“Viver e não ter a vergonha de ser feliz… Cantar e cantar e cantar…”♫

É bem a cara do Palmeiras isso… quando a gente fica morrendo de medo de perder um jogo, quando a gente nem espera muito dele, ele vai na casa do adversário, leva o Santo de talismã, faz uma bagunça danada, esculhamba a ‘cozinha’ dos caras e muda até o nome da cidade…

A cidade do Grêmio agora é Porco Alegre!! E bota alegre nisso! A parmerada saiu feliz da vida! E, diga-se passagem, aplaudida pelos torcedores do Grêmio. Lindo isso! Saber perder é uma virtude!

Mas aqui em Sampa eu quase morri do coração… Me lembrei até daquela semifinal de 2008 contra os bambis. Como foi difícil esperar chegar a hora do jogo. Tava acreditando muito na vitória. Que ansiedade! Apesar de saber que não era fácil chegar lá no Olímpico e beliscar uma vantagem, eu tentava ser racional e pensar que, ainda que o nosso time não ande muito bem, o Grêmio, por sua vez, não é lá essas coisas. Mas quem explicava isso pro meu coração? Faltando quinze minutos pro início do jogo, ele já não cabia mais no peito.

Quando liguei a TV, o Palmeiras ia entrar em campo. Na tela, os jogadores já fora dos vestiários se preparando para ir pro campo. Vi o Bruno e o Thiago Heleno… o nervoso do dia inteiro e a apreensão de muitos dias, viraram um nó imenso na garganta e muitas lágrimas. Como eu amo esse time! E o amor aumenta sempre! Acho isso fantástico!

Achei que o Palmeiras começou meio nervoso. Mas não era pra menos. Mais de 45 mil pessoas no estádio pressionando desde o primeiro minuto. Pedreira! Nossa torcida era pequenina, diminuta… mas só em número. Porque eles ajudaram a fazer a diferença. Cantaram, torceram, empurraram o time, entregaram a alma… A gente, aqui, de longe, mas com o coração lá, também entregou a alma… E, daquele nosso jeitinho, de alguma maneira, estávamos todos juntos. Vinte milhões de corações palestrinos, onde cabiam uns dois mil.

Eu tinha pedido tanto a Deus que abençoasse os nossos jogadores, para que eles pudessem usar a suas potencialidades, tinha pedido a Deus que abençoasse e iluminasse Felipão. E Felipão, pasmem, veio meio iluminado do vestiário e enganou Luxemburgo. Deu uma mudada no esquema que usara no último confronto; tirou Márcio Araújo do time (falta tirar mais um…) e colocou 3 zagueiros. Henrique, Thiago Heleno e Maurício Ramos. Henrique ocupou a vaga de Márcio Araújo – às vezes ajudava lá atrás também – e jogou muito! Monstro! Ponto pro Felipão que percebeu que Henrique poderia jogar assim. O Pofexô escalou o Kleber, que tentou apitar o jogo, xingou juiz, meteu a mão na bola sem levar cartão, mas futebol que é bom… nada!

Apesar do jogo pegado, cheio de faltas, com exceção de poucos lances, os dois times, muito bem fechados do meio pra trás, não conseguiram chegar à área adversária. O Verdão não tinha saída de bola.  A prioridade de Palmeiras e Grêmio era mesmo não tomar gols. E o primeiro tempo terminou sem abertura de placar.

Quando começou a segunda etapa me pareceu que Felipão tinha adiantado a marcação, porque o Grêmio tinha mais dificuldades pra chegar. A minha cabeça formigava de tanto nervoso. Em pleno dia de Santo Antonio, eu já tinha rezado tanto pra ele, que ele devia estar até torcendo pro Palmeiras. De alguma maneira eu tinha certeza que sairíamos de lá com um bom resultado, mas nem por isso eu parava de tremer. Ainda bem que existem os juízes! O Heber, que apitava o nosso jogo, é figurinha manjada e, xingando ele, eu conseguia aliviar um pouco o nervoso.

