27 de Abril de 1920… início do século XX… e o Palestra Italia, recém fundado, já comprava a sua casa… a nossa casa, palco de tantas conquistas, de tantas verdes alegrias, onde nós, nossos pais, nossos avós, e tantos outros palestrinos vivemos momentos absurdamente felizes e inesquecíveis…

Sem dinheiro público, sem terreno doado por político… 

Ainda no final do final do séc. XIX, a Cia Antárctica Paulista criava o Parque Antárctica – uma área de lazer de 300 mil m², com restaurantes, parque infantil, bosque, lago e… campo de futebol. E a Antárctica começou a alugar o campo para os clubes de futebol. 

Em 1917, o Palestra Italia passou a ser arrendatário também. O seu primeiro jogo no Parque Antárctica foi diante do Internacional-SP, em partida válida pelo campeonato regional.  E o Palestra venceu por 5 x 1. Caetano Izzo marcou o primeiro gol palestrino no estádio que viria a ser a nossa casa. Naquele mesmo ano, no primeiro derby, veja só, amigo leitor, o Palmeiras venceu por 3 x 0… com três gols de Caetano Izzo (abençoado seja ele. Será que era bisavô do Obina?).

Foram 22 partidas, 14 vitórias, 4 empates, 4 derrotas, 56 gols marcados e 29 sofridos até aquele Abril de 1920… E, então,  contando apenas com reforços e recursos da sua comunidade, o Palestra comprou o Parque Antarctica por 500 contos de reis (era muito dinheiro na época). Um projeto audacioso, um passo muito grande,  um sonho que até as mais tradicionais e aristocratas equipes da época ainda não sonhavam (até hoje, em pleno 2020, ainda existem clubes que não conseguiram ter seu estádio). E foi pela iniciativa ousada, pela grande quantia dispendida que a compra do terreno ficou conhecida como “A Loucura do Século”. Nosso Palestra/Palmeiras vanguardista desde sempre.

O Palestra deu uma entrada de 250 contos de réis, acrescida de mais 32 contos referente ao imposto de transmissão. Restaram duas parcelas de 125 contos. A primeira foi paga, mas, devido a uma crise financeira, o Palestra teve dificuldades para pagar a segunda, e, assim, para honrar a dívida e pagar a última parcela direitinho, acabou se vendo obrigado a vender uma parte do terreno para as indústrias do Conde Matarazzo.

Menos de um mês depois,  o Palestra Italia estreou, como proprietário, diante do Mackenzie-SP e venceu por 7 x 0 (era danado esse Palestra, hein?). 

E veio o título Paulista de 1920, o Paulista de 26… o “Extra” de 26… o Paulista de 1927,  o de 32…  No início dos anos 30, o Palestra reformou a sua casa. As pranchetas de madeira deram lugar às arquibancadas de cimento, que ficavam de frente uma para a outra, com o campo entre elas.

E teve goleada verde, outra vez, no primeiro jogo com o estádio reformado… Era 1933, e o Palestra Italia venceu o Bangu por 6 x 1. 

Os anos foram passando, a torcida ia aumentando cada vez mais, e o Palestra (por causa da guerra, ele mudaria de nome e se tornaria Sociedade Esportiva Palmeiras, em 1942) ia conquistando títulos, ia se tornando cada vez maior… Foi campeão do Torneio Rio-São Paulo 1933,  conquistou os Campeonatos Paulistas de 1933/34/36/38(Extra)/1940/42/44/47/50/59, a Taça Cidade de São Paulo 1950/51, o Torneio Rio-São Paulo 1951 e o Primeiro Torneio Mundial de Clubes, em 1951… 

Conquistou o Campeonato Brasileiro 1960… e nova reforma aconteceria em nossa casa. Foi construída uma meia-lua de arquibancada, em forma de ferradura, o campo de futebol foi elevado aproximadamente 3 metros em relação ao nível do solo, formando uma espécie de fosso ao seu redor… e a nossa casa, elegante, passaria a ser chamada de “Jardim Suspenso”… Nosso Palestra Italia cada vez mais lindo.

E vieram as Academias do Palmeiras, e novos craques, novos títulos… muitos títulos… Torneio Rio-São Paulo 1965/93/2000, Campeonatos Paulistas 1963/66/72/74/76/93/94/96/2008,  Campeonatos Brasileiros 1967 (Taça Brasil), o Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 67  (Campeonato Brasileiro em novo formato criado pela CBD)69/72/73/93/94, a Copa do Brasil 1998,  Copa Mercosul 1998, Copa Libertadores 1999, Copa dos Campeões 2000… o Palmeiras foi considerado o “Campeão do Século”…

A Família Palmeiras cada vez maior, cada vez mais apaixonada… e quantas alegrias vivemos ali no nosso Palestra Itália, quantas vezes (de perder a conta de quantas foram) descemos as escadas felizes cantando e seguimos em festa pelo fosso… inebriados por uma vitória, por um título… um amor que passava de geração à geração, de pai pra filho, ou que brotava espontaneamente das pessoas com DNA verde e branco… e quanto amor dedicamos à nossa casa… e como nos preocupamos quando mais uma reforma foi anunciada…

Como assim? Vão reformar o Palestra? 

Ficamos sem casa um bom tempo… A última partida válida em competições oficiais aconteceu em 22 de Maio de 2010, quando vencemos o Grêmio por 4 x 2 (como eu chorei naquele dia me despedindo do meu Palestra de tantas alegrias. Choro agora também ao lembrar)…

Ganhamos o Bi da Copa do Brasil em 2012, jogando a primeira final em Barueri… e morrendo de saudade da nossa casa. 

Foram quatro anos de uma saudade enorme, e um pouco antes de 2014 terminar,  finalmente, ela ficou pronta… e que linda! Se tornou Allianz Parque, o mais belo e moderno estádio do país.

