O ano está acabando… vai esvaziando os seus dias… E nós, palmeirenses, estamos plenos, cheios de alegria pelo decacampeonato que conquistamos há menos de um mês, e que revivemos todos os dias…

Mas não conquistamos o décimo brasileirão (só) na partida contra o Vasco, quando a matemática carimbou nosso título. Não. Ele foi conquistado em todas as rodadas, em todos os dias, todos os momentos… desde que Felipão chegou ao time. Mais afável, mais tranquilo e flexível, transformando em energia, em combustível valioso, e muita sabedoria, as águas turvas de outros tempos, Felipão desenhou o deca desde que chegou ao Palmeiras – faço aqui um ‘mea culpa’ porque, sem levar em conta que, como um bom vinho, Felipão estaria ainda melhor agora, eu não queria a sua contratação… não achava que ele pudesse trazer algo novo (tolinha)…

O homem chegou e, sabendo aproveitar o excelente elenco que tinha nas mãos, fez o que nenhum outro tinha pensado em fazer antes… montou dois times, fez com que todos se sentissem importantes, fechou a “casinha” (a tranquilidade em campo começou a vir a partir do momento que paramos de tomar gols bestas) e conseguiu ir bem em todas as competições. Ao contrário do que vimos acontecer ano passado, Felipão procurou valorizar e estimular cada um de seus jogadores, o elenco todo… Abraçou o time e o time o abraçou… a torcida entrou no abraço… e o que se viu foi um Palmeiras gigante, deliciosamente protagonista. A Família Palmeiras, com sobrenome Scolari outra vez, estava mesmo de volta, para alegria de muitos e para a surpresa de outros.

“Ainn, o Palmeiras jogou feio”, disseram as bocas localizadas nas proximidades de cotovelos doentes, doloridos…

Mas não é o gol o momento mais bonito do futebol? O momento pelo qual anseiam todos os times quando entram em campo, e com o qual sonham todos os torcedores? Não são esses gols, e as jogadas que terminam em gols que trazem o encantamento ao esporte?  Pois os gols, e todas as jogadas que os desenharam, foram nossos… por 64 vezes nesse Brasileirão… nenhum outro clube marcou tantos gols, produziu tanta beleza como o Palmeiras. Nenhum outro clube sofreu menos gols do que o Palmeiras (26)…

E não são as vitórias o objetivo de todos os times que disputam um jogo? Não é pensando nisso que alguns jogadores se benzem, beijam medalhas, apontam os céus, pisam primeiro com o pé direito… ao entrar em campo?  Pois elas foram nossas também, por 23 vezes, em 38 partidas disputadas – 80 pontos conquistados -, nenhum outro clube venceu tanto… e nenhum outro clube perdeu tão pouco também… Em 37 partidas do Brasileirão 2018, o Palmeiras sofreu 4 derrotas, nenhuma sob o comando de Felipão, que levou o Palmeiras à melhor série invicta de toda a história dos pontos corridos: 23 jogos sem perder (o segundo turno inteirinho e mais um pouco).

E não podemos esquecer as torcidas… não são elas que, enlouquecidas de alegria e em demonstrações escancaradas de  tórrida paixão,  mostradas à exaustão nas imagens de jornais e TV, que fazem o esporte ser mais do que apenas e tão somente futebol? Pois nenhuma outra torcida foi tão e tantas vezes feliz quando a torcida palestrina…

Foi lindo sim! E lindo demais! Foram deliciosas as vitórias, maravilhosos os gols (teve cada golaço) e as jogadas, foram sensacionais as defesas… foram lindas as comemorações, os abraços, os aplausos, as rezas, as lágrimas de alegria…

E brilharam todos, cada um à sua maneira, em oportunidades diferentes, com tarefas diferentes, em lances diferentes – poucas vezes vimos um time nosso tão maduro, tão consciente em campo…. Esse deca tem a contribuição de todos. Uma vitória exuberante num dia, uma vitória mais apertada no outro, três pontos aqui, um pontinho ali, um adversário “sem conseguir balançar as nossas redes” acolá… e construímos o deca. Cada um contribuiu com alguma coisa em campo… e na arquibancada também… e sobrou raça, muita vontade, sobrou o “saber conduzir uma partida”…

Conquistamos o deca em altíssimo estilo, com sobras, com números maravilhosos, com time unido, focado, consciente, com alma,  honra, amor… com orgulho.

