“Foi lindo ver no meu Estado a reunião de tantos palmeirenses. A maior parte das arquibancadas tinha um ponto verde escuro, verde limão, azul, branco com verde, amarelo…” – Juliana Oliveira 

O Palmeiras estreou na Copa do Brasil 2014, jogando diante do Vilhena,  em Rondônia. Quando houve o sorteio, o clube paulista até poderia ter optado por um estádio com melhores condições, mas, no ano do seu centenário, o Palmeiras tem procurado ir aos locais aonde a sua família está. E foi uma decisão bastante acertada.

Eu mostrei aqui pra você, na postagem anterior, o alvoroço que foi a chegada do Verdão por lá. Pra se ter uma ideia, até seguranças, roupeiros, médicos e nutricionistas do clube posaram para fotos e distribuíram autógrafos. E quem assistiu à partida viu o que aconteceu no ‘Portal da Amazônia’ na hora do jogo. Uma loucura! Num estádio com capacidade para 5 mil pessoas, tinha quase 15 mil – construíram arquibancadas móveis para aumentar em 10 mil lugares a capacidade do estádio e receber o Campeão do Século com a festa que ele merece!! E, segundo a Juliana, a torcedora cujo texto inicia essa postagem, com menos de 1/4 da torcida vestindo vermelho e branco, o time da casa era o Palmeiras!

E que coisa impressionante foi ver aquele mar de bandeiras e camisas oficiais do Palmeiras, em verde, branco, limão, amarelo, espalhadas nas arquibancadas e nas grades do estádio também. Que tocante foi sentir a emoção dos torcedores que viam o seu amado clube pela primeira vez (me contaram que muita gente chorou). E tudo isso a 2.366 Km de São Paulo. Parecia um Palestra Italia em Rondônia! É PALMEIRAS, P%@#RRA! NÃO TEM NENHUM TIME DO BRASIL QUE CHEGUE PERTO DISSO!!!

Já pensou se fosse com outros times aí, o que a imprensinha não falaria, não faria? Mas, como é o Palmeiras, a Press faz que não está vendo, “narradoresh e comentarishtaish” não dão  o destaque merecido. Mas acontece, que os telespectadores não são cegos, e as imagens, as demonstrações de amor ao Verdão, onde quer que ele vá, são sensacionais e indiscutíveis!

Veja essas imagens. Parece São Paulo, mas é Rondônia! São os nossos irmãos do Norte do país!

A festa era linda, mas o “palco”… uma lástima. Manja o garimpo de Serra Pelada depois que tiraram todo o ouro que havia lá? Era mais ou menos isso, cheio de desníveis, com a grama muito alta, além disso, com as chuvas diárias do “inverno amazônico”, o campo estava completamente encharcado, havia uma infinidade de poças d’água – principalmente na área onde o Palmeiras tentava fazer gols no primeiro tempo, e no lado direito do campo também -. O gramado, muito pesado, estava mais horroroso do que aquele mosaico dos gambás (mentirinha, não há nada pior do que aquilo). Pobre futebol…

gramado

Repare na imagem abaixo, você nem pode ver a chuteira do jogador do Palmeiras, cujo pé está sumido na grama bastante alta e na água.

Complicado, né? E, por isso mesmo, o primeiro tempo foi de matar a gente de desgosto. Horrível! Embora o Palmeiras atacasse o tempo todo, nossos jogadores não conseguiam tocar a bola do jeito que sabem, os passes não davam certo, a bola não corria como deveria correr, a coisa não fluía e as tentativas de jogadas precisavam ser feitas todas pelo alto.

Nossos jogadores mais habilidosos eram os que mais sentiam dificuldades. Mais ou menos a mesma coisa que querer que uma “Ana Botafogo” dance “O Lago dos Cisnes” num piso de pedregulhos… não rola.

Se o campo é ruim para um, é ruim para os dois, disseram alguns. Não é bem assim, uma vez que o dono da casa está acostumado a jogar ali. E some-se a isso uma boa quantidade de botinadas que o juiz deixou os jogadores do Vilhena darem nos palmeirenses à vontade. Valdivia, Kardec, França e Patrick apanharam um bocado, Vinícius também levou “boas” sarrafadas, e nenhum parmera escapou. O Mago, claro, foi quem apanhou mais, e se irritou bastante com isso, mas não era pra menos…

Olhe onde está a bola, e repare o pé e o foco do “artista” de camisa branca que prepara a solada (‘Má que mané bola, o quê?’). Esse Carlinhos cansou de bater nos palmeirenses, principalmente no  Mago. O cara ia de sola, pra pegar mesmo, e, ao contrário do que seria normal, caso ele jogasse de verde, não foi expulso e pôde distribuir botinadas como bem quis. Aí, o Mago, cansado de levar pontapé, deixou o braço na cara dele e levou amarelo. Claro que o amarelo para Valdivia foi merecido, mas o ‘liMdo’, do time adversário (a cera era tanta,  que ele saiu de maca após o lance com Valdivia?!?), deveria ter levado o amarelo dele, e quem sabe o vermelho também, muito antes disso (só no segundo tempo o árbitro o puniria). Após o jogo, a Press falaria até não querer mais sobre esse lance, mas esqueceria da agressão que Kardec sofreu depois, quando levou um soco de Alex Barcellos, e que ficou só no amarelo.

