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Taça-campeão-brilho

Dizem as escrituras, que houve um tempo em que tudo era medo…

E eram tempos bem difíceis para o povo da Palestrina… O rei e a rainha da Brasileia,  aves de rapina que eram, consumiam todas as economias do povo em impostos… o dinheiro da população mal dava para o sal, o pão e para as lamparinas…

Há muitos anos, o povo palestrino não tinha uma alegria genuína… Sem o seu templo, e por culpa dos péssimos governadores que tivera, a Palestrina enfraqueceu e viu os cofres da cidade serem saqueados…

O novo governador, Paulus Nobrius Salomão, que derrotara Pescachacius, encontrou a Palestrina como terra desolada… e, ele, que desde menino sonhava em governar a Palestrina, teve muito trabalho para reestruturar a cidade, reunir novos guerreiros e fazer a nação alviverde (verde e branco eram as cores da bandeira palestrina) voltar a disputar as batalhas e torneios mais importantes da Brasileia.

No início, o povo, sem entender que Paulus não era o culpado por tanta escassez e dificuldades, reclamava de tudo, não tinha paciência, vilanizava os gladiadores, o governador, e queria soluções imediatas, torneios conquistados pra ontem. Os opositores de Paulus, ladinos, interesseiros, aproveitavam o descontentamento do povo e insuflavam a discórdia ainda mais. A situação era tensa, e só depois de muitas luas cruzarem o céu, as coisas começaram a dar certo.

Foi nesse período que o templo da Palestrina, o Allianza, tão querido pelo povo, ficou pronto, reformado e grandioso. Era mais que um templo, era um “coliseu”… Era ali que o coração da Palestrina pulsava… A mais bela construção da Brasiléia e de todo o território – diziam mesmo que era mais bonito e imponente do que o Coliseu Romano.

Ao contrário dos templos de outros povos, o dos corintios, por exemplo,  o da Palestrina  não usara nenhuma moeda do povo em sua construção. Fora ele a primeira alegria do povo palestrino depois de muitos anos, e houve uma grande festa para a sua (re)inauguração.

É verdade que, em terras do Sul, diante dos “curitibenses”, num tempo não muito distante, os palestrinos haviam ganhado um torneio importante, e de maneira espetacular, porém, logo depois de tanta alegria, Bananás, o desmiolado e irresponsável governador, antecessor de Paulus, deixou que a Palestrina caísse em desgraça…

As coisas melhoraram muito com Paulus,  mas o grupo de gladiadores da Palestrina ainda não tinha poderio para as batalhas e torneios da época. E, por muito, pouco os palestrinos não caíram em desgraça mais uma vez…

Na última prova do Grande Torneio da Brasiléia, disputada no templo palestrino, quase foram derrotados pela tribo dos Poodles, mas, graças ao esforço de Valdivius, um dos reis Magos – mesmo machucado, foi o mais valoroso gladiador na arena -, e à proteção de São Marcos e do Divino espírito Da Guia conseguiram manter a soberania palestrina.

Preocupado, Paulus consultou os sacerdotes, e eles lhe disseram que uma estrela, tão grande quanto a estrela de David, voltaria a brilhar no céu palestrino e traria muita alegria a todos; e que o grupo de Gladiadores (das) Palmeiras (tinham esse nome porque, essas árvores, imponentes, eram vistas por toda Palestrina) seria festejado com júbilo em sua nova casa. Mas só depois que ele, Palmeiras (os palestrinos o chamavam só assim), se lançasse no caminho dos torneios, e enfrentasse os obstáculos das mais duras provas, diante dos mais sórdidos e desleais adversários… depois que todos os palestrinos se unissem, sem jamais macular a sua fé, a alegria e o amor em seu corações. Fosse assim, Deus estaria com eles…

Paulus, então, contratou Tibério Mattus para montar a legião de guerreiros que peregrinaria por todo o território, e tentaria trazer de volta à Palestrina a estrela(alegria) tão sonhada.

