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Circo-STJD1

“Brasil, corrupto pela própria natureza…” ♪ ♫ ♩ ♬

16 de Dezembro de 2013… Dia em que a CBF e o STJD decretaram a morte do futebol brasileiro e consolidaram a máxima de que o imoral “jeitinho brasileiro” dá jeito em qualquer coisa.

O futebol, que já estava podre, agonizante, acabou morrendo por falência de órgãos (CBF e STJD). E nada se pôde fazer. Moral e decência poderiam tê-lo salvo, mas essas coisas estão escassas no Brasil, e nas prateleiras da CBF e do STJD elas não são mais encontradas.

São tantos escândalos envolvendo a CBF e os seus dirigentes… Campeonatos e rebaixamentos sendo determinados pelas ações, sem critério algum, do seu tribunal… Clubes sendo favorecidos, descaradamente… O Fluminense já coleciona 3 rebaixamentos e nenhuma passagem pela série B (ainda foi salvo no apito, do que seria mais um descenso em 2009).

Não é de hoje que acontece um monte de coisa errada nos campeonatos brasileiros, mas as armações sempre foram meio disfarçadas. Porém, depois de 2005, quando o STJD legitimou um verdadeiro esquema para tirar o título do Inter, e entregá-lo à MSI/Corinthians, que lavava dinheiro de crimes da máfia russa (a imprensinha finge não lembrar disso), que ninguém mais se dá ao trabalho de esconder nada. Na ocasião, um árbitro se prestou a ajudar a armar o circo,  o STJD colocou o espetáculo no picadeiro e encenou o teatro “da moralidade”, e depois que o fato estava consumado, foi só as personagens principais saírem de cena. Edilson Perereira de Carvalho, Szveiter Pai, Aragão, o árbitro Márcio Resende de Freitas (que foi trabalhar numa afiliada da Globo)…

Ano passado, rebaixaram o Palmeiras, subtraindo dele 12 pontos no apito (três vezes os 4 pontos que afanaram da Lusa). E, agora, em 2013, o STJD, resolveu que a Lusa, que não caiu, seria rebaixada, e o FluminenC que foi rebaixado, permaneceria na série A, na vaga que a Lusa, forçadamente, deixou (por que não subiram o Icasa?). Palhaçada! Se o Palmeiras, muito maior que o FluminenC, se Botafogo, Grêmio, Vasco (que agora até tentou voltar pelos fundos) e Corinthians já jogaram a B e voltaram na bola, por que o time carioca não tem a dignidade de fazer o mesmo?

O que o STJD fez foi ignominioso. Um desrespeito a todos os clubes que já disputaram a segunda divisão, um tapa na cara dos torcedores desses times. Um bando de ‘promoatores’ e alguns advogados (amigos pessoais dos ‘promoatores’), que se prestaram a encenar uma farsa.  Todo mundo viu que foi um teatro, já ensaiado desde o momento em que o FluminenC caiu. Sabíamos que dariam um jeito de subir esse timeco no tapetão. Coisa de time pequeno. Coisa de rato, que se move sorrateiramente pelos caminhos do esgoto. E a CBF e o STJD foram o esgoto pelo qual o FluminenC, mais uma vez, se colocou de volta na série A.

E quem não sabia que o “Rei dos Tapetes” tinha certeza de que não cairia, mesmo se caísse? Alguém já viu um time que está na zona de rebaixamento, arriscar a fazer uma contratação milionária (Conca), pra ter que pagar um salário milionário?

E ainda tiveram a coragem de televisionar o “circo”. Quem ouvia o advogado do Fluminense, tão cara-de-pau, falar em moralidade, em história (que história tem esse clube?) ficava se perguntando se ele não sabia do time que voltara da série C diretamente pra série A, se ele não sabia que o FluminenC é dono do tapetão por uso-capião.

Quem ouviu o advogado Zanforlin, defensor da Lusa, fazer uma defesa tão insubstancial (comparou o jogador do time paulista com um chuchu !?!, não citou os casos, idênticos, ocorridos com outros clubes…  não citou o próprio Fluminense, absolvido em 2010), ficou com a impressão  que tudo direcionava o caso para a “execução” do time paulista.

