“Não quero nem saber se tem luz no fim do túnel. Quando entro nele, já acendo a minha.” (Edson Marques)

Era noite de clássico na despedida do Maracanã, que será reformado (pela “1000ª vez”) para a Copa. O Palmeiras foi ao RJ enfrentar o Fluminense, líder do campeonato brasileiro. Felipão escalou o time com Marcos; Maurício Ramos, Danilo e Fabrício; Márcio Araújo, Pierre, Edinho, Marcos Assunção, Rivaldo; Valdívia e Kleber. (Um falso 3-5-2, uma vez que Fabrício atua muito mais como um lateral).

A gente dando graças a Deus por não ser o Simon (aquele que nos assaltou, ano passado, diante do mesmo Fluminense) quem iria apitar e não é que SIMON 2 – A MISSÃO apareceu? É, meu amigo, o Sr. Márcio Chagas da Silva, além de ser irritantemente “caseiro” (é esse o termo para quem apita favorecendo apenas ao time da casa, mas pra mim juiz caseiro = juiz ladrão) e deixar de marcar faltas a nosso favor, permitir que a barreira do Flu, estivesse sempre mais à frente, (aquelas coisinhas todas que vão minando uma partida para determinado time) resolveu dar uma “simonada” e acabou fazendo o resultado do jogo ao anular um gol legítimo de Kleber. Cadê a nossa diretoria para mudar isso? Deixar que só Felipão se exponha, se desgaste, reclamando, não dá!!

No começo de primeiro tempo o Palmeiras já fazia boas jogadas com Valdivia e Kleber, chegando com perigo na área tricolor, mas finalizando com alguma deficiência. Aos 13′, o Verdão deu um susto no Fluminense.  Marcos Assunção avançou pela direita e cruzou na cabeça de Rivaldo; Fernando Henrique teve que fazer uma grande defesa para evitar o gol; na sequência, Valdivia chutou por cima. Aos 15′, num bate-rebate dentro da área e vacilada da zaga palestrina, a bola foi parar nos pés de Washington, livre, mas ele foi travado em tempo,na sobra, Emerson mandou para o gol. E lá estávamos nós atrás no placar…

As botinadas em Kleber (que tá jogando muito bem) eram inúmeras; Valdivia (que ainda não está 100%) apanhava ainda mais. E para a impren$inha, é o Felipão quem manda bater. Muricy, não! Imagina! ELE MANDA FAZER RODÍZIO DE PORRADA!! Palavras de Felipão após o jogo: “… houve um rodízio que foi permitido. Primeiro bate o jogador A, depois o B, o C, aí quando chega no X para e começa de novo e nenhum jogador deles é punido, só os nossos.” Não é a primeira vez que isso acontece, né meu amigo? E COM AS BENÇÃOS DOS JUÍZES!! ABSURDO! E segundo alguns “profissionais”  da ESPN, Valdivia e Kleber se jogam, são “cai-cai”. ACHAM QUE ELES TÊM QUE TOMAR BOTINADA E FICAR EM PÉ!! E cair para se livrar de uma falta mais violenta, nem pensar! Imprensa leviana,  que nem sabe disfarçar quanto tenta macular a reputação de alguns jogadores, querendo criar rótulos e  jogar a opinião pública e seus torcedores contra eles!! Aqui, não! O Mago e o Gladiador são sangue verde!!

Mas o fato é que o Palmeiras perdia a partida, jogando mais que o “bicho-papão” (!?!) do campeonato, que jogava com o juiz “caseiro” e tinha a sorte de o Verdão errar alguns passes na entrada da área. Nas vezes em que o Fluminense chegou, Marcos estava lá, seguro, intransponível! Eu que temi que o Palmeiras fosse se deixar abater ao tomar o gol, fiquei muito feliz ao ver como o meu time lutava em campo para mudar o placar. Há quanto tempo eu esperava ver esse comprometimento.

