Eu não queria escrever sobre esse assunto baseada nas incontáveis especulações que o cercam. Queria ter informações mais concretas, saber detalhes, mas parece que, por enquanto, isso não será possível.

A bomba da vez (palmeirenses sempre convivem com “bombas”) é a saída de Kardec… para o outro lado do muro! Tão de repente, tão sem termos o que fazer. E o torcedor se pergunta: Como assim? Perdemos Kardec? E para o time useiro e vezeiro em sacanear o Palmeiras? (Quem mandou o Palmeiras ajudar o São Paulo a se salvar da falência na década de 30, né? Arrumou um “encosto” do tamanho do mundo)

A partir dessa cacetada (com requintes de crueldade), o caos palestrino se instaurou, e não era pra menos. A imprensinha fez a festa e tocou o terror nos palmeirenses, os ressentidos pelas regalias e cargos perdidos encontraram a “arma” com a qual sonhavam, os torcedores ficaram decepcionados e transtornados.

Eu também fiquei. Até entendo quando dizem que talvez os títulos não venham agora, MAS NÃO QUERO QUE ME TIREM A P%@RRA DO DIREITO DE SONHAR COM ELES! E se vamos perder bons jogadores do time, não vamos poder sonhar com títulos, não é mesmo?  Sabemos que o amor ao clube não tem data de validade, no entanto, o que move um torcedor, o que alimenta e sustenta esse amor, não são os títulos, e sim a possibilidade de acreditar neles a cada novo campeonato…

E foi uma chuva de informações…

“O pai, ou o empresário, do Kardec já assinou com o São Paulo” (como assim já assinou – sim, assinou/acertou -, se o jogador tem um contrato com o Palmeiras até o último dia de Junho?).

“O SP ofereceu salários maiores ao atleta” (verdade, mas, se ofereceu salários maiores, então sentaram com o jogador, ou seu agente, pra conversar sobre o assunto, enquanto ele ainda é jogador do Palmeiras, e enquanto negociava com o Palmeiras. Isso é aliciar jogador, não é?)

– “Brunoro e Omar já tinham acertado tudo com o atleta, o ok havia sido dado, mas a besteira de querer reduzir ainda mais o salário foi feita pelo presidente Paulo Nobre” (como assim presidente? Que mancada foi essa, que nos fez perder nosso melhor atacante?)

– “O São Paulo teria oferecido mais ao Benfica, clube que detém os direitos do jogador” (Mas o Palmeiras, clube para o qual o valor do jogador era de 4 milhões de euros, não tinha um prazo até 30 de Maio para concluir a negociação? E, durante esse prazo, o valor para qualquer outro clube não era de 6 milhões de euros? E se ainda está no prazo/prioridade de compra dado ao Palmeiras, como um outro clube pode atravessar a negociação oferecendo menos do que os tais 6 milhões?)

“O Palmeiras cobriu a oferta do clube oculto junto ao Benfica” (quem age sem ética, com sordidez, sempre se mantém oculto. E se ele cobriu a oferta e o jogador vai mudar de clube, então ele está pulando o muro porque lá o salário vai ser maior, porque as comissões foram maiores?)

– “Paulo Nobre quer contratar o jogador mas o COF não permite” (por que o presidente não manda o COF, e seu ‘proprietário’, pra ponte que caiu? Mas, segundo fui informada depois, o COF nada teve a ver com isso.)

O impasse no acerto, que facilitou o aparecimento do clube oculto, ficou por conta de uma diferença de 20 mil reais no salário” (bobagem, inventada sabe-se lá por quem. Basta a gente pensar… não dá para acreditar que o Palmeiras, e o jogador também, preferindo até mudar de clube, tenham sido tão inflexíveis por causa de 20 mil reais)

“O atleta não vai jogar mais para não cumprir as sete partidas que o impedirão de jogar o campeonato brasileiro por um outro clube” (mas, se ele tem um contrato com o Palmeiras até final de junho, ele não teria que honrar esse contrato e jogar pelo Palmeiras até o encerramento dele? Ou vai ter gastrite até lá?)