Só que  a questão não era a Portuguesa ter ou não escalado um jogador irregular. Ela fez isso (a CBF não fez o comunicado oficial dessa suspensão em tempo hábil). A questão, e isso o advogado não disse, era a Portuguesa ter o direito à mesma punição de outros clubes, ter também o direito à multa, ou então a perder os pontos no próximo campeonato. Era perguntar para os ‘promoatores’, por que foi considerado imoral tirar pontos e o título do Fluminense em 2010,  e a gora não foi considerado imoral tirar o direito da Lusa disputar a série A? Que tipo de moral é essa que só serve de retórica? Quem assistia à pataquada tinha certeza que as cartas já estavam marcadas muito antes do julgamento começar…

Mostrar a farsa na TV serviu apenas para tapear a massa,  para parte da imprensa ajudar a legitimar  como justiça, a sacanagem que faziam com a Lusa (e olha que não ponho a minha mão no fogo pelos dirigentes lusitanos). As comparações com os outros casos, idênticos, foram “esquecidas” para que  não se chegasse à conclusão de que aquilo tudo era um “desculpe Lusa, não temos nada contra você, mas precisamos fazer esse tapetão e, se não tem tu, vai tu mesmo”.

Foi um insulto à verdadeira Justiça, uma vergonha digna de tribunais de países subdesenvolvidos e de times de várzea, um caso que deveria ter ido parar na polícia, um caso com a grife do STJD e as cores do tricolor carioca, que teve perpetuado a partir de então, o seu rebaixamento moral. E esses “pontos” ele jamais vai recuperar.

E aí, a gente se pergunta: Por que, dos rebaixados, só o Fluminense não pode ir jogar a B? (A FPF e os demais clubes, inclusive, o Palmeiras, que acabou de voltar da segundona, pra onde foi mandado pelo apito, tinham que ter se voltado contra essa sujeira toda. O clube que deixa a Lusa gritar sozinha hoje, certamente estará gritando sozinho amanhã.)

POR QUE O STJD PASSOU A SER DONO DAS REGRAS QUE CONDUZEM O FUTEBOL? Com que direito ele julga com dois tipos de moral? Qual a legitimidade desse tribunal, que nada tem a ver com o Poder Judiciário Brasileiro? Como esses promotores conquistam os cargos, uma vez que na “Capitania Hereditária da Justiça Desportiva” não há concursos, não é levado em conta o mérito para escolha dos seus membros? Por que esse tribunal, ilegitimo, à serviço dos interesses da CBF e não da Justiça Desportiva, fica no RJ? Por que na Europa, onde o futebol é muito melhor organizado e conduzido, não há nada nos moldes dessa “Capitania Hereditária”?

E então, nos damos conta que esse mesmo tribunal é sustentado pela CBF, que, por sua vez, recebe dinheiro da TV para fazer um campeonato. E a TV, todo mundo sabe, quer o retorno em pontos no Ibope. Sendo assim, como deixar o RJ, os “cariocaish”  – era esse o sotaque predominante no “julgamento” -, com apenas dois representantes no próximo campeonato, se até SC tem três?

A Lusa não teve chances de escapar da armadilha…

E do lado de fora do “circo”, a torcida do FluminenC, indecorosamente, comemorava o tapetão, zombando dos espoliados torcedores da Lusa. E pensar que a torcida do Palmeiras ficou sem jeito de comemorar o título da série A, conquistado de maneira brilhante e digna DENTRO DE CAMPO… Dignidade é para poucos e bons.

E depois dessa patifaria toda, para jogar mais lama no caixão do morto, anunciaram que o patrocinador do FluminenC, a Unimed, é o novo patrocinador da CBF. Ora viva! Se o anúncio foi no dia seguinte, podemos imaginar que o acordo fora feito muito antes, não é mesmo? E então, muitas das nossas perguntas foram subitamente respondidas…

R.I.P FUTEBOL BRASILEIRO, você foi uma vítima da imoralidade, da ganância e falta de decência.