Depois da vitória em cima do Cruzeiro, na quarta-feira, assegurando a vaga à próxima fase da Copa do Brasil, o Palmeiras, de olho no G4, receberia o Joinville, no domingo, pelo campeonato brasileiro.

A rua Palestra Italia/Turiaçu estava repleta de torcedores. Os vendedores ambulantes não davam conta de vender água, cerveja, refrigerantes… fazia muito calor e o sol forte demais estava duro de aguentar – e pensar que a CBF pretende continuar com essa ideia infeliz de jogos às 11 da manhã. Se às 16h00 já estava difícil, imagina como serão os jogos das 11h00 daqui pra frente? E sem contar que, enquanto tem time que já fez até cinco partidas nesse horário – o Palmeiras já fez três – o time que está sendo ajudadíssimo pelas arbitragens ainda não fez nenhuma. Pilantragem da CBF? Maaaaagina…

O Allianz Parque estava cheio, quase 30 mil pessoas foram pro jogo – a Torcida Cappuccino é um espetáculo. E todo mundo apostando numa vitória sem sustos; todo mundo ainda falando do bolão que Jesus tinha jogado no meio da semana.

Parmerada feliz…

Na entrada do Allianz, eram distribuídos corações infláveis, em homenagem aos 101 anos do Palmeiras… <3

Na entrada do time, a nova camisa prateada, em homenagem à primeira taça do Palestra…

Na hora do hino, o som que ganhava o infinito… “Meu Palmeiras, meu Palmeiras” – impossível medir o tamanho desse amor… impossível não se emocionar…

Quando o juiz apitou o início da partida, nossos corações, que se emocionaram com a entrada do time em campo, com a execução do “nosso hino” particular, ainda estavam desavisados…

Victor Ramos fez um longo lançamento lá pra frente. Do lado esquerdo, Jesus, numa aparição súbita (esse Jesus e suas aparições…) avançou por trás da zaga, ficou com a bola e, com uma baita categoria, com um toque perfeito, guardou no canto de Agenor.

Sabe quanto tempo tinha de jogo? Quarenta e nove segundos!

Delírio na bancada! Palmeiras na frente, e com gol do nosso menino Jesus.

Egídio roubou uma bola, avançou com ela, cruzou na direção de Barrios e ele quase faz o segundo…

Dudu roubou uma bola no meio de campo e, de chaleira(!!!!), lançou Gabriel Jesus, colocando-o na cara do goleiro – que passe lindo. Pena que o zagueiro conseguiu salvar antes que Jesus chutasse.

O Palmeiras era o Senhor do Jogo, só dava ele rondando a área inimiga, ora aparecia Barrios por lá, ora Jesus… o JEC não conseguia passar pela nossa marcação.

Aos 23′, Robinho cobrou escanteio, a zaga aliviou, e Zé Roberto pegou a sobra, mandando uma bomba de fora da área; o goleiro rebateu, só que Dudu estava esperto no lance e mandou pra rede. Palmeiras avassalador! E festa da Que Canta e Vibra.

Mas, então, “o sol se escondeu”, e “nuvens escuras apareceram”…

Victor Ramos falhou ao tentar interceptar uma bola; na sequência, Vitor Hugo não conseguiu evitar o cruzamento, e Marcelinho Paraíba, na cara de Prass descontou… E isso, apenas três minutos depois do nosso gol… que vacilo!

No minuto seguinte, um lance bisonho, na verdade, um lance bastante infeliz… ataque do JEC, João Pedro foi aliviar e chutou em cima de Zé Roberto, a bola bateu no palmeirense e voltou, sobrando para Marcelinho Paraíba empatar a partida.

Que balde de água fria na parmerada… Como assim, Palmeiras, tomar dois gols em pouco mais de um minuto? Erros e falhas acontecem, mas time que quer brigar por títulos, que quer entrar no G4, não pode vacilar assim, nunca.

O pior é que o Palmeiras estava bem na partida, estava tranquilo, tudo certinho, ganhando por 2 x 0, e aí, acontece essas coisas… A gente nem sabia o que pensar, e, bastante contrariados, continuávamos torcendo.

Ataque do Verdão, Dudu enfiou uma bola na medida para Barrios, na cara do goleiro. Muito marcado, ele mandou pro gol e a bola, maledeta, bateu na trave, ficou viva na área, mas o goleiro ficou com ela.

O Palmeiras buscava a vitória, ia pro ataque, mas nada do gol sair. Uma tentativa com Barrios; outra com Vítor Hugo, de cabeça; uma rápida troca de passes entre Dudu e Zé, lançamento para Egídio; ele entra na área e chuta forte, com endereço no canto do gol, mas o goleiro consegue se esticar todo e espalmar… João Pedro, recebe na direita, dá um corte no jogador do JEC, deixa ele no chão e cruza, buscando Zé Roberto, por muito pouco ele não alcança a bola…

Mas o gol não saiu (cadê o meia pra criar as jogadas, MO? Cadê o Allione?), e fomos para o intervalo com esse empate duro de digerir.

A torcida vaiou o time… eu não costumo vaiar o Palmeiras, mas não posso condenar quem vaiou, a torcida tinha toda razão em estar muito aborrecida.