Não montaríamos a nossa “árvore de Natal decacampeã” sem os ‘enfeites’ todos que os nossos jogadores colocaram nela… sem os craques, sem os “operários”, sem os gols, as defesas, os carrinhos, os desarmes, as faltas, os bate-bocas em campo, as encaradas no adversário, as piscadinhas, as comemorações com a torcida…

Mas ter visto os jogadores usando os seus talentos ao máximo (nosso craque, Dudu, por exemplo, o melhor jogador do campeonato, arrasou nas partidas)… o time ter se portado como se portou,  ter se motivado como se motivou, ter acreditado como acreditou, ter esbanjado confiança como esbanjou, ter virado uma família como virou… não foi na sorte… Vermos (por várias vezes) um jogador substituído vibrar feito louco, de verdade, com o gol do cara que entrara no lugar dele, não foi por acaso… tudo isso teve uma assinatura… nossa maravilhosa árvore de Natal teve um “designer” responsável pela sua idealização e montagem… ele aproveitou todo o elenco que tinha à disposição, respeitou e valorizou cada profissional… e o time jogou o que jogou pra ele, por causa dele, e é justo que se diga:

Não teríamos conseguido nada disso, sem você, Felipão. Um ‘decaobrigado’ a você!! (Eu te devia essa, viu?)

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Palmeiras quita dívida com Paulo Nobre  sete anos antes do prazo previsto, que era de mais ou menos dez anos.

Assim como Paulo Nobre honrou os compromissos do clube, Maurício Galiotte faz  o mesmo agora em relação às dívidas do Palmeiras.

Considerando ativos repassados em direitos de atletas, o Palmeiras tinha uma dívida de quase R$ 200 milhões com o nosso ex-presidente – ele tem ainda tem valores a receber pelos direitos econômicos de Allione, Róger Guedes, Tobio e Mouche, jogadores que ajudou a contratar.

A dívida financeira está paga, mas a dívida de gratidão e amor por tudo o que Paulo Nobre fez/trouxe de bom ao Palmeiras, nenhum palmeirense conseguirá pagar.

Claro que o dinheiro que Paulo Nobre colocou no clube foi importante – pegou o clube falido pelas más administrações de presidentes anteriores a ele -; claro que os juros abaixo dos valores de mercado, que o clube teria que pagar a ele, também foram importantes; claro que ele ter estipulado que o clube pagaria sempre 10% das receitas, foi importante (se arrecadasse muito dinheiro pagaria mais; se arrecadasse pouco, pagaria menos), não trouxe dificuldades ao clube para que os pagamentos fossem feitos; claro que ele ter comprado alguns jogadores com o seu próprio dinheiro (o lucro de uma possível negociação desses jogadores ficaria para o Palmeiras) foi importante… mas a gestão Paulo Nobre foi muito mais do que isso, né?

Foi transparente, séria, profissional, com mão de ferro,  reestruturando o clube em todos os seus “alicerces”, além das palavras e discursos, priorizando o Palmeiras, de verdade, muito além das palavras.