E, por falar no “Lã” Kardec, vou mudar só um pouquinho de assunto. Nosso atacante foi expulso no dia 19/02, no jogo contra o Ituano, sem ter feito nada para merecer cartão vermelho, e vai ser julgado pelo STJD. Não deveria ter julgamento algum, uma vez que a expulsão foi puro “inventation” do árbitro.  Mas o curioso é que o Bruno César, que foi expulso em uma partida que aconteceu no dia 23/03, portanto, depois dessa, já foi julgado e absolvido. O julgamento do Kardec, QUE FOI EXPULSO ANTES, não tem data marcada ainda. Só eu estou pensando o que eu estou pensando? O STJD está guardando isso para uma “ocasião propícia”? Vamos ter mais do ‘mesmo de sempre’? Vamos ficar de olho, parmerada!

Mas voltando ao jogo no ‘pântano’ do Portal da Amazônia, se jogar estava difícil, vontade não faltava para o Palmeiras (para o outro time, que sonhava com o jogo de volta, também), e, quando ele engatava um ataque era parado na falta, e o juiz… deixava barato. Como aconteceu aos 26′, quando Eguren passou para o Mago, que tocou de primeira para o Patrick; ele tocou pra Wendel, que deixou mais à frente para o próprio Patrick, que saiu à frente de Marinho; o adversário, ao se ver ultrapassado, o puxou, o derrubou, e o juiz  só marcou a falta. Cartão que era bom…  Patrick reclamou um bocado, e com razão.

E dá-lhe botinada em Vinícius, no “Lã”, no Mago, no Patrick… França apanhava bem mais do que batia…

Nossa zaga deu um vacilo e, numa jogada de impedimento, não marcado pelo árbitro, e tampouco pelo bandeira, Edilsinho teve a oportunidade de marcar e chutou pra fora.

Edilsinho-impedido

Já pensou se o gol tivesse sido marcado? Na conta de quem ficaria esse prejuízo?

No segundo tempo, o Palmeiras, atacando para o lado menos encharcado, começou a encontrar melhores oportunidades, mas pecamos, muito, nas finalizações. Vinícius perdeu um gol feito. Os jogadores (dos dois times!), correndo tanto naquele lamaçal que virou o campo, pareciam extenuados. E o nosso futebol não fluía como deveria, como temos visto em outras oportunidades… A torcida, vendo toda a dificuldade que o Palmeiras enfrentava, não parava de apoiar.

Cansada dos comentários do ‘porre’ chamado Maurício Noriega, tão contra o Palmeiras, mudei de canal e coloquei na ESPN. Kleina colocou Mendieta e Leandro no lugar de Patrick e Vinícius (que perdera um gol imperdível) e o gol nada de sair…

O Palmeiras não desistia, mas sofria com o campo pesado demais; o Vilhena, que já fazia cera antes, fazia ainda mais agora, ao contrário do que aconteceria mais tarde, no jogo de “Lojas Marisa” 1 x 0 “C&A”, quando quem procuraria o jogo seria o pequeno e o “grande” faria cera.

Aos 34′, Kleina colocou Bruno César em lugar de Eguren. O desgraçado do relógio parecia fazer o tempo correr mais rápido. As coisas caminhavam para um 0 x 0… não era possível uma coisa dessas.

E não era possível mesmo… Aos 42′, Bruno César recebeu na direita, raçudo, levou a melhor na disputa com seu marcador, avançou e meteu a bola na área; Leandrinho deu uma ajeitadinha e guardou!

E o ‘Portal da Amazônia’ explodiu de felicidade! Aqueles torcedores todos, que tanto esperaram para ver o Palmeiras em campo, que saíram de várias cidades e estados, que viajaram muitas horas para chegarem até ali, merecidamente, viram o seu time marcar um gol, vencer a partida. E vibraram com ele, se abraçaram, choraram e sorriram de felicidade… e o ‘Portal da Amazônia’ nunca mais será o mesmo depois do Palmeiras ter estado lá…  dizem que, agora, ele se chama “Palestra Italia de Rondônia”…

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E, enquanto por aqui, havia quem morresse de raiva porque o Palmeiras teve dificuldades para jogar no meio da água, da lama, dos buracos, da grama alta (qual time não teria?), e conseguiu uma vitória ‘magrinha’ (nas duas Copas do Brasil que conquistamos, não iniciamos eliminando o jogo de volta)… lá de Rondônia, a torcedora que viajara 12 horas para ver o seu time de coração, a Juliana Oliveira, do início dessa postagem, me diria:

“Tenho certeza que o jogo seria melhor num campo seco, só que estamos em pleno “inverno amazônico” ou seja chove muito. Vai ficar pra sempre em nossas mentes, um jogo do Palmeiras pela Copa do Brasil, equipe titular (com exceção de lesionados), ver o Prass em ação, a caçada ao Mago, Lã Kardec, a pegada do França (e não é que pegou o “Lã Kardec” e “a pegada do França”?), a corrida do Juninho… a garra dos jogadores do Vilhena (às vezes maldosa) e tudo isso sendo transmitido ao vivo pro mundo…”

Não é preciso dizer mais nada, né?