Foi uma no cravo, outra na ferradura…

Não gostei nem um pouco do resultado de ontem, não gostei nadinha de perdermos por 2 x 0 do Red Bull. Não gostei também de como jogamos, e não poderia ser diferente, ainda mais depois da vitória espetacular da quarta-feira.

Ficamos com a impressão que tínhamos gastado todas as nossas fichas diante dos bambis, mas não foi bem isso que aconteceu.

Eu sei que a classificação está garantida, sei  também que depois de uma vitória sensacional, como foi a goleada e o baile pra cima dos leonores,  o time dá uma relaxada (não deveria/não deve, mas a gente sabe que dá), mas não acho que foram só esses os nossos problemas.

O Red Bull é um time que já joga junto há um bom tempo, está em busca da sua classificação, e entrou em campo buscando a sua vaga, mas também entrou em campo preocupado com a fama que o Palmeiras trazia da partida anterior. Marcando muito,  se armou na defesa, esperando a oportunidade de contra atacar. Num erro de Dudu, no ataque palestrino, eles puxaram um contra ataque e marcaram o seu primeiro gol.

Mas não dá para crucificarmos o Dudu, porque o contra ataque não pegou o time desprevenido, cinco homens do Palmeiras estavam lá atrás e poderiam ter evitado que a jogada saísse. O adversário passou pelo Zé, pelo Arouca, e tocou para o pesadinho (de cinta!?!?) e mal marcado Lulinha, dentro da área tocar pro gol.

Não entendo muito de táticas, mas a impressão é a de que Oswaldo armou o time para jogar por zona, e os jogadores entenderam só a parte da “zona”.

Como é que um atacante adversário aparece na cara do Prass – na cara mesmo – sem marcação alguma? Foi assim o segundo gol do Red Bull (ainda no primeiro tempo). Vitor Hugo, parecendo desatento,  foi tentar interceptar o cruzamento, mas não alcançou a bola, e ela foi ficar com o adversário – um zagueiro, de 37 anos!?!? – que não teve dificuldade alguma em cabecear pro fundo do gol. Como assim? Que zona é essa? Não era mais fácil ter marcado o jogador?

E pensar que no jogo anterior o Palmeiras marcou tudo, e não deixou passar nem pensamento… Onde estava aquela intensidade toda? Onde estava aquela marcação irretocável? Aquela atenção inesgotável? Gastamos tudo na quarta? Quanta desatenção e descuido…

Do meio pra trás, estava cheio de buracos. Não bastasse isso, ficaram afobados depois dos gols tomados, e aí,  corriam, tocavam, driblavam, cruzavam, na tentativa de marcar gols, e a coisa não funcionava, porque havia um outro buraco, um vácuo de criatividade no time, e não conseguiam achar a brecha na defesa do adversário; além disso, faltou precisão também na hora em que algumas chances surgiram.

E o insucesso das investidas gerava uma apatia desconcertante no time. Desconcertante pra nós, que assistíamos ao jogo. E, por várias vezes, víamos o Palmeiras no campo de ataque, quase na área inimiga, sem saber como achar o espaço, voltar a bola lá atrás… e isso é tão irritante…

No segundo tempo, as chances até apareceram… Robinho cruzou para área. Rafael Marques dominou no peito e chutou. A bola foi desviada pela defesa adversária e sobrou para Dudu. Na pequena área, ele chutou para o gol, mas a bola foi desviada em escanteio.

Cristaldo, que não foi bem na partida (a maioria dos jogadores também não foi), recebeu na área, girou e chutou. O jogador do Red Bull se jogou na frente da bola para evitar o gol do Palmeiras.

Logo depois, Zé Roberto cobrou escanteio, Cristaldo chutou forte, mas a bola foi por cima do gol.

Zé Roberto, sentindo dores, foi substituído por Victor Luís. No minuto seguinte, Oswaldo colocou Gabriel Jesus no time. E ele quase marcou. Recebeu na área, deu um drible no zagueiro e tocou forte pro gol, mas o goleiro defendeu com os pés.