“O atleta, através de seu agente, na hora de renovar/acertar contrato  “encostou a faca” no pescoço do Palmeiras. Seu agente (pai) promoveu um leilão do jogador. (acompanhamos o leilão, mas mal sabíamos que o acerto com o clube do subterrâneo já havia sido feito)

“O Palmeiras tentou de tudo, inclusive cobriu o valor dos salários, mas o atleta se recusou a ficar no clube. (como o pai/agente do atleta já estava acertado com o outro time, recusou qualquer oferta posterior do Palmeiras)

O que pensarmos de tudo isso?

Acho que qualquer diretoria, qualquer uma, comete erros e acertos, e isso é fato  (Vagner Love, vendido para a Rússia por uma ninharia; Luxa e Muricy demitidos, e o Palmeiras tendo que pagar multas absurdas; gastos excessivos, ou gastos insuficientes; Valdivia e Henrique, negociados na metade de um campeonato que tínhamos totais condições de conquistar; dois rebaixamentos; presidente na praia depois de um descenso; presidente comprando picanha, enquanto o time era rebaixado; vaga na disputa de um mundial da Fifa, trocada – “vendida?” – por algo que nunca aconteceu; contrato do Thiago Neves, do Martinuccio; o “caso Rogério”, “caso David Braz”; aumentos de salários oferecidos e não pagos; Wesley comprado por 21 milhões, e o calote no clube que o vendeu… a nossa lista é longa)…

Mas, perder o artilheiro do time, num país com uma baita escassez de jogadores eficientes nessa posição, no início do campeonato brasileiro, do ano do nosso centenário, e para o inimigo mais sórdido, é para f…. com 20 milhões de torcedores, presidente! Como assim? Por melhores que fossem as suas intenções na tal negociação, e eu acredito que você tem boas intenções, que você é uma pessoa de bem, como você levou essa bola nas costas? Como não percebeu que qualquer time estaria cobiçando o artilheiro do Paulistão, cogitado para a seleção brasileira, e que haveria quem jogaria sujo para levá-lo? Jogadores importantes para o time precisam ser valorizados, senão, aparece quem os valorize.

E como vamos fazer agora? Ficou provado na última partida, que sem um atacante mais categorizado a coisa fica difícil. Não vamos mais poder nem sonhar nesse ano, tão especial pra nós? Por mais que você esteja consciente do caminho que deve seguir, caminho que você traçou, há que se ter alguma flexibilidade de vez em quando, há que se permitir um ou dois passos fora da trilha, se esses passos forem ajudar a chegar ao objetivo. Nem sempre se pode esticar tanto a corda…

E essa acertou o nosso fígado, viu? Não porque ele seja o mais maravilhoso dos atacantes, mas porque ele estava acertadinho no nosso time, porque vai fazer falta, e porque gostávamos um bocado dele. E, de uma hora pra outra, permitiram (ele também) que Kardec virasse “inimigo”…

Mas, se estamos muito contrariados com a maneira com a qual imaginamos que o Palmeiras conduziu essa negociação, se ficamos putos da vida com esse desfecho, não podemos fechar os olhos para o outro lado da moeda…

Kardec sempre foi um jogador mediano, e nunca foi uma “Brastemp”, nunca teve status de estrela, mas se encaixou no Palmeiras, e caiu como uma luva lá na frente do nosso ataque (e nem sempre o sucesso num clube se repete em outro, né Barcos?).

E foi o Palmeiras que o tirou do ostracismo em que ele vivia lá no Benfica (se o Benfica o colocou à venda é porque ele não deu certo lá), que o ‘ressuscitou’, fazendo com que ele ganhasse uma exposição que nunca teve antes. E foi no Palmeiras que a torcida o elevou à condição de um grande jogador. Foi vestindo a camisa do Palmeiras que ele se tornou o melhor atacante do Paulistão (graças à sua performance e competência, eu sei, mas também, graças  às performances dos companheiros de time,  que lhe deram passes e cruzamentos perfeitos, que resultaram em gols), foi à frente do ataque do Verdão que Kardec foi cogitado para a seleção.

