem o do Mago; dão dois jogos para o Airton, que pisou a cabeça de Pato; mas querem aumentar a pena de Valdivia… Quanto abuso de poder (tá na hora dos torcedores se unirem e reclamarem desse tribunal na Fifa. Tá na hora dos torcedores pararem de jogar o joguinho dos “imprenseiros”)!

Na última, e desastrosa, partida do Palmeiras, quando ele tomou 3 gols em 4 minutos, e foi derrotado pelo Figueirense, Valdivia, quando o Palmeiras vencia por 1 x 0, perdeu um gol (outros jogadores também perderam), por preferir passar a bola para o atacante ao invés de finalizar. A imprensinha tratou de eleger só o gol perdido por Valdivia como o motivo causador da derrota (ele foi um dos motivos, mas não “o” motivo). E esqueceu/isentou as vaciladas da nossa defesa e do nosso goleiro, que propiciaram três gols ao adversário.

“Culpa”, “culpado”, “erro” e “irresponsabilidade” era o que mais se lia nos portais…

 

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(O Corinthians não chuta… quem não chuta?)

 

No entanto, na derrota do São Paulo para o FluminenC, derrota que reduzia muito as chances de título do clube paulista, as manchetes não traziam culpado algum. Isenção total para os jogadores, mesmo com muitos erros cometidos. Mas, se formos seguir a lógica ridícula dos “imprenseiros”, esses culpados existiram sim…

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Três bolas foram no gol, e entraram… o goleiro aceitou as três… Imagina se esse goleiro fosse um certo chileno que conhecemos?

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A defesa tomou 11 gols em 4 jogos… “ah, mas pela proposta ofensiva do time é é normal tomar mais gols…” Bulllshit!! Enganation! Além disso, ninguém dessa defesa inoperante tem nome??

O Palmeiras perde, e a culpa é do Valdivia, que não fez um gol… o São Paulo perde e a pontaria é ruim… pontaria de quem? Onde estão os nomes? Se a torcida não ler nome algum, ela não fica brava com ninguém em especial, né?

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Uma partida horrorosa dos bambis – mais uma -, no título da notícia fica só parecendo um acidente. E primeiro vêm os “dribles bonitos” só depois a pontaria ruim e os vacilos (leia-se “erros”) na defesa…

A notícia diz: “Ganso e Pato trocaram dribles bonitos, mas na hora de colocar a bola na rede deixaram a desejar”… mas o Valdivia é irresponsável, bandido, criminoso, palestino, vai morar na Faixa de Gaza, só porque perdeu um gol, mas, os jogadores bambis, com seus dribles e erros na hora de finalizar, tudo bem?

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Imagina o meia do Palmeiras não criar absolutamente nada, e errar 11 passes num jogo em que seu time foi derrotado e vê a disputa do título acenando adeus? Imagina o “custo x benefício”?

Mas “Ganso é o principal maestro (!?1?) do time, é natural que esteja mais exposto ao erro” diz a notícia… Valdivia, que é o principal jogador do Palmeiras não está mais exposto ao erro por esse mesmo motivo? E olha que o Ganso tem a companhia de vários medalhões; Valdivia não tem!

Você percebe o joguinho de palavras para se “dourar a pílula de um”, e “desdourar a do outro”?

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Kaká, o cara de seleção, que jogava na Europa (ninguém queria mais ele lá), medalhão, saiu na cara do goleiro e perdeu um gol tentando dar passe de calcanhar? E quando o jogo estava 0 x 0. Quem perde gol quando pode dar uma vantagem ao seu time não é irresponsável, culpado?  Ele não é irresponsável e nem culpado, “press”? Por que ?

E o Pato, que preferiu tocar para Kardec?

 

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E eles não têm culpa alguma pela derrota dos seus times… como adjetivar essa imprensinha?

 

E nem no jogo dos “itakeras”, que se distanciou do G4,  teve culpado… a imprensa isentou/aliviou pra todo mundo…

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O time perde, por 1 x 0, por um pênalti infantil cometido por Elias, e ele só prejudicou… não foi “culpado”, “irresponsável”, não carregou a culpa pela derrota…

 

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O pênalti foi infantil, a tarde decepcionante… tadinho do Elias, né? Culpado mesmo é só o Valdivia…

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Nossa, o Malcom correu na partida, mas “faltou precisão”  (faltar precisão é o mesmo que “errar na hora do chute”)…  o Guerrero (ele perdeu um gol feito, você verá a seguir) foi uma vítima na derrota… tadinho x 2.

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Olha só… o Malcom ao invés de chutar para o gol, tentou passar para o meio da área (!?) e, ainda por cima meteu a mão na bola, estragando a possibilidade de gol… mas irresponsável e culpado pela derrota é só o Valdivia mesmo…

 

 

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Os “itakeras” perdem, se afastam do G4 (na ocasião, tinham ido para 7º lugar), Guerrero fura na hora de chutar a gol, perde a melhor chance na partida, e tudo bem? Culpado mesmo é o Valdivia, aquele “bandido”, “irresponsável”…

Ah, mas o Palmeiras está numa situação pior, por isso falam só do Valdivia…

É???

2013, gambás e bambis, rondando a zona de rebaixamento durante o campeonato todo, se enfrentaram (acabariam a 4 pontos da degola, mesmo com algumas ajudas da arbitragem). Ceni perdeu uma penalidade, e Sheik perdeu um gol cara a cara com o goleiro, “pecou pela falta de pontaria”. Um resultado bem ruim na ocasião para as duas equipes.

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E aí, a gente lembra do goleiro Barbosa, da Copa do mundo perdida para o Uruguai em 1950, que virou e foi “bandido”, “culpado” até morrer, por causa de uma falha na final…

E aí, a gente lembra do Zico, ferrando o Brasil nas quartas-de-finais da Copa de 86, porque bateu mal uma penalidade, que colocaria o Brasil à frente do placar… lembra de  Sócrates e Júlio César, que fizeram o mesmo na disputa de pênaltis ocasionada pelo erro anterior de Zico… e não teve nenhum bandido, nenhum culpado… nenhum irresponsável…

É a imprensa esportiva (e não só a esportiva), fazendo você gostar e odiar quem ela quer que você goste ou odeie…Fazendo você achar o que ela quer que você ache…

Valdivia é cai-cai, Neymar é vítima das botinadas… Valdivia é irresponsável (Edmundo, Diego Souza, Vagner Love, até Alex(!!) também eram um monte de coisa); Luís Fabiano precisa de psicólogo, Sheik é admirável, Ganso é maestro… Henrique erra a finalização;  Pato perde o gol por causa do gramado (gramado feio, bobo e malvado)… O Palmeiras tem dívidas, não tem dinheiro,  mas os gambás sonegam impostos, há anos… por opção…

Cabe a nós se queremos concordar com isso ou se queremos pensar com a nossa própria cabeça.

Eu não concordo!

 

Depois da bela partida diante do Vitória (acabei nem falando dela aqui), do futebol bonito, dos belos gols, do jogo sem sustos, sem atropelos, sem gol tomado,  sem “fio desencapado”, com passe “de costas”… depois de uma noite de alegria, estávamos todos confiantes para a partida seguinte diante do Figueirense.

Mas, abriram a Caixa de Pandora e todos os “monstros” escaparam…

Dorival mandou a campo Deola, João Pedro, Gabriel Dias, Nathan, Victor Luis, Renato, Marcelo Oliveira, Diogo, Valdivia, Cristaldo e Henrique.  Henrique, seria o centroavante isolado à frente, para ser municiado por Diogo, Valdivia e Cristaldo, armados no meio de campo; o já conhecido 4-2-3-1. Na zaga, talento e vontade da garotada, mas também muita inexperiência. Com 21 anos e 20 partidas no profissional, Victor Luis era o atleta mais experiente da defesa do Palmeiras.

Chovia bastante…

O “serviço de primeira” lá do SporTV, ao mostrar a escalação do Palmeiras, usou a foto de Everaldo(FIG) como se ele fosse Cristaldo. Olha o nível…

Cristaldo-by-SporTV

No primeiro minuto de jogo, Valdivia levou uma cotovelada e o árbitro nada marcou. Na TV, mesmo vendo o replay com a cotovelada dada com vontade, Milton Leite diria:“até sobrou um braço na cara dele, mas aparentemente o jogador não teve a intenção”. Dobrou bem o braço e meteu o cotovelo… e foi sem intenção? Se fosse o contrário, teria intenção, mereceria expulsão, né Milton “só podia ser gambá” Leite?

Valdivia-leva-cotovelada1

Dois minutinhos depois, Henrique tocou lindamente para Diogo arriscar da entrada da área, mas o goleiro mandou pra escanteio.  Um início de jogo muito auspicioso para nós…

Valdivia era caçado em campo – até os 20 minutos aproximadamente, sofreria três faltas duras (fora as outras, menos desleais),  uma delas, a cotovelada do primeiro minuto, e nenhum adversário levaria sequer amarelo. Os idiotizados narrador e comentaristas da transmissão achavam tudo normal e “segue o jogo”.

O jogo era de muitas faltas (o Palmeiras apanhava muito mais do que batia), o gramado pesado… e, por isso mesmo, os erros de passe apareciam e a criação das jogadas ficava comprometida.

Mas o Palmeiras ia pra frente, tentando buscar o gol. As melhores jogadas de ataque saíam dos pés do Mago, Cristaldo e Diogo, sempre buscando Henrique, o “1” do 4-2-3-1 de Dorival Júnior. Lá atrás, quando o Figueirense aparecia, encontrava uma defesa segura. Nathan jogava certinho, com confiança…

Falta em Cristaldo, falta em Henrique… e nada do juiz marcar… Valdivia sofreu uma falta desleal, na cara do juiz, mas sabe quem levou amarelo? Marcelo Oliveira, que, na sequência, parou o jogador do Figueirense com falta. A cartão para o catarinense, o juiz, que deu vantagem para o Palmeiras no lance, preferiu deixar no bolso (mas não teve como “esquecer” de amarelar Paulo Roberto, no minuto seguinte, por uma falta dura em Victor Luís). O Figueirense fazia muitas faltas.