É O PALMEIRAS FELIPÔNICO!! Pressionando o adversário (chato e complicado) o tempo todo! Ainda que, até agora, não tenhamos encontrado nosso padrão de jogo, a cada partida percebemos que o time vai ganhando uma outra cara, vai melhorando em alguns aspectos. Acho que essa nova “mentalidade” de brigar e lutar até o último minuto, é o ganho mais significativo. Tudo bem que eu não concordo com o Rivaldo no time (não sei o que Felipão e meu pai veem nele. rsrs), não concordo com apenas um atacante, e também não acho que seja mais proveitoso Valdivia jogar mais à frente, mas Felipão (que precisa de mais jogadores no elenco) tá nos curando da nossa maior doença: a apatia e falta de confiança. Falta muito, eu sei, mas estamos na trilha.

E foi lutando, muito, que conseguimos empatar a partida, aos 32′, com Kleber; mas o juiz marcou impedimento. E ERROU! Quem tocou a bola que sobrou para o Gladiador, foi o zagueiro do Fluminense, portanto, o gol foi legal. O bandeira pode até ser que não tenha visto, mas o filho-da-mãe do juiz, muito próximo da jogada, não validou porque não quis. Mais uma vez, diante do Fluminense, vimos um gol legítimo do Palmeiras ser anulado pela arbitragem. Diante de um adversário, tranquilo, que lidera o campeonato, e que trabalha muito bem a bola, ter um gol legítimo anulado, torna tudo mais difícil…

Veio a segunda etapa e o Palmeiras tomou conta do jogo. Era ataque por todos os lados, mas o gol não saía. Scolari, que já tinha voltado com Tinga, em lugar de Pierre  sacou Fabrício (não gostei) e colocou Luan (não gostei x 2). Rivaldo continuava lá… O Palmeiras pressionava, ia pra cima e nada de gol; a bola não queria entrar. Aos 27′, Valdivia, cansado (que pena), deu lugar a Ewerthon. E o atacante quase fez, aos 34′; bateu rasteiro, de fora da área, e ela passou tirando tinta… Eu sabia que íamos marcar… Não era possível, que tanta entrega, tanta superação (tem que jogar assim sempre), fosse dar em nada… Com exceção de alguns poucos momentos, o Palmeiras, na base da raça, era  mais time que o Fluminense, encontrava mais chances para avançar e tinha mais chances de gol.

A partida acabando… Eu não conseguia tirar os olhos do marcador de tempo, na tela da TV. Aos 45′, Leandro Euzébio que já tinha provocado Kleber várias vezes, querendo tirá-lo do jogo, repetiu o feito, se deu mal e acabou expulso. Meu San Genaro, o relógio correndo e nada do gol sair! Que medo de o juiz apitar o final da partida. Seria uma injustiça tremenda com o Palmeiras que esteve melhor em campo. Mas quem é parmera sabe, não se pode jogar a toalha nunca!!

48’… o jogo já nos descontos… o torcedor roendo a unha, aflito… Edinho é lançado na área e ajeita de cabeça para Ewerthon. Ele domina sozinho e empurra para o fundo do gol, e aquilo que tanto desejamos, que parecia tão difícil, nunca foi tão fácil!!! GOOOLLL DO PALMEIRAS!!! PQP!! Um empate com sabor de vitória, e um prêmio a tanto empenho e tanta raça! MEU VERDÃO RAÇUDO, ‘FELIPÔNICO’ ESTÁ VOLTANDO!!

E talvez tenha sido essa raça, esse amor ao time, a alegria e última lembrança que o Sr. José Panzarine, roupeiro do Palmeiras, há 29 anos, tenha levado para o “andar de cima”. No dia de hoje,  o “Seo Panza”, como era chamado, nos deixou… Obrigada, “Seo” Panza, por cuidar tão bem dos nossos craques.