Lucas foi até a linha de fundo, e cruzou para Gabriel Jesus. Ele cabeceou e a bola foi por cima. O Palmeiras não conseguia furar a retranca do Red Bull…

Victor Luís fez um belo cruzamento para a área, Vitor Hugo cabeceou, e a bola passou raspando o gol de Juninho…

A atuação do Palmeiras era ruim. Um miserê de futebol… faltava a tal da criatividade, mas também faltava volume de jogo, faltava empolgação, faltava ir pra cima, de verdade.

Na última chance palestrina do jogo, Lucas tocou para Alan Patrick (ele havia entrado no lugar de Robinho). E, dentro da área, ele dominou e bateu colocado. A bola passou pertinho, mas foi pra fora.

E a partida terminou assim…

Não foi legal vermos o Palmeiras perder, jogando de maneira tão ineficiente e improdutiva. Só que, embora não gostemos, essa oscilação do time ainda é normal. O Paulistão nos serve para ajustar o time, que ainda é novo, porém, além de não podermos jogar tão relaxados e desatentos, em jogo nenhum, se quisermos furar as retrancas que encontraremos pela frente, precisamos ter mais criatividade, e a falta dessa criatividade já foi sentida em algumas partidas, e é automático pensarmos em Valdivia… que precisa voltar a jogar.

No entanto, mesmo sem o Mago e a sua capacidade de criar jogadas e furar retrancas, mesmo sem CX, que ainda vai estrear, o time pode jogar bem mais do que jogou ontem. Não foi por acaso o futebol lindo diante dos bambis – quem não tem bola não faz uma partida como aquela, impecável -, também não foi por acaso o futebol chocho diante do Red Bull, o Palmeiras entrou relaxado, desatento e vacilou diante deles, foi muito sossegadão pro jogo, e acabou fazendo bem menos do que podia. Aí, quando quis correr atrás…

Que tenha servido de alerta e lição para a disputa das quartas, que estão chegando.

Capacidade de jogar bem, o time tem, e já vimos isso em mais de uma oportunidade. Cabe ao Oswaldo cobrar melhor rendimento e mais atenção dos jogadores em todas as partidas, cabe a ele dar regularidade a esse time, pensar a equipe de maneira que ela possa render o máximo, e fazer o Palmeiras jogar bem sempre, ou quase sempre.

Mas eu estou tranquila – acho que você também está -, boto fé nesse time, já comprei ingresso para sábado, e continuo #FechadaComOParmera.

“Quando há uma tormenta, os passarinhos escondem-se, as águias, porém, voam mais alto.” – Indira Gandhi
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Mais um  momento difícil em nossas palestrinas vidas… Parecia que estava tudo tão bem e, de repente, o tempo escureceu…
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Se eu dissesse que não esperava que o Palmeiras avançasse na Copa do Brasil, estaria mentindo; se eu dissesse que não temia uma desclassificação, estaria mentindo também.
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O que eu não esperava, e nem imaginava, era que os jogadores adversários tivessem mais empenho em campo do que os jogadores do Palmeiras (eles correram em campo, é verdade, mas faltou a alma, a entrega) ; nem que fossemos pra disputa, mal escalados,  tentando garantir a vantagem magrinha de 1 x 0, ou que o time jogasse muito abaixo do que pode, que deixasse uns buracos na defesa e que ficássemos esperando pra ver o que o time da casa ia fazer.

E nunca poderia ter sido do jeito que foi, numa apatia medonha e desrespeitosa à camisa e à torcida do Palmeiras. Nunca tomando gol de lateral (semi-aposentado) do “fortíssimo” Atlético do PR, nunca tomando um vareio e sendo goleado tão facilmente, nunca contando com a “grande” vantagem de um mísero gol (se era pra segurar a vantagem, como vacilamos tanto e tomamos três?), nunca sem termos feito nada que justificasse até mesmo um empate.