E haja saco para aguentar as piadinhas dos “humoristas” da transmissão, e a sua ignorância futebolística – não é porque o juiz deu vantagem, que ele tem que deixar de dar cartão para quem faz uma falta dura, né seus manés? E pensar que a gente tem que pagar para poder assistir ao SporTV…

Valdivia cobrou falta e mandou a bola na área, a zaga tirou e a sobra ficou com Cristaldo, ele cruzou, o zagueiro furou, e Henrique chutou pro gol, mas o chute foi fraco, e ficou fácil a defesa do goleiro. Com a bola molhada podia até ter dado certo…

O Figueirense fez uma tentativa, Nathan estava esperto e tirou a bola da nossa área. Verdão foi pro ataque, Valdivia deu um belo passe pra Cristaldo (eles começam a se entrosar), mas ele chutou na rede pelo lado de fora… Furada de Thiago Heleno, João Pedro pega a sobra e toca pro Mago, ele tenta surpreender o goleiro com chute colocado, mas a bola sai à direita… Valdivia lança Henrique, que vai até a linha de fundo, tenta bater pra trás, mas é interceptado… O Palmeiras, marcando bem e se insinuando no jogo… mas precisava achar o “último atalho”…

E não é que o Cris achou? Diogo fez uma ótima jogada pela esquerda, cruzou pra trás procurando Henrique, que deixou a bola passar para Cristaldo; CR9 girou e chutou forte, bonito, e ela foi morrer no canto direito do goleiro. CRISTALDO, SEU LINDOOO!

O Palmeiras, que cadenciava mais o jogo depois do gol, tentou engatar mais uns ataques, mas sem muito perigo. E antes que o juiz apitasse o final do primeiro tempo, Renato, dando lugar a Bruninho, saiu lesionado e chorando… e nós, tão felizes estávamos, tão desavisados, nem percebemos que abriam a caixa dos nossos pesadelos…

Nos primeiros minutos da segunda etapa, depois de tentativa de Henrique, Bruninho tentou de longe, mas a bola foi pra fora… no minuto seguinte, em contra-ataque do Verdão, Valdivia dá um passe lindo pra Cristaldo, colocando-o na cara do gol, mas o Cris chutou em cima do goleiro…

O Palmeiras ia pra cima, trocando passes Diogo lançou Cristaldo, que tocou para Marcelo Oliveira, que chegava pelo meio; mas  a defesa do Figueirense afastou…

Mesmo tendo errado muito mais passes, o Palmeiras tinha finalizado mais e tinha desarmado muito mais também (28 x 7), o que explicava a sua superioridade em campo,  mas o Figueirense, a pedido de Argel, jogava mais adiantado.

No campo pesado, alguns jogadores do Palmeiras pareciam extenuados – Diogo era um deles -, e Dorival demorou a se dar conta disso. Os atacantes, improvisados como meias, já não conseguiam render muito. Dorival demorava pra substituir… os “monstros” saíam da caixa…

Aos 22′, troca de passes entre Valdivia, Cristaldo, Marcelo Oliveira, e a bola voltou para Valdivia, de frente para o goleiro. Ele tentou abrir para Henrique que entrava pela direita, mas o zagueiro ficou com a bola, matando a nossa oportunidade.  A gente quase gritando gol… putz… não pode!!!

Não se pode perder uma chance de gol, de jeito nenhum! Valdivia deveria ter tentado fazer o gol (se ia fazer eram outros quinhentos). Viu a brecha tem que bater, não podemos desperdiçar nada, ainda mais nessa situação. A opção foi um erro, mas não foi um crime. Não dá para culpar Valdivia, com exclusividade, pelo resultado final (outros gols foram perdidos por outros jogadores na mesma partida, outros erros foram cometidos). Tem vários culpados nessa história. Valdivia é um deles, sim, não é o único. Tentou enganar o goleiro, o goleiro não entrou na dele, saiu bem, fechando em cima dele, e então escolheu passar para Henrique.

Mago-chute1

Essa jogada é típica do Mago e a aconhecemos muito bem. Vimos ele fazer o mesmo em tantas outras oportunidades – na Copa do Brasil 2012, por exemplo, com o gol escancarado à sua frente, deu de bandeja para Luan marcar… e, na ocasião, todo mundo o elogiou pela jogada e pelo altruísmo. Talvez o altruísmo desse domingo pudesse esperar outra hora, outro jogo, outro campeonato. Eu também preferiria que ele tivesse tentado marcar, mesmo porque o considero mais competente pra isso. No entanto, se Henrique tivesse acompanhado a jogada, como fez o zagueiro adversário, poderia ter feito o gol, e sem goleiro, e nenhum de nós estaria reclamando agora, pelo contrário.

Nossas chances de vitória poderiam ser maiores, caso tivéssemos feito esse gol? SIM! Mas o grande erro do Mago, não justificaria todos os outros que veríamos mais à frente… Não é porque ele perdeu um gol praticamente feito que nossa zaga e goleiro poderiam entregar três.

O jogo seguiu…

Valdivia sofreu falta dura, que ele mesmo cobrou com perigo, fazendo o goleiro colocar pra escanteio. Dois minutos depois, Valdivia recebeu na esquerda e tocou atrás para Nathan, ele limpou a jogada, mas o chute saiu fraco, pra fácil defesa do goleiro catarinense. Argel ia trocando os atacantes.

As coisas pareciam sob controle… E nós nem sonhávamos com o que viria… os “monstros” se libertariam todos então…

Aos 31′, o Figueirense foi pro ataque, a bola foi cruzada na área, o atacante subiu sozinho (a zaga não saiu do chão) e cabeceou lá da marca de pênalti, Deola ficou só olhando a bola entrar no gol, nem pulou na tentativa de defender.  Achei que ele poderia ter evitado o gol.

Figueirense-gol

Os fios desencapados, que tanto temos visto entrar em curto a cada vez que tomamos um gol, se encostaram uns nos outros… Dorival sacou Cristaldo e colocou Allione.

Um minuto depois, ainda tentávamos entender o que tinha acontecido para tomarmos aquele gol besta, quando mais uma bola foi levantada na nossa área, e mais um gol do adversário aconteceu. Victor Luís levou uma senhora bola nas costas, e o atacante saiu na cara do Deola, sozinho (!?!?) sem marcação alguma… Deus do céu!

Cleiton-pede-bola

Três minutos depois, em mais uma cochilada monstra da nossa defesa, e do nosso goleiro, que foi muito mal no lance (11 gols tomados, é isso mesmo, Deola?), tomávamos o terceiro gol. Três palmeirenses na área, mais o goleiro, e um adversário, sozinho, fez a festa…

Figueirense-gol3

Tomamos 3 gols em 4 minutos… como pode uma coisa dessa? (os levianos e tendenciosos espantalhos da transmissão quase morriam de felicidade)

Se já estava péssimo… o juiz ajudou a ficar pior… aos 38′, Henrique sofreu pênalti de Thiago Heleno, mas o árbitro marcou fora da área – em cima linha é dentro, juizão.

Figueirense-pênalti

Já no finalzinho, o sinal claro que o emocional do time está em frangalhos (imagina o nosso?), Nathan seria expulso por pisar no adversário.

E o juiz decretou o fim do jogo, o fim do sossego que teríamos por alguns dias, o fim do nosso final de semana…

Os “monstros”, fora da caixa, tripudiavam das nossas esperanças… e um frio danado se apoderava da gente…

Duro de entender, duro de engolir, duro de aceitar (cadê os planos B.C,D… X,Y,Z, diretoria? Que centenário, hein?)

Mas não temos escolha, é lutar ou lutar. É ficar com o Palmeiras, ou abandoná-lo.

E EU ESCOLHO VOCÊ, PALMEIRAS!

E vamos à luta! A próxima batalha vem aí!

SEGUNDA PARTE – Perseguição e Xenofobia

A picaretagem contra o Palmeiras é constante… E a perseguição a Valdivia também! Sim, há perseguição a Valdivia; por parte das arbitragens, da imprensa, dos “Arnaldos” todos, e parece, que do tribunal também. E ela é tão exagerada, que fica com um baita ‘carão’ de xenofobia, xenofobia a estrangeiros palestrinos (se fosse um estrangeiro que jogasse em outro clube, seria endeusado)…

O chileno (a imprensinha o chama assim; Guerrero, por exemplo, não é chamado de peruano), que leva PUNIÇÃO INÉDITA NO BRASIL (inventada pelo tribunal), por forçar um terceiro cartão amarelo e, pasme, por sorrir, pode apanhar de todas as maneiras possíveis, com a permissão dos árbitros, e com o silêncio da imprensinha. Ele pode sair de campo de nariz quebrado, de olho roxo e boca cortada, sem que nenhum jogador adversário seja punido, ele pode apanhar em campo, de tudo quanto é jeito, ser caçado, e a imprensinha diz que ele é culpado, provoca, é cai-cai (essa, inventaram isso na Platinada) e o STJD NÃO FAZ P%@#RRA NENHUMA com os seus agressores, muito pelo contrário.

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Veja  o vídeo dessa agressão de Jorge Wagner em Valdivia, que o STJD NUNCA VIU (vê aí, Ximit):
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=MSee0a1saFI[/youtube]

Agressão de Gavillan (GRE) em Valdivia: [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=hEbQyz2MphY[/youtube]

Agressão de Lúcio (SPO) em Valdivia:
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=daVK9qntpSY[/youtube]

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Rogério Ceni tenta chutar Valdivia e acerta Alan Kardec: [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=p3ggpfMDGB4[/youtube]

 

E Valdivia é sempre punido por infrações que deixam (o STJD deixa) outros jogadores impunes:

gancho-Valdivia

A súmula do árbitro Wilton Pereira Sampaio continha xingamentos do Mago depois da expulsão: “Você é um filho da p…”, repetido por três vezes. Ele poderia pegar um gancho de até 18 jogos e pegou 2.

POR QUE SERÁ QUE, NA VISÃO DO STJD, DEPENDENDO DA CAMISA DO JOGADOR, OUTROS XINGAMENTOS, MAIS GRAVES, NÃO FORAM PASSÍVEIS DE GANCHO?

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LuísFabiano-pena-social

“Porra, marca uma só, seu merda. Tá inventando desde o início, é muito fraco. Seu filho da puta. Você é um viado. Dá vontade de meter um soco na tua cara, seu vagabundo. Te encher de pancada.” Essas foram as palavras que Luís Fabiano disse a Elmo Resende Cunha. Ele recebeu pena social, e Valdivia gancho de duas partidas. O São Paulo não perdeu o seu jogador, e o Palmeiras sim.

Um “Você é um filho da puta” resulta em dois jogos de gancho, e um “… seu merda… Seu filho da puta. Você é um viado, Dá vontade de meter um soco na tua cara seu vagabundo. Te encher de pancada”, resulta em pena social. É impressão minha ou o tribunal tá com picaretagem pra cima do Palmeiras, pra cima do Valdivia?

O STJD pode julgar e punir Valdivia, e quaisquer jogadores palestrinos, em todas as vezes em que eles merecerem, claro, imagina se íamos querer ter algum tipo de privilégio? MAS O STJD DEVE JULGAR E PUNIR VALDIVIA, E QUALQUER OUTRO JOGADOR DO PALMEIRAS, COM ISENÇÃO, E COM AS MESMAS REGRAS QUE JULGA E PUNE OS JOGADORES DOS OUTROS CLUBES. Assim é honesto, assim se faz justiça. Qualquer coisa diferente disso vai ficar parecendo arranjo de bastidores, acertos por fora, parcialidade, falta de honestidade… E eu acho que os promotores  não são desonestos, são, Ximit?