Mas eu sabia (acho que, no fundo, todo palmeirense sabia), iríamos ganhar de 3 x 2, na bacia das almas, mas sairíamos com a vitória. Comentei isso com um amigo.

O Palmeiras voltou do intervalo com Alecsandro no lugar de Barrios. Achei justa a substituição, mas queria também o Allione no lugar do Robinho, que não estava bem na partida. O MO não pensava como eu e deixou o Robinho lá.

O Verdão começou a visitar mais a área inimiga… Mo chamou Rafael Marques para o lugar de Egídio, que também não estava  bem no jogo.

Uns minutinhos depois de entrar, Rafael Marques fez jogada com Gabriel Jesus e sofreu falta. Robinho cobrou a falta direto pro gol, o goleiro do JEC rebateu, Jesus pegou a sobra, chutou forte e quase fez o terceiro.  Não era possível que o nosso gol não saísse…

Alecsandro entrara bem na partida, pena que o nosso meio de campo ande acionando tão pouco os atacantes. Ainda bem que temos o Dudu e seus cruzamentos e passes lindos (tá jogando um bolão e merecendo musiquinha especial também).

22’… Ataque do Palmeiras… Robinho toca para Alecsandro que, inteligentemente, deixa a bola passar pra Dudu, ele desce até a linha de fundo e cruza na área… e quem aparece pra mandar a bola pro gol? Quem? Ele mesmo! Jesuuuuuuuus, lindooooooo!

E ele corre feliz, sorrindo como menino, esbanjando alegria de menino,  que faz gols de gente grande…

Festa no Chiqueiro! O Allianz transbordava alegria. E ela era maior ainda porque fora nosso menino Jesus, iluminado, quem marcara o gol. Acho que até os anjos no céu estavam comemorando…

Não tinha mais nuvem escura… não tinha mais coração pesado… a Luz era nossa outra vez. Pena que Jesus, com câimbras, teve que deixar o jogo – Thiago Santos entrou e foi muito bem.

Na playlist da parmerada, uma nova música… e ela ganhava os ares e o coração da torcida – nova morada do menino Jesus: “GLÓRIA, GLÓRIA, ALELUIA… É GABRIEL JESUS!!”. Que lindo! Ele merece!

Pra falar a verdade, nem vi o resto do jogo direito. Sei que tivemos algumas chances de ampliar, sei que o juiz nos surrupiou um escanteio, sei que cantamos muito… e sei que ele apitou o final, aos 49′.

Ainda nos sentíamos um pouquinho afetados pela contrariedade dos dois gols que tínhamos tomado de bobeira, é verdade. Mas o Palmeiras consertara a bobagem feita, e isso era o mais importante.

Saímos do Allianz sorrindo, com o coração em paz, nos sentindo mais uma vez abençoados…

“Glória, glória, aleluia…  É GABRIEL JESUS!”

“Jesus é o caminho…a  assistência e o gol” – Amém!

 

Confesso que estava um tanto preocupada com o jogo da Copa do Brasil, lá em Minas. Primeiro, por ser aniversário de 101 anos do Palmeiras – não dava nem para imaginar ficarmos sem a vaga numa data daquela. Segundo, porque, mesmo sabendo que temos time para encarar qualquer adversário – e o Cruzeiro nem era tão perigoso assim -, as nossas últimas partidas tinham sido bastante irregulares e tínhamos apresentado um futebol muito aquém do que poderíamos apresentar.

Na primeira partida, no Allianz Parque, o Palmeiras deu uma vacilada e deixou que as “marias” fizessem um gol.  Se, por um lado, a vitória do Palmeiras botava no Cruzeiro a pressão de ter que vencer; por outro, o resultado de 2 x 1, com um gol marcado em nossa casa casa, fazia com que eles precisassem de um mero 1 x 0 para ficarem com a vaga.

Teríamos que ‘achar’ um gol de qualquer jeito… e era isso o que eu pensava quando a partida começou… “o Palmeiras tem que marcar um gol. E aí toca o terror em cima dos smurfs, que precisarão de três gols para ficar com a vaga”. 

Eu esperava, sim, que o Palmeiras “achasse o seu gol”, claro, mas, confesso, não esperava que ele “achasse” logo três, e todos no primeiro tempo. Não esperava também que eles fossem tão sensacionais, tão cheios de talento, tão de acordo com a data de aniversário do clube mais campeão do país, e que tivessem como protagonista um menino, que me fez chorar de emoção…

O time estava cheio de desfalques – Cristaldo tinha sido mais um, meio em cima da hora. MO chamou o Menino Jesus pro jogo. E o nosso menino, iluminado, abençoado… fez a multiplicação dos gols, e decidiu a partida em trinta e dois minutos.

Eu ainda estava me ajeitando no sofá, quando João Pedro foi disputar uma bola com o jogador do Cruzeiro e, sem querer, acabou dando uma “voadora” no bandeira – Luxa, de mão quebrada, deve ter ficado até com calafrios;  se já estava esperto com Dudu,  ia ter que tomar cuidado com João Pedro também.