Depois de Valdivia, era o meu jogador favorito: o “Lã Kardec, lindo”. E o “Lã Kardec lindo” tem todo o direito de escolher o clube onde quer jogar; tem todo o direito de se aborrecer com a maneira que, imaginamos, o Palmeiras teria conduzido a negociação; tem todo o direito de querer o maior salário, de crescer os olhos para valores que ele não vira até agora em toda a sua carreira… essas coisas fazem parte do futebol e da profissão.

Mas ele não tem o direito de inventar uma gastrite para se recusar a cumprir o contrato que ainda tem com o Palmeiras (Kleber – O retorno). Não tinha o direito de fechar com o outro clube (o seu pai ou seu empresário o fez) quando ainda negociava com o Palmeiras. Isso, na minha opinião, é de uma ‘filhadaputice’ sem tamanho! Tão grande quanto deixar um clube para jogar no seu maior inimigo. E isso, Alan Kardec, do jeito que eu o imaginava, por mais aborrecido que estivesse com os dirigentes, não podia fazer com o clube que jogou todos os holofotes nele, nem com a torcida que tão bem o tratou.

E como gosto de analisar as situações, não pude deixar de reparar numa notícia de hoje (27/04) e analisá-la com as muitas informações que pipocaram nos últimos dias. Os parênteses são meus.

Enquanto a nossa “desavisada” diretoria não percebia o que ia acontecer…

Primeiro, o presidente bambi anuncia o Kardec, a imprensa toda diz que ele acertou com o SP. que os bambis ofereceram um salário “X”, maior do que o que o salário “Y” que o Palmeiras  teria oferecido (então, o SPFW conversou com o jogador, mesmo que seja atráves do pai dele, sobre salários, né? E os valores foram colocados na mesa).

Depois, sai na Folha:

O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, disse hoje que a negociação com o atacante palmeirense Alan Kardec será definida nesta semana (se não definiu ainda, como é que o Kardec comunicou ao Palmeiras que não vai ficar no clube?).

Em entrevista ao SporTV em Uberlândia, onde o time paulista enfrenta o Cruzeiro pelo Brasileiro, Aidar chegou até a se contradizer. Primeiro ele disse que os representantes do atleta disseram ao São Paulo que ele não pretende continuar no Palmeiras (se ele não tivesse a proposta  e o acerto com o SPFW, ele não seria bobo de comunicar ao Palmeiras que não iria ficar, NÉ???).

Depois, Aidar, disse que ainda não acertou salário porque não conversou com Kardec e seu estafe (E O KARDEC DEIXA O PALMEIRAS, POR NÃO ACEITAR O SALÁRIO OFERECIDO,  E QUER IR PARA OS BAMBIS SEM SABER QUANTO VAI GANHAR LÁ??? Ah, tá… e eu sou a Angelina Jolie.)

“Até quarta-feira o Palmeiras tem prioridade para fazer um pagamento ao Benfica [clube que tem os direitos econômicos do atacante]. O que ouvimos é que precisa ter o acerto com o jogador e ele [Kardec] não quer ficar lá”, disse Aidar.

O Palmeiras acertou com o Benfica que pagaria 4 milhões de euros para ficar com o atleta, mas ofereceu a Kardec um salário inferior ao pretendido pelo jogador. O São Paulo esta disposto a pagar ao clube português 4,5 milhões de euros e um salário superior do que o oferecido pelo rival ao atacante (ENTÃO, O KARDEC SABE O VALOR DO SALÁRIO QUE O SPFW QUER PAGAR, NÉ? ELE E OS DIRIGENTES DOS BAMBIS ACERTARAM VALORES… ENQUANTO ELE AINDA É JOGADOR DO PALMEIRAS. O time do São Paulo fez a oferta ao clube português e ao atleta enquanto ele negociava com o Palmeiras, clube com o qual ainda tem contrato).