Estamos todos tristes, mas tomara você continue cuidando dos nossos meninos, de onde quer que esteja…

A torcida do Palmeiras sempre me emociona.A gente pode sentir a paixão que ela tem pelo time, mesmo quando ouve o jogo pelo rádio. E, na estreia de Muricy, não foi diferente…

Depois de um dia cheio de coisas para fazer e um banho quentinho, eu acabara de jantar e colocar os fones de ouvido, uns vinte minutos antes de o jogo começar. Os comentaristas davam as escalações de Palmeiras e Fluminense, mas eu só conseguia ouvir a torcida. Um frio danado, chuva, e ela estava lá… Foram quase vinte mil pagantes, que não paravam de cantar. Vi as imagens depois. Que coisa linda! A água, nas capas de plástico, brilhava sob as luzes do Palestra e o brilho se confundia com o dos rostos sorridentes dos torcedores felizes e apaixonados… Se eu, que faço parte dessa Nação, estava em lágrimas, antes mesmo de o jogo começar, imaginem como se sentiu Muricy… Aposto que ele ‘tremeu na base’ao ouvir a Que Canta e Vibra: “É MURICY, É MURICY!” Que vontade de estar lá (e, de alguma forma, eu estava), com os meus ‘irmãos’, mas nem sempre isso é possível.

Eu, que tinha tanto medo do rastro de destruição que Luxemburgo poderia deixar, ao sair, estou maravilhada em ver o time que temos agora. O belo trabalho de Jorginho, terá continuidade. Muricy, que não é bobo, já percebeu a qualidade de Souza e vai trabalhar o garoto. Já sabe também que Diego é o cara que decide. E o nosso time, que sabe que agora é hora de jogarem os melhores, ficou tão motivado depois que o ‘destrambelhado” saiu, que fico imaginando como deveria ter sido difícil para todos eles, aguentá-lo como técnico. A diferença é gritante. O time está organizado, tem padrão de jogo, e uma condição física invejável. Podemos perceber que a equipe, agora unida, teve um ‘up’em qualidade, raça, motivação, e se credenciou, mais do que nunca, ao título brasileiro. Basta que a nossa diretoria não venda ninguém agora.

Eu sei que ainda falta muito, que o campeonato é longo, mas quando a gente vê o que estão jogando Diego(que não pode ser vendido!),Cleiton, Marcos, Pierre, Armero, Edmílson (que grata contratação!),Obina… o time todo, não dá para não acreditar. Não dá para não esperar a tão sonhada volta olímpica do Penta… Uma coisa é a gente torcer e acreditar, porque é o time que amamos. Outra coisa é saber que podemos, deverdade; que temos time, técnico, diretoria e torcida, empenhados no mesmo objetivo, no mesmo sonho. Saber que a ‘química’ aconteceu.Nesse jogo, contra o Flu, o campo estava muito pesado e o bom futebol, bastante comprometido.E mesmo assim o Palmeiras foi soberano.E até que o Fluminense deu trabalho em várias oportunidades, mas o nosso goleiro (que tirou até de manchete!), a zaga, os volantes e os laterais, estavam atentos. Na verdade, o time todo marcava, desarmava e,a cada roubada de bola, nossos atacantes eram acionados, levando perigo aos cariocas.

Mas, num campo em que é quase impossível parar em pé, fica difícil fazer gols. E já tínhamos usado a nossaartilharia pesada contra os gambás. Mas nós temos Diego Souza! Ele está impossível! Ontem, comemorou a partida de número 100.E fez uma apresentação “100”SACIONAL! Com todas as dificuldades que o campo encharcado trazia, ele jogou muito. Driblou, deu chapéu (na verdade, um sombrero), arrastou zagueiros atrás dele, sofreu muitas faltas e marcou um golaço! Depois do passe maravilhoso de Cleiton Xavier(que mandou uma na trave), ele meteu de bico e guardou. E de bico, não é para qualquer um, é só para quem pode.A torcida explodiu em alegria, Muricy, feliz, pulava lá com a comissão técnica. Ao final do jogo, ovacionado,ele batia no braço, naquele sinal característico que o torcedor sempre faz. E todos, jogadores, torcedores, comissão técnica e diretoria, fomos dormir tranquilos, felizes, líderes… E vamos acordar na liderança, secar o Galo e assumir a ponta isolada, se Deus quiser. Agora vou dormir, quentinha, com aquela sensação deliciosa que as vitórias nos trazem e apenas esperar…  O título do Brasileiro está a caminho do Palestra Itália…

Vamos escancarar os portões…