PN bateu de frente com quem tinha que bater, defendeu o Palmeiras dentro das alamedas e fora delas também. Segurou todos os rojões de algumas atitudes – necessárias, importantes – que precisou tomar. Passou dois anos sendo apedrejado, diariamente, por muitas pessoas (que hoje parecem felizinhas, algumas até fazem parte do aviãozinho da alegria), enquanto reestruturava o clube, enquanto tirava o Palmeiras do buraco onde seus antecessores e um bando de aproveitadores o tinham enfiado. Bancou o clube sem patrocinador, enquanto não aparecia nenhum contrato à altura do que ele queria para o Palmeiras, do que ele achava que o Palmeiras merecia… trouxe a Crefisa… contratou profissionais para cuidar do Depto de Futebol… tornou o Avanti um sucesso… fez a TV Palmeiras passar a ser a TV mais assistida pelos palmeirenses… Foi Paulo Nobre quem idealizou e conseguiu que parte da Rua Turiaçu (a nossa parte, a parte do Palestra) passasse a se chamar Rua Palestra Itália

Paulo Nobre blindou a Academia e, por consequência, blindou e protegeu o elenco; participou ativamente do futebol… Ele acabou com o Palmeiras B, um grande ralo por onde escoava dinheiro palestrino – ele acabaria com outros ralos também; acabou com o vazamento de notícias; zelou pelo bom ambiente dentro elenco… homenageou os ídolos de gloriosos tempos… Homenageou Marcos, Oberdan Cattani e Dudu com bustos no Palestra Italia…Torceu, brigou, se emocionou, foi intransigente algumas vezes, traçou objetivos para o clube e os perseguiu com determinação e arcando com todas as consequências dessa determinação… bateu na mesa na hora que tinha que bater, proibiu jogadores de irem ao programa dos que não respeitavam o clube – foi o exemplo para os jogadores  de  qual era o espírito que ele queria no elenco -, construiu o Centro de Excelência; criou as condições para a conquista da Copa do Brasil e a do eneacampeonato brasileiro, para a contratação dos profissionais que nos ajudaram a conquistar esses títulos… nos deu momentos maravilhosos… e deixou a casa arrumadinha para o seu substituto dar continuidade ao trabalho e buscar novas conquistas.

E não podemos nos esquecer, se hoje as bilheterias do Allianz, cheio de torcedores em todos os jogos,  trazem ao clube ótimas receitas, de valores maiores do que qualquer patrocínio máster no Brasil, devemos isso a Paulo Nobre também,  foi ele que comprou uma briga ferrenha, longa,  que saiu em defesa do clube e não permitiu que a construtora, apoiada por alguns “palmeirenses”, e se valendo de uma brecha no contrato, ficasse com as nossas cadeiras, ficasse com as cadeiras que, desde o início da reforma, eram da Sociedade Esportiva Palmeiras. Essa, sem dúvida nenhuma, foi uma das  maiores conquistas da gestão Paulo Nobre.

Resumindo, aquele menino apaixonado pelo clube, frequentador das arquibancadas do Palestra, que defendia o Palmeiras contra os que não cuidavam bem dele, que participou de protesto carregando um caixão simbólico de Brício Pompeu de Toledo, o presidente da época…  aquele menino sonhador, e que um dia sonhou ser presidente do Palmeiras, realizou o seu sonho em alto estilo – graças a Deus. Paulo Nobre administrou e cuidou do Palmeiras com profissionalismo, seriedade e amor (amor de uma vida toda)… resgatou o orgulho, o respeito,  trouxe o Palmeiras de volta, reergueu o gigante e o colocou no alto… de onde ele nunca deveria ter saído.

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A dívida, em dinheiro, está paga. Mas a dívida de todo o bem que Paulo Nobre nos fez,  as outras coisas todas, os momentos inesquecíveis, nós só vamos poder lhe agradecer – todos os dias -, mas nunca conseguiremos lhe pagar. Se hoje o Palmeiras é outro, nós devemos isso a ele. A nossa dívida com ele é de gratidão, e é pra sempre.

Obrigada por tudo, Nobrão da Massa, e que Deus o abençoe. 