Nem precisaria dizer – eu sei que você sabe – que já ganhamos novos títulos lá, não é mesmo?  O Tri da Copa do Brasil, em 2015 – de forma épica, maravilhosa, com Allianz Parque e Rua Turiaçu lotados – e mais dois espetaculares títulos brasileiros, em 2016 e 2018, que fizeram o Palmeiras decacampeão.

Que Deus continue abençoando a nossa casa, nosso Parque Antárctica/Palestra Italia/Allianz Parque, e que Ele permita que ela continue sendo de palco de muitas conquistas do Palmeiras, o Ma10r Campeão do Brasil.

 

 

 

“Não nos querem Palestra, pois seremos Palmeiras” – Mario Minervino

Hoje, 20 de Setembro, é Dia do Palmeiras (Lei Nº 14.060 do Calendário Oficial do Município de São Paulo)… dia em que comemoramos a ARRANCADA HEROICA.

Há 76 anos,  durante a guerra, e por causa dela, o Palestra Itália, por suas origens italianas, foi maldosamente “pintado” por alguns jornais como um inimigo da nação… e, por isso, corria o risco de perder o seu patrimônio, e de ver a sua “casa” tomada por aproveitadores (o São Paulo queria ficar com o Parque Antártica)…

Há 76 anos, o Palestra Italia, pra defender a sua honra e o seu patrimônio, se tornava Palmeiras…

Há 76 anos, no Pacaembu lotado, na final do Campeonato Paulista de 1942, no primeiro jogo da história do Palmeiras que acabara de nascer, o “time dos italianinhos”, carregando a bandeira do Brasil, e sob uma chuva de aplausos de todo o público presente ao estádio, passava a ser o “time dos brasileiros”… e era definitivamente “adotado” no coração do Brasil…

A coragem, a fibra e a grandeza da gente palestrina sobrepujaram e humilharam o inimigo em campo (ele fugiu do jogo) e fizeram o Palmeiras campeão…

Bravíssimo, Palestra/Palmeiras!! Tanti auguri #orgulhoimenso

Resultado de imagem para arrancada heroica 1942

Aniversário do Palmeiras… 103 anos…

Lendo algo sobre a fundação do Palestra Italia vi que, entre os 46 membros que estiveram na reunião de fundação, tinha um Eugenio Gallo.

Meu avô materno era italiano, Antonio Gallo, minha mãe também tinha esse sobrenome antes de se casar com o meu pai… Ainda que não tenha nenhuma relação de parentesco do ‘parmera’ da reunião com a família do meu avô italiano (vai saber), vou me permitir ficar aqui imaginando… será que um pouquinho do sangue que corre em minhas veias hoje esteve naquela reunião??? (isso explicaria tanta coisa… rsrs)

E sabe-lá quantas histórias se desenrolaram desde então… sabe-se lá com quais conexões… E, como não sabemos, podemos imaginar,  misturar a história do Palmeiras com a ficção,  misturar a história da primeira partida do Palestra Italia, com as minhas fantasias e com as personagens que criei…

Esse, é o primeiro, de uma série de textos que escrevi, e não publiquei, por ocasião do centenário do Palmeiras.

……….

“Em seu quarto, e com dúvidas sobre calçar ou não luvas, Angiolina, diante do espelho, experimentava o vestido que usaria no dia seguinte. De seda verde, com algumas pregas na saia, ele parecia perfeito.

O ano de 1915 iniciara com muito calor, meio abafado, e a seda seria muito bem-vinda. A signora Manoela, a modista, o fizera maravilhosamente, do jeitinho que Angiolina o imaginara. Parecia até um daqueles vestidos que vinham de Paris. “Será que Luigi a acharia bonita com ele?”, pensava ela.

Luigi,  costumeiramente uma pessoa bastante calma, estava tão empolgado quando pedira ao pai de Angiolina permissão para levá-la num passeio, que ela até estranhou o seu jeito, e mal podia acreditar que o pai tivesse concordado. E não só concordado, como havia decidido que, ele, muito interessado no motivo do passeio, também iria, e levaria a sua mãe junto. Um passeio em família com Luigi… ela adorava a ideia.

De trem, iriam para a cidade de Sorocaba, onde o ‘zio’ Guido morava, e depois tomariam o bonde até a Vila Industrial de Votorantim.

Há uns meses atrás, Luigi lhe parecera meio fora de juízo quando cismara em fundar um clube de futebol com mais três amigos – Luigi Emanuele, Vincenzo (ele era fundador de um jornal italiano de São Paulo, o Fanfulla)  e Ezechiele – das Indústrias Matarazzo, onde o pai de Angiolina também trabalhava. Um clube de italianos. Que ideia arrojada! Parecia coisa de gente maluca. Mas Luigi e os amigos estavam obcecados pela ideia, e embora muitas pessoas quisessem um clube para recitais, eles estavam decididos, queriam uma agremiação para disputar o campeonato de futebol, e para disputá-lo com as agremiações da elite paulistana. Mas os primeiros problemas quase colocaram fim no clube… um presidente que ficou apenas alguns dias no cargo; seu substituto que foi convocado para a guerra, pela Itália, que lutava contra a Alemanha; a falta de dinheiro nesse início e a quase única opção de se dar fim ao clube… Mas fora Luigi que, contrariando seus modos sempre tranquilos, dera um murro na mesa e sugerira que se marcasse uma partida para o Palestra. Essa seria a solução, segundo ele.

Ele confidenciava tudo à Angiolina, e ela, que tanto gostaria que ele pedisse a sua mão ao seu pai – eram amigos e estavam enamorados há mais de 6 meses -, temeu que ele, ocupado com as demandas desse clube,  com os primeiros problemas, acabasse esquecendo da forte amizade que existia entre os dois.