E foi assim que chegou o comandante Oswaldo, chegaram José, experiente, vencedor, conhecidíssimo; os jovens Lucas, Gabriel e Davitor Hugo, chegaram Rafael, Egídio, Andrei, Isaqueson, Amaral, Ramos, Leandro de Arimatéia; chegou Marcos (do povoado de Arouca), Robson, Eduardo, chamado Dudu – gentil, bondoso, Dudu chegara distribuindo chapéus – uma nova moda do Ocidente – para o governantes morumbídeos e coríntios…

Foi assim que o menino Jesus também se juntou ao grupo que já tinha Valdivius, o mago, tinha o Gigante Prass, João Pedro, Nathan e os guerreiros Pablo, Fernando, Allione de Sião e Isaías Cristaldo, vindos de terras distantes… outros chegariam depois, mas esses iniciariam a missão… por sorte, Judas, o traidor, havia deixado a Palestrina nos tempos de Bananás.

A caminhada começou… Comandados por Oswaldo saíram pra dizer a todos que encontrassem pelo caminho, que aquele era o Palmeiras, e que ele servia sob a bandeira palestrina.

E em cada lugar que chegavam, liderados por José, que agora, todos chamavam de Zé, eles, orgulhosos, altivos, destemidos, batiam no peito uns dos outros e diziam antes de cada combate: O Palmeiras é grande! 

Então,  num dia em que os palestrinos se reuniam no templo, um sinal foi visto no céu… um grande e brilhante arco-íris… Um sinal divino, a resposta de Deus ao trabalho de todos, o prenúncio da luz depois do período de escuridão e lágrimas… e todo mundo respirou esperança e voltou a sonhar… era o renascimento da Palestrina… Deus avisava a todos que os dias de alegria voltariam.

Arco-íris

As provas, as batalhas, se sucediam…

O primeiro grande teste para esse Palmeiras foi em seu templo, diante dos morumbídeos, e os palestrinos compareceram aos milhares. As batalhas, com 11 guerreiros de cada lado, costumavam ser provas duríssimas, de talento, habilidade, mescladas com provas de forças e luta propriamente dita.

Inimigos antigos, os desleais morumbídeos já tinham tentado em outros tempos tomar dos palestrinos o seu templo. O legendário Oberdan, de mãos colossais, liderou os palestrinos à vitória naquela vez e os morumbídeos até fugiram da batalha.

Metade homens, metade cervos, os morumbídeos originavam-se de um casal de animais que sobreviveu ao Dilúvio na Arca de Noé. O Palmeiras, comandado por José, e contando com a destreza de Rafael e Robson (agora Robinho) derrotou espetacularmente os morumbídeos.

Robinho humilhara Micus Papillon, o mais festejado gladiador morumbídeo. É certo que Papillon já tinha reumatismo e um pouco de catarata, mas continuava prestigiado pelos morumbídeos e, com sua armadura cheia de brilhos, era o mais festejado dos seus gladiadores.

A multidão palestrina exultava pela vitória, pela supremacia palestrina diante dos morumbídeos… ainda mais, porque, dois traidores da Palestrina, Juda Travecus e Ueslei Sonolentus agora defendiam os morumbídeos.

20 luas tinham se passado, quando os palestrinos tiveram que enfrentar os coríntios, em Corinto, numa prova decisiva da Batalha das Cidades.  Assim como os morumbídeos, os coríntios – os maiores rivais dos palestrinos -, eram perigosos, roubavam qualquer um que pudessem, e era desse modo que ganhavam os torneios e conquistavam algumas coisas, inclusive o templo que possuíam agora, construído com dinheiro tirado do povo de toda a Brasileia.

A luta foi dura e o exército Palmeiras saiu vitorioso. Ramos e Rafael tiveram participação determinante, mas, quando o Gigante Prass, depois de desfechar golpe fatal em Elias, bradou: “Acabou, Petros! Acabou!” os coríntios foram eliminados pelo Palmeiras. As escrituras sagradas contam isso em Corintios 2, 2 – 5, 6.

Os palestrinos saboreavam cada vitória importante como se fosse néctar… E só não ganharam o Torneio das Cidades, disputado contra os gladiadores das Sereias, do povoado junto ao mar, porque, Barrabás Sereta,  que mediava a contenda, roubou o quanto pôde para ajudar o seu exército preferido.

Os guerreiros palestrinos seguiam o seu caminho… as notícias das disputas realizadas em terras estrangeiras, eram trazidas por mensageiros, e deixavam a Palestrina em festa.

