A temporada 2017 se encerrou no domingo passado…

O Palmeiras, ainda que não tivesse chegado perto das nossas altíssimas expectativas (confesso, as minhas não eram tão altas como as de alguns), acabou sendo vice campeão brasileiro. Nem vou me aprofundar aqui sobre os jogos nos quais as arbitragens canalhas fizeram o resultado das partidas (sobre a “assinatura de trambique” do árbitro que até “esqueceu” a regra”)… tira 3 ali, soma 3 aqui, tira mais 2 ali, soma mais dois aqui, marca uma penalidade legítima aqui, deixa de marcar uma penalidade inventada acolá…  e a equação  passa a ser outra.

No entanto, ganhar títulos é consequência de muitas coisas; por melhor planejados, montados e preparados estejam os times não há garantias de conquista para nenhum deles. Existem outros fatores determinantes também… 13 derrotas no campeonato é algo muito significativo (somadas aos empates, foram 51 pontos perdidos)…  3 técnicos  no ano também (demitir um técnico após 4 meses de contrato, como aconteceu com Eduardo Baptista no início do ano, significa que faltou convicção na escolha de seu nome)… As contratações de jogadores, tenham dado certo ou não (alguns não tiveram oportunidades, sequência; outros não renderam o esperado), foram desejadas por todos à época em que foram feitas. “Esquecer” disso  agora, e falar que elas foram mal feitas, é bem desonesto.

A administração palestrina deixou a desejar… andou pra trás em algumas coisas… e vimos isso em vários momentos e situações em que o clube pareceu a casa da “mãe joana”.

E quantos episódios lamentáveis – que jamais deveriam ter saído dos muros da Academia – ganharam as manchetes por não terem sido resolvidos dentro de casa… e quantas vezes os jogadores não foram blindados; quantas vezes foram desrespeitados por alguns “imprenseiros”, foram chamados até para a briga, sem que ‘il capo’ desse as caras… quantas notícias caluniosas ficaram sem a resposta e a ação devidas… e quantas notícias vazaram, quantas intenções de contratação vazaram… quantas brigas vazaram… e o time – com o “obsessão” na camisa” – sendo eliminado de algumas competições importantes no mesmo período em que o presidente se dava férias na Europa…

E quantos pontos perdemos no apito, principalmente, nas duas partidas que poderiam levar o Palmeiras à liderança do Brasileirão… e onde estava o pulso, a coragem em defesa do Palmeiras?  Onde estava o “murro na mesa” para dizer basta? Sem contar a mentalidade tacanha e obtusa de antigamente pairando de novo no ar, mortos-vivos (re)aparecendo nas manchetes… ingressos, que não poderiam ser vendidos (300 ingressos por mês), sendo passados via patrocinadora/conselheira, ex-presidente, protegida do ex-presidente/amiguinha da conselheira para torcedores organizados venderem, e o ‘crime de cambismo’ ganhando as manchetes… os tijolinhos errados sendo colocados sobre a construção que estava tão certinha… o Palmeiras sendo sutilmente puxado pra trás…

Porém, em campo, outras coisas foram determinantes… E assim como teve ano em que o problema foi a falta de um meia… assim como teve ano em que tinha meia e não tinha centroavante… assim como teve um período em que não tínhamos um bom goleiro no time… podemos culpar o jogador que quisermos agora, mas nosso maior problema esse ano foram… os técnicos. E quantas desculpas para o time que nunca tinha um padrão… que em algumas partidas, importantes, deixava o goleiro adversário sair de campo de uniforme e luvas limpinhos… quantas invenções que não deram certo, ou não foram devida e suficientemente treinadas…

Eduardo Baptista, Cuca, Valentim… o primeiro,  não passou da semifinal do Paulista diante da Ponte Preta, mas nos classificou na fase de grupos da Libertadores com o time bastante vibrante, como, por exemplo, na virada de jogo contra os botinudos uruguaios do Peñarol, e lá na casa deles. No entanto, após uma derrota para o Jorge Wilstermann lá na altitude, mesmo com o time classificado, ele perdeu o emprego…

O segundo, o comandante do eneacampeonato em 2016, voltava gloriosamente ao clube cinco meses depois de sua voluntária saída, e mesmo  tão festejado, ele voltou com uma cara muito amarrada, não conseguiu acertar o time, errou muitas vezes, insistia no bendito chuveirinho, inventava jogadores em outras posições, não dava chances a muitos dos contratados, “fritava” patrimônio do clube, não achava o time nunca, não acertava a defesa… cada hora dava uma desculpa e, com ele no comando, o Palmeiras foi eliminado na Libertadores, em casa, diante do fraco Barcelona; foi eliminado na Copa do Brasil, com dois empates diante do Cruzeiro (por erros de escalação, havíamos tomado 3 gols no empate da primeira partida, no Allianz) e o time que foi colocado pra se defender, antes dos 30 min da segunda etapa, quando vencíamos o jogo da volta . No Brasileiro, o time não tinha regularidade, perdeu muitas partidas que não poderia nem pensar em perder (11 no total), se distanciava muitos pontos do líder  e,  depois do empate no Allianz,  por 2 x 2, diante do Bahia (um resultado bem ruim),  que deixava o time fora do G4, Cuca saiu/o Palmeiras saiu com ele…