E nesse Janeiro abafado, cinco meses depois da sua fundação, o “Palestra”, como Luigi o chamava, faria o seu primeiro jogo contra uma outra agremiação também de origem italiana, o forte Savoia. O Palestra, que fora fundado em 26 de Agosto do ano anterior, não queria fazer feio – queria também entrar para a APEA, a entidade que regia o futebol paulista –  e aproveitara esses meses para se preparar e fazer uma boa estreia.

A princípio, Angiolina não tinha muita simpatia por futebol, mas devia ser só porque não entendia nada do assunto, e porque costumavam dizer que isso não era assunto para moças. Porém, Luigi falava tanto sobre isso, explicava tudo pra ela, contava os planos e sonhos que tinha para o Palestra, para o futuro do clube, e porque seus olhos brilhavam tanto quando ele lhe falava do Palestra, porque seu sorriso parecia ainda mais lindo (como se fosse possível o sorriso de Luigi ser ainda mais bonito), que ela não tinha como não sonhar com ele também, não tinha como não ir abrindo as portas do seu coração para o Palestra, e já estava achando tudo adorável. Na verdade, ela já se sentia um pouco ansiosa pela estreia também.

Do nome do clube ela gostava muito, e o repetia em voz alta, enquanto, metida no vestido verde, rodopiava em frente ao espelho, sorrindo e sonhando com a tarde ao lado de Luigi:

– Società Sportiva Palestra Italia… Società Palestra Italia… va bene… Palestra Italia – e, sorrindo para a imagem que via no espelho, imaginando a proximidade com Luigi no dia seguinte, ela rodopiava feliz com o seu lindo vestido verde.

Angiolina viera pequenina para o Brasil, mas se lembrava de muitas coisas da Italia, e ficava bastante feliz que, de alguma forma, seu país natal fosse reverenciado pelos italianos e filhos de italianos que aqui viviam. Para ela, era como se um novo país, mistura de Brasil e Itália, estivesse nascendo com o Palestra, era como se uma poesia nova estivesse sendo escrita (ela adorava ler poesias, romances, adorava escrever também). E se sentia ansiosa para acompanhar a partida. “Como seria um jogo de futebol?”, perguntava ela a si mesma.

A mãe entrara no quarto e ficara admirando a cena. A filha, de longos cabelos castanhos, um pouco dourados, de talhe elegante, rosto de traços delicados,  na beleza de seus dezessete anos, rodopiando feliz, apaixonada… Sim, uma mãe sempre sabe tudo,  Angiolina estava apaixonada… seus olhos verdes pareciam faróis brilhando… e, pela maneira como Luigi olhava a sua filha, ele logo faria o pedido a Marco.

Na manhã seguinte, depois daquele corre-corre delicioso que costuma anteceder os passeios, e depois de quase três horas de viagem de trem, chegaram à Sorocaba, à cidade do Savoia, o primeiro adversário do Palestra. Durante o trajeto Luigi conversara mais com Marco, o pai de Angiolina, do que com ela, conversara também com os amigos e diretores do clube. Falavam de futebol, claro, dos jogadores que entrariam em campo, das expectativas com o Palestra…

Os jogadores viajaram no mesmo trem, porém em outro vagão, para onde Luigi se dirigira muitas vezes durante a viagem. Angiolina, tagarelando com a mãe sobre vestidos, sapatos e chapéus, ouvira e guardara alguns nomes ditos por Luigi: Police, Bianco, Alegretti…

As mulheres sofriam com o calor e Marco, tão logo desembarcaram, tratou de levá-las à casa do seu irmão, Guido, enquanto Luigi e os outros diretores do Palestra iriam visitar um jornal da cidade, o ‘Cruzeiro do Sul’.

Depois do almoço, do qual Luigi participou também, e onde não faltou a velha e boa pastasciutta, não faltaram o vinho, o pão – feito pela zia Ida -, os queijos e salames, as frutas – as frutas no Brasil eram saborosas e agradavam ao paladar dos italianos -, e um bom licor ao final, seguiram de bonde para a Vila Industrial de Votorantim, onde se realizaria a partida.

Muitas pessoas estavam no local; como não foram cobradas as entradas para o jogo, Luigi, que era o secretário-geral, e o restante da diretoria, não sabiam estimar quantas pessoas estavam na estreia do Palestra, mas tinha bastante gente, muita gente. Angiolina estava linda, de verde, e foi de verde e branco que o Palestra Italia entrou em campo pela primeira vez, camisa verde com punhos e golas brancas. Do lado esquerdo do peito, as letras “P” e “I” apareciam bordadas em branco e sobrepostas uma na outra. Angelina ficou até emocionada, sentiu os olhos marejados e o coração se aquecer dentro do peito… a primeira vez do Palestra em campo…

                              

Pelo Palestra Italia, Luigi lhe contava, iriam jogar: Stillitano; Bonato e Fúlvio; Police, Bianco e Valle; Cavinato, Américo, Alegretti, Amílcar e Ferré.

O Savoia teria: Colbert; Ferreira e Silvestrini; Gigi, Zecchi e Fredich; Imparato, Cardoso, Ferreira II, Imparatinho e Pinho

Luigi e os amigos do Palestra estavam agitados, ansiosos. Fazia um dia lindo… O jogo começou às 14h15, e foi bastante disputado, o Palestra era aguerrido, queria vencer o seu primeiro jogo, e o Savoia, por estar em casa, se portava de forma também aguerrida. E era tão disputada a partida, havia tanta vontade e determinação no campo de jogo, que houve até um princípio de discussão áspera entre os jogadores… O periódico Fanfulla noticiaria depois que houve um “sururu”.

…………………………

…………….