As disputas se davam ora em terras inimigas, ora no “coliseu” palestrino. E foi na Palestrina  que o Palmeiras venceu, de novo, os morumbídeos. Impuseram aos inimigos uma derrota vergonhosa.  Dentro de seus domínios, em sua casa, iam se tornando imbatíveis. Essa batalha também está nas escrituras sagradas, em São Paulo 0; 4

E novamente um torneio, a disputa do Território da Brasileia, os levava a Corinto… o Palmeiras, comandado por Valdivius, José e Rafael venceu brilhantemente. A casa  do inimigo se tornava a casa de banhos e do Palmeiras. A superioridade dos guerreiros palestrinos tinha sido total. E as escrituras iam escrevendo novas páginas… Coríntios 0; 2…

O Palmeiras seguia o seu caminho… passando por cima dos adversários das terras do Corcovado. Porém, desfalcado de alguns dos seus gladiadores, gravemente feridos nas batalhas; sem o mago Valdivius, que fora para uma cidade distante, o Palmeiras encontraria muitas dificuldades pela frente. Um novo comandante chegara, era Marcelo, do Monte das Oliveiras, e ele, depois de alguns revezes, acabaria optando por colocar os seus melhores homens num único torneio, o da Copa da Brasileia, abdicando da outra competição,  que, graças aos muitos ladrões, escolhidos para intermediar as contendas, ia sendo doado para os coríntios.

Embora os escribas do território, simpatizantes de outros grupos de gladiadores, e despeitados pela prosperidade que voltava à Palestrina, tentassem enganar o povo com pergaminhos que traziam notícias mentirosas, distorcidas…  todo mundo sabia que a Palestrina era próspera,  que o Palmeiras era o único exército a receber o soldo em dia. Paulus Nobrius Salomão governava a Palestrina de maneira brilhante, como  sonhara em menino.

Mas de brilhante mesmo,  todo e qualquer palestrino queria a estrela… era preciso enfrentar as batalhas para se conseguir a paz…

Novos gladiadores chegavam… Lucas, um especialista de ataque, vinha de uma terra distante… Matheus, um menino ainda, se juntava ao grupo…

Jesus já mostrava os seus dons… a legião palestrina ia superando os primeiros adversários, inclusive,  a legião dos Espíritos de Arapiraca, que nunca mais assombrariam o Palmeiras outra vez. Os palestrinos avançavam nas provas da Copa da Brasileia…

O adversário agora era o exército das Marias, vencedor dos dois últimos Torneios da Brasileia. Seriam duas perigosas disputas… o Palmeiras o bateu no templo Allianza, depois, quando foram disputar as provas em Minas de Jericó, Jesus brilhou, fez um milagre na arena… sem tocar o adversário o deixou no chão, dançou na frente do arqueiro que saía na sua direção, o enganou, e derrubou a fortaleza inimiga; todos os que acompanhavam a disputa ficaram maravilhados diante de Jesus… e, graças a ele, o Palmeiras avançaria para a próxima disputa e adversário. Essa façanha seria contada em São Marcos 2,1 – 2,3.

Faltavam poucos adversários, mesmo assim o caminho ainda era longo… quase imperceptível, uma claridade diferente, que não era da lua, iluminava mais as noites da Palestrina…

As provas seriam agora diante do povo de “Ximarrão”, na arena do sul… O Palmeiras, graças à valentia de Rafael, conseguiu equilibrar a disputa, quando os ximarrenses venciam.

Na disputa seguinte, na casa palestrina, as coisas não foram fáceis para os ximarrenses… O Palmeiras vencia com folga, Davitor Hugo e José brilharam no ataque, mas, o mediador da disputa, deixando que os ximarrenses infringissem as regras, permitiu que as provas ficassem empatadas… Mas, quando tudo parecia perdido para os palestrinos, Andrei avançou armas ao ataque e desferiu o golpe que deu a vitória ao Palmeiras.

A gente palestrina, que tanto pedira aos céus uma  vitória, chorava de alegria… E o céu palestrino ia adquirindo novas cores e brilho…

Vieram, então,  os tapetenses… Não eram perigosos, porém, se utilizando de um tapete “mágico”, sempre que estavam em perigo, e contando com a ajuda do tribunal dos Anciões e a dos mediadores das disputas,  conseguiam reverter qualquer derrota, ganhavam mesmo quando perdiam…

Lucas, o de terras distantes, colocou o Palmeiras em boa vantagem, enquanto o gigante Prass segurava a ofensiva tapetense. E foi o gigante arqueiro e  Allione de Sião  quem decidiram nos ataques finais.