Uns dois minutos depois, aos 8′, Dudu deu um passe lindo para Gabriel Jesus, que entrava na área, e ele, com o zagueiro na sua cola, de calcanhar, matou o seu marcador e deu um passe redondíssimo para Barrios,  que avançou e tocou na saída de Fábio.  Que gol lindo! De ‘achado’ ele não tinha nada. A jogada toda foi uma beleza.

Quase morri de alegria. Um gol do Palmeiras, e logo de cara. Era tudo o que eu mais queria no nosso aniversário: o Palmeiras podendo jogar tranquilo e ficando com a vaga, que, para mim, a já estava no papo.

O Cruzeiro, depois do gol, apesar de preocupado em se fechar para não tomar mais nenhum, até tentou ir pra cima, e quase marcou – em completo impedimento, que o bandeira até agora não assinalou -, Prass estava esperto e fez uma bela defesa. Depois, nosso adversário tentou com uma bomba de Fabrício, que Prass espalmou. Uns minutos depois, Leandro Damião, que entrava na área, tentou encobrir Prass, que saía na jogada. O goleirão do Palmeiras, como se falasse “aqui, não”, ficou com a bola.

João Pedro fez jogada pela direita e tocou pra Barrios chutar pro gol, e foi a vez de Fábio espalmar.

Meu coração estava tranquilo, e eu ainda falava, encantada, sobre o passe de Jesus pra Barrios, mas achando que o jogo ia ficar assim, meio amarrado… um tenta aqui, sem se abrir; o outro tenta ali, sem se abrir também.

O Cruzeiro fazia faltas,  em Jesus principalmente – durante o jogo ficaríamos com a impressão que a tática de Luxemburgo era quebrar a “espinha” dos parmeras, porque foram várias as joelhadas que eles levaram nas costas.

E como gostavam de bater em nosso garoto, numa jogada rápida do Palmeiras, em que Jesus recebeu na meia lua e ia sair na cara do Fábio, Bruno Rodrigo deu uma sarrafada nele (por pouco não foi pênalti). Claro que o ‘smurf’ foi expulso,  mas deveria ter sido excomungado também. Onde já se viu esse herege fazer uma falta tão feia em Jesus?

Egídio cobrou a falta e mandou na trave, quase o segundo…

No minuto seguinte, aos 27′, Egídio recebeu na esquerda, desceu até a linha de fundo e cruzou na área. Eu estava até pensando que a bola ia pro Dudu, mas Jesus fez uma aparição súbita – coisas de Jesus mesmo -, e de primeira, com a bola meio alta, estufou a rede do Fábio. Que golaço do nosso menino Jesus! Daqueles da gente ficar rindo sozinho.

Eu, que queria um golzinho, já tinha recebido dois, e lindos. A parmerada fazia a festa no Mineirão – eu estava maravilhada diante da TV -, enquanto as ‘marias’ xingavam o técnico, os jogadores…

Aos 32′, Dudu lançou Gabriel Jesus na entrada da área. Nosso garoto deixou Paulo André no chão (ele tá procurando Jesus até agora), invadiu a área e, na frente de Fábio, que saía para tirar a bola dele, Jesus, abusadíssimo, tocou pra um lado, tocou pro outro, deu uma sambadinha, matou o Fábio (ele também tá procurando Jesus até agora, junto com Paulo André) e mandou na rede do Cruzeiro.

Vou te contar, eu me emocionei um bocado vendo esse menino fazendo coisas de gente grande, de craque…

Jesus deu uma assistência, causou uma expulsão e fez dois gols. Matou o jogo e classificou o Palmeiras. Transformou a “vantagem” das marias, de poderem ganhar só por 1 x 0, em uma obrigação de fazer cinco gols . Só ficou faltando ele transformar a água do Mineirão em vinho…

O Palmeiras quase marcou mais um com Barrios, mas foi o Cruzeiro que acabou descontando, aos 38′.

Na segunda etapa, com uma senhora vantagem, era óbvio que o Palmeiras ia tirar o pé, e, por isso, o jogo acabou ficando mais equilibrado.  Aos 30′, João Pedro cometeu pênalti em Arrascaeta, Alisson cobrou e fez o segundo do Cruzeiro.

https://www.youtube.com/watch?v=laIXKL1dhxc

Eu continuava tranquila, não iríamos tomar mais três gols, eu tinha certeza disso. O estrago que Jesus fizera no primeiro tempo, não tinha como ser consertado.  O Palmeiras, que esperava o final do jogo desde que a segunda etapa tivera início, estava todo na defesa, e seguro na sua missão de sair de MG com a vaga, mas ainda assim, aparecia com perigo na área mineira algumas vezes, em busca do quarto gol – Leandro desperdiçou gol feito aos 43′.

Aos 45′, o juiz encerrou a partida. A parmerada, feliz, comemorava o aniversário do Verdão,  a classificação e a partida linda do nosso menino – comemorava também a performance 100% dos entulhos do Palestra no Itaquerão. Terceira desclassificação seguida.

É isso, amigo leitor. Na próxima fase da Copa do Brasil tem Palmeiras sim!! E JESUS ESTÁ COM ELE!