Vejamos alguns exemplos – existem muitos outros – de como é que o STJD pune as agressões cometidas pelos jogadores de outros times, que têm trancinhas nas cores que os promotores gostam, e da diferença que ele faz quando é jogador do Palmeiras, quando é o Valdivia (o favorito dos ‘justiceiros’).

EMERSON SHEIK (CORINTHIANS)

Esse pisão de Emerson (ou seria Márcio?) Sheik no pescoço do jogador do Avaí foi punido com um jogo de gancho. Os “justiceiros desportivos” decidiram que essa agressão não era agressão, era ato hostil… hmmmm… Mas que caras-de-pau!

Sheik-pena-agressão

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MICHEL BASTOS (SÃO PAULO)

Michel-BastosMichelBastos-chuta-rosto-adversário

MichelBastos-chuta-rosto-adversário1

Michel-Bastos-liberado

Michel-Bastos-pena

Mais um que agrediu o seu adversário, chutou o seu rosto (já tinha chutado o peito antes) , e os promotores o julgaram em “ato hostil”. E a imprensinha diz que foi uma “suposta” agressão… ah, tá!

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WALLACE (CORINTHIANS)

Wallace-pisa-Barcos

 

Wallace-denunciado

Veja que “bonzinho” (vigarista?) o STJD… adiou o julgamento do agressor para que ele pudesse jogar  contra o Sport.

Wallace-absolvido

 

O mais “sensacional” é o parecer do relator. Leia com atenção.

Wallace-parecer-relatorWallace-parecer-relator

Barcos estava no chão, o tempo todo. Wallace, nem estava no lance, não disputava a bola com Barcos, o que é um agravante, e precisou dar alguns passos até chegar onde estava o palmeirense caído e pisá-lo. Foi até lá pra isso, para pisar o jogador do Palmeiras! E ainda assim foi absolvido pelo STJD. O mesmo STJD que quer condenar Valdivia e lhe dar vários jogos de gancho.  Não faz sentido, tem algo estranho nisso tudo. Se é passível de absolvição pra uns, tem que ser para o outro.

Wallace1

Wallace2

 

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E o caso mais significativo de todos, prova cabal de que se Valdivia for julgado no artigo de agressão e for punido… aí teeem!

 

DAGOBERTO (SÃO PAULO)

Pisar adversário é agressão, né Ximit? E você disse que a pena é de 4 a 12 jogos. Então, o Dagoberto, na melhor das hipóteses, pegou quatro jogos, certo?

Dagoberto-sequência4

 

Errado!! Ele foi absolvido pelo STJD (em dois julgamentos), e POR UNANIMIDADE! E a denúncia só ocorreu, uns sessenta dias depois, porque houve uma grande manifestação na internet… senão, nem denunciado ele seria. Mas que coisa, hein Ximit? “Ceis” não tem vergonha na cara não?

E vejam a sequência do lance. Ele fez uma falta dura, por trás, o cara caiu e Dagoberto foi até ele, para pisá-lo.

Dagoberto-pisa-adversário

 

Dagoberto-Absolvido

E a única diferença entre os casos mostrados por mim aqui, além da maior quantidade de maldade e de intenção de machucar dos outros, é a camisa que Valdivia veste, e é o fato dele não ser brasileiro (essa é a impressão que tenho)…

Os campeonatos se tornam disputas de cartas cada vez mais marcadas.

Ou o Palmeiras toma providência urgentes para acabar com isso, ainda que seja preciso ir à FIFA, à Justiça Comum, ou a coisa vai ficar cada vez pior para o Palmeiras, enquanto melhora consideravelmente para os outros.

Na quinta-feira (07), na Academia de Futebol, Valdivia, de volta ao Palmeiras, concedeu entrevista coletiva à imprensa. Coletiva pedida por ele, para abrir o jogo e esclarecer todo o “disse-me-disse” envolvendo o seu nome e a má sucedida transferência para o Al Fujairah FC, dos Emirados Árabes.

Como algumas pessoas me disseram que não puderam acompanhar a entrevista toda, que durou mais de uma hora, e não conseguiram encontrar o conteúdo todo nos portais, resolvi postar aqui as anotações que fiz, enquanto assistia à entrevista.

O Mago, tão logo chegou à Sala de Imprensa, se dispôs a ficar o tempo que fosse necessário para que todas as dúvidas fossem esclarecidas e para que fossem feitas todas as perguntas que os jornalistas tivessem a respeito do assunto.

E Valdivia explicou o que aconteceu desde a sua ida aos Emirados. Acompanhe as declarações, que estão redigidas mais ou menos na mesma sequência em que elas foram sendo feitas. Alguns assuntos se repetem porque os jornalistas perguntavam sobre eles novamente.

A explicação

“Viajei na quarta-feira de madrugada. Fui recebido por torcedores, dirigentes do clube e imprensa. Fui levado até a cidade da equipe, fui recebido na sala do sheik. Ele subiu a foto no facebook dele falando que estava apresentando o novo camisa 10 do clube.”

“Tem vínculo, sim. Fiquei lá e fiz exames médicos. A gente esperou o dia da assinatura do contrato. Foi aceito o meu pedido de 10 dias de férias. O clube disse que não teria problema e era só apresentar para a pré-temporada no dia 5, na Alemanha. Até então estava tudo certo. Eu tinha de voltar no domingo (04).”

Pela internet, eu acompanhei a chegada do Mago lá no novo clube, e foi isso mesmo, ele foi apresentado como o novo camisa 10 do Al Fujairah:

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Sobre a assinatura do contrato

“Não assinamos o contrato, infelizmente, porque era Ramadã. É algo totalmente diferente de nós. O que foi passado para as pessoas do meu lado que não teria problema e era só apresentar no dia 5, na Alemanha. Quando fui para o Al-Ain, foi a mesma coisa. Fui vendido, aceitei os valores e assinei um documento em que dizia isso. Tudo o que foi feito na primeira transferência foi realizado nesta. Agora estava igual.

Peguei os dias de férias do meu suposto novo clube. Quando voltei fiquei sabendo que tinha sido cancelado. O motivo desse cancelamento era que eu não tinha acertado os valores, o que é mentira. Tem documento com carimbo e assinatura do clube, do sheik. Fiquei muito surpreso na minha volta ao Chile, porque na minha cabeça estava tudo certo.

Tudo isso trouxe uma complicação grande. Tive de tirar meus filhos da escola, meu cunhado veio para arrumar a mudança. Estava tudo assinado para tirar mudança, imobiliária, carro, enfim… e significou uma mudança muito grande.

A pessoa que estava negociando pelo meu lado disse que o pai do sheik teria tirado o apoio do filho, porque era muita grana. E essa grana poderia ser usada para construir hospitais, escola, e deixou o filho sozinho na negociação. Isso foi passado para mim, quando cheguei. Mas para o Palmeiras foi dito que eu não tinha aceitado os valores. Eu desminto isso, e já mostrei para o Palmeiras. E o Palmeiras me deu a razão. Tenho os documentos.

Fui liberado pelo Palmeiras no sábado, 12 de julho, então fiquei muito surpreso. Acredito que vocês também. Agora vamos ver com o departamento jurídico qual é o próximo passo.”

Sobre a possibilidade de “haver um clima ruim para ficar no Palmeiras”

“Clima para ficar no Palmeiras não vejo porque ser ruim. O que aconteceu comigo… Estava tudo certo. Não tinha a mínima dúvida de que não seria mais jogador do Palmeiras. Agora eu volto com a mesma motivação que sempre tive aqui. Conheço os jogadores, conversei com eles e com o treinador. O clima nunca mudou aqui dentro do clube.

Nem quando a Copa acabou pensava em sair do Palmeiras, nem agora. A torcida e vocês têm de saber que o Palmeiras sempre foi claro em dizer que não há jogador inegociável. Se chegar uma proposta, o clube vai analisar primeiro. Depois, vão falar comigo. Mas minha cabeça é a mesma. A mesma motivação e já falei com o treinador ontem, quando voltei a treinar. Não tem essa de ficar pensando.

Claro que penso no que aconteceu, mas voltar desmotivado, não. Muito pelo contrário. Sempre digo que devo muito a esse clube. A história mais bonita da minha carreira foi aqui. Vou continuar honrando e respeitando a camisa do Palmeiras.

Sobre o acordo para as férias e o salário de Julho

Não era jogador do Palmeiras. Era jogador do Al Fujairah. Eles mostraram ao mundo que me contrataram. Levaram torcida, imprensa no aeroporto. Cheguei em Dubai 0h, e no hotel 4h da manhã. Fui apresentado ao sheik, diretor, presidente, jogadores, e fui dormir 4h ou 5h da manhã. Concordamos em me liberar 10 dias para férias, porque depois da Copa não tive.

Assim que acabou a Copa, fiquei dois dias aqui e no terceiro dia vim treinar. O Mena (Santos) e o Aránguiz (Internacional) tiveram sete ou dez dias de férias. Eu não. Como eu não era mais jogador do Palmeiras, fui liberado 12 de julho. E aproveito para esclarecer: não recebi mais salários do clube neste momento. Foi pago até sábado, em um jogo-treino que joguei.

Sobre o “sumiço”, e o porquê de ter se mantido incomunicável durante as férias

Eu não sumi. Estava na Disney, com a minha família. Se tivesse sumido, a minha mulher não postaria fotos. Antes de ir a Dubai, tuitei que não jogaria mais pela seleção. Na minha volta de Dubai para o Chile, não tenho telefone chileno, só do Brasil. Na volta, num domingo, passei aqui e fui embora. Deixei avisado com quem trabalha comigo para bloquear meus números, para tirar as crianças da escola.

A minha família ainda está no Chile. Fui para o Chile e parecia que estava chegando o presidente do país. Tinha muita imprensa querendo falar comigo, para esclarecer os motivos de não atuar mais pela seleção. Depois saíram notícias de briga, e a imprensa chilena me envolveu. Então, ganhei essas férias do clube e fui embora sem preocupação. Não queria mais saber de telefone e mensagem.

A minha casa foi invadida por gente querendo saber porque não atuaria mais pela seleção, se houve indisciplina ou briga. Curtir e desfrutar meus filhos foi sagrado. Desliguei tudo porque não queria ver internet. Saía 8h do hotel e voltava meia-noite para dormir. Aproveitei bem os dias de férias do meu novo suposto clube.

Os motivos são esses. Não estava escondido. A prova mais clara é que a minha mulher postava as fotos, mostrando que estávamos de férias.

A saída do Palmeiras

“O que falei é verdade (se referindo à despedida que deixara para a torcida em uma rede social): o Palmeiras precisa de dinheiro. O presidente disse muitas vezes que ninguém é inegociável. O clube recebeu uma proposta e assinou todos os documentos, que garantiam a minha saída do clube.

