Deveria ser proibido ao Palmeiras jogar em sua casa, diante da sua torcida, sem o time principal, sem a formação com mais condições de buscar uma vitória…

Numa ótima sequência, tínhamos conquistado 13 pontos, de 15 possíveis, nas últimas 5 rodadas do Brasileirão, E não precisávamos ter ido com o time tão reserva assim no jogo de ontem, diante do Atlético-PR.  Cuca errou (de novo) ao fazê-lo. E perdemos pontos por isso.

Quem costuma me ler aqui sabe o que penso, títulos são consequência de trabalho, de time que “encaixa”, de planejamento, de arbitragens corretas (no Brasil, isso é um problemão), de um monte de fatores, e não espero que o Palmeiras ganhe todos os títulos… o que eu espero mesmo do Palmeiras, o que eu quero, é que ele tenha condições de disputar os títulos (quero poder sonhar com eles), sem que ele seja apenas um mero coadjuvante nos campeonatos. É isso o que o Palmeiras vem fazendo nos últimos tempos, era isso que  Maurício Galiotte dizia – numa reunião da qual participei, antes da sua eleição – que poderíamos esperar do Palmeiras campeão brasileiro que ele assumiria. Então, temos que nos manter na trilha…

E nem se fossemos jogar contra o Barcelona de Messi, e não contra o Barcelona genérico, eu acharia legal darmos adeus ao Brasileiro 2017 antes mesmo do início do segundo turno, com 19 rodadas pela frente (matematicamente é possível ainda, porém, improvável). Mesmo porque, na Libertadores, estamos ainda nas oitavas de final, disputando uma vaga contra um adversário que todos comemoramos quando foi sorteado para o nosso time.

A Libertadores não é a minha obsessão. No entanto, como o Palmeiras é o atual campeão brasileiro, é natural que as atenções se voltem para a Libertadores, é natural que o foco do torcedor seja o torneio que gostaríamos de conquistar pela segunda vez. Mas não precisamos abdicar da disputa de um campeonato importante, que dura praticamente o ano todo (e enche os cofres do clube com as rendas desse ano todo), ainda no primeiro turno, não é mesmo?  Para o Palmeiras essa roupa não serve, não cai bem, e não me agrada.

Resultado ruim o 0 x 1 de ontem. Tomamos um gol besta num vacilo gigante do nosso zagueiro. Após a cobrança de escanteio do Atlético-PR, Juninho conseguiu perder para um “Tchagueleno”, gordão, que estava atrás dele, e que mesmo sem sair do chão, levou a melhor e mandou pro gol. E não fizemos quase nada para mudarmos isso no jogo. Tivemos duas boas chances, mas, em uma delas, o Erik se embananou na frente da bola e na cara do gol; e, na outra, depois de um bom passe de Borja, Antonio Carlos desperdiçou e mandou por cima (do seu lado esquerdo havia 3 palmeirenses). O goleiro deles ainda fez uma defesa excelente, Prass também fez duas defesaças. E aí surgem as desculpas mil para justificar a derrota em casa e a opção – errada – de se colocar em campo um time todo reserva…

“Mas o X errou, depois o Y errou também e proporcionamos o escanteio para o adversário”… O time do Atlético também nos proporcionou vários escanteios e não fizemos nada com eles. Escanteios não são certeza de gol e, em muitas ocasiões, nem perigosos são. Nós tomamos o gol por causa da falha do nosso zagueiro.

“Mas time reserva é isso mesmo,  não tem entrosamento, não funciona”… Se nós sabemos disso, o técnico também sabe. E se sabe, como manda a campo um time que não vai funcionar – e o pior, deixando um reserva como Keno no banco e optando pelo Erik, sendo que o que ficou no banco é melhor?

“Mas nenhum clube ganha brasileiro e Libertadores no mesmo ano”, me disse um amigo – outras pessoas também me disseram algo parecido.  Isso costuma ser verdade. E eu gostaria que já tivéssemos conquistado a Libertadores para podermos fazer essa afirmação, mas isso ainda não aconteceu. Só depois de a conquistarmos, SE a conquistarmos, é que esse argumento nos servirá.

“Mas era para poupar, nós estamos disputando duas competições”…

O Grêmio disputa três torneios, está na semifinal da Copa do Brasil, poupou apenas alguns jogadores para o jogo desse final de semana e venceu; nem mesmo o Atlético-PR, que também disputa a Libertadores, veio com time reserva jogar contra o Palmeiras. Por que precisaríamos “poupar” todo mundo? Por que alguns jogadores titulares não poderiam jogar meio tempo? Por que a defesa, para ficar afiada, não poderia ter o Luan, por exemplo? Cada um tem uma opinião, não sou a dona da verdade, mas eu não concordo com isso de poupar todo mundo. Ontem, não era necessário…

No entanto, vamos ter que esperar o final da história (a nossa parte na história) para sabermos se esses aborrecimentos que estamos tendo agora vão valer a pena. Embora a Libertadores não seja a minha obsessão, se estivéssemos fora dela, se não tivéssemos obtido uma das vagas na competição (nosso título de campeão brasileiro nos deu a vaga), estaríamos certamente nos lamentando por isso… e, não tenho dúvida alguma,  se conquistarmos esse título, se o Palmeiras vier a ser o Campeão da América, eu, você e todos os palmeirenses do planeta não daremos a mínima para o que acontece agora… nenhum de nós ligará pra isso, e esses tropeços todos, esses vacilos do nosso time, do nosso técnico, os pontos que deixamos de conquistar,  perderão completamente a importância.

Portanto, as reclamações acabam aqui, vamos focar na partida de quarta, no passo que precisamos dar para conquistarmos a vaga e seguirmos em frente na competição. E que não seja por falta de apoio, de incentivo e carinho nosso, não é mesmo?

Que o Allianz seja pequeno para toda a boa energia que levaremos pra lá na quarta-feira… E que os parmeras de todos os cantos do planeta estejam juntos em nossa casa… de alma e coração, porque vamos cantar, vamos fazer festa, vamos todos “entrar em campo”.

CAPRICHA NOS PARANAUÊS, CUCA! E VAMOS BUSCAR, PORCOOO!