Angiolina estava adorando tudo aquilo – até mesmo a discussão -, nunca imaginara que futebol fosse tão interessante, não conseguia desgrudar os olhos do campo. Sentira até vontade de falar mais alto para defender os jogadores do Palestra quando houve o entrevero, o sangue lhe esquentara nas veias e ela sentira que  lhe coraram até as faces.

O primeiro tempo foi equilibrado, mas no segundo, o Palestra Italia conseguiu se impor diante do adversário e venceu o jogo por 2 x 0.

O primeiro ‘goal’ do Palestra Italia foi de Bianco – o grande nome do jogo – de pena máxima. Um ‘goal’ ia sendo marcado, mas a defesa adversária preferiu salvar como pôde, ou seja, com um toque de mão … cometendo pena máxima. Luigi lhe dissera que isso era proibido, não se podia colocar a mão na bola, a não ser o jogador que ficava lá embaixo das traves.

O segundo ‘goal’ foi de Alegretti, e aconteceu um minuto depois, também de pena máxima. Ferreira, da agremiação de Savoia, na área penal, cometeu uma falta e o árbitro, atento e imparcial, o puniu inexoravelmente.

Angiolina ainda não entendia completamente as regras, mesmo com as explicações do namorado, mas gostava mesmo assim. E achou lindo ver os admiradores do Palestra comemorando os ‘goals’ – Luigi não se aguentava de felicidade -, ver os jogadores cumprimentando um ao outro dentro de campo; achou mais bonito ainda ver o Palestra receber a taça pela vitória, taça que tinha sido oferecida pela agremiação de Savoia , e que era a primeira conquistada pelos de verde escuro –  e ela se estranhava, porque ficara bastante emocionada e sentia até vontade de pular de satisfação.….

Luigi, de tão feliz pela vitória, deu um abraço apertado em Angiolina e beijou seus lábios, de leve, na frente de seus pais, que, por sorte, estavam tão felizes também e nem perceberam. Bendito seja o Palestra pra todo sempre, pensara Angiolina, morrendo de felicidade por todas as novas emoções que experimentava naquele dia e, claro, se derretendo pelo contato dos lábios de Luigi. Quando fora que ele ficara tão impetuoso assim, para beijá-la na frente de seus pais, e sem ter feito o pedido da sua mão?

No rosto de Luigi, para o qual Angiolina nunca se cansava de olhar, resplandecia a alegria de um sonho que se realizava… brilhava a certeza de que ninguém poderia mais deter a caminhada do Palestra Italia…  O Palestra Italia existia, vencera a primeira partida e conquistara o primeiro troféu… e ele jurava pra si mesmo – para Angiolina também – que o Palestra seria um gigante um dia, seria imponente, e haveria de conquistar muitas taças, campeonatos, sócios e admiradores…

                              

E Angiolina acreditava piamente em Luigi, a energia que ela sentira vendo o Palestra Italia jogar, a alegria e emoção que ele a fizera sentir, o coração que, agora, parecia tão maior e pulsante dentro do seu peito, lhe davam a certeza que, um dia, ele seria mesmo um gigante…

E no fundo do seu coração, ela sabia… uma linda e gloriosa história estava apenas começando…

Tanti auguri, Palestra. Per sempre”.

“Onde amamos, é o nosso lar: lar que nossos pés podem deixar, mas não nossos corações” – Oliver Wendell Holmes

Nosso primeiro jogo em casa foi num 21 de Abril de 1917 (éramos inquilinos e viraríamos proprietários em 1920, com uma entrada de 250 contos de réis e mais duas parcelas de 125 contos – uma para Dezembro de 1921 e a outra para Dezembro de 1922. Quase todo o dinheiro envolvido veio por mãos e corações palestrinos). Na ocasião, pela primeira rodada do Campeonato Paulista, o Palestra Italia venceu o Internacional-SP por 5 x 1 (auspicioso esse placar, não?)

São 100 anos de Parque Antárctica… Palestra Itália… Allianz Parque…

Tanti auguri para a nossa casa linda e tão amada!! Que ela continue lar e abrigo dos parmeras por muitos séculos mais… e que, nela, o Palmeiras obtenha muitas e novas conquistas, para continuar a ser o maior campeão do Brasil. 

……………………………..

……………………………..

……………………………..

……………………………..

……………………………..

……………………………..

……………………………..

……………………………..

……………………………..

entulho-palestra3

♫”A festa é sua,  a festa é nossa, é de quem quiser, quem vier!!”♫

Eu não poderia deixar passar em branco, ou melhor, em verde e branco, a performance notável e invicta dos Entulhos do Palestra Italia no “Estádio dos 4 Tobogãs”, mais conhecido como Itaquerão, ou Esmolão, Entulhão, Roubalhão, Xerocão, Galinheiro, Eliminates Arena (chique esse, né? rsrs)…

Ontem, de novo no Esmolão (construído com  dinheiro surrupiado do povo brasileiro), mais uma eliminação do time da “Lava-jato”, do ‘estratégico’ e ‘cirúrgico’ técnico Tite (sem juiz ajudando, não há tática que funcione, se bem que o de ontem, achou duas penalidades pra eles, e nem assim deu certo), e diante do Nacional-URU – time que o ‘Big House’, na TV, dizia ser fraco quando enfrentou o Palmeiras (roubado na ocasião, pra variar): “Palmeiras é um perdido em campo, o Nacional não tem tática alguma, só joga no contra-ataque”, mas que dizia ser forte e bem treinado no jogo de ontem: “Nacional é um time muito forte taticamente, muito bem treinado, o Tite está fazendo tudo o que pode”. Ficou tático e forte só agora? Fanfarrão esse ‘Big House’, não? Tite, talvez dissesse: o problema foi a “desclassificabilidade” (ou os nós táticos que anda levando de tudo quanto é técnico).