O que escrevi no momento foi a verdade: o Palmeiras precisava de grana, chegou uma grana que o clube aceitou. Abri mão de 10% para ajudar o clube. Concordamos em todos os termos e fui vendido. Se vier mais uma proposta, quem decide primeiro é o clube. Se decidirem se é boa, ou não, eu sou chamado. Esse é o procedimento normal.”

A volta aos gramados e a conversa com a comissão técnica no retorno ao clube

“Por mim, ontem (estaria pronto para jogar). Mas neste momento iria mais atrapalhar do que ajudar. Neste momento, e em todos, tem de respeitar meus companheiros. Quando fui perguntado se devo jogar com algum ou outro atleta, disse que todos merecem atuar. O técnico decide. E há jogadores atuando e se doando pelo time.

Já conversei com a comissão técnica e montaram um planejamento. Começamos treinamentos em dois períodos e vamos acelerar o máximo possível. Mas a minha vontade é recuperar os dias que fiquei sem treinar, desde o sábado do jogo-treino contra o Red Bull. Agora, iria mais atrapalhar.

Não posso dar uma data para voltar, porque temos de ir conversando com a comissão técnica. Não posso esperar muito tempo e por isso vamos treinar em dois períodos.”

As férias e a falta de notícias nesse período

“As férias foram dadas pelo clube. É difícil vocês acreditarem. O direito de vocês é perguntar e duvidar um pouco, mas quando você está sempre sob pressão, e pode ter um descanso com a família, meus números são do Brasil. Minha mulher não tinha telefone e postamos as fotos pelo telefone da minha cunhada, que tinha telefone do Chile.

É difícil de acreditar, mas não ficamos lendo notícias, mensagens sobre o negócio não ter dado certo. Para mim estava tudo certo.

Tinha as provas suficientes de que estava tudo certo. Saíamos do hotel 8h ou 9h para passear e voltávamos muito tarde, para dormir. A minha mulher publicou fotos pelo celular da irmã dela. Tinha internet, sim, é difícil não ter internet na Disney, mas eu não entrei em momento nenhum. Fui para descansar e para me apresentar no dia 5 no Al Fujairah.

Motivação para atuar pelo Palmeiras

“Um dos motivos pelo que pedi essa coletiva foi para esclarecer as dúvidas que vocês e a torcida têm. E não contar a minha verdade, e sim os fatos como aconteceram. Motivação tem todo dia. Claro que disputar uma Copa do Mundo não é todo dia, mas sempre estou motivado de representar essa equipe.

É uma instituição que me deu tudo. Tenho cinco anos aqui no clube e nunca fiquei em lugar algum tanto tempo. A motivação é a mesma de querer jogar. O Palmeiras vive um momento complicado, mas tenho certeza que sairemos dessa. A motivação existe sempre. Se não tiver motivação de treinar, é melhor ficar em casa deitado.

A mensagem que passo é: da minha parte não muda nada. Desde ontem voltei a ser jogador do Palmeiras. Quero conquistar coisas e disputar um jogo no nosso novo estádio. A minha motivação não muda nada.”

Repórter chileno pergunta se Valdivia poderia voltar à seleção

“Minha decisão não muda. Sou agradecido à comissão técnica, mas a minha volta ao Palmeiras não muda nada. Bem ou mal, com coisas negativas que a seleção passou, agradeço à seleção e à torcida. Representar meu país é o mais importante.”

“Tudo o que me colocaram envolvido não estou (polêmicas na seleção). É fácil apontar o dedo para mim por todo o passado. Quando falam de indisciplina ou briga citam meu nome, mas não estou envolvido em nada. Mas repito: não muda minha decisão. E desejo o melhor aos meus companheiros.”

Sobre avisar aos pais da viagem de férias

Não, tenho 30 anos. Já fiz tudo pelos meus pais, sou agradecido a eles. Quando assinei com o Colo-Colo comprei uma casa para eles. Tenho 30 anos. Formei minha própria família e acho que pelo que falei não tenho motivo para estar sempre avisando o que farei ou não. Seus pais te chamam para saber como estão, saúde, ok. Mas ligar para avisar que vou sair de férias, não teria motivo para ter feito.

Entrar na Justiça contra o Al Fujairah

Conheci o Wagner Ribeiro (empresário), mas nessa negociação ele não estava por dentro. Mas ele está certo em uma coisa: estava tudo assinado, menos o contrato. Tanto que o Palmeiras vai se manifestar juridicamente. O Palmeiras assinou a venda, o Al Fujairah assinou que compra o jogador, e eu assinei que aceito tudo. Tem carimbo do clube, do sheik, enfim, tudo certo.

A única coisa que não estava acordada são os termos de pagamento: luva, adiantamento… Mas valores econômicos, que é o motivo apontado por eles para o negócio cancelar, não. O documento que o Palmeiras tem mostra o contrário. O Brunoro acredita no que expliquei a eles anteontem, que de fato aconteceu.

O Palmeiras está há um bom tempo tentando se comunicar com o Al Fujairah. O que se vive lá é diferente do nosso comum, ainda mais com Ramadã. Da primeira vez que fui foi igual: Palmeiras aceitou valores, assinamos documento aceitando tudo, mas faltava exame médico e assinatura do contrato. Desta vez também fiz exames médicos.

A pergunta é difícil responder: o que aconteceu. O Palmeiras assinou documento de transferência. Tanto é que não treinei mais no Palmeiras. Segunda, terça e quarta não me viram mais aqui. Já era jogador do Al Fujairah. É difícil responder o que aconteceu realmente.

Quando voltei dos Estados Unidos, fiquei em choque e surpreso. Não sabia o que tinha acontecido. A pessoa do Chile que viajou comigo, disse que tentou entrar em contato e não teve resposta. Ninguém apareceu. Só informaram ao Palmeiras que o negócio não aconteceu por minha causa. Mas o documento que o Palmeiras tem prova o contrário. O Palmeiras está há quatro dias tentando entrar em contato com o Al Fujairah e não consegue.

Quando voltei, eles tinham conversado com advogado que mexe com coisas do futebol. Ele disse que temos tudo para entrar na Justiça contra o clube. O Wagner Ribeiro também me disse isso.

Se quem entende do caso e trabalha com isso, o que tenho de fazer é isso. Eu fui enganado. O Palmeiras foi enganado. Fui tratado como um jogador novo. Deixei de treinar muito tempo. São muitas coisas envolvidas para entrar na Justiça.

Sobre a relação com Wagner Ribeiro

Não sabia que eu tinha fechado com o Wagner (risos). Ele não é meu empresário. É uma relação muito próxima, mas como você diz que tem algo assinado, não tem nada assinado. É uma pessoa muito próxima.

O Wagner não estava no meio desta negociação. Se fosse, estaria por dentro. É uma pessoa que conversei, saí para almoçar e tiramos fotos. Mas não assinamos. Mostra que meu desejo não é sair embora.

Luvas e adiantamento prejudicaram o acerto?

Juridicamente, não. O motivo que eles alegam são valores econômicos, que estavam acertados e assinados.

E a forma física?

Já conversei francamente com o treinador. O planejamento foi montado. Se jogar domingo, atrapalho mais do que ajudo. Vamos trabalhar duro e fazer o possível para voltar logo. Não posso passar por cima de quem está treinando e jogando. Preciso respeitar a decisão do técnico, como sempre fiz.

Encerrar a carreira no Palmeiras?

Sempre falei antes de sair: sou muito grato ao clube e pelo carinho da torcida. Quando caímos, eu caí junto. Jogamos a Série B juntos. A Série B poderia colocar em dúvida a minha convocação para a seleção, mas mesmo assim fiquei. É difícil usar os argumentos, porque parece que estou chorando.

Sofri sequestro, agressão, mas mesmo assim fiquei, porque gosto muito do clube. Sofremos juntos, e tivemos alegrias juntos. Fiz grande parte da minha carreira aqui e vou continuar do mesmo jeito. Se for para encerrar aqui, o único cara que ficará triste é o Osório Furlan (conselheiro e dono de 36% dos direitos econômicos).

A relação com o elenco

A disputa sempre teve. Não só no Palmeiras, mas em todas. É saudável. Tenho sorte que seja com os argentinos, paraguaio, porque nos damos muito bem e temos a mesma língua, falamos o mesmo idioma. Os brasileiros que jogam na mesma posição eu conheço. Não muda nada. É totalmente normal. Nos damos muito bem. Temos amizade no grupo.

Tem de respeitar a todos. Sempre que me colocaram jogando com Mendieta, Marquinhos Gabriel, sempre falei do Felipe Menezes e do Wesley. Sempre fui respeitoso e agora não será diferente.

Sobre jogar no Allianz Parque

“Totalmente diferente. Quando era o antigo Palestra, o time que vinha jogar contra nós sentia pressão e diferença já quando entrava na (Avenida) Francisco Matarazzo. Tem muito torcedor palmeirense na região. E vai ser muito diferente. Espero que a Arena fique pronta logo e nos traga alegrias, felicidades e muitas vitórias.

Sobre ter sido negociado e sobre Brunoro ter declarado que o clube não precisa de dinheiro

O Palmeiras sempre declarou que não há jogador inegociável. Negociou Barcos, Henrique, que era o capitão, e mais alguns que estavam para se tornar referência no clube. E foram vendidos. Abrir mão de jogadores importantes não é comum. Isso quer dizer que precisa da grana. Se o Palmeiras não quisesse vender, teria rejeitado a proposta do clube árabe. Agora quando senta para conversar que tem proposta, que agrada ao clube, você tem uma brecha para negociar.

Os valores eram bons e aceitei. A necessidade do clube no momento era de vender, porque o pessoal do Palmeiras sempre disse que não tem jogador inegociável. Era bom para o clube e para mim. Decidimos em comum acordo para fechar a negociação.

O que foi aprovado é uma proposta boa para todos os clubes.

Por que Emirados de novo?

Quando vai ser vendido, tem de pensar em ganhar mais do que onde está. Isso passa com você, ninguém é feliz toda a vida com a grana que ganha. Tem de pensar no futuro. No meu caso estava melhorando. Se quer chegar no ponto de mercenário, não teve nada disso. A proposta foi boa para todos. Quando você sai é para ganhar mais.

Polêmicas com Valdivia

Porque não falo muito e não venho desmentir. Foi dito que meu pai atrapalhou, que tinha uma proposta de clube melhor. Na seleção inventaram que teve indisciplina com o Medel. Sempre que há algo de suspeito meu nome é o primeiro.

Valdivia teria culpa nas polêmicas?

Sim, mas viver só sentindo culpa seria melhor jogar em um time sem tanta expressão e que a pressão não seja como é aqui. Sentir culpa sempre é tipo o cara alcoólatra. Ele quer se recuperar e tem direito, melhorar a vida e uma família. Tenho direito de passar a mensagem que mudei, não sou a mesma pessoa. O mesmo direito do cara que tem de se recuperar de um problema, é o meu direito.