Realmente, foi e é inaceitável. Ainda mais porque sabemos que podemos jogar mais do que aquele nada que vimos em campo… porque não dá para engolir que, numa partida valendo vaga à fase seguinte de uma Copa do Brasil, a apatia entre em campo no lugar da determinação e da vontade de ganhar a qualquer custo.

A tormenta chegou e percebemos que o time que jogava como time de série A, não soube jogar nem mesmo como time de série B, que enfia os 11 na área para não tomar nenhum gol e se tiver oportunidade se aventura no ataque. Time de série B que bate um bocado no adversário e, o tempo todo, simula faltas que não existiram. Acho horrorosos esses dois últimos “recursos”, mas nem isso fizemos.

Kleina errou – não foi a primeira vez – e não soube consertar. Henrique fez uma partida muito abaixo do que poderia fazer, Wesley segurava a bola demais e estragava muitas tentativas de jogadas; Charles e Márcio Araújo na marcação (?) era trabalho dobrado para os dois zagueiros, Juninho muito ruim… e, justiça seja feita, o time inteiro não foi bem.

Kleina é mais um técnico medroso comandando o nosso time… e não entendeu que mais vale se arriscar a perder o emprego sendo um kamikaze, ousando, usando os seus conhecimentos de futebol na tentativa de vencer o “inimigo”, do que perdê-lo por não ter tentado fazer mais, por ter ficado esperando pra ver o que o adversário ia fazer e acabar sendo surpreendido por uma goleada e uma desclassificação (mais uma). Aqui é Palmeiras, Kleina! Você não percebeu a diferença ainda? Pra virar um grande técnico vai ter que tirar um Ás da manga. Se continuar repetindo os esquemas furados dos grandes técnicos, que já não são mais tão grandes assim, seu futuro vai ser um Bragantino da vida e olha lá.

E embora eu ache que o Kleina não serve para 2014 (e o que eu acho não vale niente), ainda temos bons meses até lá, e somos líderes da competição que nunca deveríamos estar competindo. Penso que ele deveria ser mantido até que tenhamos pontos suficientes para subirmos. Muito embora nos pareça que subir já é ‘fava contada’, o futebol tem nos mostrado, com revezes muito doloridos, que nada está ganho antes de ser matematicamente comprovado. E, por isso, mesmo não podemos nos desunir agora, aceitar mais pilha da imprensinha, declarar guerra a todo mundo, e ajudar a nossa maionese a desandar, porque o prejuízo vai ser só nosso.

E já passou, vamos em frente! É o que se tem pra hoje.

Ah, e antes que eu me esqueça, tem mais uma coisa que quero falar e com a qual eu também não contava… que se tornasse normal o Palmeiras ser prejudicado em todas as competições, e que parte da sua torcida perdesse a capacidade de enxergar isso, em meio aos nossos muitos defeitos, aos nossos tantos erros. (Pouca gente ainda se lembra porque não passamos pelo Tijuana na Libertadores).

No dia seguinte à desclassificação na Copa do Brasil, ninguém lembrava dos erros da arbitragem que prejudicaram o Palmeiras nas duas partidas diante do Atlético, ninguém falava do juiz deixando que eles batessem à vontade no primeiro jogo e levando em banho-maria o primeiro tempo para não punir com cartão amarelo os jogadores mais violentos. Ninguém lembrava do pênalti que Henrique sofreu na primeira partida e nem de todos os erros de quarta-feira, do pênalti em Leandro, que não foi assinalado, por causa da marcação de um impedimento que não existiu

Do pênalti em Henrique, que aconteceu bem na minha frente, no Pacaembu, só encontrei essa imagem. Reparem na mão que puxa Henrique pelo braço e para baixo:

Henrique-pênalti

Se criticamos técnico e jogadores, merecidamente, diga-se de passagem, temos que falar da arbitragem também. E não é feio, nem choro de perdedor, como imaginam alguns. E porque temos agido assim, com esse “escrúpulo” politicamente errado, errar para o Palmeiras passou a não trazer consequência alguma pra ninguém… roubam o Coritiba diante do Corinthians e depois, para compensar as reclamações de que os times do eixo Rio-SP são favorecidos, eles equilibram a balança permitindo que o Palmeiras seja prejudicado. E é sempre assim. E todo mundo que acompanha futebol sabe o que acontece quando o erro é contra outro(s) time(s). Basta comparar como é diferente quando é conosco.