Difícil não acharmos que os leonores, que costumam agir nos subterrâneos, vendo que havia um impasse nas negociações palestrinas com Kardec, aproveitaram para aliciar o jogador do Palmeiras e, agora, essas notícias, de que não há nada acertado, são divulgadas pela imprensa – que se faz de desinformada -, com o intuito desse clube trapaceiro se esquivar da responsabilidade com que conduziu o negócio em conluio com o empresário do jogador.

É bastante provável (e bota bastante nisso) que as pessoas que cuidam da carreira do atleta já tinham se acertado com o outro time, quando o pai dele começou a fazer ameaças de ouvir propostas de outros clubes (não nascemos ontem, né?)… e tá na cara que a nossa diretoria comeu uma bola imensa (na melhor das hipóteses, foi ingênua ao não imaginar que tão alardeado impasse não fosse criar a brecha para os nossos velhos e conhecidos trapaceiros  da farsa do gás, da pilha, do estádio que quiseram nos tomar um dia…)

Não esperava essa burrada master da nossa diretoria, mas também não esperava esse “profissionalismo” do Kardec… Ao se utilizar da desculpa de uma “gastrite agravada” para não honrar o contrato que ainda tem com o Palmeiras, fez papel de moleque (O Palmeiras que o obrigue a cumprir  o restante do contrato. Se ele refugar, vamos saber um pouco mais sobre ele).

Eu não digo que não há amizade entre os clubes? Amizade entre clubes é só “bom dia”, “boa tarde”, “boa noite” e “ô, essa ‘carteira’ aí é minha”…

Tomara que a lição seja aprendida rapidamente, e mais rapidamente ainda seja feita a reposição do jogador.

É o mínimo que pode ser feito.

 

 

 

Arena Palestra Allianz Parque (Foto: Divulgação / WTorre)

Nas últimas semanas, enquanto acompanhávamos o Palmeiras voltando à Série A e se encaminhando para a conquista do título (falta só um pouquinho, e vamos comemorar SIM), também passamos a acompanhar mais atentamente o impasse entre o clube e a empresa responsável pela construção do Allianz Parque, a construtora WTorre. O grande problema está na comercialização das cadeiras da arena. A WTorre, através de Walter Torre Junior, alega ter direito a negociar todos os assentos, e se vale de um contrato que diz ter sido assinado nessas condições, enquanto o Palmeiras, através do seu presidente, Paulo Nobre, discorda da construtora e diz que a parceira só pode ter 10 mil (dos cerca de 45 mil), conforme proposta apresentada em várias reuniões e acordada entre as partes.

Eu não sei se pra você é assim também, amigo leitor, mas, embora não tenhamos lido o contrato e nem participado das reuniões, durante esse tempo todo em que a arena vem sendo construída, não me lembro de ter ouvido nada sobre a construtora ter todas as cadeiras. Pra mim, isso é novidade, e só estou ouvindo essa conversa agora. Eu sempre entendi que eles teriam direito a negociar as cadeiras cativas (cadeiras especiais) e os camarotes. Pelo menos, era isso o que o Sr. Walter Torre Jr. afirmava para os torcedores em suas postagens no Twitter:

WTorre-tweet-principais-rendasA

Mas aí a gente pensa: “Essa é uma questão entre clube e construtora e quem tiver razão vai provar. Isso é coisa pra ser resolvida entre eles. Simples assim”. Que engano o nosso…

Há duas semanas, o Sr. Walter Torre Jr., desprovido de argumentos que justifiquem e sustentem a sua posição na tal questão das cadeiras e contrariando a polidez e o bom-senso exigidos para quem vai ser parceiro do Palmeiras e dos palmeirenses nos próximos 30 anos  (eles é que vão comprar o que for vendido lá, viu Sr. Walter? A torcida palmeirense é o seu público-alvo; milhões de pessoas que, aborrecidas com a postura da empresa e com o prejuízo ao Palmeiras,  poderão boicotar totalmente tudo o que for comercializado pela empresa dentro do Allianz Parque),  foi à imprensa para, pasmem, atacar a pessoa do presidente Paulo Nobre e até o time de futebol do Palmeiras. Esquecendo-se de sua condição de representante/dono de uma grande empresa do ramo imobiliário, e, principalmente, esquecendo que não tem nada que misturar os assuntos das cadeiras da arena com o futebol do Palmeiras – não são assuntos equivalentes -, ele perdeu a classe e foi grosseiro ao declarar:

“Não tenho culpa se o Paulo (Nobre, presidente) não consegue melhorar o time com novos jogadores. Por isso, ele foca a critica em nós. Como ele não tem dinheiro para o time, busca sucesso batendo em nós.”