Não posso ser julgado pelo que fiz. O que fiz já paguei e fui punido, criticado. Mas quando quer melhorar, tem o direito de melhorar. Esse é o meu direito. Tenho melhorado e mostrado isso. Viver de culpa é melhor não ter vida, porque se não já acorda pensando nos problemas.

Sempre que houve problemas esclareci e fui bem homem. Alguns falam que não sou comprometido. Tem de ter parcela de comprometimento, mas não é tudo no futebol: caráter, qualidade, personalidade, vontade, fome e perseverança. Não é tudo comprometimento.

Sobre os estrangeiros no Palmeiras

O Mago brincou sobre o grande número de estrangeiros que há no elenco do Palmeiras e a permissão da CBF para que os clubes tenham apenas cinco estrangeiros em campo atuando nas partidas nacionais (o Palmeiras tem sete):  “No ano que vem serão só cinco brasileiros”, disse ele.

É legal que tenha mais estrangeiros. Você dá chance de trabalho, de viver em um país 100% futebol, de criar filhos aqui, como no meu caso. Faltam poucos dias para fechar a janela e eu nem sabia. Se o Palmeiras concordar e aquele personagem (Osório Furlan) também, e para mim for o melhor, ok. Não dá para sair sendo pior ou igual. Vamos esperar o que o Palmeiras decidir. Voltei a ser funcionário. Quem decide é o clube.

De novo, repito: o clube sempre disse que não tem jogador inegociável. Depois será perguntado a mim e vamos decidir juntos. Mas o meu desejo sempre foi voltar ao Palmeiras. Na primeira vez que saí, voltei para o clube feliz. Tivemos problemas, sou feliz aqui e grato. Espero que a torcida entenda a sinceridade com a qual estou me expressando hoje. Estou abrindo tudo, não tem porque me esconder.

Ganhei folga do clube que iria me contratar. Agora, meu antigo e novo clube é o Palmeiras. Devo satisfação ao Palmeiras hoje. A vida continua como sempre foi: treinando e jogando sempre que for possível. Meu carinho pelo clube não muda. Tanto que no meu Instagram só tem foto do Palmeiras, e o gol na Copa foi dedicado aos torcedores do Palmeiras. Tenho muito a agradecer.”

Sobre entrar na justiça junto com o Palmeiras

“Acho que sim, ganhar é mais fácil. Mas também vou entrar com meu estafe de advogados, porque são coisas diferentes. As duas partes foram enganadas. Eu fui exposto ridiculamente, posando com camisa do clube, falando com a imprensa e submetido a exames médicos. Tive de tirar meus filhos da escola. Passei para minha mulher que iríamos morar em Dubai. Até postou uma foto de Dubai.”

 Palmeiras quer o Mago fora?

“Só falei que o Palmeiras diz que não há jogador inegociável. Amanhã é outra diretoria, outro ponto de vista. Mas nunca falei que o Palmeiras não me quer. O que disse é que eles sempre deixam claro que não há jogador inegociável, e não me devo ao Osório Furlan. Se ele ajudou a trazer de volta, problema dele. Não me devo a cigano, fulano e sim ao Palmeiras. O dono do meu futebol é o Palmeiras.”

Sobre Osório Furlan  (ajudou o Palmeiras a contratar Valdivia em 2010)

Se ele me quer fora, cuida da vida dele e eu cuido da minha. Não tem porque ficar respondendo sempre. Quando há matérias falando de mim não tem motivo para responder, porque ele não significa nada para mim. Para o Palmeiras ele significa, porque ajudou o clube, mas ele não me ajudou.

Declaração/brincadeira(?) de Vampeta sobre muitos estrangeiros juntos

Acho que foi de brincadeira. Não tenho nada a dizer sobre isso. É falado no futebol isso, mas nem tudo que é dito necessariamente é verdade. É uma opinião dele, tem de ser respeitada, mas discordo. Cada um sabe o que diz.

A assessoria de Valdivia avisou então que seria a última pergunta, mas o jogador novamente se disse mostrou à disposição de todos: “Não, pô, podem perguntar e vamos falar”. E a entrevista continuou.

Valdivia tem regalias no Palmeiras?

“Quem fala isso são vocês (jornalistas). Acho que o meu direito é o mesmo de todos.  Tenho a mesma vaga no estacionamento. É sério, é verdade. A minha vaga é do lado do Juninho. O café da manhã é o mesmo. Quando o Palmeiras paga o salário é no mesmo dia. Não sei quantas camisas vendem com o meu nome. Meu horário e dos outros é 9h30. Quando tem coletiva venho contra a minha vontade. Essa não, eu que pedi. Mas direitos são os mesmos.

Polêmicas, de novo

Como tive muitos problemas aqui, com lesão, sequestro, e que acharam estranho eu ter ido embora, já vira polêmica. Teve a agressão na Argentina (Libertadores de 2013). Qualquer lugar do mundo isso é imperdoável. Não vi acontecer algo diferente. Se o Paulo (Nobre, presidente) vetou coisas das organizadas, é normal, o Cruzeiro também fez.

Se falam de eu ter mais direitos por ter ido embora desde sábado, é porque não era mais jogador do Palmeiras. O Palmeiras não me pagou mais e me liberou a não vir mais.

“Falam que não vou para o treino, mas muitos não vêm e vocês não olham. “Ah, ele chegou no departamento médico 9h40″, mas outros também. Mas chama atenção porque sou mais polêmico e venho para falar a verdade. Não digo nada para agradar. Sou sincero. Quando aconteceu o problema da minha mulher pedi desculpas. Direito diferente eu não tenho. Mas quando eu faço parece que é diferente.”

“Quando eu disse que o Felipão tinha falado uma coisa e depois aconteceu outra, aconteceu. E vocês sabem o que aconteceu. Não venho aqui para mentir. Não falo com maldade, falo a verdade porque sou sincero. Quando fiquei machucado é porque eu tinha alguma coisa mesmo.”

“Todas as vezes que fiquei machucado, não era mentira. Já falei também que o José Amador (preparador físico) me ajudou e tratou. Há muito tempo não me machuco. Falam que não tenho comprometimento, mas venho para os treinos e jogo. Tenho minha vida pessoal. Cada um é dono da sua. O mais simples é falar que não tenho comprometimento. Quem sabe disso é quem está aqui dentro. O resto é especulação. Eu venho para o treino, jogo, bem ou mal. 

Valdivia aceitaria contrato por produtividade?

“Nesse momento não pode, porque tenho contrato fixo. Quando esse contrato acabar, você pergunta de novo. Esse contrato vai até agosto de 2015. É fixo e não pode ser modificado. Se quiser renovar, claro que vamos conversar”

Conversa com Gareca

No pouco tempo com o treinador, falamos muito e com os auxiliares. Esse Campeonato, tirando Itália, Inglaterra e Espanha, é o quarto mais difícil do mundo. Tem clássico todos os dias, e falei ao treinador. São jogos difíceis e várias partidas no ano. Clássico toda semana. Quando não é clássico, joga contra o melhor de Porto Alegre, Minas Gerais. Não tem time ruim ou pequeno. O Brasileiro é um dos mais difíceis.

A mensagem que passo a ele (Gareca) é trabalhar. Qualquer técnico estrangeiro vê que aqui se faz coisas diferentes. A pressão da imprensa é grande. E o Palmeiras é muito grande. O clássico é contra o Corinthians, e ultimamente o Corinthians tem ganhado coisas importantes. E exigem o dobro de jogadores e treinadores diferentes.

Mando mensagem de tranquilidade, confiança e que o time está 100% fechado com o que ele faz. Conversei com os jogadores e disseram que são trabalhos excelentes. É uma pessoa excelente. Cumprimenta a todos sem exceção. Chego com muita vontade de mudar os resultados negativos recentes.”

Renovação do futebol brasileiro

“Acredito que uma renovação é necessário. Hoje o Brasil não tem o poder de antigamente, quando tinha Rivaldo, Ronaldinho, Kaká, e mais atrás também tinham. Hoje, o único diferenciado que a imprensa e a torcida destacam, é o Neymar. Antigamente eram sete extraterrestres. O Brasil necessita dessa renovação. Espero que, por ser o país onde trabalho e sou respeitado, que aconteça.”

E, assim, a entrevista se encerrou na Academia de Futebol.  

“Se alguém disser pra você não cantar
Deixar teu sonho ali pr’uma outra hora…

… Se alguém disser pra você não dançar
E que nessa festa você tá de fora…

Não acredite, grite, sem demora…

Eu quero ser feliz agora!”  –  Oswaldo Montenegro

Por mais que nós soubéssemos que o Palmeiras precisava começar a ser reconstruído em seus alicerces – sei que essa é a lógica -, por mais que tenhamos conhecimento de que nos próximos dois anos, seja quem for o presidente, ele vai encontrar a instituição muito mais saudável, sem as sangrias de dinheiro palestrino que havia por todos os lados (dependendo de quem assumir, o clube vai sangrar tudo outra vez), sem  a falência, constatada em Abril de 2013; por mais que tivéssemos tido/tenhamos paciência, não dá para ficarmos inertes diante do que estamos vendo, não dá para não ouvirmos o nosso coração que quer apenas ser feliz…

As sirenes de alerta do futebol do Palmeiras estão “berrando”… A venda de Valdivia, o único craque diferenciado que tínhamos pra “pegar pelo rabo”, expôs a ferida da qual tanto nos horrorizamos agora. Era ele a “usina geradora de qualidade” que alimentava de bom futebol diversos setores do time.

Eu sei que vender e comprar jogadores é rotina de todos os clubes, mas sei também que um bom planejamento prevê que um craque nunca irá embora antes do seu substituto chegar. Todo mundo está vendo a ruindade que o time do Palmeiras ficou sem ele – e justo quando temos um bom técnico. E onde está o substituto de Valdivia? Onde está o novo camisa 10 diferenciado? E como podem os nossos dirigentes acreditar que o time sobreviverá sem ter alguém para criar as jogadas? E como podem não se incomodar que o time do Palmeiras não sobreviva – é essa a impressão que tenho – e despenque na tabela por causa disso, em pleno centenário do clube?

NÃO! MIL VEZES, NÃO! EM TEMPO ALGUM, AINDA MAIS EM NOSSO CENTENÁRIO!

Diante do Bahia, do fraco Bahia, que serviu de sparring pra todo mundo, nosso time só foi capaz de empatar. O primeiro tempo foi de doer. O time corria, tentava buscar, mas o nível técnico era sofrível. Do lado do Bahia, era pior. E o time baiano ficava inteirinho no campo de defesa, e fazia cera de montão.