 

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“Au, au, au… Zé Roberto é Animal”

Nada como dividirmos a casa com alguém, dividirmos a vida, as alegrias e tristezas, para conhecermos melhor esse alguém…

Tudo de bom que sempre ouvimos sobre Zé Roberto era pouco… o profissionalismo, a seriedade, a classe, a elegância que percebíamos nele quando jogava em outros clubes aqui no Brasil, ou no Real Madrid, no Bayern, na seleção… o respeito pela profissão, pelos clubes que representava, pelos adversários, pelos torcedores… eram pouco diante do que viríamos a conhecer depois.

“Convivendo” com ele dimensionamos o real tamanho de Zé Roberto, aprendemos a admirá-lo e respeitá-lo ainda mais, e ele passou a ser simplesmente o Zé… o nosso Zé… da família Palmeiras.

Pra mim, as despedidas sempre são dolorosas… E chegou a hora de nos despedirmos do Zé…

Sim, o Zé Roberto, esse grande jogador, que nos presenteou vindo jogar aqui, esse profissional nota mil, vencedor, que tanta coisa boa acrescentou ao Palmeiras, à sua história e aos corações palestrinos, decidiu que é hora de parar de jogar, de curtir mais a família… O futebol certamente ficará ainda mais triste do que nós no dia de hoje.

Fiquei pensando…  O que dizer do Zé, e para o Zé agora? O que dizer para um cara que é um dos melhores profissionais da história do nosso futebol? Um cara que é admirado e respeitado no mundo todo? O que eu apreendi dessa passagem do Zé aqui no Palmeiras? O que fica conosco agora, além da saudade e dos gols e títulos que ele nos ajudou a conquistar?

Poderia falar do meu espanto (sim, fiquei de olhos arregalados), da minha admiração, quando, fazendo uma postagem sobre as novas contratações do Palmeiras para a temporada de 2015, listando as conquistas e feitos dos jogadores que chegavam, quase caí dura com o tamanho da lista de títulos conquistados por você, Zé Roberto. Poucos têm tantas conquistas. O Palmeiras tinha contratado um grande campeão.

Poderia falar daquele primeiro jogo, e daquela preleção mítica… do jogador líder, de sensibilidade aguçada, que mesmo tendo acabado de chegar ao Palmeiras, sentiu o momento palestrino que se desenhava no universo… o momento da retomada – o gigante estava de pé outra vez, e retomaria a sua caminhada de glórias… e você, Zé, queria caminhar com ele…

E foi você quem despertou  o guerreiro que havia no peito de cada jogador do nosso elenco; foi você que chamou jogadores e torcida para a caminhada; foi você quem ordenou que cada um batesse no peito do amigo e dissesse “o Palmeiras é grande… é gigante”… E mais do que se tornar o nosso novo “Animal” – como você disse que desejava vir a ser  -, nesse dia, você nos arrebatou, nos encheu de orgulho, nos brindou com o seu carinho e respeito ao Palmeiras… e nos identificamos com você, nos vimos em você e o vimos em nós, e foi então que você se tornou o Zé, o nosso Zé…  Abriu todas as portas do nosso coração e entrou…

Talvez eu pudesse falar de todas as vezes que o vi  em campo e  tive certeza de que você dava o máximo de si, Zé… que eu senti, em todas as vezes que o vi jogando pelo Palmeiras, que você não brincava, não fazia menos do que podia, muito pelo contrário, você dava o sangue em campo, era sério o tempo todo, e honrava a camisa que vestia,  respeitava os que te apoiavam e aplaudiam… E quanto bem  isso fazia ao nosso coração.