Desde o começo de do segundo tempo, o Palmeiras me parecia mais certinho. E, por estar mais certinho, o time ganhava mais corpo. Valdivia fazia falta. Apesar de Daniel Carvalho ser um jogador inteligente, de toque mais refinado, ele não se saía muito bem. Artur e Luan também não me agradavam. Mas todos eles lutavam muito em campo; cada pedacinho do gramado era disputadíssimo. Aquela disposição do Palmeiras deixava a gente mais ansioso ainda.  O Pofexô, preocupado, tirou Kleber e Miralles, aos 15′; entraram  André Lima e Marcelo Moreno.

Já me sentia feliz da vida com um empate, mas sonhava com um golzinho do Barcos… Mas Felipão precisava trocar umas peças ali. Acompanhada pelos amigos no Twitter, jogávamos junto com o time. A torcida em Porco Alegre, jogava também. Fazia tanto tempo que eu não via a torcida tão parceira do time, fazia tanto tempo que eu não via o time tão parceiro da torcida, tão bem posicionado na defesa… Ver o Palmeiras bem em campo, entusiasmava a torcida e a fazia acreditar ainda mais.

O tempo ia passando e tinha momentos em que era difícil até respirar… As oportunidades de ataque começavam a surgir… O clima era quente. Luan discutia com Werley… Os desarmes ditavam o andamento da partida. Artur sentiu uma pegada mais dura e deu lugar a Cicinho.

O Palmeiras jogava melhor que o Grêmio (Luan jogava melhor também), mas a jogada de gol não vinha, finalizávamos quase nada. Já tava quase na metade do segundo tempo quando, em jogada de velocidade, Juninho recebeu na esquerda, desceu até a linha de fundo e cruzou na área. Por pouco o Pirata não pega… Meeeu Deeeus! E era isso que a gente tinha que fazer mesmo, meter bola no Barcos! Uma hora ia dar certo. Eu queria tanto que ele marcasse…

E o Felipão nada de mudar. Tinha ido lá buscar o empate e ia sair com ele. Tava bom, aqui a gente resolvia.

Mas, aos 40′, Santo Antonio, que já devia estar de saco cheio de ouvir os meus pedidos e do pessoal do Twitter e do Facebook, deve ter falado lá pro Felipão: Ô bigode, muda aí, que eu não aguento mais! Põe o Mazinho! E Felipão atendeu, sacando Daniel Carvalho. Não sei porque Mazinho é banco e Maikon Leite também.

UM MINUTO DEPOIS, o jogador do Grêmio deu uma furada e facilitou o contra ataque do esquadrão de Santo Antonio (desculpa aí San Genaro). Cicinho recebeu o passe na direita, quase lá no meio de campo, desceu com muita velocidade, Mazinho correu pro meio, Cicinho deu um passe lindo que Mazinho chutou tão logo a bola chegou à sua frente.  Eu mal podia acreditar no que estava vendo!  A bola balançou a rede e eu quase morri do coração. Que felicidade! Daquelas da gente chorar de alegria! Os reservas pularam do banco e foram para a beira do campo comemorar! Fomos buscar um empate e íamos sair com a vantagem!

Mas, na noite de ontem, “imponderável” se escrevia em verde…  A felicidade tinha endereço nas Perdizes…  e “Porto Alegre” conhecia outra grafia…

O relógio marcava 45′, e eu tava rezando, mas era pro juiz terminar, quando Juninho desceu pela esquerda, e cruzou para Barcos; o Pirata subiu e cabeceou pro gol, buscando o canto oposto do goleiro. Cabeceou de um jeito que a bola passou entre o goleiro e o zagueiro, e eles nada puderam fazer… GOOOOOOOOL DO PALMEIRAS! E GOL DE BARCOS! Saqueamos Porco Alegre! Santo Antonio, seu lindo, você caprichou!

Eu nem vi mais nada depois disso. Enlouquecida de alegria, chorando de emoção, tive que sair correndo atrás do meu coração que pulou do peito…

VITÓRIA SENSACIONAL DO VERDÃO EM PORCO ALEGRE! PALMEIRAS MUITO, MAS MUITO PERTO MESMO, DA FINAL DA COPA DO BRASIL!

PARA NOSSA ALEGRIA!

Ah… antes que eu me esqueça… TCHUUUPA, LUXA! TCHUUUPA, KLEBER!

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