O Palmeiras teve muito mais posse de bola na partida, o que foi uma inutilidade, já que eram poucos os que a punham no chão para tentar construir uma boa jogada. Ciscava, ciscava, e nada! Tinha posse, mas não tinha ‘munição’ para os ‘atiradores’ lá da frente. E, para alguns, fica tão mais fácil culpar os ‘atiradores’; para outros, fica fácil culpar o técnico…

Não acho que falta vontade aos jogadores como dizem alguns, nem que tenha jogador querendo sabotar o técnico como fantasiam outros. O que acontece é que falta qualidade no time, e, em várias situações de jogo, não se sabe como chegar ao gol adversário, por mais que se tente, por mais que Gareca procure acertar o time. Aquele malfadado “último passe” não acontece como deveria, e aí a finalização sai pior ainda. E isso é quase matemático, né? Sem uma boa assistência = ataque zerado, exceção feita apenas para jogadas individuais e cheias de talento, e algumas outras, de pura sorte. E estamos numa falta tremenda dessas jogadas…

A carência no setor é tanta, que estávamos todos lamentando a ausência do garoto Allione, recém contratado, e que tinha feito até então apenas uma partida – está na cara que a pressão e a cobrança em cima dele, acabarão sendo muito maiores do que deveriam ser. Ele terá que dar certo pra ontem, tadinho, e não deveria ser desse jeito, não é mesmo?

Ainda assim, precisamos de um 10, e dificilmente um substituto à altura do Mago poderá ser comprado pelo dinheiro que se conseguiu com a sua venda; precisamos de um lateral direito também, ainda que Weldinho se saia melhor do que Wendel; precisamos de mais um atacante, bom – vem chegando  Willian José, que estava emprestado ao Barcelona B  (será que é o irmão do Louro José?) Que seja uma grata surpresa, assim como aconteceu quando chegou Kardec, que estava encostado lá no Benfica… Não temos muito tempo para apostas, precisamos de gente pra chegar e resolver.

Mas, no Pacaembu, no nosso compromisso diante do Bahia, quando encarávamos os nossos problemas, a única bola redonda que chegou no ataque foi um cruzamento de Victor Luís (está se saindo bem o garoto), na medida, que Henrique guardou de cabeça aos 15′ do segundo tempo. Nas outras oportunidades criadas, no jogo todo, como a bola não chegava redondinha, era preciso que nossos atacantes tivessem boas doses de criatividade e talento para finalizar com acerto, e, por isso mesmo, nada acontecia.

Era triste ver o nosso futebol tão magrinho… Era doloroso ver o Palmeiras, às vésperas de seu aniversário de 100 anos, não conseguir se impor diante de um time da zona de rebaixamento. O Bahia, tão mixuruca, quando viu que o dono da casa não assustava, tratou ele de tentar. Ficamos tão felizes e aliviados com o gol de Henrique, mas não conseguimos nem comemorar direito, porque o Bahia logo empatou – muita gente não conseguiu ver o gol adversário, por estar, contrariadamente, embaixo de uma bandeira de torcida. Se, por acaso, tivesse sido um gol do Palmeiras, não teríamos visto também.

E se o Bahia já fazia cera antes do seu gol, imagine depois dele… E o Palmeiras sem cacife para detonar um adversário desse naipe. Pobre Palmeiras…

O juiz deu 4 minutos de acréscimo, mas podia ter dado 40… muito provavelmente o placar continuaria inalterado.

Olhávamos um pra cara do outro e nem sabíamos o que dizer, nem sabíamos o que pensar… o coração estragado por vermos o nosso amor tão enfraquecido dentro de campo.

A poucos dias de uma data que deveria ser memorável, pela qual tanto ansiamos, estamos nós aqui, esperando a entrega do Allianz Parque (que não fica pronto nunca, porque tem gente esquecendo que ele É do Palmeiras), com a tabela de classificação na mão, fazendo contas, e rezando para não entrarmos na zona de rebaixamento. Quem diria?

Que “presentão” de aniversário para aqueles que carregam o Palmeiras nas costas… e para a história do Palmeiras principalmente… Faz tempo que estamos só no #AmorModeOn da torcida.

Eu  me recuso a acreditar que Paulo Nobre e os responsáveis pelo Departamento de Futebol não estão vendo o perigo rondando… que o Departamento de Marketing não esteja sendo capaz de gerar receita para que seguremos alguns jogadores e compremos outros;  não consigo nem conceber a ideia de que o coração dos palmeirenses administradores não esteja doendo como dói o nosso… que eles não se sintam miseravelmente tristes e amargurados, como nos sentimos agora…

Não posso admitir que o futebol, a razão do Palmeiras existir, seja deixado de lado dessa maneira, assim como estão sendo deixados de lado os seus torcedores. Não posso esquecer que tínhamos um time bem melhor no ano passado, e no começo deste ano também… não vou subestimar a capacidade dos dirigentes, achando que só nós, torcedores, sabíamos que quebrar a espinha do time, perdendo Kardec, vendendo o Mago, e sem contratar à altura, ia nos deixar mancos, sem condições de caminhar…

Não quero só ter que entender – e olha que sou boa nisso -, não quero só ter que esperar, que aceitar, que ser racional… Quero poder enlouquecer de alegria, quero perder a razão… É aniversário do Palmeiras, e eu quero ser feliz com ele, agora!

E se não puderem, se não vão me fazer feliz, por favor, só não me façam infeliz… de novo.

Esperei tanto tempo para ver o Palmeiras em campo de novo – sim, um mês sem Palmeiras foi tempo demais -, esperei pra ver o trabalho de Gareca, o nosso técnico argentino, e , quando a Copa acabou e chegou a hora tão esperada, tudo que pude ver foi a bela homenagem a Oberdan Cattani, o uniforme azul, lindo, igual ao que nossa “Muralha Verde” usava,  e vi também que Gareca é um bom técnico, e já deu uma mudada no sistema defensivo (e não tem medo de lançar a garotada), mas é um bom técnico que, infelizmente, vai sofrer pela falta de material no “almoxarifado palestrino”.

Eu sei que o Mouche não fez a sua estreia, que jogamos sem Lúcio, Henrique, sem o Mago – mandado lá para o deserto -, sem Marquinhos Gabriel, que também foi para o mundo árabe… mas o Santos era muito fraco e, ainda assim, conseguimos não fazer nada em campo e tomar dois gols.

A falta de qualidade no time, a sua inofensividade, deixou a gente preocupado. A falta de pontaria também, afinal, pelo que consegui ver, (no PC, a transmissão travava o tempo todo) perdemos 2 gols feitos, um com Diogo e outro com Leandro – tivemos também um gol mal anulado (isso não muda nunca). E foi só.

Mas o que me pareceu determinante foi a falta de criatividade… não havia um “cristo” para criar uma jogada. Bruno César não dava conta do recado; Wesley, de capitão (piada), não atava e nem desatava… Difícil… E olha que no começo do jogo, com o time compacto, o Palmeiras deu a impressão que faria um outro tipo de partida. Até conseguir tomar um gol bobo numa cobrança de falta.

O narrador e comentarista repetiam incessantemente que o Palmeiras não criava nada, que faltava alguém ali na função de armar o jogo – Maledetos. Quando esse “alguém” estava no time, eram os narradores e comentaristas os primeiros a dar pauladas nele e fazer comentários venenosos a seu respeito.

Mas que “ele” fazia falta, fazia… e muita.

POR QUE “FES ISO”, DIRETORIA? Eu sei que compra e venda de jogadores é coisa corriqueira nos clubes, mas já tínhamos deficiências em algumas posições para as quais ainda precisamos contratar, alguns titulares não têm suplentes, precisamos qualificar mais o elenco… aquelas coisas de sempre, e pra ontem, e vocês ainda resolvem vender o melhor jogador do time? E o que é pior, e totalmente incompreensível pra mim, pra ter que comprar outro pra posição? Não era mais fácil ficar com o que tínhamos? Só nós, torcedores, sabíamos que ele era importantíssimo pro time?  Já era um mantra, repetido por todos, até mesmo alguns profissionais de imprensa, que o Palmeiras, sem Valdivia, era um time comum, previsível, e com ele, era um time com muita qualidade, perigoso. Não entendo muito de negociações, mas acho que o manager aí tá pisando na bola. Pra trazer outro do mesmo nível (talentoso, como ele, não vamos achar outro) vai ter que gastar muito, o cara tem que chegar, se entrosar… e já tínhamos isso no time…

Em campo o jogo era sofrível, perdíamos a partida, tínhamos tido um gol legítimo anulado (cuidado, Palmeiras! Não esqueça do que as arbitragens te fizeram em 2012) e não tínhamos ofensividade alguma, o Santos, se  não tinha nada demais, se não apresentava um futebol brilhante, conseguia ser eficiente e se aproveitava da nulidade ofensiva do nosso time, que não conseguia criar jogadas de perigo e ainda dava alguma moleza pro ataque do Santos.

Narrador e comentarista continuavam repetindo que faltava alguém pra criar, pra pensar o jogo… e o nosso ‘alguém’ lá com os camelos… E a gente se perguntando: o que foi levado em consideração nessa negociação? Só o dinheiro? Perdemos o melhor meia em atividade no país, totalmente identificado com o clube, que fazia muita diferença em campo, e que, por acaso, era ídolo, por causa de alguns milhões, que serão gastos (serão mesmo?) para se repor o buraco – mais um – imenso que existe no time pós Copa.

Vamos ter que cantar agora: EÔ EÔ O MILHÃO É UM TERROR? Ou, quem sabe, AU AU AU O MILHÃO É ANIMAL? Talvez, OLE LÊ LÊ, OLA LÁ LÁ, O MILHÃO VEM AÍ E O BICHO VAI PEGAR? E será que o “milhão” vai entrar em campo criar as jogadas?

Me sinto muito desapontada…

Quando venderam o Mago,  eu, suspeitíssima para opinar, fiquei na minha e apenas disse: “O tempo vai dizer se foi uma boa para o Palmeiras, para o jogador, para a torcida…”. Para o Palmeiras, na primeira partida sem ele, a gente já viu que não foi, tampouco para a torcida, que teve que amargar vendo um time sem criatividade, sem imaginação…

A janela tinha acabado de abrir, podiam, pelo menos, ter esperado um pouco mais; se já era sem noção vendermos o craque do time, imagine vendê-lo antes de enfrentarmos Santos, Cruzeiro, o líder do campeonato, e Gambás, o mais ajudado pelas arbitragens? E um atrás do outro! Alguém acha que não nos importaremos de perder essas três partidas?