Poderia falar das tantas vezes em que eu, admirada, vi o jogador já maduro, experiente, correr em campo, dar piques, piques mesmo, como se fosse um garoto em busca do primeiro título…   Poderia falar da liderança do capitão que você foi por um bom tempo… dos desarmes, do jogo limpo, leal, porém sem jamais se intimidar, sem ‘afinar’ pra ninguém…

Poderia falar das ocasiões em que você, sem saber, nos fazia brincar na bancada… Focado no jogo, se entregando em campo, você, às vezes, puxava uma perna do calção mais pra cima, e, rindo, dizíamos na arquibancada: O Zé puxou o calção, agora a coisa é séria, é certeza que vamos ganhar. E ganhávamos mesmo.

Poderia falar da sua competência, das vezes em que você foi decisivo… poderia falar do gol lindo (com passe de Valdivia) que você, de cabeça, e para nosso delírio, marcou lá no Esmolão… poderia falar do golaço contra o Tucumán,  na Libertadores… daquele outro golaço contra o Santa Cruz… que lindos.

Poderia falar do orgulho de vermos o nosso Zé, merecidamente,  na Seleção do Paulistão 2015, na Seleção da América do Sul 2016, do Diário AS, da Espanha…

Poderia falar da conquista, épica, enlouquecedora, da Copa do Brasil 2015, do pênalti que você tão calmamente cobrou na final, do nosso capitão levantando a taça… Pensei que morreria de tanta alegria…

Poderia falar do Zé, que nos ajudou a conquistar, depois de 22 anos, o Brasileirão 2016, fazendo do Palmeiras o eneacampeão brasileiro, o maior vencedor do país, e fazendo com que nos deliciássemos de novo,  e depois de tanto tempo, com o sabor e o perfume do título maior do Brasil…  Felicidade sem tamanho…

Poderia falar naquele lance, naquela bola cruzeirense entrando em nosso gol, que você, Zé, foi tirar não sei como, não sei de que jeito, mas o fez da melhor maneira possível… sem um erro sequer que permitisse ao árbitro marcar qualquer coisa contra nós… um lance em que você foi de corpo, alma e corações, milhões deles (os nossos estavam com você) e impediu um gol certo do Cruzeiro, quando nosso goleiro já estava batido… Fiquei uns quinze minutos tremendo… Depois desse ‘milagre’ seu, sabíamos que ninguém nos tiraria o título. Não fosse você ali, Zé… talvez nem tivesse dado certo tudo o que nos aconteceria depois… Gratidão…

Você é isso, Zé! É competência! Seriedade! Profissionalismo x 1000! É sangue… suor…e muita vontade! É talento… alma. É caráter! E você nos deu exemplos diários de profissionalismo e humildade (nunca o vimos contrariado nas vezes em que esteve no banco)… exemplos de seriedade, respeito (pelo Palmeiras, por si mesmo e pelos demais), felicidade, amor próprio… Nos ensinou sobre sempre fazermos o melhor que pudermos, que quem se cuida vai mais longe… ensinou para nós e para o mundo todo que a vontade de vencer, de fazer algo, é soberana. E foi assim que, juntos, nós vivemos momentos inesquecíveis… Você deixa seu nome na história do Palmeiras e do futebol mundial, Zé, deixa o exemplo,  deixa um legado, e vai levar daqui  gratidão, saudade, e um caminhão de carinho e de respeito.

Você é f%da, Zé! E  não é por acaso que um jogador do seu quilate vai encerrar a carreira no maior do Brasil.

Muito, muito, muito obrigada,  Zé, seu lindo!!  Que a sua vida seja linda, seja plena. E que Deus o abençoe sempre!

Hoje, somos nós que  “batemos” no teu peito e te dizemos: Você é grande, Zé! É gigante! A torcida do Palmeiras te admira, te respeita, te ama e te aplaude!

FOI UMA HONRA, ZÉ! 💚  Uhuuuu! 