O fato é que, em tão pouco tempo, nossos invictos entulhos, de altíssima e campeoníssima qualidade, já nos proporcionaram cinco (!!!) muy divertidas (e bota divertida nisso) eliminações dos nossos rivais. E uma atrás da outra: Paulistão (2 vezes – Palmeiras e Audax), Copa do  Brasil (1 vez -Santos), Libertadores (2 vezes – Nacional-URU e Guarani-PAR) – e não esqueçamos, em outra oportunidade, eles já conseguiram a proeza de serem eliminados numa pré-Libertadores, diante do Tolima. A única eliminação de um brasileiro em pré-Libertadores, diga-se de passagem).

Ontem, foi mais um estrago! Tanto, que boa parte daquele pessoal do “Nunca vou te abandonar” (AHAM) e “não vivemos de títulos” (AHAM 2), esqueceu todas as juras de amor, as musiquinhas, virou as costas para o time e se mandou do Xerocão (a máquina de xerox de Itaquera não para de copiar as desclassificações) quando ainda faltava um bom tempo para a partida se encerrar.

Moral da história: Entulhos do Palestra 5 x 0 Time da “Lava-jato”. Conquista Zero dos gambás no Esmolão! Que potencial tem o nosso entulho! De fazer inveja a qualquer outro entulho do país, quiçá do mundo.

PARABÉNS AOS ENTULHOS DO PALESTRA POR MAIS ESSA CONQUISTA!  Estamos morrendo de orgulho (e de tanto rir, claro hahahaahahahaaha).

PODE COMEMORAR, PARMERADA! NOSSO ENTULHO É PEEEEEEENTA!

https://www.youtube.com/watch?v=rl93SZvW3zM&feature=youtu.be

 

Palestra-Allianz-fotoblogdaclorofila

“Luz acesa, me espera no portão
 Pra você ver
 Que eu tô voltando pra casa…” 

Chegou o dia!! O bom filho a casa torna!

Depois de quatro anos que nos despedimos do Palestra, depois de quatro anos sem nos ajeitarmos naquele Pacaembu estranho – sim, nunca conseguimos nos sentir adequados ali -, eis que vamos, finalmente, voltar pra casa.

Para as pessoas normais, e nós não somos normais, somos palmeirenses, pode parecer algo comum, mas, como diria Joelmir (ele estará lá hoje também, tenho certeza), só quem é palmeirense sabe o que significa…

Eu já estive no Allianz Parque algumas vezes, mas sei que não será a mesma coisa. Estar lá, com o Palmeiras em campo, em seu primeiro jogo na casa nova, vai ser pra matar de emoção. Foi difícil até pra dormir essa noite… O coração querendo estar lá de todo jeito, o coração batendo loucamente, ansioso por se ver em casa e em paz… As ‘crianças’ ansiosas pelo ‘presente de Natal’, acordando várias vezes durante à noite – acordei inúmeras vezes…

Nossa alma está em festa… Mas a festa, o presente, não é só nosso… o Brasil ganha a mais bonita e moderna arena do mundo, Sampa ganha o melhor espaço para shows do país,  e 20 milhões de palmeirenses – vinte milhões sim! Só as outras torcidas aumentam? – ganham a sua casa de volta. E sem um centavo do dinheiro público, diga-se de passagem!

E nós, os privilegiados que vão ao Allianz Parque hoje, temos um compromisso. O compromisso de fazermos jus ao que estamos recebendo, ao que representamos… nosso clube é o mais vencedor do país,  “moramos” na mais bela casa do mundo… portanto, temos o compromisso de continuarmos a ser a melhor torcida do mundo. Temos o compromisso de representarmos dignamente todos os que nos acompanham…

Não estaremos sozinhos lá hoje… Não seremos trinta e nove mil pessoas apenas… Não! Seremos milhões, estaremos milhões, respiraremos milhões, cantaremos e torceremos milhões… Estarão conosco no Allianz Parque todos os outros palestrinos que se encontram espalhados pelo Brasil e pelo mundo, estarão no Allianz a palestrinidade e a energia dos nossos antepassados, dos amigos que já se foram, dos que esperaram até o dia de hoje para se despedir…

O Palestra Italia ressurge, de roupa nova e nome “artístico”. O nosso Palestra, nosso Allianz Parque, nosso Palmeiras, nossa Família de Sangue Esmeralda.

A nossa casa está de volta!  A Turiaçu está de volta, e o Bar Alviverde, e a cerveja antes do jogo, e os palmeirenses espalhados pelas ruas do entorno, e a torcida cantando antes de entrar, e os amigos se encontrando outra vez… Está de volta o pedaço de chão que é tão nosso, e que sabe tudo de nós.

Vamos comemorar, parmerada! Vamos colorir o Allianz de alegria e amor ao Palmeiras!

Vamos enfeitá-lo com os nossos sorrisos, com as nossas vozes e nossas músicas, os nossos aplausos, as nossas caras pintadas, nossas bandeiras e camisas, nossas máscaras de porco, nossos cabelos verdes… as nossas lágrimas de alegria e orgulho. Vamos batizar o Allianz Parque com as nossas melhores energias!

Parabéns, Palmeiras! Hoje é “O” dia! Hoje é “A” festa! Esperamos quatro longos anos por ela! Nosso mundo amanheceu mais verde e branco do que nunca!

DeVoltaPraCasa

BEM-AVENTURADO SEJA O ALLIANZ PARQUE! E BEM-AVENTURADOS SEJAM TODOS AQUELES QUE ESTÃO VOLTANDO PRA CASA!

QUE NA SUA CASA, O PALMEIRAS E A SUA GENTE ESCREVAM MAIS 100 ANOS DE GLÓRIAS PALESTRINAS!

O PALMEIRAS VAI JOGAR NO ALLIANZ PARQUE, NÓS VAMOS!!