Eu até entendo o papo de que não temos a obrigação de ser campeões no centenário, entendo mesmo. No entanto, penso que temos a obrigação de querer ser campeões no centenário, e não entendo quando percebo que esse desejo não existe do outro lado; só a torcida quer isso, ou melhor, só a torcida quer poder querer um título, quer poder sonhar com ele. E perceber essas coisas me aborrece muito, afinal, a gente faz tudo o que pode pelo Palmeiras, e fazemos com o coração. Mas o clube sempre tem que deixar o coração de lado? Não acho certo. Existem ocasiões em que o coração é bem mais inteligente do que a razão, ele vê além, vê coisas que a razão ignora.

E se o torcedor é convocado a ajudar o time, a se associar ao Avanti, a comprar camisas e produtos oficiais, pelo coração, pelo amor que sente por ele, o Palmeiras precisa olhar para o seu torcedor com o coração também. É o ano do nosso centenário, caramba, queremos poder pelo menos sonhar! Estamos nos sentindo lesados. Tínhamos um time melhor na segundona, do que temos no Brasileirão! Como é que pode isso? Para cada dois que chegam saem quatro?

Se o clube é uma empresa, e não acho ruim que o pensem e conduzam assim, nós somos os clientes, os consumidores, certo? E o consumidor sempre tem razão, tem que estar satisfeito, não é mesmo? Sendo assim, vamos ter que reclamar no PORCON por não termos um time competitivo?

De que adianta trazer um bom técnico, se lhe tiram as peças com as quais trabalhar? Burrada Master!

Lá no banco, quando o Santos já tinha feito o segundo gol, quando o jogo caminhava para os minutos finais, olhando o que não acontecia em campo, olhando para o ataque, zerado, porque o time não tinha armação, Gareca parecia desolado. Senti pena dele.

Devia estar pensando no trabalhão que vai ter, devia se lembrar que, dias antes, o time treinava tão bem, mostrava um futebol tão diferente nos jogos treinos e amistosos… e, até ele, devia estar com saudade do cara que treinou fazendo mágica contra o Red-Bull…

Agora, é nós aqui, e  ele lá… Parabéns aos envolvidos!

FORÇA, GARECA! O trabalho triplicou, mas vamos conseguir. Hoje, teremos Lúcio, e Henrique de volta, Mouche fará a sua estreia, e, hoje também, você vai conhecer a “famiglia”, no Pacaembu, e vai saber que ela entra em campo, sim, e que você pode contar ela, sempre!!

VAMOS GANHAR, PORCOOO!

Mago-campeão

“Não tem palavras pra explicar o q este clube representa na minha vida,e não falo de futebol. falo de vida, de aprendizado, de 6 anos q me entregue bem ou mau, mas fiquei diante de todas as adversidades, sequestro, agressão. tudo isso me fez querer mais ainda o clube. Sou e por sempre serei agradecido da torcida, do clube, das pessoas q sempre me apoiaram em todos os momentos. fui mto feliz disputando uma segunda divisão pelo clube q amo, voltando o clube onde nunca jamais deverá sair.meu futuro está num outro clube a partir de agora.mas minha adoração por este clube será por toda a vida.goataria muito de ter ficado até velho por aqui mas o clube precisa dessa grana , espero q vcs entendam e vejam q sou um aternamente agradecido por vcs …por sempre agradecido e por sempre porco.” Despedida de Valdivia, via Instagram.

Eu não queria ter que escrever sobre isso, na verdade, não queria que estivesse acontecendo isso, mas, antes da Copa, quando me disseram que o Palmeiras “estava doido para vender o Mago”, meio que me preparei para esse momento – mas de nada adiantou…

E Valdivia vai/foi embora… e até já se despediu da gente… que difícil… perder o cara que é o diferencial do time, ver as esperanças de conquistarmos algo no centenário do clube diminuírem um bocado, e, pra mim, com o agravante de perder também o meu ídolo, que eu adoro e, mais do que isso, que admiro e respeito demais… Como diria Camões: “Num é fácio”…

O tempo dirá se isso foi uma negociação inteligente, se o Palmeiras ganhou com ela e se haverá reposição à altura… mas, penso, que perdemos todos, Palmeiras, Valdivia, futebol e torcida – principalmente as crianças, que adoram o Mago.

Sabe, Mago, pra nós também é difícil encontrar palavras para dizer o que você representa. As pessoas tentam traduzir o que você significa e, observando a variedade de significados que ‘Valdivia’ tem para a maioria dos torcedores, compreendemos o muito de ausência que você vai deixar aqui.

Nos divertimos juntos, sofremos juntos também, e aprendemos a ser mais fortes a superar os momentos difíceis. Foram 3 títulos e um bocado de emoção, unhas roídas, lágrimas de alegria, dribles e passes maravilhosos. Um Paulistão inesquecível, que caiu como chuva farta na terra árida e infértil de uma década, até aquele momento, maldita… Uma Copa do Brasil, conquistada na raça, na fibra, na superação de tantos obstáculos e problemas – até mesmo de um sequestro (e quantos apostaram que você não ficaria depois disso)… e aquele gol mágico diante do Grêmio, que aqueceu o nosso coração e os nossos corpos naquela noite de chuva e frio… gol que nos colocou na final, com a certeza que poderíamos superar qualquer adversidade que surgisse dali pra frente, e, quase sem acreditar naquela felicidade gigante, conquistamos a  Copa do Brasil, que sacramentou o Palmeiras no posto de maior campeão nacional. E teve a famigerada segundona (ela quase nos pegou em 2011, mas você nos salvou), da qual saímos pelas portas da frente, honrados, dignos e campeões (e quantos juraram que você não disputaria a série B). As alegrias que você nos deu, Mago, são pra sempre, ajudaram a escrever algumas páginas da história do Palmeiras e jamais serão esquecidas.

O Paulistão de 2008 não foi o primeiro título que vi o Palmeiras conquistar, mas foi deliciosamente redentor, a Copa do Brasil também não foi a primeira –  foi a mais eletrizante -, portanto, Valdivia, você não foi o meu primeiro ídolo, quero crer que não será o último, mas você é especial, único e muito amado. E sabe  o quanto te respeito e admiro.

Foi um prazer e um privilégio imenso ver, mais uma vez em ação, esse seu talento raro a serviço do meu/nosso Palmeiras. Você é o grande namorado da bola, que se encanta e se rende a você, enquanto tantos outros jogadores não conseguem conquistá-la de jeito nenhum…  Você brinca, faz poesia no gramado, e nunca entrou em campo para não jogar sério, nunca fugiu do pau… e, por isso mesmo, foi tão caçado em campo defendendo as cores do Palmeiras.

Como disse Armando Nogueira, num bilhete que te escreveu, “os medíocres é que detestam o drible” (eles é que o confundem com provocação, deboche), mas, “assim como o sol, ele – o drible – não nasceu pra todos. O drible é um privilégio, e só os eleitos merecem o dom que, por sinal, os deuses te concederam. O drible é invenção que nasce do coração. O driblador é um poeta… e pertence à uma dinastia que foi canonizada pelas canelas de Stanley Mattews, de Garrincha, de Zico, de Júlio Botelho, de Maradona e de tantos outros apóstolos do evangelho do drible”

Você é um poeta, é um Mago sim, na acepção da palavra; quantas vezes lá na arquibancada, nós, torcedores, boquiabertos, olhamos um para a cara do outro e nos perguntamos: “Como foi que ele fez aquilo”? E, rindo, encantados, não sabemos responder, e esperamos chegar em casa para ver o replay. Sim, seus dribles e passes muitas vezes parecem magia…

Você sempre foi o diferencial do nosso time, aquele toque de categoria e inteligência, de futebol arte, que anda tão raro por aqui. Num país com uma escassez tão grande de bons jogadores na sua posição (a selenike, na Copa, não tinha um nesse nível), era você quem nos mostrava que o futebol arte ainda existe, e é muito difícil aceitar que vamos ficar sem nostro Mago agora, que o “nosso futebol arte” vai brilhar em outro clube, que voltaremos à mesmice de um futebol sem magia, que venderam “o melhor 10 do país”, “o cara” do time, tão identificado com o Palmeiras. E como será possível trazer um outro lá de fora, com a mesma competência futebolística sua, sem gastar muito mais do que o Palmeiras recebe agora? Essas coisas são tão difíceis de entender e aceitar. E em pleno ano do nosso centenário, quando, teimosos que somos, sonhamos tão alto…

Ah, você vai fazer muita falta, Mago… e nem imagina quanta; vai fazer falta em todos os jogos, porque, agora, vamos perder até a costumeira esperança de uma jogada mágica  e inesperada, e do gol que surge depois dela. Você vai fazer falta para os atacantes palmeirenses lá na área, porque a bola, na maioria das vezes, não vai chegar mais tão redondinha e açucarada. Só os adversários se contentarão com a sua ausência.

Vão fazer falta as entrevistas com as suas míticas e divertidas declarações, vão fazer falta as suas comemorações, a sua alegria, a sua marra o seu sorriso franco…

Eu sei que nenhum jogador é maior do que o clube. Mas também sei que são os jogadores que ajudam a construir a grandeza de um clube ao conquistarem os títulos e as glórias. Sem eles, a mágica não acontece! Não se conta a história do Palmeiras sem citar seus jogadores e seus feitos pelos gramados. E você escreveu seu nome na história da Sociedade Esportiva Palmeiras.

Boa sorte, Jorgito! Que você seja muito feliz em seu novo clube. Que Deus te abençoe e que a Virgem Del Carmen te ilumine (leva a medalhinha com você). Avisa lá os caras ‘de vestido’, que eles ganharam uma torcedora e vão ganhar muitos torcedores mais (vou comprar uma burca pra ir aí te ver jogar).

Muito obrigada, El Mago,  por todas as alegrias, por ter honrado a camisa do Palmeiras e tê-la vestido com tanta raça. Obrigada por ter aprendido a amar o Palmeiras – eu sei que você o ama sim.

Foi um presente de Deus poder te conhecer, viu?

Eu e a camisa 10 do Palmeiras estamos muito tristes, e vamos morrer de saudade do seu futebol e de você, Mago. Mas não somos as suas únicas admiradoras (você tem milhões de fãs palestrinos), e fazemos nossas as palavras desse santo aqui:

Marcos-msg

Até breve, Mago! Nunca se esqueça de voltar pra casa! #PraSemprePorco

Alguns fãs chilenos de Valdivia, fizeram uma música em homenagem ao craque que vai disputar a sua segunda Copa do Mundo defendendo La Roja, a seleção chilena.

E o “nostro” Mago merece! Além de ser dono de um talento raro, mágico, que encanta seus fãs e mata de raiva os rivais, talento, que nós palmeirenses conhecemos tão bem, ele foi o cara que ajudou o Chile a carimbar o passaporte para a Copa 2014. Diante da Colômbia, quando o Chile perdia por 1 x 0, El Mago botou fogo na partida, cobrou uma falta na cabeça do atacante e o Chile empatou, fez uma jogada linda, que foi o início do segundo gol, marcou o terceiro, deu o passe para o quarto gol… e, de goleada, colocou o Chile no Mundial.