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Mago-campeão

“Não tem palavras pra explicar o q este clube representa na minha vida,e não falo de futebol. falo de vida, de aprendizado, de 6 anos q me entregue bem ou mau, mas fiquei diante de todas as adversidades, sequestro, agressão. tudo isso me fez querer mais ainda o clube. Sou e por sempre serei agradecido da torcida, do clube, das pessoas q sempre me apoiaram em todos os momentos. fui mto feliz disputando uma segunda divisão pelo clube q amo, voltando o clube onde nunca jamais deverá sair.meu futuro está num outro clube a partir de agora.mas minha adoração por este clube será por toda a vida.goataria muito de ter ficado até velho por aqui mas o clube precisa dessa grana , espero q vcs entendam e vejam q sou um aternamente agradecido por vcs …por sempre agradecido e por sempre porco.” Despedida de Valdivia, via Instagram.

Eu não queria ter que escrever sobre isso, na verdade, não queria que estivesse acontecendo isso, mas, antes da Copa, quando me disseram que o Palmeiras “estava doido para vender o Mago”, meio que me preparei para esse momento – mas de nada adiantou…

E Valdivia vai/foi embora… e até já se despediu da gente… que difícil… perder o cara que é o diferencial do time, ver as esperanças de conquistarmos algo no centenário do clube diminuírem um bocado, e, pra mim, com o agravante de perder também o meu ídolo, que eu adoro e, mais do que isso, que admiro e respeito demais… Como diria Camões: “Num é fácio”…

O tempo dirá se isso foi uma negociação inteligente, se o Palmeiras ganhou com ela e se haverá reposição à altura… mas, penso, que perdemos todos, Palmeiras, Valdivia, futebol e torcida – principalmente as crianças, que adoram o Mago.

Sabe, Mago, pra nós também é difícil encontrar palavras para dizer o que você representa. As pessoas tentam traduzir o que você significa e, observando a variedade de significados que ‘Valdivia’ tem para a maioria dos torcedores, compreendemos o muito de ausência que você vai deixar aqui.

Nos divertimos juntos, sofremos juntos também, e aprendemos a ser mais fortes a superar os momentos difíceis. Foram 3 títulos e um bocado de emoção, unhas roídas, lágrimas de alegria, dribles e passes maravilhosos. Um Paulistão inesquecível, que caiu como chuva farta na terra árida e infértil de uma década, até aquele momento, maldita… Uma Copa do Brasil, conquistada na raça, na fibra, na superação de tantos obstáculos e problemas – até mesmo de um sequestro (e quantos apostaram que você não ficaria depois disso)… e aquele gol mágico diante do Grêmio, que aqueceu o nosso coração e os nossos corpos naquela noite de chuva e frio… gol que nos colocou na final, com a certeza que poderíamos superar qualquer adversidade que surgisse dali pra frente, e, quase sem acreditar naquela felicidade gigante, conquistamos a  Copa do Brasil, que sacramentou o Palmeiras no posto de maior campeão nacional. E teve a famigerada segundona (ela quase nos pegou em 2011, mas você nos salvou), da qual saímos pelas portas da frente, honrados, dignos e campeões (e quantos juraram que você não disputaria a série B). As alegrias que você nos deu, Mago, são pra sempre, ajudaram a escrever algumas páginas da história do Palmeiras e jamais serão esquecidas.

O Paulistão de 2008 não foi o primeiro título que vi o Palmeiras conquistar, mas foi deliciosamente redentor, a Copa do Brasil também não foi a primeira –  foi a mais eletrizante -, portanto, Valdivia, você não foi o meu primeiro ídolo, quero crer que não será o último, mas você é especial, único e muito amado. E sabe  o quanto te respeito e admiro.

Foi um prazer e um privilégio imenso ver, mais uma vez em ação, esse seu talento raro a serviço do meu/nosso Palmeiras. Você é o grande namorado da bola, que se encanta e se rende a você, enquanto tantos outros jogadores não conseguem conquistá-la de jeito nenhum…  Você brinca, faz poesia no gramado, e nunca entrou em campo para não jogar sério, nunca fugiu do pau… e, por isso mesmo, foi tão caçado em campo defendendo as cores do Palmeiras.