Uma coisa a se repudiar e lamentar. Qual será que foi a parte do “a administração do futebol do Palmeiras não lhe diz respeito” que esse senhor não entendeu?

Mas, antes, o discurso dele era outro, e favorável aos interesses dos palmeirenses, interesses que agora ele esquece, e com os quais se aborrece.

WTorre-tweet6

E não bastasse aquela primeira declaração desastrosa, ao rebater o que foi dito pelo presidente Paulo Nobre, de que o acordo sempre foi o de 10 mil cadeiras para a construtora e de que o Palmeiras, em atas, e-mails e documentos tem provas de que a empresa aceitou essas condições, ele saiu com essa:

“É mentira. Eles estão mentindo. Pode escrever isso no jornal. O documento é o mesmo que foi assinado no Conselho (Deliberativo). A arena é inteira nossa.

Deselegante e equivocado. A arena é do Palmeiras, Sr. Walter. Não é sua, nãoO senhor era tão simpático, educado e “palmeirense” antes, o que aconteceu?

Claro que depois dessas declarações tão “amistosas” se fazia necessário que o Palmeiras respondesse, e o presidente o fez:

“Não aceitamos em hipótese alguma ser ferida a soberania do clube. Queremos deixar muito claro que ninguém vai passar o Palmeiras para trás e nós vamos defender até última instância o interesse da nossa sociedade”.

“Me surpreende que uma obra já atrasada, o responsável pela construtora admita publicamente que está desacelerando. Isso me preocupa até juridicamente. Mas o Palmeiras não tem a menor preocupação sobre parar a obra”.

Custei a acreditar que a construtora pudesse, propositalmente, atrasar a obra. Mas o próprio Walter Torre Jr. admitiu que a construtora está, sim, diminuindo o ritmo de trabalho:

“Agora eu não sei mais, porque estamos reduzindo o ritmo dos trabalhos até que tenhamos um acordo com o Palmeiras”.

Esse “… até que tenhamos um acordo…” fica com uma cara de ameaça de paralisação. Depois disso, fico imaginando a confiança que possíveis futuros clientes terão na construtora… quantos deles irão querer se tornar clientes mesmo. E atrasar a obra não combina nem um pouco com o que antes era alardeado pelo empresário para os torcedores:

WTorre-tweet1

Lendo as declarações dos representantes do Palmeiras e da construtora, acho que quem tem razão é o Palmeiras, e que o Sr. Walter Torre Jr. não está convicto do que afirma, pois, por falta de argumentos, ele atacou  presidente do Palmeiras e até o time de futebol. E por quê ele agiria assim, se está seguro de ter razão? Quem tem razão fica tranquilo e não “desce a ladeira” da polidez e da gentileza. Talvez essa grosseria/ofensa se deva exatamente ao fato de que ele não se sinta com tanta razão assim… Talvez ele saiba que as provas que o Palmeiras tem vão bater o martelo sobre a questão. Afinal, ele não agiu dessa maneira rude e deselegante nem mesmo quando a administração anterior se recusava a assinar o contrato, nem quando vivia sendo atacado por alguns ‘palestrinos’ opositores da arena, nem quando o MP e a prefeitura causaram um monte de problemas e fizeram com que a obra atrasasse.