‘Não nos querem Palestra, pois seremos Palmeiras e nascemos para ser campeões.” – Mario Minervino 

20 de Setembro de 2013, 71 anos  da Arrancada Histórica…

71 anos distante daquele 1942, em que os palestrinos tiveram que arrancar do fundo da alma as forças para defender o clube que amavam…

71 anos passados desde aquele Setembro, quando o nome Palestra Italia teve que deixar de existir, para que seu estádio não fosse tomado pelo São Paulo (eles, que não tinham estádio, com a desculpa da guerra, dos italianos “inimigos” do Brasil, e com a ajuda da imprensa, que pintou o Palmeiras de inimigo da pátria – você conhece a versão moderna disso -,  queriam nos tomar o Palestra, é mole?)…

71 anos que se seguiram àquela semana em que Oberdan e seus companheiros, concentrados em uma chácara à espera do grande jogo de 20 de Setembro, choraram ao serem informados que o nome Palestra Itália não mais existia… imagino a dor que calou no peito dos palmeirenses todos da época – de alguma maneira, posso senti-la hoje.

71 anos  daquela promessa de vingança, feita por Oberdan e seus companheiros, do juramento de vencer o grande perseguidor do Palestra, na final do campeonato que se daria na semana seguinte… juraram honrar o Palestra, que morria, e a Sociedade Esportiva Palmeiras, que acabava de nascer…

Aqueles homens todos, que lutaram pela honra do Palestra, que salvaram o nosso estádio de ser tomado pelo São Paulo; os que cercaram o Palestra com barris de gasolina para defendê-lo (imagine a cena); os que temeram, os que perderam o sono, os que choraram, que se revoltaram e jamais pensaram em desistir, em se entregar (isso ficou marcado em nosso DNA); os que entraram em campo pelo Palmeiras, pela primeira vez, carregando a bandeira do Brasil, e foram aplaudidos, durante minutos, pelos mesmos que os esperavam para hostilizá-los; os que amavam o Palestra e passariam a amar o Palmeiras… todos aqueles palmeirenses de então, não podiam imaginar que, passados 71 anos, o dia 20 de Setembro, passasse a ser, oficialmente, o Dia Do Palmeiras; que aquela família se tornaria Nação e  tivesse tantos filhos espalhados por todo o país e pelo mundo… E que esses filhos sentissem tanto orgulho do que eles fizeram, da sua luta… que os lembrassem com alegria e respeito, que lhe fossem tão gratos… que esses filhos comemorassem tanto o dia em que o Palmeiras nasceu campeão, quando o nosso patrimônio foi salvo, quando Oberdan e Cia conquistaram o respeito de todos, quando fizeram o São Paulo fugir de campo (sim, eles correram), com medo de apanhar de mais do que 3 x 0; quando o Brasil conheceu a imponência de um gigante e a força da sua gente.

O tempo passou, amigo, e nós estamos aqui, hoje, fazendo jus à nossa herança de um Palmeiras digno, honrado, imponente e gigante, com uma “tonelada” de títulos, legítimos, conquistados apenas com o seu suor e esforço dentro de campo… que  encara os seus inimigos (e eles são tantos agora) de frente e não se vale de trambiques e armações, que prefere não fazer parte da “tchurma”; estamos aqui,  para fazer jus à nossa essência de defender o Palmeiras com a mesma bravura e o mesmo amor dos nossos antepassados.

A história se repetiu, e foi com muita luta (imagina se seria diferente), que o Palmeiras e todos nós, setenta e um anos depois,  defendemos o direito de transformar a nossa casa no Allianz Parque, a versão moderna e maravilhosa do antigo Palestra Itália, o estádio mais bonito e moderno do país, que não tem um único centímetro de concreto sequer, que tenha sido comprado com dinheiro público. Tentaram nos atrapalhar, nos impedir, de todas as maneiras… mas nós vencemos, mais uma vez, e o Allianz Parque está de pé, quase pronto para que possamos assistir em nossa casa as novas conquistas que virão.

Assim somos nós, palmeirenses, palestrinos, está em nossa essência  lutar e honrar o nosso clube, a nossa casa, a nossa família; fazer as coisas da maneira certa e amar o Palmeiras acima de tudo; reverenciar a nossa história e os que a escreveram até aqui, deixando o caminho limpo para os que vierem depois de nós. E é a nossa história, linda, com capítulos emocionantes, que nos faz permanecer altivos, nos faz levantar ainda mais a cabeça, olhar o céu e enxergar o sol, mesmo quando os tempos ficam difícieis e as nuvens escuras teimam em aparecer; é a nossa história (e ter história é para poucos e bons) que nos faz cantar ainda mais alto, bater no peito e dizer: Aqui é Palmeiras, p%#@rra!

Eu tenho muito orgulho da história desse gigante! Orgulho imenso de ter o sangue esmeralda correndo em minhas veias…

Não sou eterna, mas o meu amor pelo Palmeiras é!! 

AUGURI, PALESTRA/PALMEIRAS!!

homenagem-arrancada-heroica

 

1205101600_f

Viver, e não ter a vergonha de ser feliz…

16 de Agosto de 2008… O Palmeiras oficializou a venda de Valdivia… Sem que pudéssemos impedir (ainda que tivéssemos tentado muito), o Palmeiras deixou que nosso ídolo fosse embora. E que tristeza a gente sentiu… Quantas lágrimas derramamos. Eu recebia e-mails de um sem-número de torcedores, inconformados, confessando que tinham chorado também. Aquele pulha, sem brios,que tínhamos por técnico, pensando sabe-se lá em quê, deu um golpe mortal no futebol do Palmeiras e no coração do torcedor, com as bençãos da diretoria.