O “coliseu” quase veio abaixo mas comemorações…  Faltava só o adversário final…  e ele não seria outro, senão aquele mesmo que, graças a Barrabás Sereta, derrotara o Palmeiras no Torneio das Cidades:  o exército das Sereias…

A primeira disputa entre eles foi em Villa Belmirus, arena pequena e lúgubre das Sereias. Mais uma vez, graças a Coríntios de Oliveiras,  a um mediador muito desonesto,  o Palmeiras saiu derrotado de lá. E foi zombado e escarnecido pelo pastor, Retardo Oliveiras.

Os escribas todos escreviam em seus pergaminhos que o Palmeiras seria dizimado em sua própria casa, que envergonharia o seu povo… todos davam o exército das Sereias por vencedor…

E chegou o dia da disputa, a noite da disputa… os palestrinos eram milhares em volta do templo da Allianza… carregando lamparinas, queimando incensos, iluminavam a escuridão deixando o céu verde e sob uma névoa…

Paulus Nobrius Salomão mandara trazer os gladiadores numa biga… e, enquanto a biga os transportava pela Via Turiaçu, os gladiadores ficaram maravilhados com as milhares de lamparinas, com os gritos do povo palestrino. Entraram no coliseu palestrino assim… O povo todo vestia verde e branco, e se ungira com óleos sagrados… Jesus, que havia sido ferido, ia pra batalha… o menino Matheus teria a missão de parar um habilidoso gladiador rival…

Os palestrinos sabiam, e só eles sabiam, que mal nenhum os alcançaria em sua casa. Confiantes, pensavam: Em nossa casa, não! O Palmeiras seria o vencedor, e seria sobre o seu “coliseu” que brilharia a grande estrela…

E nunca se viu uma batalha  como aquela… nunca se viu tanta bravura de um povo e seu exército… nunca se viu um adversário tão encolhido, temeroso, nem se ouviu um canto com a força do canto dos palestrinos…

Jesus saiu machucado… tensão… o menino Matheus lutava como um gladiador experiente…   Lucas, das terras distantes, levava o Palmeiras à frente… Arouca, Davitor Hugo, Isaqueson, destruíam as investidas das sereias, o gigante Prass protegia a fortaleza palestrina  como nunca… Robinho ia à frente com Lucas e Eduardo… José liderava os gladiadores na arena…

E foi o pequenino Eduardo, quem acabou com “Golias”, desferiu dois golpes certeiros, fatais, mas, infelizmente, Retardo Oliveira, quase ao final da disputa, acertou uma flechada no gigante Prass… e novamente, tiros diretos de bolas incandescentes seriam disputados… Deus queria premiar o gigante…

E Prass, o gigante, assustou o primeiro inimigo e ele errou o alvo…

Prass, o gigante, defendeu o segundo disparo…

José, Isaqueson, Isaías Cristaldo acertaram os seus alvos… a vantagem era do Palmeiras… faltava um último disparo…  e seria de Prass…

Milhares de olhos olhavam o gigante… milhares de corações paravam um instante de bater…

E então, o gigante, que parecia maior ainda, disparou e acertou as Sereias… a luta estava acabada. A multidão, enlouquecida, gritava, e chorava. e  sorria, se ajoelhava…

A estrela mais linda e mais brilhante surgiu no céu da Palestrina… Deus os recompensara por tanta dedicação… e não existia no mundo uma gente mais feliz do que aquela…

Felizes como nunca, batiam no peito e diziam: O Palmeiras é gigante! Em nossa casa… não!!

O Palmeiras, outra vez, era o vencedor de um torneio da Brasileia. O maior vencedor de todos.  Era dele a estrela mais brilhante da Palestrina, era ele a estrela mais brilhante de todas…

Dizem as escrituras que nunca houve um vencedor como ele… que não haverá outro igual… e que a sua estrela nunca deixará de brilhar…

VIDA LONGA AO PALMEIRAS E AOS PALESTRINOS!