E é difícil de entender como, durante todo esse tempo, as negociações foram tratadas com base nos 10 mil assentos (cadeiras) para a construtora e o contrato, aparentemente (só aparentemente), não trazer essa informação e aparecer um monte de palmeirenses defendendo a construtora. Difícil acreditarmos que no meio desse monte de gente envolvida, e que sabia dos acordos feitos, ninguém perceberia que uma questão tão importante não estava claramente definida ou que estivesse em desacordo com o que fora combinado em mais de uma reunião. Deu até para pensarmos que, deixar uma brecha para a construtora pleitear algo diferente do que foi acordado, poderia ter sido proposital.
.
Acontece, que é baseada no próprio contrato assinado pelo Palmeiras, que a diretoria interpreta que a WTorre tem direito às 10 mil cadeiras especiais e às cadeiras dos camarotes e sai em defesa dos interesses do clube. É no contrato mesmo que estão algumas das provas de que o Palmeiras fala a verdade. Provas que passaram “despercebidas” por todos os que defendiam a construtora até agora – palmeirenses têm de defender o Palmeiras. Supondo que isso pudesse ter sido feito, de propósito, concluiríamos que não foram muito inteligentes e esqueceram de que no contrato sobraram provas de que o Palmeiras tem razão.
.
Segundo foi publicado pela Folha de São Paulo,  que teve acesso à escritura da Arena, embora o contrato não faça menção ao número de cadeiras a serem exploradas por cada parte (esse ponto é que eu acho que foi “esquecimento” demais), a escritura de direito de superfície obtida pela Folha dá margem à interpretação feita pelo Palmeiras de que cabem apenas 10 mil lugares para a empreiteira.

No capítulo II da concessão da superfície, o texto afirma: “O projeto prevê capacidade mínima para 40.000 torcedores sentados em lugares numerados, com previsão mínima de 200 camarotes e 10.000 cadeiras especiais.”

.

O texto separa lugares numerados de cadeiras especiais, você percebe? Lembram o que Walter Torre Jr. disse e que foi printado no começo desse post? “… a principal renda vem das cativas e dos camarotes…”. Fica bem evidente que as tais cadeiras especiais, são mesmo as cadeiras cativas.

.

E mais, no capítulo IV, sobre a exploração comercial da arena, o documento diz que, como parte do pagamento, o clube terá participação sobre as receitas pela exploração da arena pela WTorre. Ao detalhar essas receitas, a escritura menciona receitas advindas de locação de cadeiras e camarotes.
.
Os documentos comprovam que o Palmeiras está com a razão. E tanto é verdade, que no Conselho NINGUÉM da oposição foi contra a apresentação feita pela diretoria da Arena, que comprovou, mostrando a própria escritura de superfície e demais documentos, que a WTorre tem direito às 10 mil cadeiras e às cadeiras dos camarotes. Os que criticavam antes e defendiam a construtora, mudaram de opinião depois da apresentação, e isso agora está registrado em ata do CD.
.
Porém, a construtora continuava insistindo e, segundo li, pretendia comercializar todos os lugares  e dar ao clube a parte que lhe caberia nos ingressos (quer implodir o programa de sócio-torcedor do Palmeiras, Sr. Walter?). Mudou o discurso de novo, porque o seu representante falava outra coisa antes:
.
WTorre-tweet-rendaFutebol

WTorre-tweetWTorre-tweet5
Quantas contradições… quanta coisa que foi dita e depois “desdita”…
.
O impasse continua, ainda sem solução. O Palmeiras foi comunicado da decisão da empresa de acionar a mediação, recurso previsto na escritura do estádio para resolver impasses. A construtora indicou como mediador o advogado Braz Martins Neto; o Palmeiras, por sua vez, indicou o mediador  Kazuo Watanabe, professor doutor da Universidade de São Paulo e especialista em mediação. As partes indicarão um terceiro mediador e, então, os três indicados analisarão o contrato e proporão uma solução. A escritura diz que a conclusão sai em até 15 dias após a definição do terceiro nome, mas pode demorar mais caso o clube e a empresa não concordem com a solução encontrada pelos mediadores. Nesse caso, o impasse irá para a arbitragem.
.
Vamos acompanhar o desenrolar de mais essa etapa, mas, diante de todas essas informações, vai ser difícil o Palmeiras não levar a melhor, está bastante evidente que ele tem razão.