A partida de quarta-feira mostrou os nossos problemas dentro e fora de campo. Problemas que teriam sido relevados, e até mesmo ignorados, caso o Palmeiras não fosse operado pelos auxiliares no primeiro e no segundo tempo (auxiliares que ficaram em Curitiba desde domingo, que trabalharam em dois jogos seguidos do Atlético). Muito provavelmente, esses problemas apareceriam mais à frente (ou não), mas o resultado dessa partida poderia ter sido outro. E porque o time foi muito mal e o técnico também,  o nosso problema, de sempre, passou batido…
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No primeiro tempo, o bandeira Altemir Hausmann (aquele que levou uma bolada em Barueri, lembra?) impediu duas jogadas de gol do Palmeiras, marcando dois impedimentos absurdos. Lances fáceis de serem vistos e que não poderiam ser marcados por alguém com a sua capacidade técnica. E apesar da ofensividade do time da casa, de importante mesmo na primeira etapa, teve o gol do Atlético, uma outra chance, perdida pelo Delatorre, e duas jogadas do Palmeiras, tiradas pelo Altemir Hausmann. A reação do Palmeiras, que poderia ter acontecido (por que não?) foi tolhida na marcação desses impedimentos absurdos. 
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Na segunda etapa, quando ainda estava 1 x 0, e um gol do Palmeiras, na casa do adversário, o deixaria em situação muito confortável, o outro auxiliar completou o serviço. Leandro entrou na área com a bola dominada e foi derrubado pelo goleiro. Pênalti… que não foi marcado porque a arbitragem inventou um impedimento (tente imaginar o que aconteceria caso o impedimento inventado prejudicasse um certo outro time). As imagens, que são muito claras, já sumiram dos vídeos com os melhores momentos (essa é a jogada). Só consegui a do tal “impedimento” do Leandro, antes que ele sofresse o pênalti.
Leandro-impedimento
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E com a vantagem de um empate, com um gol marcado fora de casa (caso o pênalti tivesse sido assinalado e convertido), quem garantiria que o Palmeiras, tranquilo,  não tivesse marcado mais um ou dois gols, nas chances que criou? Mas aí, o Palmeiras tomou o segundo, e se perdeu totalmente na partida. Fica tão fácil para a arbitragem conduzir o jogo para um determinado resultado, não é mesmo? Os problemas vistos ontem, talvez tivessem sido adiados, minimizados e, até mesmo, corrigidos, mas o Palmeiras não teria sido desclassificado.

Apontar o que é feito contra o Palmeiras não é errado e nunca vai determinar a perda do nosso senso critico em relação ao futebol, a perda da nossa capacidade de avaliar o que está errado com nosso próprio time e desempenho. E, por isso mesmo, não podemos nos calar e achar que é legítimo que nos roubem só porque o time jogou mal.

Se estamos revoltados, se estamos p… da cara, temos que nos posicionar contra tudo de errado que vimos acontecer em campo, com nosso time, com o técnico e com a arbitragem também.

E sem esquecermos do pessoal da TV.. (Jota Junior, Antero Greco) que, covardemente, continua omitindo tudo o que é feito contra o Palmeiras.

Mas vamos em frente, torcedor, não vamos nos perder na (justa) revolta, não vamos perder o rumo e muito menos o foco; vamos voar mais alto, acima da tormenta… SOMOS PALMEIRAS, EM QUALQUER TEMPO E SITUAÇÃO!