Prá mim, nada ia poder suprir essa ausência. O tempo mostrou que, ao futebol do Palmeiras, também não. De campeões Paulistas, com sobras, passamos a ser um time comum. Nosso futebol se acanhou, nosso artilheiro deixou de marcar, nossos gols foram sumindo, as vitórias rareando … Sem “chutes no vácuo”, sem “chororô”, “Coelhinho da Páscoa”, “Créu”, “Cala a Boca Bvambvi”… A  magia e a alegria despareceram e o futebol perdeu completamente a graça. E foram 691 dias de uma saudade imensa.

Mas, amigo é coisa prá se guardar, no lado esquerdo do peito… E foi lá que guardei Valdivia…  E meu coração sonhou com a volta dele durante todos esses dias… E meu coração se entristeceu vendo acontecer no Al-Ain as jogadas que o Verdão tanto necessitava aqui…  Meu coração doeu a cada vez que ia ao Palestra e via aquelas milhares de camisas com o nome do ídolo às costas… Era impossível não lembrar do Mago a cada partida assistida, a cada vez que um timeco qualquer nos enfrentava, em nossa casa, sem o mínimo respeito. Ah, se o Mago estivesse aqui, pensava eu…

E assim os títulos começaram a escoar de nossas mãos. (Por vários motivos, eu bem sei, mas ah se tivéssemos o Mago…)  E assim o nosso time ficou sem um diferencial, sem o “cérebro”… Tínhamos e temos outros bons jogadores, é verdade, mas nenhum com o talento, a garra, a alegria e o carisma de Valdivia.

Belluzzo chegou à presidência e tratou de tentar colocar as coisas nos eixos. Fez tudo certo e deu tudo errado… Era como se uma nuvem negra pairasse sobre o Palestra Itália e seus ‘descendentes’. Nada dava certo…  E  o presidente foi muito criticado por todos nós,  apedrejado por alguns. Começou 2010 com todos os problemas possíveis e imagináveis  e, tão perdido quanto nós torcedores, errou seguidas vezes. Passou todo o primeiro semestre com a cabeça a prêmio por uma parte da torcida que queria a sua renúncia.  E com o alívio de ter a Arena finalmente aprovada, o futebol brasileiro entrou em recesso para a Copa do Mundo! Bendito recesso!! Quem sabe poderíamos respirar e emergir das águas escuras onde parecíamos estar nos afogando… Quem sabe poderíamos trazer alguns jogadores, treinar mais o time, arranjar um técnico melhor., acender umas velas..  Sei lá.  Eram só incertezas, mas alguma coisa tinha que ser feita.

Mas graças a Deus é Belluzzo, e não outro, o presidente em dificuldades!! Graças a Deus ele ama o Palmeiras como a gente. Sem o peso do risco de ver o projeto da Arena fracassar, ele arregaçou as mangas e foi à luta. Com iniciativas mais ousadas, arranjou parceiros e, em menos de duas semanas, anunciou a volta do Gladiador Kleber e do técnico Felipão. O torcedor mal podia acreditar! Se trazer Kleber de volta, já era muito difícil, que dirá repatriar nosso técnico/ídolo, sonho tão acalentado pela Nação Alviverde? E vieram os dois de uma vez! A nação em festa… O Palmeiras voltando  a ser o “nosso” Palmeiras. O coração palestrino voltou a se aquecer,  voltou a acreditar… E se de uma hora prá outra tudo se tornara possível, sonhar é com a gente mesmo! A volta do Mago,  tão idealizada por nós, desde o dia em que ele foi vendido, agora virava ideia fixa! E os boatos começaram… Belluzzo, que há muito dizia querer o Mago, se houvesse uma possibilidade, começava a dar mostras que a coisa podia acontecer… O Mago, por sua vez, dizia que adoraria voltar… Prá nós torcedores, nem era preciso perguntar!

Eu sabia que era difícil demais. Mas a coisa foi ganhando força, ganhando as notícias. Uma declaração aqui, outra ali, e a gente foi montando esse intrincado quebra-cabeças da volta do nosso Mago. E os boatos cada vez mais fortes. Enquanto matávamos a saudade de Valdivia, assistindo ao Chile na Copa, a negociação começava a ser feita. Delicada, difícil, cheia de detalhes… Parceiros, sócios remidos, todo mundo ajudando a fazer o dinheiro aparecer… Lá da África Valdivia mandou o recado: esperava só um telefonema… As peças se encaixando cada vez mais…

E aqui estamos nós, quarta-feira, 07 de Julho de 2010!  De concreto não temos nada ainda. A imprensa já diz que os árabes aceitaram a proposta do Palmeiras. As fontes palestrinas todas confirmam que é só esperar o anúncio. Dia 9 teremos o jogo de Despedida (Até Breve) do Palestra Itália, diante do Boca Juniors da Argentina; dizem que Valdivia será anunciado nessa data. A minha razão me diz que devo esperar a concretização da difícil negociação e o anúncio oficial, mas meu coração, que tem ideias próprias, é totalmente independente e não me obedece de jeito nenhum, me diz que é verdade,  que o Mago será anunciado na próxima sexta-feira… Tomara ele esteja certo, porque é o meu coração quem termina de escrever agora…

O Palmeiras já me deu momentos inebriantes de felicidade extrema;  já realizou tantos sonhos meus…  Mas, agora, Belluzzo (Que Deus o abençoe por isso) caprichou!! Obrigada, Presidente! Meu ídolo de volta!! Até a camisa do Palmeiras deve suspirar ansiosa por esse reencontro, ela que andava tão acanhadinha… POR FAVOR,  SE EU ESTIVER SONHANDO AGORA, NÃO ME ACORDEM! Quero viver esse sonho até o fim! Tenho um grito preso na garganta e mal posso esperar a hora de poder dizer: ÔÔÔ O MAGO VOLTOU!!!

