Hoje temos a final da Copa Sulamericana e o Palmeiras não está nela… Teremos a “final” do Brasileiro, no final de semana, e o Palmeiras também não estará nela… Faz tempo, hein? Com exceção do Título Paulista/08,  a “trave” no Brasileiro/09, e essa mesma Sulamericana, onde caímos na semifinal, o torcedor palestrino sobrevive apenas de alguns momentos felizes (uma vitória aqui, outra ali; a chegada de Kleber, Felipão, Valdivia…) uma tonelada de amor ao clube e mais nada.

Sabemos muito bem onde se originam nossos problemas, não é mesmo? São anos e anos de planejamento feito “nas coxas”, com times sempre remendados. No Brasileiro/07, não tínhamos um centroavante; no de 2008, venderam o nosso meia antes da metade do campeonato; 2009, continuamos sem um verdadeiro meia, improvisando um volante com a camisa 10; em 2010, não temos um único “9” que saiba fazer gols, não temos um time inteiro e nem peças de reposição; em compensação, temos inúmeros jogadores que jamais poderiam ter o direito de vestir a nossa gloriosa e vencedora camisa. Quanta lambança…

E nós, meros mortais, achamos que ao presidente, bastaria apenas ter amor ao clube, para que as coisas entrassem nos eixos. E vimos que Belluzzo e os seus, blindados pelo escudo de serem grandes palmeirenses, chegaram ao poder e abusaram do direito de errar. Abusaram do direito de se omitir em momentos cruciais. A Belluzzo faltou coragem e pulso (e seu coração sofreu com isso), aos outros, faltou colocar o Palmeiras acima dos seus mesquinhos interesses. A todos eles faltou competência. No espaço de um ano contratamos os três melhores técnicos do país, dois deles foram demitidos, e suas multas rescisórias geraram uma despesa enorme aos cofres palestrinos. Times foram montados e desmontados no meio de campeonatos, jogadores sumariamente demitidos, outros eternamente perdoados…Contratos de patrocínio não respeitados… E começamos a ver alguns negócios estranhos, de difícil explicação,como foi a ida de Léo  para o Cruzeiro, em troca de Leandro Amaro, sem que o Palmeiras recebesse nadinha do time mineiro. E, vale lembrar que Léo, veio ao Palmeiras em troca de uma dívida de 7 milhões que o Grêmio não tinha como nos pagar. Leandro Amaro vale todos esses milhões?  E some-se a isso  aumentos de salários, dados para alguns jogadores (Lenny,Max…) simplesmente sem motivo aparente que os justifiquem…  O imbróglio do nosso time B (o que acontece ali?)… E teve mais, teve o time que nunca foi dado a Muricy… A modernidade que nunca saiu das palavras… Jogadores contratados que não fizeram mais que duas partidas (lembram do Henrique?)…

E assim está o Palmeiras… Com dívidas, sem dinheiro, sem títulos, sem um time principal, sem banco, com um DM que tem deixado muito a desejar, com um baita técnico, poucos jogadores bons, sem brilho, sem crédito e, por sorte, com uma torcida maravilhosa, loucamente apaixonada pelo time, que o tem conduzido como a um clube que ganha títulos todo ano. Essa sim, o grande patrimônio da Sociedade Esportiva Palmeiras.

E agora a nossa “final” vai acontecer. Nas próximas semanas, os Conselheiros Palestrinos (que venham a diretas!) escolherão o futuro Presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras. Sabemos que dentre esses Conselheiros, existem muitos que também não colocam o Palmeiras acima de tudo, que não honram o direito de serem chamados palestrinos, presos que estão a conchavos, ao desejo de poder, aos seus egos inflados, à podridão de décadas, prá Shakespeare nenhum botar defeito. Nós só podemos torcer para que esses homens, que escolherão os rumos do Palmeiras, não esqueçam a honra em casa na hora de votar, tampouco a vergonha na cara e o escrúpulo.

Os candidatos estão aí: Salvador Hugo Palaia, que deverá oficializar a sua candidatura, de “salvador” não têm nada e, parece que não é unanimidade nem mesmo dentro da situação; Arnaldo Tirone, representando a oposição de Mustafá Contursi e de Afonso Della Mônica (quem diria, hein Della Mônica?), daquele tipo de administração que já conhecemos tão bem e que levou o Palmeiras à Segunda Divisão; Paulo Nobre, que  os torcedores  apenas conhecem da Equipe Palmeirinha de Rally, é candidato por uma terceira via, e pode significar uma nova mentalidade, novos ares nos corredores do Palestra Itália, saturados de falta de amor ao clube.

Não vou dizer que Paulo Nobre continuará o processo de modernização, simplesmente por achar que Belluzzo não o fez. Sua administração, confusa, de atitudes impensadas e alianças mantidas à custa de muito prejuízo ao  clube, ainda que não tenha sido essa a sua intenção,  acabaram sendo “mais do mesmo”. Mas acredito que, ainda que seja uma incógnita, Paulo Nobre significa esperança e  é, sem sombras de dúvidas, a melhor das opções.

Pois que venha o Paulo Nobre! E faça jus ao sobrenome que carrega, conduzindo o Gigante Palmeiras com a nobreza que ele merece!