Como disse Armando Nogueira, num bilhete que te escreveu, “os medíocres é que detestam o drible” (eles é que o confundem com provocação, deboche), mas, “assim como o sol, ele – o drible – não nasceu pra todos. O drible é um privilégio, e só os eleitos merecem o dom que, por sinal, os deuses te concederam. O drible é invenção que nasce do coração. O driblador é um poeta… e pertence à uma dinastia que foi canonizada pelas canelas de Stanley Mattews, de Garrincha, de Zico, de Júlio Botelho, de Maradona e de tantos outros apóstolos do evangelho do drible”

Você é um poeta, é um Mago sim, na acepção da palavra; quantas vezes lá na arquibancada, nós, torcedores, boquiabertos, olhamos um para a cara do outro e nos perguntamos: “Como foi que ele fez aquilo”? E, rindo, encantados, não sabemos responder, e esperamos chegar em casa para ver o replay. Sim, seus dribles e passes muitas vezes parecem magia…

Você sempre foi o diferencial do nosso time, aquele toque de categoria e inteligência, de futebol arte, que anda tão raro por aqui. Num país com uma escassez tão grande de bons jogadores na sua posição (a selenike, na Copa, não tinha um nesse nível), era você quem nos mostrava que o futebol arte ainda existe, e é muito difícil aceitar que vamos ficar sem nostro Mago agora, que o “nosso futebol arte” vai brilhar em outro clube, que voltaremos à mesmice de um futebol sem magia, que venderam “o melhor 10 do país”, “o cara” do time, tão identificado com o Palmeiras. E como será possível trazer um outro lá de fora, com a mesma competência futebolística sua, sem gastar muito mais do que o Palmeiras recebe agora? Essas coisas são tão difíceis de entender e aceitar. E em pleno ano do nosso centenário, quando, teimosos que somos, sonhamos tão alto…

Ah, você vai fazer muita falta, Mago… e nem imagina quanta; vai fazer falta em todos os jogos, porque, agora, vamos perder até a costumeira esperança de uma jogada mágica  e inesperada, e do gol que surge depois dela. Você vai fazer falta para os atacantes palmeirenses lá na área, porque a bola, na maioria das vezes, não vai chegar mais tão redondinha e açucarada. Só os adversários se contentarão com a sua ausência.

Vão fazer falta as entrevistas com as suas míticas e divertidas declarações, vão fazer falta as suas comemorações, a sua alegria, a sua marra o seu sorriso franco…

Eu sei que nenhum jogador é maior do que o clube. Mas também sei que são os jogadores que ajudam a construir a grandeza de um clube ao conquistarem os títulos e as glórias. Sem eles, a mágica não acontece! Não se conta a história do Palmeiras sem citar seus jogadores e seus feitos pelos gramados. E você escreveu seu nome na história da Sociedade Esportiva Palmeiras.

Boa sorte, Jorgito! Que você seja muito feliz em seu novo clube. Que Deus te abençoe e que a Virgem Del Carmen te ilumine (leva a medalhinha com você). Avisa lá os caras ‘de vestido’, que eles ganharam uma torcedora e vão ganhar muitos torcedores mais (vou comprar uma burca pra ir aí te ver jogar).

Muito obrigada, El Mago,  por todas as alegrias, por ter honrado a camisa do Palmeiras e tê-la vestido com tanta raça. Obrigada por ter aprendido a amar o Palmeiras – eu sei que você o ama sim.

Foi um presente de Deus poder te conhecer, viu?

Eu e a camisa 10 do Palmeiras estamos muito tristes, e vamos morrer de saudade do seu futebol e de você, Mago. Mas não somos as suas únicas admiradoras (você tem milhões de fãs palestrinos), e fazemos nossas as palavras desse santo aqui:

Marcos-msg

Até breve, Mago! Nunca se esqueça de voltar pra casa! #PraSemprePorco