SEJA MUITO BEM-VINDO  À  SUA CASA E  À  SUA “FAMÍLIA”, VALDIVIA!! ESTAMOS DE BRAÇOS ABERTOS ESPERANDO VOCÊ CHEGAR…

Bambisefd

Eis aí o documento que ratifica o que qualquer torcedor (menos a impren$inha, que fez  a maior e mais parcial campanha  pró Panetone), que já tenha frequentado o Morumbi, sabe há muito tempo: não há condição daquele estádio sediar uma Copa do Mundo. Tá certo que brasileiro tem mania de fazer tudo nas “coxas”, no cambalacho, mas a Fifa não iria arriscar, uma vez que pessoas do mundo inteiro virão ao Brasil acompanhar as seleções de seus países.

E o time do Jd Leonor, que  no passado, já “ganhou” esse estádio (terreno e construção),  graças à ajuda de Laudo Natel e ao criminoso desvio de recursos públicos, queria transformar aqueles escombros no BAMBILAND STADIUM,  com dinheiro do povo, outra vez!!! É muita cara-de-pau desses bambis!! O projeto que a Fifa aprovou, foi orçado em 630 milhões (para serem pagos em 15 anos!!), imagine o gasto total  quando isso fosse concluído. Enquanto educação, saúde, segurança e transportes são o grande problema desse país, o BNDES parece que tem dinheiro para distribuir. Pena que o povo não faça parte da lista dos favorecidos.

Mas, se foi acertada a decisão da CBF, uma outra ‘decisão’ pode estar saindo da “manga” de alguém. Mesmo a gente sabendo que não há condições de se  ter jogos da Copa lá no Jd. Leonor, o veto da CBF parece ser o motivo para legitimar uma outra ação, tão ou mais espúria do que reformar o Panetone.  Como o Corínthians, em 100 anos de existência, não teve competência para ter um estádio próprio e o presidente Lula já disse, não faz muito, que gostaria de dar um  prá gambazada, parece que vem aí o “BOLSA ESTÁDIO”!!   O ESMOLÃO DE PIRITUBA!! Se não for assim, o mundo acaba e ao time da marginal sem nº vai continuar pagando (ou atrasando) aluguel. Seria muito bonitinho se, mais uma vez, não fosse com dinheiro público, né? Claro que eles dizem que não construirão com dinheiro público; claro que o presidente ‘não sabia’ do veto ao Panetone e diz achar “estranho” , claro que dizem que os recursos virão  da iniciativa privada. Mas, quem é brasileiro aqui, levanta a mão!! CONHECEMOS BEM ESSES ARGUMENTOS E O MODUS-OPERANDI DA MAIORIA, NÉ? Não bastassem todos os mensalões, “Dirceus”, “Valérios”, “Sarneys”, cambalachos com empresas de telefonia e bilhões de dólares desviados para contas na Suíça, ou sabe lá onde, ainda querem construir um estádio prá gambazada com o nosso dinheiro? Vão se lascar!! Ô povo que parece gado e  aceita tudo!

E tanto é cambalacho, armação, que mesmo o Palmeiras tendo o seu projeto da nova Arena, aprovado e com previsão de entrega para 2012 (se o mundo não acabar, né?), os responsáveis mal se referem a ele, FAZEM DE CONTA QUE ELE NÃO EXISTE!! Fazem de conta que ele não está completamente adequado aos padrões FIFA; fingem não saber que ele acomodará quase 50 mil pessoas com conforto; ignoram os meios de transporte amplamente facilitados no entorno da Arena Palestra Itália, se recusam a lembrar que nem um centavo sairá dos cofres públicos. Porque, se não for assim,  boicotando a Arena Palestra, que é o estádio que São Paulo precisa para a Copa do Mundo, e a solução mais lógica e viável, como farão para levantar o ESMOLÃO? QUAL SERÁ A DESCULPA? Estão esperando que apareçam os recursos da iniciativa privada (esse é o discurso, mas quem acredita nisso?) para se construir um outro estádio e depois repassá-lo em esmola ao Corínthians. Mais um gasto absurdo  (sem contar os superfaturamentos que se originarão durante a construção) e mal uso da verba pública.

Vamos ficar de olho, amigos! Os bambis, é claro, que não desistirão! Como são totalmente alienados, eles fazem campanha contra o uso de dinheiro publico para a construção de um novo estádio. LOGO  QUEM, NÉ? É o lixo reclamando da sujeira… totalmente sem sentido, não é mesmo? E não faz muito tempo (2007), já receberam 18 milhões da Lei de Incentivo ao Esporte, para ampliarem o CT das categorias de Base. Com o Panetone está às moscas,  não recebendo  mais os aluguéis de Palmeiras, Santos e Corínthians, nada melhor do que ter um super e moderno estádio às custas do dinheiro alheio, né bambis? Com as próprias pernas, e a ‘super e ultra moderna administração’ (pois sim!), nem pensar em caminhar, né? A MESMA COISA COM O TIME DA GAMBAZADA, QUE SE AUTODENOMINA, ‘TODO-PODEROSO’. Dizem que possuem a maior torcida, que são isso e aquilo, e como é que essa “super potência futebolística tupiniquim” (que continua comprando títulos e fora daqui é um fiasco) não conseguiu, em 100 anos, ter dinheiro para construir um estádio, mesmo tendo ganhado o terreno? Mais um que não caminha com as próprias pernas e vai usar o seu mais ilustre torcedor e a  atitude de “não sei de nada” que ele tem, quando a sujeira vem à tona,  para se dar bem.  ‘Coincidentemente’, o presidente gambá está chefiando a delegação que foi à África. Será uma queda de braço e tanto e, mais uma vez,  a depender da decisão de alguns, quem perderá será o povo brasileiro.

É por essas e outras, que estufo o peito e sinto tanto orgulho, a cada vez que visto uma camisa do Palmeiras…

TU SEI BRAVÍSSIMO, PALESTRA!!