Se foi esquisito ficar com um técnico apenas 4 meses no início do ano, não podemos reclamar da diretoria ter trazido Cuca de volta, todo mundo o queria comandando o time de novo, todo mundo esperava que fosse um sucesso…

E, então, veio o terceiro, Valentim, o auxiliar de Cuca, que assumia a equipe como técnico interino, com chances de ser efetivado. A princípio, nos pareceu que Valentim ia acertar tudo. Tirou Keno do banco (um absurdo Keno ser esquecido no banco) e o colocou em campo, colocou Borja também e sentou Deyverson… deu uma mudada no jeito do time jogar, a bola ficou mais no chão; Keno, jogando muito, e na companhia de Dudu e Willian, deu outra cara pro time, o futebol empolgou, os gols ficaram mais fáceis de serem marcados , ganhamos 3 seguidas, encostamos no líder e voltamos pra briga pelo título. Seis pontos de diferença… Então,  Heber R. Lopes nos assaltou diante do Cruzeiro, e  fabricou o empate no Allianz (rodadas antes, um outro árbitro fabricou a vitória, com gol de mão, do líder diante do Vasco), Daronco terminou de fazer o serviço no jogo contra o Lava Jato, líder da competição, e perdemos o jogo…

Mas o técnico interino cometeu alguns pecados em outras partidas que vieram depois, insistiu numa linha de defesa alta, sem ter os jogadores muito técnicos e rápidos pra isso (e quem tem?),  sem que isso tivesse sido devidamente treinado (leva algum tempo) – e isso foi desastroso na última rodada… insistiu no time sem um meia, mesmo quando ele colocou cinco atacantes em campo… atiçou a desconfiança de todo mundo em relação ao que poderia fazer no time… Não deu pra ele também…

E então, o Palmeiras foi buscar Roger Machado para a temporada 2018.

Alguns torcedores,  incapazes de lidar com a frustração e com o fato de que o “Papai Noel” que não trouxe o brinquedinho tão esperado, surtaram. E cada um focou em um alvo/culpado diferente, nem o Dudu, o craque do time, escapou… nem mesmo o Palmeiras, a instituição, o clube pelo qual morremos de amor, escapou – denegrir o clube para o qual se torce é assinar atestado de burrice, ou de falta de palestrinidade mesmo. Se a ele cabe todos os adjetivos depreciativos que algumas pessoas usam, elas continuam torcendo por quê, elas exigem/esperam algo dele por quê?

Eu também fico contrariada por não ter dado certo, e num ano em que tínhamos tudo para fazer melhor, mas…

Palmeiras – vice campeão (sem apito), melhor ataque da competição – torcida ‘puta da cara’, querendo ‘matar’ até os artilheiros do time, o mascote…
San, Cru, Fla – comemorando vaga na Libertadores…
Vas – fazendo foto “de título” por ter conseguido Pré Libertadores…
Galo – ansioso para que sobre mais uma vaguinha na Pré…
SPFW – a 7 pontos do primeiro rebaixado, e felizão por causa disso…

Isso não tem que nos fazer perceber algo? Isso não  tem que nos fazer ver que o Palmeiras não vive mais naquele torpor onde tinha sido colocado pela incapacidade de alguns ex-presidentes? Que ele voltou a ser o clube do qual todos – até mesmo os adversários -, esperam títulos? Em nosso ano “desastroso” fomos vice campeões brasileiros. E com o apito nos tomando muitos pontos ainda e ajeitando a vida de outros por aí…

Cometemos erros em 2017 – muitos -, é verdade, mas não é hora de destruir nada… é hora de aprender com eles, de refazer as coisas da maneira certa; de consertar o que estava bem e deixamos estragar. Não há terra arrasada. Mesmo com as decepções deste ano, desde Paulo Nobre, e graças a ele, o Palmeiras é outro – dois títulos nacionais (2015/2016), um vice-campeonato no Brasileiro agora, jogador da nossa base brilhando na Inglaterra e na seleção brasileira. Todas as categorias de base fazendo final este ano – levamos 4 títulos. Estrutura de primeiro mundo, ótimas receitas, um fortíssimo patrocinador máster, salários em dia, Allianz sempre cheio, poderio econômico para contratar; não dependemos de patrocinador estatal, não somos sustentados por cotas de TV.

É hora de voltar a dar passos pra frente, de apoiar o clube, o técnico que chegou, os jogadores do elenco e os novos contratados que estão chegando… é hora de retomar o caminho da reconstrução… e ela é um caminho mesmo, que nunca vai ter fim. A qualquer vacilo, a qualquer relaxada, poderemos nos desviar desse caminho de novo…

Bola pra frente, e que venha 2018!