E se essa homenagem já é muito legal, recheada com lances que o Mago protagonizou vestindo a camisa do Palmeiras, ela fica melhor ainda.

Vendo o vídeo, eu fico com a impressão (certeza) de que os chilenos, por causa de Valdivia, acompanham e torcem pelo Verdão, porque, as imagens escolhidas por eles, são algumas  das que nós, palmeirenses, levados pelo coração e pela rivalidade com alguns times, certamente escolheríamos também!!

BOA SORTE NO MUNDIAL, MAGO! MAGIA Y LOCURA NELES!

Nessa Copa, yo soy chilena desde criancinha!!

[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=n-tCPVzm1Bw[/youtube]

“Uma inverdade/mentira, continua sendo inverdade/mentira, ainda que todos acreditem nela,  e mesmo que tenha sido proferida pelo Papa.”

Há uma semana, na Folha de São Paulo, foi publicada uma matéria que tratava da saída do jogador Alan Kardec do Palmeiras, e abordava a economia feita pelo clube, que, segundo o redator da matéria, o jornalista Paulo Vinícius Coelho, é uma economia porca e vai tirando do Palmeiras a possibilidade de se equiparar com as outras grandes equipes do estado.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/163454-economia-porca.shtml

Até aí, tudo bem. Se o jornalista, mesmo sabendo que as outras equipes não fizeram tão boas contratações assim, que o Palmeiras não faz economia por hobby (é uma necessidade herdada da gestão anterior), e, ainda assim, acha que essa política é errada, e que o Palmeiras fica em desvantagem em relação aos outros clubes, ele está no seu direito.

Mas o que deu grande visibilidade à matéria foi a resposta que Valdivia deu à ela (muita gente, que não tinha lido o que o jornalista escreveu, correu saber do que se tratava).

No entanto, o que fez com que a matéria passasse a ser criticada, discutida, foi algo que, no meu leigo entender, e no de alguns profissionais de imprensa também, extrapolou a esfera da competência jornalística. Além da deselegante comparação feita entre a saída de Kardec e os salários pagos a Valdivia – como se um jogador fosse o responsável pela pulada de muro do outro, o que não é verdade -, a matéria traz os números do que seria o salário do camisa 10 do Palmeiras. E, para piorar, o valor publicado não é o correto, e está BEM ACIMA do valor real.

E, como aconteceria com qualquer um de nós, Valdivia ficou bravo com a atitude do jornalista e com a inverdade (mentira) publicada, e o chamou de mentiroso. E a polêmica foi instaurada, e todo mundo passou a analisar a questão.

Acho que o jogador está certo, afinal, se sentiu desrespeitado com essa invasão e com a  mentira sobre o seu salário. E todo mundo sabe, salários são de interesse de empregados e empregadores. E você não vê nenhum jornalista publicando quanto ganha, ou quanto ganham os colegas de profissão, não é mesmo? Trocam de emissoras de TV, de redação, são contratados, demitidos, e os seus salários, como deve ser com qualquer cidadão, são mantidos em sigilo).

A tal notícia diz que, “… na hora de decidir, era Kardec quem resolvia e não o meia chileno” (o “chileno” tem nome, mas parte da imprensa faz questão de esquecer esse detalhe).

E a própria frase diz tudo, “o meia”. Valdivia é o meia do time; Kardec era o atacante, o centroavante (e o salário de um não tem relação alguma com o salário de outro. Ou Kardec vai chegar do outro lado do muro ganhando, ou querendo ganhar o mesmo que Pato e Luís Fabiano, por exemplo?). É natural e lógico que atacantes sejam mais credenciados para fazer gols. É deles que esperamos as bolas na rede. Do meia, esperamos a criação das jogadas,  a bola nos pés dos atacantes  – e o Mago faz isso como ninguém – e alguns gols também. Além disso, basta uma pesquisada para constatarmos que o atacante não fez tantos gols a mais que o meia…

ALan Kardec

Vasco (2007-2009) – 88 jogos – 23 gols
Inter (2009) – 2 jogos – nenhum gol
Benfica (2010-2014) – 53 jogos – 13 gols
Santos (2011-2012) – 62 jogos – 14 gols
Palmeiras (2006-2014) – 46 jogos – 24 gols

Seleção Brasileira Sub-20 (2009) – 15 jogos – 6 gols

Valdivia

(Para ser justa, vou contar os gols do Mago a partir de 2007 também, muito embora o que deveria ser contado, no caso de Valdivia, seriam as suas assistências a gol e as suas jogadas que resultaram em gols. Mas aí, fica tão injusto com Kardec, que não é meia, quanto é injusta a comparação que o jornalista fez com os dois. E se forem contados os passes feitos por Valdivia e desperdiçados pelos atacantes, até mesmo por Kardec, aí a conta da importância do jogador para o time ficará mais desigual ainda)

Palmeiras (2007-2008) – 78 jogos – 24 gols
Al-Ain (2008-2010) – 36 jogos – 20 gols
Palmeiras (2010-2014) – 124 jogos – 17 gols

Seleção Chilena Sub-23 – 9 jogos – 1 gol
Seleção Chilena – 54 jogos – 4 gols
(em 2009, no jogo Chile e Colômbia, Valdivia saiu do banco quando o Chile perdia por 1 x 0, deu duas assistências pra gol, fez a jogada de um outro e marcou o seu, classificando o Chile para a Copa de 2010)

Num outro trecho da notícia, o jornalista pergunta “por que Kardec deveria receber metade de Valdivia (vão dividir o Valdivia ao meio??  😯 ), se ele cumpre o contrato assinado em 2010 e não precisa ser campeão para arrecadar mais?” (Deve ser por isso mesmo, porque Valdivia tem um contrato que foi firmado há quatro anos, e assinado por um outro presidente, não é mesmo? Ou talvez seja porque ele é o cara que chama a marcação em campo, e apanha feito um condenado, para que seus companheiros possam ficar livres para marcar gols, ou porque ele é o cara que pensa o jogo, ou porque é o mais criativo e diferenciado do time, ou porque é o jogador  que os nossos adversários mais temem, ou porque ele tem uma história no clube, mais títulos conquistados… vai saber…)

Prêmios Individuais de Alan Kardec

  • Artilheiro do Campeonato Paulista 2014 Série A1: 9 gols
  • Melhor atacante do Campeonato Paulista 2014 Série A1 
  • Seleção do Campeonato Paulista 2014 Série A1

Prêmios individuais de Jorge Valdivia

  • Melhor Meia Esquerda do Campeonato Brasileiro 2007 (Prêmio        Craque do Brasileirão) 
  • Bola de Prata (Placar) 2007
  • Melhor Meia de Ligação do Campeonato Brasileiro 2007 (Troféu        Mesa Redonda)   
  • Melhor jogador do Campeonato Brasileiro 2007 (Troféu Mesa          Redonda)  
  • Seleção do Campeonato Brasileiro 2007
  • Melhor Meia Ofensivo das Américas 2007 (Jornal El País)  
  • Melhor jogador do Campeonato Paulista 2008
  • Melhor Jogador Estrangeiro da Liga dos Emirados Árabes 2008   
  • Melhor jogador da Liga dos Emirados Árabes 2009

Com todo respeito a Kardec, que está caminhando para se tornar um grande jogador, mas, por enquanto, Valdivia joga muito mais bola. Kardec, até hoje, só conseguiu destaque jogando pelo Palmeiras. Valdivia é ídolo no Palmeiras, no Colo-Colo, no Al-Ain, e qualquer grande clube brasileiro gostaria de contratá-lo.

E a notícia traria mais um trecho “nada a ver”… a crítica à politica de salários do Palmeiras, com uma comparação com o salário de um jogador,  “desde o ano passado havia o alerta das pedras no caminho para implantar a política de bônus salariais num time que paga 700 mil para Valdivia…” .

Achei grosseira e irresponsável essa matéria. Primeiro, pela tentativa de vincular a saída de Kardec com o salário pago a um outro atleta do clube, o que leva um leitor incauto a se voltar contra o jogador, a responsabilizá-lo por Kardec ter escolhido/preferido ir jogar no rival; segundo, por trazer valores de salários, algo que é assunto particular entre Valdivia e Palmeiras, e só a eles diga respeito, algo que é assunto particular entre qualquer patrão e empregado do mundo (você não costuma ver revelados os salários de jogadores de outros times, costuma?); terceiro, porque não tem cabimento desmerecer a qualidade, inquestionável, de um profissional, para amplificar as qualidades de um outro – se Kardec, que é muito bom jogador, fez muitos gols e viveu no Palmeiras o seu melhor momento da carreira até hoje, obviamente que ele deve isso ao seu próprio talento, mas deve também ao Palmeiras, que o tirou do desvio lá no Benfica, e deve aos companheiros de time, Valdivia, inclusive, que lhe deram passes e cruzamentos na medida; quarto, porque traz uma informação de impacto (o Palmeiras paga 700 mil a Valdivia), que não é verdadeira.

É lamentável que um profissional de imprensa, por mais credibilidade que tenha, se ache no direito de publicar os valores de salário de um jogador, ou de qualquer outro profissional; ainda mais, num país como o nosso, com sérios problemas de segurança e violência.  E fazendo de destaque, de alvo – mesmo que seja sem querer – um jogador que já foi sequestrado (ninguém pensa nessas coisas?).

Se publicar valores de salários aqui no Brasil é algo irresponsável, com valores incorretos e aumentados então… é pior ainda. Não pode, né?

Não é a toa que o jogador respondeu publicamente. Você já pensou se fosse o inverso? Um jogador, qualquer um, divulgando e questionando quanto ganha um profissional de imprensa? Comparando o salário de um jornalista com o de um outro profissional do mesmo veículo de comunicação? Comparando a competência profissional dessas pessoas? Seria o caos, você não acha?

O jornalismo precisa estar atrelado à verdade. Não se pode levar para milhares, milhões de leitores, uma informação originada no “achômetro” de uma “fonte”, uma informação, que pode ter saído (who knows?) das “fontes de água ratificada” que existem no Palestra.

Não sou jornalista,  mas imagino que uma informação como essa, que vem direto da “fonte” – que nunca é revelada, mas pode mentir, se enganar – deveria, sim, ter sido checada com o jogador, com seus representantes, sua assessoria (algo tão fácil de ser feito por um jornalista, não é mesmo? Até eu fiz isso antes de escrever aqui) e parece que esse caminho não foi percorrido. Uma grande mancada! Não é a toa que Valdivia está bastante aborrecido, e ele tem toda a razão.

Talvez agora, os profissionais passem a se questionar um pouco mais sobre a exposição que fazem de algumas pessoas, de seus assuntos particulares, de suas vidas privadas… talvez sabe agora, passem a, pelo menos, duvidar da confiabilidade de certas fontes…