‘Não nos querem Palestra, pois seremos Palmeiras e nascemos para ser campeões.” – Mario Minervino 

20 de Setembro de 2013, 71 anos  da Arrancada Histórica…

71 anos distante daquele 1942, em que os palestrinos tiveram que arrancar do fundo da alma as forças para defender o clube que amavam…

71 anos passados desde aquele Setembro, quando o nome Palestra Italia teve que deixar de existir, para que seu estádio não fosse tomado pelo São Paulo (eles, que não tinham estádio, com a desculpa da guerra, dos italianos “inimigos” do Brasil, e com a ajuda da imprensa, que pintou o Palmeiras de inimigo da pátria – você conhece a versão moderna disso -,  queriam nos tomar o Palestra, é mole?)…

71 anos que se seguiram àquela semana em que Oberdan e seus companheiros, concentrados em uma chácara à espera do grande jogo de 20 de Setembro, choraram ao serem informados que o nome Palestra Itália não mais existia… imagino a dor que calou no peito dos palmeirenses todos da época – de alguma maneira, posso senti-la hoje.

71 anos  daquela promessa de vingança, feita por Oberdan e seus companheiros, do juramento de vencer o grande perseguidor do Palestra, na final do campeonato que se daria na semana seguinte… juraram honrar o Palestra, que morria, e a Sociedade Esportiva Palmeiras, que acabava de nascer…

Aqueles homens todos, que lutaram pela honra do Palestra, que salvaram o nosso estádio de ser tomado pelo São Paulo; os que cercaram o Palestra com barris de gasolina para defendê-lo (imagine a cena); os que temeram, os que perderam o sono, os que choraram, que se revoltaram e jamais pensaram em desistir, em se entregar (isso ficou marcado em nosso DNA); os que entraram em campo pelo Palmeiras, pela primeira vez, carregando a bandeira do Brasil, e foram aplaudidos, durante minutos, pelos mesmos que os esperavam para hostilizá-los; os que amavam o Palestra e passariam a amar o Palmeiras… todos aqueles palmeirenses de então, não podiam imaginar que, passados 71 anos, o dia 20 de Setembro, passasse a ser, oficialmente, o Dia Do Palmeiras; que aquela família se tornaria Nação e  tivesse tantos filhos espalhados por todo o país e pelo mundo… E que esses filhos sentissem tanto orgulho do que eles fizeram, da sua luta… que os lembrassem com alegria e respeito, que lhe fossem tão gratos… que esses filhos comemorassem tanto o dia em que o Palmeiras nasceu campeão, quando o nosso patrimônio foi salvo, quando Oberdan e Cia conquistaram o respeito de todos, quando fizeram o São Paulo fugir de campo (sim, eles correram), com medo de apanhar de mais do que 3 x 0; quando o Brasil conheceu a imponência de um gigante e a força da sua gente.

O tempo passou, amigo, e nós estamos aqui, hoje, fazendo jus à nossa herança de um Palmeiras digno, honrado, imponente e gigante, com uma “tonelada” de títulos, legítimos, conquistados apenas com o seu suor e esforço dentro de campo… que  encara os seus inimigos (e eles são tantos agora) de frente e não se vale de trambiques e armações, que prefere não fazer parte da “tchurma”; estamos aqui,  para fazer jus à nossa essência de defender o Palmeiras com a mesma bravura e o mesmo amor dos nossos antepassados.

A história se repetiu, e foi com muita luta (imagina se seria diferente), que o Palmeiras e todos nós, setenta e um anos depois,  defendemos o direito de transformar a nossa casa no Allianz Parque, a versão moderna e maravilhosa do antigo Palestra Itália, o estádio mais bonito e moderno do país, que não tem um único centímetro de concreto sequer, que tenha sido comprado com dinheiro público. Tentaram nos atrapalhar, nos impedir, de todas as maneiras… mas nós vencemos, mais uma vez, e o Allianz Parque está de pé, quase pronto para que possamos assistir em nossa casa as novas conquistas que virão.

Assim somos nós, palmeirenses, palestrinos, está em nossa essência  lutar e honrar o nosso clube, a nossa casa, a nossa família; fazer as coisas da maneira certa e amar o Palmeiras acima de tudo; reverenciar a nossa história e os que a escreveram até aqui, deixando o caminho limpo para os que vierem depois de nós. E é a nossa história, linda, com capítulos emocionantes, que nos faz permanecer altivos, nos faz levantar ainda mais a cabeça, olhar o céu e enxergar o sol, mesmo quando os tempos ficam difícieis e as nuvens escuras teimam em aparecer; é a nossa história (e ter história é para poucos e bons) que nos faz cantar ainda mais alto, bater no peito e dizer: Aqui é Palmeiras, p%#@rra!

Eu tenho muito orgulho da história desse gigante! Orgulho imenso de ter o sangue esmeralda correndo em minhas veias…

Não sou eterna, mas o meu amor pelo Palmeiras é!! 

AUGURI, PALESTRA/PALMEIRAS!!

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