Nesta quarta-feira, quando entrar com o time lá no Engenhão para enfrentar o Botafogo, Felipão estará completando uma marca histórica: 400 jogos no comando do Verdão. Segundo o site oficial, ele só fica atrás de Osvaldo Brandão, que comandou o clube 580 vezes.

Já são 399 partidas, desde aquele distante 22 de junho de 1997, quando Luís Felipe Scolari fez a sua estreia em Goiás, diante do Caldas, e o Palmeiras venceu por 2 x 0.

399 jogos… 190 vitórias, 110 empates e 99 derrotas… E quanta água passou debaixo dessa ponte…  E quanto a gente brigou com Felipão, e ele com a gente, nessas 99 derrotas e em muitos desses empates! Alguns resultados foram bem difíceis; outros, foram intragáveis. Mas, as alegrias que as 190 vitórias nos deram, foram deliciosas; de algumas delas, a gente sente aquele gostinho primeiro até hoje…

E aí a gente coloca tudo na peneira e tira doze decisões e sete títulos! Títulos importantes; três deles inéditos: a Copa Libertadores de 1999 e a Copa do Brasil e Mercosul de 1998. Teve também o Torneio Rio-SP de 2000, o Torneio Naranja, realizado na Espanha, em 1997, e o Troféu Maria Quitéria, disputado na Bahia, no mesmo ano. E como a caçulinha dessa turma, temos agora a Copa do Brasil de 2012, que tanta alegria nos deu! Que lavou a alma do técnico, da torcida e dos jogadores!!

Eu reclamei muito de Felipão e, por certo, vou reclamar outras vezes. Torcedores são assim mesmo, sempre querem que as coisas sejam feitas do jeito que eles acham certo. Mas, se valorizamos os gols, os passes, as defesas, a raça, a luta de nossos jogadores, é claro que temos que valorizar Felipão também. Foi dele a grande sacada de fazer de Henrique um volante. Sacada que deu outra cara pro time, que deu ar e gás pro Palmeiras, que fez os jogadores se sentirem mais seguros em campo, para acreditarem que podiam buscar o título.

E eu, que quase não acreditava mais em títulos e nem em Felipão, que não acreditava mais que a Família Palmeiras voltaria, a percebi no jogo lá do Paraná, quando Valdivia apareceu em campo de bigode, numa mensagem clara de apoio ao técnico. Aquilo me fez pensar e observar mais atentamente… A vitória naquele dia me fez acreditar. E nos jogos seguintes, com novas vitórias, os sinais foram muitos… e vinham de todos os jogadores, até culminar naquele abraço… até ter visto aquele time lutar contra o Grêmio, como poucas vezes eu tinha visto o Palmeiras fazer. Talvez o Palmeiras não jogasse tão lá na frente quanto a gente gostaria, talvez não tivesse a escalação que a gente gostaria, mas sentimos um orgulho desgraçado de ver todos os nossos jogadores virarem guerreiros em campo, de ver os suplentes torcendo pelos companheiros, em pé, do lado de fora do gramado.

Tinha muito da vontade de cada um ali, tinha muito dos problemas todos que os jogadores enfrentaram, mas tinha também o dedo do técnico, e de tudo o que ele também tinha enfrentado; tinha amizade e companheirismo; tinha gente sorrindo em campo, se abraçando; tinha alegria… E eu repensei tudo o que tinha pensado… e  com o coração transbordando, de uma alegria que há muito tempo eu não sentia, eu vi o meu time dar a volta olímpica mais uma vez, como eu tanto tinha sonhado…

E é por isso, que hoje eu digo, de coração… PARABÉNS PELOS 400 JOGOS, FELIPÃO! E OBRIGADA!